Vindo de Angicos, trazendo consigo a vocação pelo jornalismo, Aluízio Alves não só se transformou num empresário da comunicação, mas também revolucionou a forma de fazer política e, na associação vocacionada, contribuiu decisivamente para promover as transformações que o Rio Grande do Norte sempre almejou.
Depois de peregrinar pelas redações de jornais no Rio de Janeiro (RJ), o menino de Angicos que, na sua juventude também integrava o movimento católico da Congregação Mariana, com menos de 30 anos conseguia realizar o seu sonho ao fundar o jornal Tribuna do Norte, que se transformaria em um dos mais influentes veículos de comunicação do Estado.
Mas, Aluízio, o visionário, não ficaria por ali. Depois de se eleger deputado federal, desafiou a hegemonia política do Dinartismo e, trazendo para sua campanha o desconhecido marketing eleitoral, que o ajudou a criar jargões, mobilizar multidões, desafiando longínquas caminhadas, varando as escuras madrugadas, conquistou o cargo de Governador do Estado.
E foi como Governador do Rio Grande do Norte que Aluízio também demonstrou o seu espírito visionário e, com obstinação, trouxe a energia elétrica vindo de Paulo Afonso que, além de motivar compositores na criação de marchinhas que movimentavam as multidões, veio na realidade para impulsionar o progresso do Estado, abrindo perspectivas de desenvolvimento para todas as regiões.
Há 15 anos, nós potiguares, nos ressentimentos da falta de Aluízio Alves que, se vivo fosse, ninguém duvide, como visionário, estaria criando perspectivas revolucionárias para o desenvolvimento do nosso, ainda, pobre Rio Grande do Norte.
Um político que atuou intensamente. Forte, admirado e, que terminou os seus dias, respeitado. Um homem dividido entre a família e o governo. Que veio, como diz o jingle da campanha de 60, do sertão, lá do Cabugi, para sanar o sofrimento do seu povo. E assim foi. Sempre acreditou no progresso Norte-Riograndense e fez história como uma das maiores figuras políticas do estado. Aluízio Alves, natural de Angicos, nasceu em 11 de agosto de 1921, filho de Manuel Alves Filho e de Maria Fernandes Alves, e morreu em 06 de maio de 2006, deixando sua marca na política nacional, como símbolo desenvolvimentista brasileiro. Familiares postam homenagens nas redes sociais:
Aluízio Alves semeou esperança enquanto esteve entre nós. Há 15 anos, lamentamos a sua ausência. No entanto, a esperança semeada é imorredoura e Aluízio vive através dela. Na foto, eu e meu irmão @ClaudioRAE atentos às lições do grande líder e tio-avô. pic.twitter.com/2y5mjYmdg6
Há 15 anos o RN perdia seu inesquecível líder, Aluízio Alves . Quem anda pelo RN conhece suas raízes e frutos 💚🌿 🦉 pic.twitter.com/f8W4wpQsx6
— Lauritaarrudacâmara (@Lauritaarruda) May 6, 2021
INÍCIO
A educação primária de Aluízio Alves foi toda em Angicos, entre os anos 1926 e 1930; já o ensino secundário, foi na Capital Potiguar, entre 1936 e 1940. Logo após, até 1945, dava início a sua jornada jornalística: foi redator político do jornal A República; além disso, no mesmo período, foi diretor do Serviço Estadual de Reeducação e Assistência Social, secretário, e depois presidente, da seção rio-grandense-do-norte da Legião Brasileira de Assistência (LBA).
Aluízio tornou-se diretor da Biblioteca Norte-Rio-Grandense de História e da Sociedade Brasileira de Folclore. No decorrer de sua atuação pública, foi ganhando projeção como organizador e especialista dos serviços de assistência social do estado; foi nomeado membro da Sociedade de Higiene Mental do Nordeste, participou do Congresso de Psiquiatria e Higiene Social do Nordeste, realizado em Natal, e foi presidente do Centro de Estudos Sociais do Rio Grande do Norte.
