Arthur Lira (Progressista-AL), que vai instalar hoje uma comissão especial
Embora não seja encarada como uma substituição ao Fundo Eleitoral, a doação de recursos financeiros às campanhas eleitorais por parte das empresas está sendo estudado para ser apresentado na Câmara dos Deputados.
Quase seis anos depois de o Supremo Tribunal Federal proibir o financiamento empresarial de campanhas políticas, a Câmara avalia uma forma de tornar viável a destinação de recursos do setor privado para candidatos ou partidos.
Uma proposta discutida nos bastidores por deputados prevê que sejam estabelecidos tetos de R$ 500 mil a R$ 1 milhão por empresa, independente do porte da campanha. O valor poderia ser doado para um único candidato ou dividido entre concorrentes, de deputado federal a presidente da República.
A reforma da lei eleitoral é patrocinada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressista-AL), que vai instalar hoje uma comissão especial para mudar as regras do jogo das disputas de 2022.
Na abertura dos trabalhos de hoje (4), da CPI da Covid-19, o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Senador Omar Aziz (PSD/AM) disse que foi informado de que o ex-ministro Pazuello não irá depor na sessão de amanhã, conforme a programação.
Antes do depoimento desta terça-feira, do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, o presidente da CPI disse que “O ministro Pazuello, vai chegar um comunicado aqui, eu fui comunicado hoje (terça-feira) de manhã.
O ministro Pazuello teve contato com dois coronéis auxiliares dele esse final de semana que estão com Covid. Segundo informação que eu tenho, ele vai entrar em quarentena e não virá depor amanhã (quarta). Essa informação, não é oficial, é extraoficial”, afirmou Omar Aziz.
Ele não fez nenhum discurso em plenário; tem apenas 5 propostas legislativas de sua autoria; participou de 144 votações. O deputado Federal Walter Alves gastou pouco mais de 70 mil reais nos primeiros meses de 2021.
O blog Tulio Lemos está analisando os gastos dos deputados federais do RN e vai apresentar os gastos do atual presidente Estadual do MDB, filho do ex-governador Garibaldi Alves Filho. O que chamou a atenção foi o fato de uma empresa de consultoria ter dito que fez peças publicitárias e apresentar um endereço de funcionamento onde na verdade funciona um escritório com 15 advogados.
Walter Alves recebe um salário de 33 mil reais; usa 111 mil reais para contratar 15 pessoas assessorar o gabinete. Usa imóvel funcional desde 1º de fevereiro de 2019.
JANEIRO
Walter Alves gastou pouco mais de 20 mil reais no mês de janeiro, em recesso e em plena Pandemia do Coronavírus. O maior valor investido pelo deputado potiguar foi 10 mil reais, na divulgação da atividade parlamentar. Em seguida, quase 6 mil reais em passagens áreas; 2 mil e 600 reais na manutenção do escritório e 2 mil e 400 reais em combustível.
DIVULGAÇÃO
Walter Alves usou 10 mil e 500 reais, a totalidade do recurso para divulgação da atividade parlamentar, para pagar a apenas uma empresa, a Roberto Wagner Carvalho de Lucena.
NOTA FISCAL
ATIVIDADE DA EMPRESA
De acordo com o cartão de CNJP da empresa que recebeu mais de 10 mil reais do deputado Walter Alves, sua atividade é: “Atividade de consultoria em gestão empresarial, exceto consultoria técnica específica.” A empresa não tem atividades secundárias.
ATIVIDADE REAL
Apesar da empresa receber mais de 10 mil reais do deputado Walter Alves para atividades de “consultoria em gestão empresarial,” de acordo com o que diz seu cartão de CNPJ. Porém, na realidade, a empresa realizou outra atividade na nota fiscal emitida para o gabinete: “Criação de peças publicitárias para divulgação, texto, vídeos e fotos.”
ENDEREÇO DA EMPRESA
Ainda de acordo com o documento oficial da Receita Federal, a empresa Roberto Wagner Carvalho de Lucena funciona na Rua Raimundo Chaves, 1972, em Candelária, Natal/RN.
LOCALIZAÇÃO DA EMPRESA
No endereço indicado pela empresa, o blog Tulio Lemos foi ao local e encontrou apenas esse escritório de advocacia, justamente na Rua Raimundo Chaves, 1972. Não há nenhum sinal de funcionamento de outra empresa no local. A placa maior apresenta dois advogados; a outra placa menor apresenta outros 13 advogados que também trabalham no endereço.
COMBUSTÍVEL
O deputado Walter Alves gastou em janeiro, quase 2 mil e 500 reais em combustível. 500 litros de óleo diesel e quase 100 litros de gasolina.
ESCRITÓRIO
Pelo aluguel do escritório em Natal, o deputado Walter Alves pagou 1 mil e 800 reais por uma sala no Edifício Empresarial Delmiro Gouveia.
PASSAGENS AÉREAS
Em janeiro, apesar do recesso parlamentar, Walter Alves pagou quase 6 mil reais em passagens aéreas.
FEVEREIRO
No mês de fevereiro, Walter Alves aumentou um pouco os gastos. O maior valor foi para “divulgação da atividade parlamentar”, com 12 mil e 500 reais; seguido de passagens aéreas, com quase 12 mil reais. As demais despesas se mantiveram no mesmo patamar do mês anterior.
ESCRITÓRIO
Em relação às despesas com o escritório, Walter Alves pagou o aluguel, IPTU e comprou alguns itens. 4 resmas de papel, 4 fitas estilo durex e 9 caixas de clipes.
DIVULGAÇÃO
Em fevereiro, a ‘divulgação’ da atividade do deputado Walter Alves foi paga a dois prestadores de serviço: Roberto Wagner Carvalho de Lucena, com 12 mil e 500 reais; e Eldorado Comunicação e Jornalismo, que recebeu 2 mil reais pela “prestação de serviços jornalísticos para TV”.
PASSAGENS
Walter Alves voou bastante no pequeno mês de fevereiro e pagou quase 12 mil reais de passagens aéreas.
MARÇO
Em março, Walter Alves gastou pouco mais de 18 mil reais. A maior parte, novamente, foi destinada à divulgação da atividade parlamentar, com 12 mil e 500 reais para as mesmas empresas que receberam em fevereiro.
DIVULGAÇÃO
Do montante total para divulgação, o volume maior foi novamente para a empresa que apresentou o endereço de um escritório de advocacia e tem atividade diferente do que disse oficialmente à Receita Federal: Roberto Wagner Carvalho de Lucena. O restante ficou com a empresa de Brasília.
Portanto, esses foram os principais gastos do deputado federal Walter Alves nos primeiros meses de 2021, sem atividade presencial e com Pandemia.
