Início » Nacional » Página 9

Nacional


GILMAR MENDES DIZ QUE LULA PODE PLEITEAR INDENIZAÇÃO POR TER PASSADO 580 DIAS PRESO INJUSTAMENTE

  • por
Compartilhe esse post

O ministro do Supremo Tribuna Federal (STF), Gilmar Mendes, declarou que o ex-presidente Lula pode pleitear indenização por ter passado 580 dias preso injustamente. “Não sei se ele vai fazer, mas é uma questão a ser considerada”, disse, em entrevista a Rafael Moraes Moura e Andreza Matais, publicada neste domingo (18), em O Estado de S. Paulo.

Mendes também destacou que a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, julgada pela Corte, não será revista. “Essa questão está resolvida. Porque, de fato, nós julgamos o habeas corpus (da suspeição de Moro na Segunda Turma). Nós temos que ser rigorosos com as regras processuais. Não podemos fazer casuísmo com o processo, por se tratar de A ou de B. O que é curioso é que eu propus que a matéria fosse afetada ao plenário, na época, em 2018, no início do julgamento. E por três a dois a minha posição ficou vencida. E, agora, a decisão foi tomada”, disse.

Veja outros trechos da entrevista de Gilmar Mendes:

“Claro que a Lava Jato sofreu inúmeras derrotas ao longo desse tempo. Mas por seus próprios méritos. Ou deméritos. Ela causou isso. Na medida em que, por exemplo, eles avançavam sobre competências que não tinham. A pergunta básica é: como que se deu tanto poder a uma força tarefa? Em que lugar do mundo haveria isso? É alguma coisa que precisa ser explicada. Virou um esquadrão.

Houve, de alguma forma, um colapso aí, em termos de gestão administrativa. Esses problemas se multiplicam. De alguma forma, estão ocorrendo episódios semelhantes na Sétima Vara de do Rio de Janeiro. Em que aparece um superadvogado (Nythalmar Filho, alvo de mandados de busca da Polícia Federal), que teria relacionamento com o juiz (Marcelo Bretas), que teria trânsito com os procuradores, que faziam todas as delações… E tudo mais. Nesse mundo obscuro que é o Rio de Janeiro. O combate à corrupção não pode ser instrumento de corrupção”.

“Quanto ao impeachment (de Bolsonaro), os ministros do STF veem com muita naturalidade. Como vocês acompanham, são pedidos feitos por grupos contrariados com uma decisão, como aquela do ministro Alexandre em relação a esse deputado Daniel Silveira (parlamentar bolsonarista que acabou preso, após fazer apologia ao AI-5 e insultar o STF), que já não é mais uma decisão do ministro Alexandre, ela foi referendada pelo plenário. Por que então pedir o impeachment só do ministro Alexandre, né? Cada vez que um de nós tomar uma decisão, vai ficar suscetível a esse tipo de ameaça? Portanto, é uma questão de cultura política.

Estamos em meio a uma pandemia, com problemas os mais diversos, eu tenho propugnado para que a gente busque um consenso no sentido de encaminharmos bem, cada um com suas responsabilidades. Não entendo que devêssemos banalizar o impeachment de presidente da República”.

“Leis de ditadura nós temos muitas. O próprio Código Penal e o Código de Processo Penal são de uma ditadura hoje considerada mais soft, do Estado Novo, período Vargas. Não é isso que deve nos balizar para analisar a questão. Tenho a impressão de que temos de olhar com muito cuidado. Mas eu torço para que, de fato, haja a substituição da Lei de Segurança Nacional. Que o Congresso faça um novo projeto de lei, e a previsão expressa de uma lei de defesa do estado democrático direito. Corre-se sempre o risco de você afirmar que algo não foi recepcionado (pela Constituição) e produzirmos lacunas em tipos (penais) que talvez sejam importantes. Por isso temos de nos movimentar com muito cuidado”.

Fonte: Revista Fórum.


Compartilhe esse post

CURTINHAS DO BLOG

  • por
Compartilhe esse post

SILÊNCIO

Toda vez que o deputado/ministro Fábio Faria for falar a respeito do Governo do RN, precisa escolher melhor o tema e fazer uma rápida pesquisa para saber se o assunto não é indigesto ao seu pai, ex-governador Robinson Faria. As escolhas recentes dos temas viraram bumerangue negativo.