CLARIM
Jornalista vocacionado. Fez da comunicação sua grande missão de vida, junto, é claro, à política, exatamente por sua arte de estabelecer comunicação popular efetiva com as grandes massas. Mas, voltemos ao início. Aos 11 anos, o menino de Angicos aproveitava suas férias, em sua cidade de nascimento, para deixar o tempo livre produtivo: escrevia um seminário na máquina de escrever do pai, o comerciante Manoel Alves Filho. De tiragem única, a informação, abrigada em quatro páginas, passava de mão em mão, de casa em casa e tornava-se exitosa a meta do garoto visionário, levar notícias do município e de todo o estado.
Esse foi apenas o primeiro de muitos projetos jornalísticos que o conduziram à construção de uma relação estreita e relevante para sua figura pública social: o jornal mensal “A Palavra”, em parceria com João Seabra de Melo, a revista “Potiguarania”, o “Estudante”, com a participação de José Ariston e Jessé Freire, e os jornais políticos “A Notícia” e “A Razão”. Este último era fortemente ligado ao Partido Popular. Com ele, Aluízio Alves iniciava uma união que marcariam, para o resto da vida, sua atuação pública no Rio Grande do Norte e no país: o jornalismo e a política.
O MAIS JOVEM CONSTITUINTE
A partir da queda do Estado Novo, em 29 de outubro de 1945, e a realização de eleições no dia 2 de dezembro seguinte, Aluízio Alves foi eleito deputado pelo Rio Grande do Norte à Assembleia Nacional Constituinte, na legenda da União Democrática Nacional (UDN). Tomou posse em fevereiro de 1946, tornando-se então, aos 24 anos de idade, o mais jovem constituinte.
Confira a biografia completa aqui, no site da Fundação Getúlio Vargas (FVG).
ARARA E BACURAU
Com o apoio da coligação formada pelo Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em 1960, Aluízio Alves lançou sua candidatura ao governo do Rio Grande do Norte. Esta eleição marcou seu rompimento com o deputado Dinarte Mariz, uma das maiores lideranças políticas do estado. Contrário à candidatura de Aluízio, Mariz levou a UDN a formalizar uma aliança com o Partido Republicano (PR) e o Partido Social Trabalhista (PST) em torno do nome do deputado federal Djalma Marinho. Durante a campanha, Aluísio Alves liderou a “Cruzada da Esperança”, com a qual — de trem ou caminhão — percorreu todo o estado promovendo comícios “relâmpago”, organizando passeatas e conquistando votos de casa em casa. Assim, em caravanas, seus seguidores eram identificados pelos galhos de árvore que traziam à mão e pela cor verde de suas bandeiras — em oposição ao vermelho adotado pelos partidários de Mariz. Apelidado de “Cigano” pelo povo potiguar, Aluísio inaugurou um estilo que marcaria para sempre sua biografia.
No pleito de 3 de outubro de 1960, elegeu-se governador do Rio Grande do Norte com 121.076 votos, contra 98.195 dados a Djalma Marinho. Na mesma ocasião, Jânio Quadros derrotou o marechal Henrique Lott, da coligação PSD-PTB, e conquistou a presidência da República. Tendo como vice o monsenhor Walfredo Gurgel, em janeiro de 1961 Aluízio renunciou ao mandato de deputado, e foi empossado ao governo estadual no dia 31 do mesmo mês. Após a eleição de 1960 — e por mais de uma década —, a política no Rio Grande do Norte passaria a ser dominada pelas disputas entre as famílias Alves e Mariz. Vermelho e Verde. Arara e Bacurau. Muitas histórias. Longas disputas.
CAMPANHA DE 1960
Marcha da esperança Autor: Edmundo Andrade
Aluízio Alves veio do sertão lá do Cabugi Pra sanar o sofrimento de seu povo Sua plataforma eis aqui: Assistência e cuidado ao agricultor Melhores salários pro trabalhador; Com a energia de Paulo Afonso, industrialização Para mocidade potiguar, saúde e educação O povo oprimido, do operário ao doutor, Escolheu seu candidato, Aluízio Alves pra governador.