O senador José Renan Vasconcelos Carneiro, ou simplesmente Renan Calheiros, é um veterano da política brasileira e já foi alvo de diversas polêmicas. Atualmente, Calheiros é o relator da CPI da Covid, que busca investigar e responsabilizar culpados pelo fato de o Brasil ter ultrapassado 400 mil mortes pelo Coronavírus. Renan já chegou chegando. Para ser relator, foi necessário uma decisão judicial determinando validade na escolha do relator, feita pelo presidente da CPI.
O blog Tulio Lemos verificou a prestação de contas do senador Renan Calheiros. Ele teve gastos modestos nos primeiros meses do ano. Gastou pouco mais de 54 mil reais. O valor mais expressivo foi para “serviços de apoio ao parlamentar,” com 25 mil reais. Em seguida, 18 mil reais em passagens aéreas. O item locomoção, hospedagem, alimentação e combustíveis, só consumiu 1 mil e 300 reais e foi usado somente no mês de fevereiro. Mas foi justamente aí que o senador alagoano escorregou.
ALIMENTAÇÃO
Renan Calheiros foi três vezes ao restaurante Dom Francisco, que fica no Lago Sul, em Brasília.
PICANHA, PEIXE E FRANGO
O senador Renan Calheiros foi ao Dom Francisco no dia 1º de fevereiro, uma segunda-feira. Ele comeu o peixe de água doce Tambaqui, acompanhado de farofa. Degustou também uma Picanha 2 pontos; saboreou um Frango à Francisco, homenagem ao dono do restaurante; comeu também uma salada e tomou Coca zero. Renan não estava sozinho. Foi comida para muita gente. A conta paga com dinheiro público foi 493 reais. Ele pagou com cartão de crédito para ser reembolsado depois.
PICANHA NOVAMENTE
No dia seguinte, 2 de fevereiro, Renan Calheiros voltou ao Dom Francisco. Comeu novamente a Picanha 2 pontos, o Frango à Francisco, uma salada e tomou refrigerantes. A conta foi um pouco menor: 311 reais.
BACALHAU COM SALADA DE OVOS
Terça-feira, 23 de fevereiro. Senador Renan Calheiros chega novamente ao restaurante Dom Francisco. Ele come Bacalhau na brasa com farofa de ovos e salada. O Bacalhau na brasa para duas pessoas é meio salgado. Não no sabor, mas no preço. Custa 265 reais. A refeição do senador nos custou 508 reais.
DINHEIRO PÚBLICO
Infelizmente, ainda é assim que funciona: Os senadores recebem 33 mil reais de salário, moram de graça, tem auxílio para tudo, mais de 100 mil reais para contratar assessores… Mas comem, bebem e quem paga a conta é o contribuinte, que muitas vezes não tem condição nem de comer, nem de beber.
Ele é milionário, com patrimônio avaliado em 23 milhões de reais, mas come, bebe e viaja com as despesas pagas pelo contribuinte brasileiro. Ele é Ciro Nogueira, senador pelo Piauí desde 2010. Foi reeleito em 2018 com a mãe dele, Eliane e Silva Nogueira Lima como primeira suplente; o mandato vai até 2027.
O blog Tulio Lemos fez uma pequena investigação na prestação de contas do senador piauiense durante os primeiros meses de 2021, período em que o Senado esteve em recesso ou em sessões remotas por causa da Pandemia do Coronavírus.
Da cota para atividade parlamentar, Ciro Nogueira gastou 102 mil reais nos três primeiros meses do ano. Desse valor, quase a totalidade, 101 mil reais, foram gastos em combustível para abastecer o avião do senador e alimentação em alguns restaurantes. Ele consumiu 15.528 litros em três meses, voando entre o Piauí, São Paulo e Brasília. Comeu de tudo um pouco. De Strogonoff em São Paulo, a um Filleto de Robalo e um Carpaccio em Brasília, onde também saboreou um Salmão grelhado e tomou dois chopes. Tudo pago com dinheiro público.
JANEIRO
Em pleno recesso parlamentar, o Brasil registrava 29 mil mortes por Covid somente em janeiro; e superava os 200 mil óbitos desde o início da Pandemia. Mesmo nesse cenário assustador, o senador Ciro Nogueira comeu, bebeu e viajou bastante.
No dia 02 de janeiro, o primeiro sábado do ano, Ciro Nogueira comeu um Strogonoff pedido à Camelo Pizzaria, no Jardim Paulista, em São Paulo. O pedido custou 143 reais, com mais 10 reais pela entrega domiciliar.
RESTAURANTE ITALIANO
segunda-feira, dia 11 janeiro, o senador Ciro Nogueira foi ao restaurante Nosso Italiano, que fica na Asa Sul, em Brasília. O pedido foi variado: Carpaccio, Filetto di Robalo, Risotto di Gamberi, entre outros. A conta custou 342 reais, contando com a gorjeta generosa, de 39 reais.
CHOPE E PEIXE NO LAGO SUL
17 de janeiro, um domingo. O senador Ciro Nogueira foi ao restaurante Dom Francisco, que fica no Lago Sul, em Brasília. Tomou dois chopes Heineken, a 11 reais e 50 centavos cada; comeu um peixe Tambaqui com farofa, arroz com brocólis e uma Coca Cola zero. Generoso, deu uma gorjeta de 20 reais. O contribuinte pagou pelo almoço do senador, a quantia de 229 reais.
BIFE ANCHO NA ASA SUL
No dia 18 de janeiro, a segunda-feira começa com uma passada no restaurante Porto Alegre, na Asa Sul de Brasília. Lá, o senador Ciro Nogueira come um Bife Ancho com uma salada Julian, acompanhado de um guaraná zero. Depois, toma uma água com gás para ajudar na digestão. Pagamos 206 reais pelo almoço.
CARPACCIO E RAVIOLI
No mesmo dia 18, o senador Ciro Nogueira jantou no Nosso Italiano. Comeu Carpaccio a Mano, Ravioli Di Vitello e tomou suco de laranja e limão. A gorjeta foi 31 reais, para uma conta de 273 reais pelo jantar do senador piauiense.
SALMÃO E AÇAÍ
No dia 27 de janeiro, uma quarta-feira, o senador Ciro Nogueira foi a um restaurante que tem em sua atividade principal, o “comércio de roupas e materiais náuticos”. Mas foi justamente lá que ele saboreou um delicioso Salmão grelhado e ainda tomou 300 ml de Açaí e deu uma gorjeta de 14 reais.
COMBUSTÍVEL E ALIMENTAÇÃO
ABASTECIMENTO PARA O AVIÃO PARTICULAR
Durante o mês de janeiro, Ciro Nogueira consumiu 5.239 litros de gasolina para abastecer seu avião. No dia 11 de janeiro, ele abasteceu o avião em Teresina, capital do Piauí. Botou 623 litros do combustível JET A-1 para aviões a turbina. Pagou 3 mil e 700 reais.