SOBERBA

Claro que o efeito Lula ajuda Fátima Bezerra. O problema é que o povo do Governo já está comemorando como se tivesse vencido o pleito de 2022. Calma pessoal. A soberba é amiga íntima do fracasso. 

DUPLA FACE

O deputado Ezequiel de Souza é visto por setores do Governo Fátima como inconfiável politicamente. O motivo seria o fato de o presidente da Assembleia ser governista, mas sempre ter seu nome vinculado a planos da oposição.

VOZ

A governadora Fátima Bezerra carece de uma voz de credibilidade para ser o para-choque da gestão. Por enquanto, o Governo ecoa um silêncio ensurdecedor sem rosto.

CONTRATO

Diário Oficial do Estado publica contrato da Agência Reguladora de Serviços Públicos com a Funpec, Fundação de Pesquisa da UFRN. O objeto é a realização de um estudo técnico relacionado “à revisão tarifária do setor de saneamento básico, no âmbito do abastecimento de água e esgotamento sanitário. Vai receber R$ 338 mil pelo estudo que vai furar o bolso do cidadão.

JUSTIÇA

Frase do jornalista Ricardo Noblat: “Não importa o que eu penso ou você pensa a respeito da decisão do Supremo que anulou as condenações de Lula. Decisão judicial é para ser cumprida. Sem o império da lei, a sociedade voltaria à Idade da Pedra. É melhor uma justiça imperfeita e por vezes contraditória a nenhuma.”

ADITIVO

A Fundação da UERN fez o terceiro termo aditivo ao contrato com a Link Card Administradora de Benefícios. Prorrogou o contrato por mais 12 meses e aditivou o valor em 410 mil reais. Pra que será esse dinheiro? A empresa tem sede em Buri, São Paulo.

DISPENSA

A Prefeitura de Natal, através da secretaria de Saúde, comprou mais de 10 milhões de reais em medicamentos. Tudo com dispensa de licitação. É legal e é possível diante da necessidade. Mas um olhar apurado, mostra direcionamento claro para determinadas empresas.

APELIDOS

Irreverente em tempo integral, sempre com a língua afiada, o ex-vereador Luiz Almir já carimbou o prefeito de Natal, Álvaro Dias e a governadora do RN, Fátima Bezerra, com seus respectivos apelidos: “Álvaro Covid e Fátima Cadeado.”

DÓLARES

A Prefeitura de São Gonçalo do Amarante republicou um edital de licitação para gastar 34 milhões de dólares de um empréstimo feito no Banco de Desenvolvimento da Bacia do Prata, Fonplata. O objeto do contrato é executar a obra de implantação da rede de distribuição de água da cidade. A data do novo certame é 06 de maio. Estranho é não ter aparecido nenhuma empresa interessada nas publicações anteriores.

DE OURO

O Governo do Estado, usando dinheiro do Banco Mundial, está ‘reestruturando’ o Posto Fiscal de Canguaretama. Chama a atenção o valor da obra: “R$ 9.467.131,03 (nove milhões, quatrocentos e sessenta e sete mil, cento e trinta e um reais e três centavos). Ou seja: Quase 10 milhões de reais por uma reforma?

LUXO

A CAERN contratou a empresa ACC Construções para fazer a “reforma dos banheiros da Administração Central” da empresa. Pela ‘reforma’, a CAERN vai pagar 250 mil reais. Deve ser um luxo só esses banheiros da CAERN. Vai virar point para os trabalhadores da empresa.

FILMAGEM

Secretaria de Saúde do Estado pegou uma carona na licitação feita pela Prefeitura de Taipu e vai pagar quase 300 mil reais a uma empresa que presta serviços de microfilmagens. Que tipo de microfilmagem vão realizar, não foi dito ainda.

MACAÍBA

Ministério Público na cidade de Macaíba investiga contratação de professores pela Prefeitura com pagamento abaixo do piso salarial. O MP instaurou inquérito civil para apurar também a legalidade na contratação de empresa para o ‘fornecimento’ de professores para a rede municipal de ensino via pregão presencial. O inquérito ganhou o número 04.23.2108.0000004/2021.