Cigano feiticeiro Autor: Jacira Costa
Cigano feiticeiro, seu feitiço meu pegou Aqui neste lugar todos você já conquistou Pela primeira vez que você veio ao sertão Apresentou uma lei e conseguiu execução
Cigano feiticeiro, feiticeiro, ai, meu Deus!
Eu faço tudo pelo governo seu E o eleitor o que deve fazer?
É virar Cigano e votar em você. E o adversário que o caluniou E lhe chamou cigano, seu prestígio aumentou Pelo voto secreto lhe daremos exposição E a esta oligarquia quem responde é a eleição
Trem da esperança Autor: Jacira Costa
Foi no Trem da Esperança que Aluízio viajou Quando chegou na Guarita,a notícia encontrou: Que o chefe de polícia, Em decreto oficial, Proibiu os seus comícios No coração de Natal. Mas o povo em passeata pra lá desfilou, E em frente ao comitê Aluízio falou.
Frevo da gentinha Autor: Jacira Costa
Eu não ligo o que falem e não quero saber Sou da Esperança sou demais até morrer Por Aluízio para o der e vier O resto é conversa fale quem quiser Não perca tempo, venha se divertir Que este ano a gentinha vai brincar até cair
DISCURSO DE POSSE – GOVERNO DO RN
“(…) Governar não é dar emprego a amigos nem tomar o dinheiro do contribuinte para distribuir entre comparsas. Não é usar a autoridade a serviço de ambições descontroladas de domínio pessoal. Governar é, e há de ser de agora por diante, a difícil e maravilhosa, a dura e bela missão de unir um povo e seu governo para juntos encontrarem os meios de tornarem todos mais felizes uns com os outros, pela alegria de cada um servir a todos, na comunhão fraternal, das mesmas esperanças”, trecho do discurso de Aluísio Alves, na chegada ao palácio do governo em 31 de janeiro de 1961.
“Quem ama o povo, passa a merecer do povo a glória de um amor que o consagra”.
“Ele tinha essa percepção de guitarra no peito de cada pessoa. E dedilhava essa guitarra (…). Uma pessoa igual a todo mundo, mas que vinha para representá-los”.
Vicente Serejo.
POLÍTICA DESENVOLVIMENTISTA
Aluízio e sua perspectiva visionária deixaram obras grandiosas. O próprio aeroporto, nomeado em homenagem à grande figura política, representou para o Rio Grande do Norte, em determinado período, o que a energia de Paulo Afonso, trazida por ele, representou no passado: novos horizontes e expansão.
Para o seu filho, o ex-deputado Henrique Eduardo Alves, a trajetória política e administrativa do pai é merecedora de reconhecimento como “a maior liderança popular e carismática do Rio Grande do Norte”. Henrique destaca ainda que “ele era a voz da esperança do povo do Rio Grande do Norte e que sua obra não desaparecerá jamais”.
Confira o documentário JANELA PARA O AMANHÃ:
JINGLE QUE MARCOU GERAÇÕES:
A TRAJETÓRIA E ESPÍRITO CONSIDERADO REVOLUCIONÁRIO
Foi eleito seis vezes deputado federal (constituinte aos 23 anos, em 1946), governador e duas vezes ministro de Estado: da Administração, no governo Sarney quando criou a Escola Nacional de Administração Pública e da Integração Regional, no governo Itamar Franco, quando iniciou o projeto de transposição do rio São Francisco. Como governador Aluízio criou as companhias de água, luz e telefone, o instituto de previdência do RN e trouxe ao Estado a energia de Paulo Afonso. As faculdades de jornalismo e serviço social foram obras sociais do jornalista que também fundou o Sistema Cabugi de Comunicação.
Até o último momento dos seus 84 anos de vida, o ex-ministro Aluízio Alves escreveu uma grande história. O pensamento comum de políticos e eleitores é que ele foi um dos relevantes líderes do RN e também é pacífica a ideia de que Aluízio Alves exerceu a liderança que lhe era peculiar até o último ano da sua vida.