PERNAMBUCO
No dia 12 janeiro, ele abasteceu em Imbiribeira, Recife. Foram 1075 litros, que custavam 5 mil e 600 reais.
VOLTA PARA O PIAUÍ
No mesmo dia (12/01), voltou para Teresina e reabasteceu o avião. Foram 1.316 litros, ao custo de 7 mil e 800 reais.
BRASÍLIA
No dia 15 de janeiro, senador Ciro Nogueira abastece o avião em Brasília. São mais 785 litros ao custo de 3 mil e 500 reais.
PIAUÍ
Em 24 de janeiro, o avião do senador Ciro Nogueira é novamente abastecido em Parnaíba, Piauí. São 8 mil e 500 reais de combustível, ou 1140 litros.
Assim terminou o abastecimento do mês de janeiro do avião do senador Ciro Nogueira.
FEVEREIRO
MARÇO
LOCAÇÃO DE VEÍCULOS 2020
A pesquisa feita nas contas do senador Ciro Nogueira seria somente em 2021. Porém, numa rápida visitada no ano passado, em apenas um item, locação de veículos, constatamos algo curioso. O valor da locação.
No dia 06 de outubro de 2020, Ciro Nogueira aluga um carro à Luauto Rent a Car por 12 mil reais, mas não declara que veículo é esse.
A descrição não detalha que veículo custou 12 mil reais de 01 a 30 de setembro. O blog Tulio Lemos pesquisou e encontrou o veículo a que se refere a placa POO-6499. Trata-se de uma Hilux 2018.
METADE DO PREÇO
No dia 13 de outubro, a Mazuad Locadora, emite uma nota de locação de uma Pick Up cabine dupla 4×4 com ar condicionado, que foi usada no mês de setembro. O valor: 6 mil reais.
Nesta terça-feira (4), às 10h, o depoimento do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta marca o início das oitivas da CPI da Covid. Outro ex-chefe da pasta que também será ouvido hoje é Nelson Teich. Já na quarta-feira (5) é a vez de Eduardo Pazuello. Seu depoimento é um dos mais esperados pelos membros da CPI e o que mais preocupa o Palácio do Planalto.
Na quinta-feira (6), a CPI promove as oitivas do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e do diretor-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres. De acordo com um integrante da CPI, os senadores visam, durante a esta semana, “fazer a reconstituição passo a passo das crises no Ministério da Saúde e determinar responsabilidades”.
Ao longo do depoimento de Mandetta, a oposição irá questioná-lo acerca das interferências de Jair Bolsonaro no Ministério da Saúde.
Os senadores de oposição desejam sinalizar como o presidente da República sabotou o combate à pandemia enquanto a ala governista tentará “desconstruir” a imagem técnica do ex-ministro, mostrando que ele agiu politicamente à frente da pasta, já pensando em uma candidatura à Presidência da República. Serão pelo menos 45 perguntas.
A oitiva de Nelson Teich preocupa o governo pelo fato de o ex-ministro ter iniciado as tratativas para a compra de vacinas. Os senadores do chamado G7 almejam focar exatamente neste aspecto para apontar, também, que a ação de Bolsonaro foi determinante para atrasar as tratativas junto às indústrias farmacêuticas. O objetivo é fazer, no mínimo, 36 questionamentos.
Ainda amanhã (5), acontece a inquirição do ex-ministro Eduardo Pazuello. O general foi treinado pelo Planalto para responder às perguntas dos senadores e para não se descontrolar após eventuais provocações de integrantes da oposição.
No decorrer do depoimento de Pazuello, os senadores vão questionar o ex-ministro sobre o processo de aquisição de vacinas e vão lembrar, por exemplo, do cancelamento do protocolo de intenções com o Butantan para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac.O recuo do governo ocorreu por determinação de Bolsonaro. “Já mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”, declarou Bolsonaro em outubro do ano passado.
Na oitiva de Pazuello, os senadores planejam também inquirir sobre o aplicativo TrateCOV,“tratamento precoce”,prescrição e aquisição de cloroquina, falta de campanhas publicitárias de enfretamento do novo coronavírus e sobre a falta de oxigênio e colapso na saúde de Manaus.
Os depoimentos mais mornos, de acordo com os próprios integrantes da CPI, devem ser de Queiroga e Barra Torres. Nos dois casos, segundo o colegiado, as perguntas serão mais técnicas, focadas no plano de imunização e nas autorizações para o uso de emergencial de vacinas.
Confira as principais perguntas que serão feitas pelos membros da CPI às testemunhas:
O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta— Foto: Adriano Machado/Reuters
Luiz Henrique Mandetta: – Houve pressão do presidente da República relacionada à aplicação da cloroquina? – Houve algum tipo de tratativa para a compra de vacinas? – Houve interferência do Planalto contra a adoção das medidas de isolamento social? – Quantas vezes (ou em quais oportunidades) o presidente foi alertado sobre o isolamento social? – Houve algum movimento de caráter político quando Mandetta esteve no ministério? – O Ministério da Saúde fiscalizou recursos encaminhados aos estados e municípios para o enfretamento da pandemia?
Foto: Sérgio Lima/Poder360 15.mai.2020
Nelson Teich: – Houve pressão do presidente da República relacionada à aplicação da cloroquina? – Quando foram iniciadas as tratativas para a aquisição de vacinas? Houve algum protocolo de intenção para aquisição de imunizantes iniciado na gestão Teich? – O Planalto boicotou ações de isolamento social? – Houve ação do Ministério para disponibilizar leitos de UTI?
Pazuello enquanto era ministro da Saúde Andressa Anholete/Getty Images
Eduardo Pazuello: – Houve pressão do presidente da República relacionada à aplicação da cloroquina? – Por qual motivo o governo federal ignorou o protocolo de aquisição de vacinas da Pfizer em agosto do ano passado? – Houve interferência do Planalto contra a adoção das medidas de isolamento social? – O presidente Jair Bolsonaro vetou a compra de vacinas em algum momento? – De quem foi a responsabilidade pelo colapso do sistema de saúde no Amazonas? – O Ministério da Saúde foi alertado previamente sobre a crise da saúde no Amazonas? – De quem foi a responsabilidade pela compra e envio de cloroquina para estados e municípios? – De quem foi a ideia de se implementar o aplicativo TrateCOV e quem é o responsável pela recomendação do chamado “tratamento precoce”?
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.