Compartilhe esse post

FÁBIO FARIA: ‘O 4G MUDOU A VIDA DE PESSOAS, O 5G VAI MUDAR A VIDA DE INDÚSTRIAS’

  • por
Compartilhe esse post

O ministro das Comunicações, Fábio Faria, falou sobre o impacto da implantação do 5G para os brasileiros, durante entrevista para a jornalista Lilian Tahan, do Metrópoles. Para explicar de forma mais clara a importância que a tecnologia terá na vida das pessoas, o ministro destacou que o 4G possibilitou que os cidadãos pudessem utilizar aplicativos como Waze Uber para se locomover, além de outros apps, como o FaceTime.

Faria lembrou ainda que a tecnologia permitiu que as pessoas enviassem mensagens de áudio para destinatários do outro lado do mundo. “Então, ela [tecnologia 4G] modificou a vida das pessoas, o 5G vai modificar a vida das indústrias e das empresas. Nós teremos ‘coisa’ falando com ‘coisa’, isso se chama IoT (sigla em inglês para internet das coisas)”, disse Faria.

O ministro afirmou que, atualmente, para se levantar um drone, é preciso um controle para cada avião não tripulado, o que dificulta determinados trabalhos, como o de detectar desmatamentos e incêndios na Amazônia.

Mas com a internet das coisas e o 5G, apenas uma pessoa já será o suficiente para manusear diversos drones ao mesmo tempo, que seriam necessários para monitorar situações como essa, por exemplo. Isso porque as máquinas vão poder se comunicar entre elas, o que irá aumentar a eficiência de diversos setores, entre eles, o Agronegócio.

“Você terá um carro ou um táxi sem motorista, um drone levando pessoas sem motorista. Então, nós teremos uma modificação muito grande na vida das empresas e das indústrias“, pontuou.

Durante a entrevista, o ministro manteve a previsão de que, até 2022, todas as capitais poderão contar com a rede 5G standalone, considerada por Faria como a melhor. Vale destacar que o edital do 5G está sendo analisado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) que deve emitir um parecer, segundo Faria, nos próximos 30 dias.

Depois disso, o ministro explicou que o documento deve ser devolvido para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que, em cerca de 40 dias, deve realizar o leilão, o que deve acontecer em meados de julho.

Confira abaixo a entrevista completa. O trecho utilizado para esta matéria começa a partir de 26m e 50s de vídeo.

Fonte: Minha Operadora.


Compartilhe esse post

MULHERES NA POLÍTICA: BAIXA REPRESENTATIVIDADE NOS ESPAÇOS DE PODER NA LUTA POR DIREITOS

  • por
Compartilhe esse post

ARTIGO

Por: Emily Avelino

2021 tá diferente, né?

Mas, algumas coisas ainda persistem em permanecer iguais (ou quase). Se colocarmos a questão de gênero no debate sobre a ocupação dos espaços de poder, então… falamos horas a fio, sinalizando como a democracia plena ainda é um sonho distante. Temem o feminismo, pois reconhecem o impacto transformador do movimento, que atua como contra dispositivo, nesta sociedade injusta, onde calam vozes, sexualidades, raças, classes. Não suportam o diferente. Não suportam a perda dos privilégios, que são mantidos à base dos sacrifícios das que desejam manter em posição de objeto, no espaço sem transcendia: “eterno feminino”. É desumano. Ser objeto dói. Antes, as falas não eram ouvidas. Hoje, os gritos ensurdecem.

via: Débora Islas/CLAUDIA

Mesmo assim, o patriarcado ainda se aproveita, principalmente, das mulheres que ainda não conseguiram recuperar, por meio de consciências alheias, seus corpos e suas relações com o mundo. O sistema patriarcal suga, a partir da ideia de que tudo está na “ordem das coisas” (na verdade, não passa da construção social imposta), sendo insistente no desejo de determinar destinos. Uma prova disso é como as mulheres estão inseridas em dinâmicas sociais de desvantagem: na divisão sexual do trabalho, nos cuidados e responsabilidades, na família e maternidade, no aborto, na sexualidade e autonomia. Tudo isso interfere diretamente nas condições de vida do ser de sexo ou gênero feminino, consequentemente, em menores oportunidades de atuação política para propositura de mudanças em espaços de maior abrangência pública.