A denúncia apresentada, à época, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que gerou a formação do processo denominado de “Quadrilhão do MDB” foi julgada improcedente pelo juiz da 12ª Vara Federal do Distrito Federal.
O juiz Marcus Vinicius Reis Bastos, absolveu “sumariamente “o ex-presidente Michel Temer, os ex-presidentes da Câmara Federal, Henrique Alves e Eduardo Cunha, além dos ex-ministros Elizeu Padilha, Geddel Vieira e Moreira Franco.
Para o magistrado, a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal contra o ex-presidente e outros integrantes do partido “traduz tentativa de criminalizar a atividade política”. O juiz da 12ª Vara Federal do Distrito Federal é o mesmo que absolveu o ex-presidente Lula em processo semelhante.
As ameaças de Jair Bolsonaro ao STF (Supremo Tribunal Federal) levaram ministros da Corte a concluírem que o governo está “trôpego” por causa da CPI da COVID. Sob ameaça, parte para o ataque. Com esse texto, a jornalista Mônica Bergamo, do jornal FOLHA DE SÃO PAULO, abriu a sua coluna desta quinta-feira (6).
Sem citar os nomes de ministros responsáveis pela afirmação, a jornalista Mônica Bergamo ainda escreveu em sua coluna de hoje que “Na opinião de magistrados, Bolsonaro, no entanto, tem se mostrado um tigre de papel”. A notificação da jornalista foi em razão do discurso do presidente Bolsonaro, ontem, quarta-feira (5).
A deputada federal Natália Bonavides (PT) postou, na manhã desta quinta-feira (6), um recado do ex-presidente Lula para a governadora Fátima Bezerra. “Corre aqui, governadora @fatimabezerra13! Tem recado do presidente @lulaoficial pra vc 🥰.”, escreveu a deputada. Segundo ele, a professora não está tratando-o bem, confira o motivo:
O maior líder político da América Latina declarou que reconhece a coragem e a capacidade de lutar da governadora do RN. Além disso, ele acrescentou “peço a Deus que vá logo aí te dar um abraço e ajudar naquilo que for necessário. Um beijo, Fátima“, disse Lula.
Nesta quinta-feira (6), o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, apontou que não deve ter mais doses da vacina Coronavac a partir de 14 de maio. Ele atribuiu o atraso na chegada do insumo farmacêutico ativo (IFA), fundamental para a produção dos imunizantes, à postura do governo federal com a China, principal fornecedora.
Dimas Covas reclamou da falta de diplomacia do governo federal com o país asiático e demonstrou preocupação com o impacto de declarações recentes de ministros e do próprio presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o país. “Existe dificuldade. Há uma burocracia mais lenta e há autorizações reduzidas de volumes [do IFA]. Essas declarações têm impacto, e ficamos a mercê.
Não vamos ter, de fato, condições de entregar. Pode faltar? pode faltar. E temos que debitar isso, principalmente, do governo federal, que tem remado contra”, pontuou.
Uma reportagem da CNN questionou Dimas Covas acerca da possibilidade de atrasos no cronograma. “Pode não ter mais vacinas para maio”, destacou. Ele chegou a enviar uma mensagem a um conselheiro do embaixador da China no Brasil demonstrando “preocupação” com as declarações recentes do governo Bolsonaro.
Na quarta-feira (5), Bolsonaro retornou a insinuar que o coronavírus poderia ter sido criado pela China. “Nós ficamos à mercê dessa situação porque não vamos ter, de fato, até dia 14. Após isso pode faltar”, disse Dimas.
Nesta quinta-feira (6), o Ministério da Saúde recebeu mais uma remessa com 1 milhão de doses da Coronavac. Na semana que vem, serão mais 3 milhões de doses. O último lote está previsto para o dia 14, com mais um 1,1 milhão de doses do imunizante. A próxima remessa de IFA deveria ser autorizada entre os dias 10 e 13 deste mês.
O prazo, segundo Butantan, pode não ser cumprido, o que impossibilitaria produção de novas doses para o mês de maio. Por conta de atrasos no recebimento de IFA, o Butantan precisou atrasar o cronograma de entrega das 46 milhões de doses contratadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) para até o final de abril.