Marcelo Queiroga: – Ao sair do Ministério da Saúde, Pazuello deixou algum planejamento relacionado à compra de vacinas? Em caso positivo, houve erros nesse planejamento? – Qual é a expectativa de entrega de vacinas até o final do ano? – Houve alguma recomendação do presidente Jair Bolsonaro para acelerar o processo de compra de vacinas? – Houve algum entrave por parte do Palácio do Planalto que impediu a compra de vacinas?
Antonio Barra Torres teve o nome aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais para diretor-presidente da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) Pedro França/Agência Senado
Antônio Barra Torres: – O governo interferiu, em algum momento, para atrasar a concessão de autorização emergencial de vacinas? – Qual o período médio para a concessão de autorização emergencial para imunizantes? – As empresas farmacêuticas buscaram a Anvisa para acelerar a concessão da autorização emergencial de imunizantes?
Nesta segunda-feira (3), o número de pessoas vacinadas com pelo menos uma dose contra a Covid no Brasil chegou a 32.316.507, o equivalente a 15,26% da população total do país. Nas últimas 24 horas, 440.826 pessoas receberam a primeira dose do imunizante, de acordo com os dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias de Saúde de 26 estados.
Entre esses mais de 32 milhões de vacinados, 16.279.037 milhões receberam a segunda dose, o que representa 7,69% da população brasileira com a imunização completa contra o coronavírus. Nas últimas 24 horas, 409.052 pessoas receberam essa dose de reforço. Somando as primeiras e segundas, o Brasil administrou 849.878 doses somente ontem.
Segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares do Ministério da Saúde, as internações de pacientes com covid-19 custaram ao menos 2,99 bilhões aos cofres do SUS (Sistema Único de Saúde) desde o início da pandemia até fevereiro de 2021. Os valores gastos pelo ministério não incluem investimentos de estados, municípios e entidades filantrópicas, por exemplo. Os dados remontam apenas ao final de abril, quando foi criada uma rubrica específica para os procedimentos de covid-19.
“É bom citar que esse custo não se mede só pelo período de internação. Boa parte dessas pessoas, após a alta de UTI [Unidade de Terapia Intensiva], vai precisar de cuidado continuado, assistência e previdência social para suporte em diversas situações”, diz a sanitarista Bernadete Perez, vice-presidente da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).
NÚMEROS ALTOS
Do final de abril de 2020 a fevereiro deste ano, o sistema contabiliza 609.501 pacientes tratados no SUS, com 129.890 mortes —o equivalente a uma taxa de mortalidade de 21,3% dos internados. O sistema não permite separação de dados por pacientes em UTI e em enfermaria. Em 2020, o sistema contabilizou 470.529 internações pela doença causada pelo novo coronavírus.
Já neste ano, até fevereiro, foram 138.972. Não há ainda dados disponíveis de março e abril. Em média, somando internações em enfermarias e UTIs, o SUS desembolsou R$ 4.916,14 por tratamento de paciente. “O gasto financeiro com a hospitalização pela covid é muito alto, mas ainda é aquém da necessidade brasileira —vide as filas de espera nas UPAs [Unidades de Pronto Atendimento]”, afirma Perez.
O governo federal repassa aos estados R$ 1.600 por diária de leito de UTI para pacientes com covid-19, o dobro do valor que era pago a pacientes antes da pandemia. Porém, no início de 2021, o governo federal reduziu em mais de 80% o número de leitos financiados em fevereiro, em comparação com o final de 2020. Estados precisaram ir ao STF (Supremo Tribunal Federal) para garantir a volta do financiamento dos leitos.
VALOR COMPLETADO
O dinheiro repassado pelo governo não é capaz de cobrir os custos e tem de ser completado por estados e municípios. “Aqui a gente pagava, no ano passado, R$ 2.000 por diária a um hospital contratualizado. Com essa nova onda neste ano, ampliamos esse valor para R$ 2.400”, diz André Longo, secretário de Saúde de Pernambuco.
Imagem: Mateus Pereira/Governo da Bahia
Bernadete Perez afirma que para a covid-19 vale a máxima da saúde pública de que prevenir sairia bem mais barato que remediar e, se ações de distanciamento social tivessem sido tomadas no momento certo, os gastos com internações –e consequentemente o número de mortes– seriam bem menores.
“Leito de UTI não diminui a transmissão viral. Prevenir uma doença evitável como a covid é muito mais em conta.”
– Bernadete Perez, sanitarista
“Bastava uma renda emergencial, suporte aos mais vulneráveis, rede de atenção primária forte com vigilância epidemiológica, disponibilidade de testes em massa, incentivo de uso e distribuição de máscaras, políticas públicas para garantir distanciamento, transporte público etc.”, explica.
“Na visão do Lula, ter uma renda emergencial neste momento não vai afetar as finanças brasileiras. É possível e razoável fazer isso”.
De acordo com o jornal, “Lula acha que a principal bandeira da oposição deve ser defender o aumento do valor do auxílio emergencial, de um patamar médio atual de 250 reais, com duração de quatro meses, para 600 reais, até o fim da pandemia”.
Lula cobrou ainda, a parti da declaração: “deixa de ser ignorante, presidente. Pare de brigar com a ciência, pare de tentar falar com seus milicianos”. Segundo o ex-presidente, o auxílio abaixo de 600 reais não é suficiente para que as pessoas consigam arcar com os prejuízos da crise gerada pelo coronavírus. Ele acrescentou ainda que “temos que garantir a ajuda emergencial para que o povo possa ficar em casa, possa comer, e para o micro empreendedor continuar aberto e funcionando”.
“FECHE A BOCA”
Lula também pediu a Bolsonaro que “feche a boca” e pare de comentar assuntos que ele não domina. “Fecha a boca, Bolsonaro. Não adianta ficar falando bobagem. Deixa o médico falar por você. Da mesma forma que você não sabe falar de economia, não fale de saúde. Deixa o ministro da saúde falar, deixa o pessoal do SUS falar, deixa os governadores falarem.”
Além disso, o ex-presidente defendeu a vacinação em massa como “única solução” para a saída da crise do coronavírus. “Essa crise é uma guerra da natureza contra a humanidade. É uma guerra que se espalhou pelo planeta inteiro. Não tem país rico ou país pobre. E a única solução para ela é a vacina”, disse. “E a gente não sabe se a vacina serve para todas as cepas. Os governantes têm que se reunir”, argumentou.
Paciente com Covid-19 transferidos para a UTIs do Hospital de Campanha, em Belém – Foto: Marcelo Seabra / Ag.Pará / Fotos Públicas
Ao atingir mais de 400 mil mortes em decorrência da Covid-19, o Brasil tem apenas 90 cidades sem óbitos causados pela doença. Estão livres da marca municípios com até 11 mil habitantes, no interior de 12 estados. Rio Grande do Norte, Minas Gerais e Tocantins têm os maiores percentuais de cidades sem mortes. Em todo o país, somente 1,6% dos municípios não registrou um óbito.