Ou seja, a política é mantida, em suas estruturas, como espaços masculinos, provocando, de forma clara, a exclusão de mulheres e outros grupos que foram historicamente subalternizados, por carregarem o peso de serem quem são. Mas, a esperança ainda mora no peito. De fato, mais mulheres do que nunca estão sendo eleitas para os parlamentos ao redor do mundo, mesmo assim, a igualdade ainda está muito longe; e, não custa lembrar, o progresso atual é bastante letárgico – sem contar as inúmeras tentativas de revogação de direitos. Vale destacar que grande parte dos parlamentos ainda é, vigorosamente, dominada por homens, e alguns não têm deputadas – fator demasiadamente negativo. Mesmo onde as mulheres estão presentes em maior número, os tetos de vidro geralmente permanecem firmes, constatando que as matrizes de dominação continuam patriarcais e colonialistas.

Segundo o Inter-Parliamentary Union (IPU), o Brasil é um dos piores países em termos de representatividade política feminina, ocupando o segundo lugar na América do Sul em menor representação parlamentar de mulheres, ficando atrás somente do Paraguai. O governo de Bolsonaro, entre os 23 ministérios em funcionamento em abril deste ano de 2021, tem somente 8,69% de representatividade feminina, com Damares Alves ocupando o cargo de ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, e Tereza Cristina no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A média mundial de nomeação feminina para os ministérios/equivalentes é de 20,7%, que representa a maior já registrada. Será que as mulheres brasileiras são, de fato, representadas diante deste número?

Foto: Reprodução

Entendendo que a interpretação precede a mudança, precisamos de políticos atentos, que saibam pensar com atenção nas questões como as pautas levantadas nos feminismos, que não podem mais permanecer, enfatizo, à margem das noções de democracia. De acordo com o estudo da IPU, o Brasil tem apenas 77 mulheres na Câmara (15% do total) e 7 no Senado (7%). Estão em posição melhor que o Brasil, por exemplo, países de maioria muçulmana como o Iraque (67ª posição) e a Arábia Saudita (109ª). Já as melhores posições são ocupadas por Ruanda, com 63,8% de mulheres na Câmara e 38,5% no Senado, e Cuba, com 53,1% e 47,2%, respectivamente.

No Brasil, o número de mulheres eleitas se mantém no Senado, mas aumenta na Câmara e nas Assembleias. Sete mulheres foram eleitas para o Senado nas últimas eleições para o pleito. Já na Câmara, foram 77 deputadas, um aumento de 51% em relação a 2014. O número de deputadas estaduais também cresceu 35%. Apesar disso, nenhuma mulher foi eleita para o Senado em 20 estados, em três deles: Acre Bahia e Tocantins, não houve candidatas. O Rio Grande do Norte (RN) foi o único no país a eleger uma mulher para o cargo de governadora. Ainda segundo pesquisa realizada pela IPU, 82% das parlamentares foram vítimas de violência psicológica, dificultando a permanência feminina nesses espaços de poder.

As porcentagens para candidatas nas eleições não são suficientes para garantia de igualdade das mulheres no Parlamento, demonstrando que, se não ocorrer uma mudança efetiva no sistema eleitoral, a baixa representatividade feminina da política brasileira poderá permanecer e, em consequência disto, não haverá uma democracia forte. Além disso, não é considerado, ao longo do processo eleitoral, que as mulheres que concorrem às eleições enfrentam inúmeros desafios, incluindo, dentre outros, abordar a discriminação ou crenças culturais que limitam o papel das mulheres na sociedade, equilibrando a vida privada, familiar e política, obtendo apoio de partidos políticos e assegurando financiamento para campanhas.

Elas também podem sofrer violências, assédios e intimidações. Algumas mulheres podem até ser dissuadidas de concorrer ao cargo, deixando os homens nas posições de poder. A transformação é possível se houver comprometimento político e estruturas legais e políticas adequadas para proporcionar condições equitativas para mulheres e homens. Sigamos na luta pela conquista de direitos. O feminismo é semelhante à construção de um muro, onde cada tijolo é um direito, reconhecido e garantido, e cada tijolo que é colocado se apoia no anterior. Vamos juntas conhecer e apoiar mais mulheres que possam representar nossos interesses nos parlamentos brasileiros?

*Emily Avelino é jornalista potiguar apaixonada por política.


Compartilhe esse post

QUAL O SENTIMENTO QUE FICA DEPOIS DAS ANULAÇÕES, PELO STF, DAS CONDENAÇÕES DE LULA?