A próxima remessa, de 54 milhões de doses, tem previsão de entrega para até setembro. O governo de São Paulo chegou a anunciar antecipação no cronograma para agosto, mas hoje admitiu que “não se pode mais falar em antecipação”. O Ministério da Saúde e das Relações Exteriores ainda não se posicionou.
Mais 1 milhão de doses CoronaVac, vacina contra Covid produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório Sinovac, serão entregues ao Ministério da Saúde nesta quinta-feira (6). Do total, 226 mil ficam em São Paulo e o restante irá para o depósito do Ministério da Saúde Guarulhos para ser enviado aos estados.
Com o novo carregamento, o montante de vacinas oferecidas por São Paulo ao Plano Nacional de Imunizações (PNI) chega a 43 milhões de doses desde o início das entregas, em 17 de janeiro. Segundo o Instituto, nas próximas semanas, outras 4 milhões de doses deverão ser enviadas ao Programa Nacional de Imunização (PNI) por meio de três remessas.
O governador João Doria e o diretor do Butantan, Dimas Covas, estiveram no local para acompanhar o carregamento dos caminhões. Com os novos envios, o Butantan concluirá o primeiro contrato firmado com o governo federal para o fornecimento de 46 milhões de doses, que sofreu atraso de alguns dias após problemas com a entrega de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) vindos da China, e começa a entregar as 54 milhões de doses previstas no segundo acordo.
A CoronaVac representa 75,3% das vacinas aplicadas no país, com 33,89 milhões de doses.
Matéria-prima
Ontem (5), o instituto declarou que foi solicitado à Sinovac o envio de 6 mil litros, para produzir aproximadamente 10 milhões de doses, mas espera receber minimamente os 3 mil que não foram liberados no prazo por conta de questões burocráticas do sistema de exportação chinês.
O Butantan é parceiro do laboratório, e responsável pela etapa final de produção da vacina no Brasil. “Nossa expectativa é a de que o IFA chegue no Brasil até o dia 15. Esse é o planejado, programado para que não haja atraso nenhum nas entregas da segunda parte do mês de maio”, afirmou Cintia Lucci, diretora de projetos estratégicos do Instituto, durante coletiva de imprensa do governo estadual.
Confira as entregas de doses do Butantan ao ministério:
O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), avalia que os primeiros depoimentos colhidos pela Comissão mostram “a existência de um gabinete das sombras, um ministério paralelo da saúde, um poder paraestatal” que não só aconselhava o presidente da República como definia medidas no enfrentamento do coronavírus numa linha contrária à de seus ministros da Saúde.
Os primeiros depoimentos prestados na Comissão foram dos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Mandetta disse que sofria a concorrência, dentro do governo, de assessores, filhos do presidente e médicos que chegaram a propor um decreto para incluir na bula da cloroquina o tratamento para Covid-19.
“Estes primeiros depoimentos deixam clara a existência de um ministério paralelo da saúde, um poder paraestatal, um gabinete das sombras, desconhecido, que não apenas aconselha, assessora, mas produz documentos, como a tentativa de burla na bula da cloroquina”, afirmou o relator da CPI da Covid.
Renan Calheiros destacou que esse “gabinete das sombras” tomou decisões sem o conhecimento dos dois ex-ministros da Saúde, como a determinação para o laboratório do Exército produzir mais cloroquina.
“Nenhum dos dois ministros tomou conhecimento do aumento da produção de cloroquina, isso foi ao arrepio do Ministério da Saúde”, afirmou Renan Calheiros.
Segundo o relator, Mandetta e Teich foram ignorados nas orientações de desaconselhar o uso da cloroquina e de recomendar o isolamento social e o uso de máscaras.
Ao longo dos treinamentos que foram promovidos com assessores da Secretaria-Geral da Presidência da República, o general Eduardo Pazuello conseguiu manter a paciência por um período máximo de 20 minutos ao ser questionado acerca da sua atuação no Ministério da Saúde.