Desde dezembro, no entanto, o coronavírus chegou a todas as 5.570 cidades brasileiras. Cedro do Abaeté, em Minas, foi a última a computar ao menos um caso da doença, notificada pela primeira vez no país em fevereiro de 2020.
Especialistas explicam que municípios pequenos têm menor circulação da população. Essa dinâmica social contribui para evitar a propagação do coronavírus. No entanto, eles dizem que é provável que venham a ocorrer óbitos em todos os municípios, em algum momento, em razão do grave quadro epidemiológico atual e do elevado número de casos no país.
“[Essas cidades] São pequenas, muito isoladas e não tiveram um volume muito significativo de casos e, consequentemente, não tiveram óbitos”, diz Diego Xavier, pesquisador do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Xavier, porém, pondera que a pandemia pode ter impactado o dia a dia nessas localidades. Dependente de assistência em saúde de municípios vizinhos, a população pode não ter conseguido atendimento e leito para outras doenças.
Por enquanto, a análise dos dados exige cautela, diz Ethel Maciel, pós-doutora em epidemiologia e professora da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo). Segundo ela, óbitos podem ter sido registrados em outra cidade e há risco até de subnotificação nesses locais.
“Vamos saber melhor quando fizermos uma análise sobre o excesso de mortes. Nós analisamos quantas pessoas morreram nos últimos anos e quantos morreram no período da pandemia. Se estiver muito acima da série histórica do período, deve ser considerada morte relacionada à pandemia”, afirma Maciel.
Nas cidades ainda sem registros, gestores municipais temem a ocorrência de mortes, principalmente por causa da falta de infraestrutura. Em geral, essas são cidades que dependem da rede de alta complexidade de municípios maiores. Para evitar esse cenário, Lilian Pereira de Carvalho Xavier, secretária de Saúde de Bonito de Minas, no estado mineiro, diz que a cidade investiu em medidas sanitárias para tentar evitar a disseminação do coronavírus. Agentes foram contratados para visitar as casas e orientar a população.
Eles também fiscalizam o comércio. Foi criado ainda um disque-denúncia para flagrar aglomerações e firmada uma parceria com a Polícia Militar. Na avaliação da gestora, o fato de 80% da população morar na zona rural também contribuiu para a contenção do vírus.
“Não fizemos nenhuma mágica, só estamos seguindo as orientações sanitárias e monitorando para evitar que as pessoas se infectem e que os casos se agravem. Temos receio de que isso aconteça porque teríamos de recorrer a outros municípios por não ter hospital na cidade”, diz Lilian.
Davi Cássio Fernandes (PL), prefeito de Riacho de Santana, no Rio Grande do Norte, destaca que o município segue regras sanitárias definidas pelo estado. Assim como Lilian, as limitações de equipamentos de saúde preocupam. “Nossa cidade não está imune e já tivemos casos de hospitalização, mas nada grave. Tomamos os cuidados necessários, o que nos ajuda é a baixa circulação de pessoas de fora da cidade, só temos uma via de acesso para a rodovia”, afirma.
Enquanto há cidades sem registros de morte por Covid, em 3.148 (56,5%) houve mais óbitos em 2021 do que em 2020. Rondônia, Paraná, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul são os estados com os maiores percentuais de municípios com essa realidade.
O alto número de óbitos atinge cidades de pequeno a grande portes. São 11 capitais nessa situação: Belo Horizonte, Manaus, Curitiba, Goiânia, Porto Alegre, Campo Grande, Cuiabá, Porto Velho, Florianópolis, Boa Vista e Palmas.
Médico infectologista e professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo), Fernando Bellissimo Rodrigues diz ser esperado o crescimento do número de mortes em 2021 como resultado do aumento do volume de casos no período. Em março e abril, a doença alcançou marcas alarmantes no país.
Rodrigues afirma que há indícios de que a Covid esteja entrando em declínio, mas evita fazer projeções em virtude de três fatores: comportamento da população; velocidade da vacinação; e efetividade dos imunizantes contra a cepa brasileira do coronavírus.
“A princípio esse aumento de casos é atribuído à cepa P.1, mas ainda não há nada conclusivo. Estudos in vitro sugerem que as vacinas têm efetividade menor em relação às novas variantes, mas não nula”, diz. Por isso, de acordo com ele, todas as cidades deverão manter ações em saúde para segurar a circulação do coronavírus, inclusive aquelas que ainda não tenham registrado mortes, a fim de conter o avanço da doença. “Mesmo com toda a população vacinada, não vamos poder abdicar das medidas sanitárias”, afirma Rodrigues.
Renan Calheiros disse para Valdo Cruz que Anderson Torres vai ser convocado para depor na CPI da Covid:
“O ministro da Justiça deu entrevista à revista Veja dando declarações de que vai requisitar à Polícia Federal dados de investigações contra governadores, tudo num contexto de tentar acuar a CPI. Ele acabou insinuando colocar a PF como polícia política, isso não tem cabimento, não vivemos um estado policial (…). Ele vai ter de justificar o que disse. Vai, com certeza, ser convocado. O vice-presidente Randolfe vai apresentar requerimento pedindo a convocação e vamos aprovar. Ele não pode usar o governo para pressionar senadores e governadores.”
“A pandemia já nos tirou 400 mil vidas. Vivemos um momento muito dolorido da vida nacional, com muitas famílias enlutadas e ainda temos esse flagelo a ser combatido. É uma pena que estejamos vivendo um momento como esse num clima de tanto radicalismo e tão pouco diálogo. As apurações devem ser feitas, independentemente de qualquer coisa, mas deveria haver mais diálogo entre os atores políticos, pois vidas estão em jogo”, destacou o deputado federal pelo Rio Grande do Norte, Walter Alves, sobre as apurações da CPI COVID.
Segundo o parlamentar, há um ditado sobre CPIs: sabemos como elas começam, mas não sabemos como terminam. Na sua opinião, o presidente da CPI foi muito feliz ao dizer que o objetivo da Comissão deve ser o de diminuir os danos causados pela pandemia. “Apontar, quanto antes, possíveis ações e omissões para fazermos correções de rota. Veja, perdemos até aqui 400 mil vidas. Quantas ainda perderemos? Isso tudo depende do avanço da vacinação e do acerto das políticas adotadas. Precisamos superar o momento difícil que vivemos”, ressaltou Walter Alves.
“A política tem que ser o palco do diálogo, onde a gente coloque os problemas sobre a mesa e encontre as soluções com toda a serenidade. Por outro lado, conseguimos enxergar boas políticas, como as empreendidas pelo ministério de desenvolvimento regional, que tem o nosso conterrâneo Rogério Marinho à frente. Lutas que vêm lá de trás como a Transposição do Rio São Francisco e a Barragem de Oiticica estão sendo concretizadas”, finalizou.