  • por
Compartilhe esse post

A última semana terminou sob agitação após o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmar, por 8 votos a 3, a decisão do ministro Edson Fachin de retirar da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) os casos da Lava Jato que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No dia 8 de março, Fachin anulou todos os atos processuais de quatro ações em que Lula figurava como réu ou investigado na Lava Jato por considerar que as acusações não têm relação com o escândalo de corrupção na Petrobras.

Com o posicionamento do Supremo, as condenações de Lula ficam anuladas e, com isso, o petista não está mais enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que o impedia de se candidatar nas eleições. Para que Lula seja novamente tornado inelegível, seria necessário que a Justiça promovesse sua condenação em duas instâncias antes das eleições de 2022, cenário pouco provável.

Com o objetivo de analisar o sentimento que fica depois desta decisão, o Blog TulioLemos está promovendo uma enquete que pode ser respondida a partir da visualização de qualquer notícia do portal, ou seja, ficará visível para todos os visitantes. Vale destacar que o voto é computado somente uma vez por ID, buscando garantir maior segurança quanto ao resultado obtido na pesquisa. Além disso, a interatividade, sinaliza os resultados de forma instantânea. A sua participação pode ser realizada, por meio de acesso a qualquer notícia do portal Blog TulioLemos, na lateral direita. Participe!


Compartilhe esse post

A GEOPOLÍTICA DO “EFEITO LULA”

  • por
Compartilhe esse post

ARTIGO

Pablo Capistrano

A decisão do STF que, por 8 votos a 3, manteve o entendimento do ministro Edson Fachin acerca da anulação das condenações do ex-presidente Lula, sob o argumento da “incompetência jurisdicional” da décima terceira vara de Curitiba, é mais um passo no sentido de tornar juridicamente viável uma candidatura de Lula em 2022. Esse fato por si só produz movimentos tectônicos, não apenas na política nacional mas também no tabuleiro de xadrez geopolítico desses novos “furiosos anos vinte”.

Ora, desde que o portal de Pierre Omidyar (The Intercept) protagonizou o vazamento seletivo das conversas de membros da operação Lava Jato com o Juiz da causa, o ex-ministro Sérgio Moro, que as conexões “extraoficiais” entre agentes do Departamento de Justiça dos EUA com os membros da operação ficaram claríssimas. Não é preciso ter uma inteligência mediana para juntar os pontos. 

A espionagem do governo norte-americano (demonstrada pelos documentos vazados por Edward Snwoden) e atuação de think tanks financiados por dinheiro norte-americano durante as Jornadas de Junho de 2013, já deveria ser motivo suficiente para nos fazer entender que o complexo industrial-militar-acadêmico que governa o gigante do Norte não tinha o mínimo interesse na continuidade do Partido dos Trabalhadores (PT) no poder aqui no Brasil.

Especialmente em função do fato de que foram os governos petistas que não apenas criaram uma rede de sustentação de governos de esquerda no continente, dando um poderoso suporte geopolítico à Venezuela, como também aproximaram o Brasil da China e da Rússia, criando condições para construção dos BRICs, causando pavor no status quo norte-americano, que aceita qualquer coisa nessa vida, menos perder a influência sobre seu “quintal” latino-americano.

A questão geopolítica que um possível retorno de Lula ao centro do poder no maior país da América Latina abre é a de se saber qual o movimento que a administração Biden vai fazer em relação a essa “ameaça”. Lula já elogiou Biden em uma entrevista a CNN norte-americana e diante das “cagadas” protagonizadas pela política externa do governo Bolsonaro (subordinando vergonhosamente os interesses da nação à eleição de Donald Trump), tem gente já apostando que os democratas optariam por dar uma colher de chá ao líder trabalhista brasileiro porque teriam chegado à conclusão de que um Brasil sob o governo Bolsonaro caminha para um caos irreversível. Nesse sentido, o aprendizado da Lava Jato pode ter contribuído para os norte-americanos entenderem que não é do interesse deles um Brasil em guerra civil.