Desde a semana passada, Pazuello vem sendo treinado por assessores palacianos para responder à CPI. O Palácio do Planalto está preocupado com respostas ríspidas ou que o ex-ministro entre em contradições ao longo da oitiva, que pode durar até 10 horas, de acordo com integrantes do colegiado. A título de comparação, o depoimento do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta durou 8 horas; o de Nelson Teich, 6 horas.
Na segunda-feira última, Pazuello xingou os assessores com palavrões e pediu pra encerrar o treinamento após ser questionado sobre o colapso do fornecimento de oxigênio em Manaus. As interrupções foram frequentes. “Ele não conseguiu ficar nem 20 minutos sem esbravejar”, admitiu uma fonte palaciana.
Pazuello deveria ter prestado depoimento ontem, mas pediu dispensa após ter tido contato com duas pessoas que testaram positivo para Covid.
Em sessão realizada na tarde de ontem, quarta-feira (5), o Senado Federal aprovou a suspensão temporária do Financiamento Estudantil. A princípio, a proposta inicial, do senador Jayme Campos (DEM-MT), a medida valeria por 180 dias, a partir de 1º de janeiro, no entanto, o relator da matéria, senador Dário Berger (MDB-SC), acatou outras emendas e ampliou o prazo para o final do ano.
“Como estamos no mês de maio, o benefício para os estudantes brasileiros, ocorreria nos meses de junho a julho. Portanto, acho muito justo e muito legítimo, que possamos prorrogar esse benefício até o dia 31 de dezembro de 2021”, segurou o senador Berger. O texto agora precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados.
Entre os vários estudos feitos pelo governo federal para beneficiar famílias mais necessitadas, inclusive adotando o “Auxílio Bujão de Gás”, a equipe econômica acenou para a possibilidade de ampliar o Auxílio Emergencial para mais 5 milhões de pessoas.
Quando lançou a nova rodada de benefícios, o governo federal abriu crédito de R$ 42,6 bilhões para bancar o auxílio emergencial. Há, portanto, segundo o jornal O Globo, um espaço de R$ 1,4 bilhões ainda a ser realizado. A expectativa é atender até 5 milhões de pessoas, a partir deste mês ou em junho.
Nelson Teich, ex-ministro da Saúde, afirmou hoje (5), na CPI da Covid, que a prescrição de cloroquina é um erro do ponto de vista médico. Porém, não chega a ser um ato criminoso.
“Em relação à parte ética, essas pessoas acreditam no que estão fazendo, mas a minha impressão é que a prescrição é inadequada. Na minha opinião seria mais uma questão em relação à competência do que uma coisa criminal”, argumentou o ex-ministro.
Durante evento no Planalto para anunciar investimentos em 5G, Jair Bolsonaro disse hoje que o coronavírus integra parte de uma “guerra biológica”. Além disso, questionou a origem do vírus, voltando a dizer que pode ter sido criado em laboratório.
“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu porque um ser humano ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês.”
Em 2020, o PIB da China cresceu 2,3%. No ano anterior, o crescimento foi de 6,5%.
Segundo o jornal Gazeta do Povo, é um hábito comum entre os senadores de vários estados, inclusive do Rio Grande do Norte, empregar seus suplentes nos próprios gabinetes. Os salários variam de R$ 3 mil a R$ 23 mil. Apenas neste mandato, esse cabide de emprego já custou R$ 3 milhões aos cofres públicos.
A estratégia tem sido utilizada por senadores do RN. Júnior Souto, presidente do PT do Rio Grande do Norte, é 1º suplente da senadora Zenaide Maia (PROS-RN), entretanto, está lotado no gabinete do senador Jean Paul Prates (PT-RN), com salário de R$ 18 mil. Prates assumiu o mandato quando a titular, Fátima Bezerra (PT-RN), foi governar o estado, em 2019.
A assessoria de Prates declarou que Souto já estava no gabinete antes de se tornar suplente. Foi incluído na chapa de Zenaide, em 2018, em um acordo eleitoral entre os dois partidos. Ele trabalhava no gabinete de Fátima desde 2015. Juntou R$ 468 mil só nesta legislatura.