Ainda na perspectiva dele, não é fácil enfrentar na condição de gestor público uma pandemia tão devastadora. Por isso, ele acredita que esse momento político de radicalismo, com ausência de diálogo, acaba por agravar os efeitos da pandemia. “Não quero me antecipar sobre os resultados da CPI, pois como falei na outra resposta, elas são sempre imprevisíveis”, reforçou o potiguar.
Além disso, o deputado sinalizou que, desde o início da pandemia, colocou o mandato à disposição, para ajudar no enfrentamento da pandemia no RN. “Creio que falta no RN o aprofundamento do diálogo com a classe produtiva, para que consigamos, ao mesmo tempo, estabelecer medidas de proteção, como também proteger o emprego e a renda das pessoas. Defendo sempre: diálogo, diálogo e diálogo”, argumentou.
Já quanto à política nacional, o deputado disse que o presidente erra ao estabelecer a política do confronto, acrescentando que, num momento de pandemia, esse desacerto fica mais evidente. De acordo com Walter Alves, o cidadão que está sofrendo, que perdeu um familiar, que não encontra perspectiva de emprego, que perdeu renda, olha para o cenário político e vê toda essa guerra.
O presidente Jair Bolsonaro empossa o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante cerimônia de nomeação dos ministros de Estado, no Palácio do Planalto.
O reacionarismo elegante está definitivamente órfão. A elite cheirosa que votou em Jair Bolsonaro “pra tirar o PT” sempre gostou de ostentar desconforto com a porção ogro do atual ocupante do Planalto — uma rejeição meramente estética — e amparava-se em dois “amuletos técnicos” para fazer o descarrego desse abraço à grosseria e ao neofascismo.
O primeiro amuleto era Sergio Moro, o “paladino anticorrupção”. A ruptura de Moro com Bolsonaro e, principalmente, o desmascaramento da farsa judicial da Lava Jato derrubaram o primeiro álibi de quem apertou 17 na urna, mas tinha a ilusão de preservar na aura fragrâncias contemporâneas.
O segundo amuleto era o “brilhante” Paulo Guedes, cujo currículo tinha como ponto alto ter sido um economista secundário durante a ditadura Pinochet, no Chile. Guedes, porém, parece pouco preocupado em preservar o autodeclarado verniz.
Esta semana, por exemplo, fez questão de denunciar ao país o “caráter antipatriótico” da longevidade — segundo o ministro, “as pessoas querem viver, 100, 120 anos”, o que seria insustentável para as contas públicas. Não satisfeito, o responsável pela Economia voltou suas baterias de despautérios contra a presença de filhos de porteiros nas universidades.
É o ódio de classe sem maquiagem. Quem quiser continuar apoiando, vai ter que se virar sem os adereços da camuflagem.
Apontado como “superministro”, o “Posto Ipiranga do governo” — o homem que tinha todas as respostas — Guedes enganou a quem quis ser enganado. Afinal, seu fundamentalismo ultraliberal, onde a realidade é apenas um entrave à aplicação da ortodoxia, tem causado verdadeira razia na vida da população.
O arrocho a qualquer custo, o culto à exclusão social, o salve-se quem puder econômico têm tudo a ver com a Escola de Chicago — não a de Milton Friedmann, que era liberal, mas não era genocida. A falta de empatia lembra mais a Chicago de Al Capone.
Essa política só pode ter como resultados a economia em frangalhos, a volta da fome e da insegurança alimentar atormentando 55% das famílias e o abismo do desemprego e subemprego.
A solução passa, necessariamente, pela ampliação de direitos e oportunidades, onde a educação tem papel decisivo. Para romper a lógica da “Casa-Grande e Senzala” que inspira o bolsonarismo, o Brasil precisa de muitos filhos de porteiros nas universidades.
Um alérgico a investimentos públicos tem dificuldade em compreender. Mas o exemplo já foi dado. Em 13 anos, os governos Lula e Dilma ampliaram significativamente os investimentos em educação. O orçamento do setor, que era de R$ 18,1 bilhões em 2003, saltou para R$ 100 bilhões em 2016.
A criação do Prouni, maior programa de concessão de bolsas para o ensino superior do mundo, assegurou que, até 2015, 2,55 milhões de pessoas tivessem acesso a universidades pagas. Pelo Fies, fundo de financiamento para ensino superior privado, 2,14 milhões de estudantes foram beneficiados.
No período petista, as universidades públicas ampliaram suas vagas e chegaram ao interior do Brasil: foram criados 173 campi universitários e 18 universidades federais. O número de matrículas nessas instituições duplicou, saltando de 505 mil em 2003 para 932 mil em 2014.
Estou convencido de que falta pouco para o Brasil retomar um rumo de otimismo e de superação dos fossos da desigualdade. Pelo caminho, vão ficando as máscaras e os vernizes de quem se emplumou para camuflar o caráter mesquinho de um projeto de destruição nacional.
*Jean Paul Prates é Senador da República pelo PT do Rio Grande do Norte.
O texto acima expressa a visão de quem o assina, não necessariamente do portal.
Em um ano de pandemia, a massa de rendimentos do trabalho das pessoas ocupadas encolheu 7,4%
Em um ano de pandemia, a massa de rendimentos do trabalho das pessoas ocupadas encolheu 7,4%, uma perda de R$ 16,8 bilhões, na comparação entre o trimestre encerrado em fevereiro de 2021 e o mesmo período do ano passado.
Quando se compara o dado mais recente com os três meses imediatamente anteriores (de setembro a novembro de 2020) , verifica-se uma perda de R$ 4,6 bilhões (-2,1%).
Os dados são da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), divulgados nesta sexta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e mostraram também que o desemprego atingiu o patamar recorde de 14,4% no trimestre encerrado em fevereiro.
Em relação ao período pré-crise, destacam-se as quedas no rendimento médio real habitual das pessoas ocupadas nos segmentos de alojamento e alimentação (-9,7%) e atividades de transporte (-7,8%), que estão entre os mais afetados pelas restrições impostas pela pandemia.
A menor queda foi verificada na agropecuária (-0,8%). A administração pública foi a única atividade com aumento real nos rendimentos, de 5,3%, durante esse período.
Em relação ao tipo de ocupação, as maiores quedas no valor médio recebido foram dos empregadores (-5,4%) e dos trabalhadores domésticos (-3,6%).
Assalariados no setor privado com carteira tiveram uma perda de 0,8%, enquanto os sem carteira registraram elevação de 0,5% no rendimento médio. O corte de vagas com salários menores explica esse movimento na média.