Ao observar como o recuo das empreiteiras brasileiras, destruídas pela atuação judicial de Sérgio Moro, abriu espaço para a influência da China na costa ocidental da África, os norte-americanos teriam entendido (se essa tese estiver correta) que é melhor um Brasil em ordem, com um governo pragmático, do que essa aberração política eleita em 2018. Isso fundamentalmente porque, no vácuo de um país destruído pela desordem ideológica de um governo incompetente, seria a parceria estratégica entre russos e chineses quem mais sairia ganhando no continente sul-americano.

Assim, se o sistema político não conseguir oferecer uma alternativa eleitoral viável à catástrofe Bolsonaro, melhor seria para Washington que Lula assumisse. Seria o famoso “se só tem tu, vai tu mesmo”. Eu sei que a esquerda brasileira anda de paquera com Biden já faz tempo, mas é bom botar as barbas de molho com os democratas. Se eles são diferentes dos republicanos na cozinha da política interna, na sala de jantar da geopolítica, os EUA são governados por um único partido: o da guerra.

Acreditar realmente que a mesma administração democrata que conspirou com setores militares e civis brasileiros para a implantação do regime de 64 e voltou a conspirar, quarenta anos depois, com esses mesmos setores, para retirar Dilma Rousseff do poder, seria condescendente com um Brasil que não se comportasse como um vassalo de Washington em plena luta pela dominação de espectro total contra a Rússia e China é ter muita fé de que Deus é realmente brasileiro.

O que parece claro é que, no tabuleiro da geopolítica do sul global, para os norte-americanos resolverem o problema que eles mesmos ajudaram a criar, três opções estão postas à mesa: 1. chancelar um retorno de Lula; 2. construir um tertium para se afastar da catástrofe Bolsonaro sem assumir o risco Lula (cada vez mais difícil) ou 3. abrir mão de sua velha carta verde oliva e colocar “o país na linha” com seus terceirizados das forças armadas brasileiras. É pagar para ver.

*Pablo Capistrano é professor de Filosofia e Direito no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Mestre em metafísica e Doutor em Literatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e participou, nos anos 90, do grupo de ação cultural Sótão 277.

Compartilhe esse post

O EFEITO LULA SOBRE A ELEIÇÃO DO RN

  • por
Compartilhe esse post

A decisão do Supremo Tribunal Federal, de anular as condenações do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, terá consequências na política nacional e também na política dos Estados. Afinal de contas, para todos os efeitos práticos de multiplicação da notícia e da imagem, Lula é inocente e foi injustiçado. E a solidariedade ao injustiçado na política tem um efeito extremamente forte.


No RN não será diferente. Lula sempre foi muito forte e até decisivo nas eleições do Rio Grande do Norte. Quem não lembra do pleito em que Wilma de Faria votou no PDT no primeiro turno, mas recebeu o apoio de Lula no segundo turno ao anunciar o voto no petista e participou daquele comício gigantesco e memorável ao lado do antigo Machadão, em que Mineiro, mesmo à contragosto, gritou: “Agora é Lula, agora é Wilma”.


Na história mais recente, Lula foi decisivo para a vitória de Robinson Faria sobre Henrique Alves no segundo turno. O pai de Fábio montou a chapa com Fátima Bezerra para o Senado, tendo Henrique e Wilma do outro lado. No primeiro turno, a irmã de Tetê derrotou a mãe de Márcia e garantiu a cadeira de oito anos. No segundo turno, Robinson usou a força de Fátima e do PT para fazer Lula gravar um depoimento em apoio ao seu nome. Lula gravou uma entrevista com Robinson como se fosse dois
amigos de infância.

O efeito Lula explodiu no interior e terminou de matar a candidatura de Henrique, que carregava forte rejeição. Em 2022, caso esse cenário de Lula Livre e Inocente persista, Fátima Bezerra terá o maior e mais forte cabo eleitoral para sua reeleição. Com um detalhe: Lula não era íntimo ou sequer amigo de Wilma e ou de Robinson. Com Fátima é diferente. Dá liga. A palavra de Lula sobre Fátima é forte e passa credibilidade.


Atualmente, Maria de Fátima Bezerra já não vislumbra adversários com poder de fogo para abatê-la nas urnas. Com o Bolsonarismo em queda livre, um Governo sem escândalos e com Lula debaixo do braço, a irmã de Tetê tem tudo para emplacar novo mandato. Porém, tudo isso é hoje. Em política, tudo pode mudar da noite para o dia. Aliás, com as redes sociais em efervescência, tudo pode mudar de um segundo para o outro. É aguardar.