Uma Comissão Parlamentar de Inquéritocomposta somente por homens. A CPI da Covid, mesmo com 11 titulares e 7 suplentes, não tem nenhuma senadora. Um fato previsível é que a bancada feminina não gostou e, logo, pediu espaço na comissão.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), terminou abrindo uma “concessão”, nas palavras dele, dando espaço para que senadoras participassem das sessões.
“Uma concessão feita por nós. Não está no regimento. Não é uma questão porque são mulheres, é porque tem representatividade”, disse há pouco Aziz, na sessão em andamento para ouvir Nelson Teich.
Eliziane Gama (Cidadania) ressaltou: “Só não entendo por que tanto medo das vozes femininas”.
O senador Ciro Nogueira (PP) rebateu:
“As pessoas ficam querendo dar uma outra versão, como se a gente estivesse perseguindo as mulheres. Quem perseguiu as mulheres foi o seu partido que não lhe indicou, senadora.”
Também presente na sala de reunião, a líder da bancada feminina, Simone Tebet (MDB), declarou que “privilégios é algo diferente de prerrogativa”. Leila Barros (PSB) indagou “por que homens podem falar e mulheres não?”.
Rapidamente, se tornou um bate-boca generalizado, com o líder do governo Bolsonaro no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), gritando que o regimento da Casa “está sendo rasgado” para dar espaço às mulheres na CPI. O governista Marcos Rogério (DEM) disse que as mulheres querem “dar peia” em Jair Bolsonaro, causando mais confusão.
Pronto: a CPI da Covid, com um ex-ministro da Saúde depondo, virou palco para embate de gênero. A sessão foi suspensa.
“Podem brigar aí à vontade, fazer o que quiserem aí”, disse Omar Aziz (PSD).
E mais pesquisas são feitas em todo o mundo com o objetivo de aprofundar estudos sobre o novo coronavírus que já matou mais de 3,5 milhões de pessoas em todo o planeta. Um estudo preliminar publicado na plataforma medRxiv, nos Estados Unidos, revelou que pessoas que tiveram a Covid-19 grave apresentam anticorpos neutralizantes, um ano após se recuperarem da doença.
Segundo a pesquisa, a presença de anticorpos está associada à gravidade do caso e à idade do paciente. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade Uniformed Services of Health Sciences, nos Estados Unidos, analisaram amostras de sangue de 250 voluntários que contraíram a infecção pelo novo coronavírus.
A presença de anticorpos neutralizantes é importante porque são eles que impedem a entrada do vírus na célula. Enquanto isso, a farmacêutica americana Pfizer anunciou que deve faturar, somente neste ano, 26 bilhões de dólares com a venda de vacina contra a Covid-19, produzida em parceria com a BioNTech.
O Ministério da Saúde admitiu ter divulgado um número superestimado de vacinas já contratadas contra a Covid-19. Na publicidade oficial e em declarações públicas do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o Ministério diz já ter comprado 560 milhões de doses. Porém, ao responder a um questionamento oficial formulado pelo Congresso, o MS informou que o número realmente contratado é a metade disso.
Na resposta ao questionamento do Congresso, a área técnica do Ministério da Saúde informou que já havia 281.023.470 doses contratadas e disse que 281.889.400 “estão em fase de negociação”. Na conta das vacinas ainda em negociação, a maioria é de doses da Universidade de Oxford com a farmacêutica AstraZeneca e fabricação pela Fundação Oswaldo Cruz, do Rio de Janeiro.
Segundo a pasta, são esperados 210 milhões de unidades até o final do ano, mas até hoje não há contratos assinados que garanta toda essa produção.
Em sua publicação o portal/jornal O GLOBO trouxe matéria que conta um fato histórico envolvendo os governos: brasileiro, norte-americano e cubano, no início dos anos 1960. O jornalista André Duchiade faz um preâmbulo, quando escreve: “A pedido de Whashington, governo brasileiro tomou medidas para evitar execuções de prisioneiros da fracassada invasão da Naía dos Porcos, revelam telegramas descobertos por historiador americano; independência da política externa da época qualificou o Brasil como intermediário”.