Os dados do IBGE mostram ainda quais os segmentos responsáveis pela perda de 7,8 milhões de postos de trabalho em um ano.
Atividades de alojamento e alimentação perderam 1,5 milhão de empregos, maior queda percentual (-27,4%) entre as dez subdivisões utilizadas pelo IBGE. A indústria fechou cerca de 1,3 milhão de postos (-10,8%), mesmo número dos serviços domésticos (-20,6%).
O comércio perdeu 1,98 milhão de vagas (-11%). Nesse caso, o número absoluto elevado se deve ao grande número de trabalhadores nesse segmento, mais de 15 milhões, enquanto nos serviços as atividades estão subdivididas na classificação do IBGE.
Foram abertos postos de trabalho somente na agropecuária (226 mil) e no setor público (374 mil).
Os dados do IBGE mostram ainda que houve aumento de 2 milhões no número de desempregados, considerando quem procurava emprego no período, para 14,4 milhões após um ano de pandemia.
Além disso, 10,5 milhões de pessoas saíram da força de trabalho. Ou seja, não estão empregadas nem procuram emprego.
Dessas, 1,2 milhão passaram a compor o grupo de desalentados, que chegou ao patamar recorde de quase 6 milhões, um aumento de 27% em um ano.
Segundo o Globo, o ministro do STF Marco Aurélio Mello enviou para o plenário da Corte a queixa-crime do governador do Maranhão, Flávio Dino, contra Jair Bolsonaro. Dino argumenta que Jair Bolsonaro mentiu ao confirmar que cancelou uma viagem ao Maranhão porque o governo estadual negou uma solicitação do GSI com o objetivo de que a Polícia Militar promovesse a sua segurança. A votação acontecerá de forma virtual entre os dias 7 e 14 de maio.
O juiz da 4ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Natal, Cícero Martins de Macedo Filho, em ação movida pelo Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Natal (Sinsenat), concedeu liminar determinando o pagamento integral dos salários dos servidores do grupo de risco da STTU, que estão trabalhando em sistema remoto em razão da Covid-19.
“Pelo exposto, defiro parcialmente a tutela de urgência para assegurar aos servidores da STTU considerados dos grupos de riscos, nos termos da legislação já referida e nas normas municipais, e que estejam em trabalho remoto (home office) em razão da pandemia de Covid-19, o pagamento integral dos seus vencimentos a partir desta data, sem cortes de gratificações/adicionais, enquanto perdurar a situação de trabalho remoto, devendo ainda aquela autarquia ser intimada com urgência para o cumprimento da presente decisão”, diz trecho do despacho do magistrado.
O Sinsenat denunciou ao Ministério Público do Trabalho (MPT) que os servidores do grupo de risco estavam sendo coagidos a retornarem ao trabalho presencial, sob pena de terem suas gratificações cortadas. Em média, essas gratificações representam 50% da remuneração dos trabalhadores da STTU.
O MPT recomendou o pagamento integral dos salários dos servidores do grupo de risco afastados das atividades presenciais, mas a decisão foi descumprida pela STTU. O Sinsenat, diante disso, entrou com o pedido de liminar junto ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN).
Em sua decisão favorável à liminar pedida pelo Sinsenat, o juiz ressalta que estamos vivendo “o pior momento da pandemia” e que, mesmo com o início da vacinação, “o rico de contrair o vírus é altíssimo, pondo em risco grande aqueles portadores de comorbidades e idosos”.
A coordenadora-geral do Sinsenat, Soraya Godeiro, disse que, depois que a entidade entrou com a ação contra a STTU, outras secretarias começaram a fazer a mesma coisa, ameaçando cortar as gratificações dos servidores do grupo de risco.
“A Secretaria Municipal de Educação enviou ofício aos gestores escolares comunicando o corte das gratificações dos servidores afastados por integrarem o grupo de risco da Covid-19. Já entramos com uma nova ação pedindo uma liminar, assim como fizemos em relação à STTU. Hoje, aconteceu a mesma coisa na Semov. Como essa prática está ocorrendo em toda a Prefeitura de Natal, vamos entrar nas próximas horas com outro pedido de liminar para não haver corte das gratificações e adicionais de nenhum servidor no âmbito municipal que esteja afastado em razão da pandemia”, declarou.
Em Natal, manifestantes percorrem a Avenida Rio Branco, no Centro – Foto: Reprodução
As comemorações pelo Dia do Internacional do Trabalho, que ocorre neste sábado (1º), foram marcadas em Natal por eventos organizados por entidades sindicais e também atos por agendados por movimentos de direita e grupos conservadores.
Uma das ações, marcada pelas centrais da CUT, CTB, NCST, CSP Conlutas, Intersindical e Pública, além da Frente Brasil Popular e a Frente Potiguar em Defesa do Serviço Público, acontece frente do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), em Lagoa Nova, na Zona Sul de Natal. O protesto pede celeridade na vacinação contra a Covid-19 e reajuste no pagamento de auxílio emergencial para R$ 600.
Por volta das 10h, em outra manifestação, movimentos de direita e grupos conservadores iniciaram protesto contra as medidas de restrições econômica impostas pelo Poder Público durante a pandemia — como o atual toque de recolher em vigor no Rio Grande do Norte, por exemplo.
Com concentração marcada para às 9h do sábado, em frente ao Colégio Marista, na Rua Apodi, os manifestantes caminham até à Praça dos Três Poderes. No local, os manifestantes farão ato público contra as medidas restritivas e impedimentos às atividades econômicas no Rio Grande do Norte.
Em Natal, manifestantes percorrem a Avenida Rio Branco, no Centro – Foto: Reprodução
Tendo em vista que as últimas decisões do STF – Supremo Tribunal Federal têm interferido diretamente nas Casas legislativas que formam o Congresso Nacional, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça, da Câmara dos Deputados, a parlamentar Bia Kicis (PSL-DF), incluiu duas propostas no principal colegiado da Câmara para limitar a atuação do STF.
A iniciativa dela na CCJ se dá em um contexto de crescentes críticas de deputados e senadores ao eu chamam de ativismo judicial dos ministros. Incomodam aos parlamentares, em especial, decisões com impacto no Congresso. Dois casos recentes ilustram as queixas. O primeiro é a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL/DF), em fevereiro, por ordem de Alexandre de Morais.
O segundo, já no início do mês de abril, o ministro do STF, Luiz Roberto Barroso mandou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM/AL) instalar a CPI da Covid. Para fazer frente ao poder da corte, os projetos pautados pela deputada Bia Kicis tratam de restrições a ADOs (ações diretas de inconstitucionalidade), ADPFs (arguições de descumprimento de preceito fundamental) e ADOs (ações diretas de inconstitucionalidade por omissão). O texto chegou a ter o parecer proferido na CCJ na última quarta-feira, mas não avançou por pedido de vistas de deputados da oposição.