Compartilhe esse post

GENERAL GIRÃO JÁ NÃO TERÁ MAIS O APELO DO NOVO. REELEIÇÃO DIFÍCIL

  • por
Compartilhe esse post

Em 2018, a avalanche da ‘novidade’ do presidenciável Jair Messias Bolsonaro, carregou, em todos os estados do Brasil, dezenas, centenas de novos candidatos que foram eleitos de forma surpreendente, alicerçados no discurso fácil do então PSL que iria mudar o País de ponta a ponta.


No RN, o General Girão foi o ‘escolhido’ do segmento Bolsonarista para ser eleito. Obteve 81.640 votos só na base do ‘gogó’, replicando as promessas do Capitão e fortalecendo o discurso radical da extrema direita no Estado.

Eleito Deputado Federal, Girão surfou na onda Bolsonarista até pouco tempo, quando a gestão do presidente era bem avaliada pela grande maioria da população. Mas hoje, só isso já não é suficiente para Girão renovar o mandato. Pelo contrário. Com Bolsonaro em baixa, Girão terá que encontrar um discurso e uma plataforma capazes de conquistar semelhante votação de 2018.

Sem candidatos potencialmente fortes em seu partido, o PSL, Girão terá que usar mais que o discurso agressivo contra a governadora Fátima Bezerra. Bater na irmã de Tetê pode até dar ibope, mas dificilmente produzirá votos que proporcione um novo mandato. General da reserva, Girão poderá entrar no banco de reserva da política potiguar logo depois do primeiro jogo oficial.


Compartilhe esse post

BRIGA DE FOICE NO PT PARA MANTER A CADEIRA DE FEDERAL

  • por
Compartilhe esse post

Diferentemente dos demais partidos que tem uma cadeira na Câmara dos Deputados, o PT é um dos poucos que teve dois deputados federais eleitos pelo quantitativo eleitoral: Natália Bonavides e Fernando Mineiro, este último prejudicado por questões burocráticas que lhe surrupiaram o mandato. O PT tem a possibilidade de manter o mandato em Brasília se buscar candidatos com peso eleitoral. Do contrário, sem candidatos ‘esteira’, o partido de Fátima também pode perder o mandato.


No último pleito, o PT apresentou apenas cinco candidatos. Além de Natália e Mineiro, o único com votação expressiva foi Caramuru, que obteve 23.813 votos; os demais tiveram votação fraquíssima: Ana Michele, 7.631 votos; Gilberto Veríssimo, 2.402 votos e Major Henrique, que obteve apenas 1.842 votos. Os ‘esteiras’ do PT somaram 35.688 votos.

No total geral, o PT obteve 246.756 votos para a legenda de deputado federal.
Atual ocupante da cadeira petista, a bela Natália Bonavides conquistou a simpatia de expressivo segmento eleitoral dentro e fora do PT. Foi eleita com 112.998 votos, consolidando a segunda posição entre os eleitos em 2018. A juventude é o maior capital que a deputada dispõe, mas é insuficiente para fazê-la continuar distribuindo simpatia na Capital Federal.


Dentro do PT existe a possibilidade de Fernando Mineiro ser novamente candidato a Federal. Se assumir o mandato, mandando Betinho Rosado de volta pra Mossoró, facilita sua posição. Mineiro tem história no PT e capital político com capilaridade estadual. Em 2018, obteve 98.070 votos, ficando na terceira posição geral, mas foi prejudicado pela contabilidade do TRE e ficou de fora. Tirando a antipatia natural e a soberba do poder, Fernando Wanderley poderá tomar a cadeira da menina do atual cabelo curto.

Corre por fora o atual senador Jean Paul Prates, que já vislumbra a rasteira que vai levar do partido de Lula para tentar se manter em Brasília como Senador. Dessa forma, poderá disputar uma cadeira de deputado Federal. Entre Natália, Mineiro e Jean Paul, este último é o mais fraco do ponto de vista eleitoral. Será um grande ‘esteira’ para manter a cadeira do PT na Câmara dos Deputados.


Compartilhe esse post

BRASIL ULTRAPASSA 371 MIL MORTOS POR COVID; PAÍS REGISTROU 2.865 MORTES EM 24 HORAS

  • por
Compartilhe esse post

O país registrou 2.865 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas e totalizou neste sábado (17) 371.889 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias chegou a 2.917. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +6%, indicando tendência de estabilidade nos óbitos decorrentes da doença.

Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h deste sábado. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.

Já são 87 dias seguidos no Brasil com a média móvel de mortes acima da marca de mil; o país completa agora 32 dias com essa média acima dos 2 mil mortos por dia. Nos últimos 22 dias, a média esteve acima da marca de 2,5 mil.

Veja a sequência da última semana na média móvel:

Média de mortes nos últimos 7 dias — Foto: Arte/G1

Média de mortes nos últimos 7 dias — Foto: Arte/G1

  • Domingo (11): 3.109
  • Segunda (12): 3.125 (recorde)
  • Terça (13): 3.051
  • Quarta (14): 3.012
  • Quinta (15): 2.952
  • Sexta (16): 2.870
  • Sábado (17): 2.917

Em casos confirmados, desde o começo da pandemia 13.900.134 brasileiros já tiveram ou têm o novo coronavírus, com 65.792 desses confirmados no último dia. A média móvel nos últimos 7 dias foi de 65.207 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de 1% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de estabilidade nos diagnósticos.

Onze estados estão com alta nas mortes: AC, AP, ES, GO, MG, PA, PE, PR, RJ, RR e SE.

Brasil, 17 de abril

  • Total de mortes: 371.889
  • Registro de mortes em 24 horas: 2.865
  • Média de novas mortes nos últimos 7 dias: 2.917 por dia (variação em 14 dias: +6%)
  • Total de casos confirmados: 13.900.134
  • Registro de casos confirmados em 24 horas: 65.792
  • Média de novos casos nos últimos 7 dias: 65.207por dia (variação em 14 dias: +1%)

Estados

  • Subindo (11 estados): AC, AP, ES, GO, MG, PA, PE, PR, RJ, RR e SE;
  • Em estabilidade (11 estados e o Distrito Federal): AL, AM, BA, CE, DF, MA, MS, PI, RN, RO, SP e TO;
  • Em queda (4 estados): MT, PB, RS e SC.

Essa comparação leva em conta a média de mortes nos últimos 7 dias até a publicação deste balanço em relação à média registrada duas semanas atrás (entenda os critérios usados pelo G1 para analisar as tendências da pandemia).

Vale ressaltar que há estados em que o baixo número médio de óbitos pode levar a grandes variações percentuais. Os dados de médias móveis são, em geral, em números decimais e arredondados para facilitar a apresentação dos dados.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Vacinação

Balanço da vacinação contra Covid-19 deste sábado aponta que 26.024.553 pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19, segundo dados divulgados até as 20h. O número representa 12,29% da população brasileira.

A segunda dose já foi aplicada em 9.479.785 pessoas (4,48% da população do país) em todos os estados e no Distrito Federal.

No total, 35.504.338 doses foram aplicadas em todo o país.

Variação de mortes por estado

Estados com média móvel de óbitos em alta — Foto: Arte/G1

Estados com média móvel de óbitos em alta — Foto: Arte/G1

Estados com média móvel de óbitos em estabilidade — Foto: Arte/G1

Estados com média móvel de óbitos em estabilidade — Foto: Arte/G1

Estados com média móvel de óbitos em queda — Foto: Arte/G1

Estados com média móvel de óbitos em queda — Foto: Arte/G1https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Sul

  • PR: +17%
  • RS: -25%
  • SC: -24%

Sudeste

  • ES: +28%
  • MG: +18%
  • RJ: +18%
  • SP: +13%

Centro-Oeste

  • DF: -13%
  • GO: +28%
  • MS: -6%
  • MT: -20%

Norte

  • AC: +16%
  • AM: -2%
  • AP: +42%
  • PA: +43%
  • RO: -9%
  • RR: +63%
  • TO: -4%

Nordeste

  • AL: +6%
  • BA: +4%
  • CE: -11%
  • MA: +9%
  • PB: -27%
  • PE: +17%
  • PI: +10%
  • RN: +4%
  • SE: +16%

Consórcio de veículos de imprensa

Os dados sobre casos e mortes de coronavírus no Brasil foram obtidos após uma parceria inédita entre G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL, que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 estados e no Distrito Federal (saiba mais).

Fonte: G1.


Compartilhe esse post