E a matéria faz revelações, assim: “Em abril de 1962, um ano depois da fracassada tentativa de invasão da Baía dos Porcos por exilados cubanos patrocinados pelos EUA, o então presidente brasileiro João Goulart atendeu a um pedido do seu homólogo americano John Fitzgerald Kennedy e intercedeu junto ao líder cubano Fidel Castro para evitar as execuções dos 1.200 prisioneiros envolvidos na operação”.
A descoberta foi revelada pelo National Security Archive, instituição de pesquisa ligada à Universidade George Whashington, e tem como fonte: documentos inéditos do Itamaraty, do Departamento de Estado americano e (monitoramento) de Cuba. A Pesquisa foi conduzida pelo historiador James Hersshberg, da mesma universidade.
O estudo se centra em um curto período, entre o final de março e começo de abril de 1962, quando Havana se preparava para levar a um tribunal especial os 1.179 prisioneiros envolvidos na operação, que enfrentavam acusações de traição e poderiam ser condenados à morte.
Segundo Hershberg, o “Brasil desempenhava um papel especial- não apenas por seu tamanho e importância na América do Sul, mas porque o seu líder, o presidente João Goulart, do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de centro-esquerda, estava prestes a visitar os Estados Unidos para uma cúpula com o presidente Kennedy no início de abril, e buscava obter ajuda econômica dos EUA – portanto, tinha um incentivo para fazer um favor a Washington”.
A pesquisa ressalta outro fator que punha o Brasil em posição privilegiada para mediar essa negociação: “Goulart e seu ministro das Relações Exteriores, San Tiago Dantas, tinham preservado laços amigáveis com Havana ao resistir fortemente à pressão dos EUA por severas sanções anti-Cuba”.
O jornalista André Duchiade faz suas intervenções documentais, fala do envolvimento de chanceleres brasileiros e sobre a intervenção brasileira nas relações de Cuba e os Estados Unidos, e finaliza escrevendo que “A sentença veio no domingo seguinte, 8 de abril, enquanto Goulart viajava pelos Estados Unidos após se encontrar com Kennedy. Os invasores foram considerados culpados, mas escaparam da pena de morte: a sentença era de 30 anos de prisão, ou uma indenização de 62 milhões de dólares. A ditadura cubana evitara matar os prisioneiros, deixando uma porta aberta para obter recursos importantes ao novo regime, que de fato viriam mais tarde: em dezembro, os prisioneiros seriam libertados em troca de US$ 53 milhões em comida e outros itens humanitários “.
Após quase um ano de negociação com o Banco Central, o WhatsApp lançou ontem, terça-feira, 4, um serviço de transferência bancária gratuita entre usuários no Brasil. Para iniciar a nova operação, o App fez parceria com 3 dos 5 maiores bancos do país: Banco do Brasil, Itaú e Bradesco, ficando de fora a Caixa Econômica Federal é o Santander.
O Brasil é o segundo maior mercado do WhatsApp no mundo, com mais de 120 milhões de pessoas utilizando, ficando atrás apenas da Índia, que tem 400 milhões de usuários. A opção começa a ser disponibilizada nas próximas semanas.
A força da água que atingiu a avenida Torquato Tapajós durante a chuva de ontem (3), em Manaus (AM), destruiu o posto de acolhimento de refugiados. Autoridades da Prefeitura de Manaus estiveram no local, tomando as providências cabíveis.
O muro de um terreno que fica ao lado do posto de acolhimento cedeu com a força da água, após a forte chuva que atingiu a região. A onda forte levou pessoas, veículos e toda estrutura que havia pela frente, mas não houve feridos graves.
De acordo com o secretário municipal da Casa Militar, tenente William Dias, no momento que a água invadiu o local havia 41 venezuelanos. “Oito dessas pessoas ficaram levemente feridas e as demais foram encaminhadas para outro abrigo”, completou.