Com a transmissão descontrolada do vírus Covid-1, o país viveu colapso de várias redes hospitalares, com morte de pacientes na fila por leito e falta de remédios para intubação. E mesmo com o mês de abril contabilizando os 82.401 óbitos contribuindo para que o país superasse as 400 mil mortes, a Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, A PANDEMIA PARECE ESTAR DESACELERANDO UM POUCO NESTE MOMENTO, MAS AINDA CONTINUA EM PATAMARES CRÍTICOS E COM NÚMEROS ELEVADOS DE MORTES.
Até por isso, os pesquisadores recomendam manter o distanciamento físico e social para que a doença não volte a ter um ritmo mais elevado de transmissão. Ontem, sexta-feira, 30, o número de novas infecções notificadas foi de 73.076. No total, o Brasil tem 404.287 mortos e 14.665.962 casos da doença, a segunda nação com mais número de óbitos, atrás apenas dos Estados Unidos.
Enquanto isso, conforme relatório, mais de 80% da população do Rio Grande do Norte continua em zonas de alerta para Covid-19. O estudo reúne nove variáveis que traçam um olhar sobre a situação de cada município e uma pontuação que mostra a evolução a cada semana.
Vinte municípios apontaram índice 4, representando estarem em pior situação: Macau, Guamaré, Alto do Rodrigues, Assú, Almino Afonso São Tomé, Monte das Gameleiras, Brejinho, Acari, Goianinha, São Miguel, Florânia, Felipe Guerra, Jucurutu, Serrinha, Extremoz, Caraúbas, Jardim do Seridó e Santo Antonio.
O Dia do Trabalho; ou do trabalhador, é um dos piores dos últimos anos. A Pandemia devastou empregos, destruiu sonhos, arrasou empresas. A fome bateu na porta do trabalhador e a dificuldade bateu na porta do empregador. Quase que a miséria é socializada.
MORTES
O País ultrapassa a terrível marca de 400 mil mortes pela Covid. O voo da TAM em Congonhas matou 199 pessoas. Foi uma comoção nacional; notícia internacional. A Covid já abateu 2 mil voos como o da TAM só no Brasil. A morte foi banalizada. A vida perdeu o valor.
DISTORÇÃO
O formato de uso da verba de gabinete é absolutamente distorcido da realidade. A prestação de contas do deputado General Girão, em que ele come picanha na chapa e até uma barra de chocolate, pagas com dinheiro do contribuinte, é um acinte ao trabalhador comum, que tem que pagar até pelo ar que respira. Detalhe: Deputado ganha salário de 33 mil reais.
DISTORÇÃO II
O deputado João Maia, que já é rico independente do salário de parlamentar, se submeter a pagar 90 reais de taxi e ser reembolsado, é uma picuinha que não condiz com sua trajetória. Só serviu para desgastar sua imagem.
DISTORÇÃO III
A jovem e bela deputada Natália Bonavides não precisava pagar migalhas de Uber com dinheiro público. Coisa pequena para quem está agindo como gente grande na Câmara. Desgaste desnecessário.
POSIÇÃO
A governadora Fátima Bezerra tem se posicionado corretamente em relação à Pandemia. Apesar de falhas em ações que poderiam ter sido efetivadas por sua gestão, a filha de Seu Severino não se omite e trata os problemas com transparência e destemor.
COMPARAÇÃO
Circula nas redes sociais, uma publicação que aponta ações e serviços do governo Fátima Bezerra e compara com Robinson Faria e Rosalba Ciarlini. O material não tem assinatura, mas cheira a campanha antecipada nas redes sociais.
QUIETO
O ministro Rogério Marinho é potiguar; mas bem poderia ser mineiro. O estilo ‘come quieto’ do filho de Valério tem conquistado espaços generosos e preciosos no RN e em Brasília. Rogério sabe que, no momento, conquistar conceito é melhor que intenção de voto. Conceito positivo, o voto é consequência.
CANDIDATURA
A possível candidatura do ministro Fábio Faria a vice do presidente Bolsonaro não deixa de ser importante para a carreira do filho de Robinson. Mas não passa de pura especulação. Candidatura a vice tem que somar, agregar. E Fábio não agrega nada ao grupo do presidente.
CANDIDATURA II
O nome de Fábio Faria surgiu como alternativa para vice por causa do peso que traria à chapa, o sogro do potiguar, milionário Sílvio Santos. Porém, o argumento é o mesmo para o descarte. O dono do Baú já é apaixonado por Bolsonaro. Não agrega. É preciso algo que some mais do que o presidente já perdeu.
ARROGÂNCIA
Questionado a respeito da candidatura do senador Styvenson Valentim ao Governo do Estado, um político experiente soltou: “Com o comportamento arrogante dele, hoje não teria um terço do eleitorado que votou nele para o Senado.” Será?
PROJEÇÃO
Quem mudou totalmente o estilo de se comunicar com as redes sociais foi o senador Jean Paul Prates. Ele sabe que não é o candidato dos sonhos do PT para compor chapa com Fátima. Por isso, tem procurado se projetar bem mais junto ao eleitorado para chegar fortalecido no gueto petista.
GREVE
Da jornalista Laurita Arruda, no Twitter: “Sindicato dos professores do RN promete greve se houver volta às aulas. Mas greve de quê?”
CRÉDITO
O deputado Francisco do PT viabilizou, junto à AGN, comandada pela ex-deputada Márcia Maia, crédito para micro e pequenos empreendedores do Seridó. O dinheiro foi liberado sem burocracia e sem juros, como apoio do Governo Fátima ao enfrentamento da crise.
OLHOS ABERTOS
A Prefeitura de Natal contratou, sem licitação, a clínica Oftalmodontocenter, para “prestação de serviços ambulatoriais para os usuários do SUS. O valor estimado para um ano de contrato é de mais de 1 milhão e meio de reais (R$ R$ 1.585.964,88).
URBANA
A investigação aberta pelo Ministério Público para investigar possível irregularidades no processo licitatório da Urbana, não vai cheirar bem. Quando a briga começa de dentro pra fora, o intestino das contratações pode trazer muitas bactérias e contaminar a gestão de Álvaro Dias.
FILÓSOFO
Do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, sobre 2022: “Ainda é cedo para cravar prognósticos. O certo é que o futuro é incerto.” Filosofou o filho de Agnelo. E ele está certo.
CLIMATIZAÇÃO
Prefeito Álvaro Dias vai contratar empresa para climatizar o Hospital Municipal de Natal. Tomada de preços dia 13 de maio. Medida mais que acertada pelo gestor municipal.