Uma operação deflagrada nesta sexta-feira (22) pela Polícia Civil em Mossoró, na Região Oeste do Rio Grande do Norte, investiga um desvio de aproximadamente R$ 4,7 milhões de um grupo empresarial.
Segundo a polícia, um homem é suspeito do crime, e ele foi preso em flagrante por porte ilegal de uma arma de calibre restrito e diversas munições. Com ele, foram apreendidos R$ R$ 100 mil em espécie.
A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em cinco endereços ligados ao suspeito, que não teve o nome revelado.
De acordo com a Polícia Civil, o homem trabalhava na empresa há mais de 12 anos, ocupando posição de confiança como braço direito dos proprietários. A empresa também não foi divulgada pela polícia.
O suspeito também é investigado pelos crimes de furto qualificado, falsidade ideológica, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça também determinou o bloqueio de valores e a indisponibilidade dos bens do suspeito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento do prejuízo causado ao grupo empresarial.
A “Operação Judas”, como foi denominada, foi realizada por policiais civis da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (Defur) de Mossoró, em ação conjunta com o 2° Núcleo de Investigação Qualificada (NIQ).
O Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE), por meio da Operação Zero Álcool deflagrada pelo Batalhão Rodoviário, registrou, neste ano de 2025, 232 (duzentos e trinta e duas) prisões por embriaguez ao volante durante as ações fiscalizatórias em Natal e Grande Natal.
As prisões ocorrem quando os testes de alcoolemia apontam valores superiores a 0.33mg/l ou, mesmo diante da recusa em realizar o “bafômetro”, o condutor apresenta sinais de alteração da capacidade psicomotora.
O crime é previsto no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro e prevê pena de detenção de 06 (seis) meses a 03 (três) anos, além de multa.
Após passar por audiência de custódia neste sábado (2), Gilberto Firmo, tio da ex-primeira-dama e presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, recebeu liberdade provisória.
O advogado Samuel Magalhães, que defende Firmo, confirmou que a Justiça aceitou o pedido da defesa.
Audiência de custódia é o processo de apresentar um preso à Justiça em até 48 horas após a prisão em flagrante para um juiz definir se converte em prisão preventiva ou se a pessoa responde em liberdade.
Firmo foi preso nesta sexta-feira (1º), em Ceilândia (DF), alvo de operação da Polícia Civil de Goiás, e no celular dele foram encontrados vídeos e fotos de conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes.
Segundo a investigação, ele é suspeito de fazer upload e compartilhar centenas de arquivos com imagens e vídeos de exploração sexual infantil na internet.
Durante o cumprimento do mandado de busca, os policiais encontraram, no celular dele, os arquivos contendo cenas de abuso sexual e a prisão foi realizada.
O aparelho foi apreendido e será submetido à perícia para aprofundar as investigações.
Sobre o caso, Michelle Bolsonaro se manifestou neste sábado (2) e afirmou ter recebido a notícia com “indignação e profunda tristeza”. Em nota divulgada à imprensa, ela repudiou veementemente o suposto envolvimento do parente com crimes contra crianças.
“Trata-se de um crime vergonhoso, não somente por sua gravidade, mas principalmente porque fere profundamente a dignidade humana de crianças e adolescentes”, declarou.
A Secretaria da Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (SEAP) está apurando uma denúncia de agressão contra Igor Eduardo Pereira Cabral, 29 anos, preso acusado de tentar matar a ex-companheira Juliana Soares no último sábado (26), em Natal.
Segundo nota da SEAP, na noite da sexta-feira (1), foi recebida a denúncia de que Igor teria sofrido violação à integridade física, supostamente praticada por policiais penais de plantão na Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim, onde o detento está custodiado.
A Coordenadoria da Administração Penitenciária e a Ouvidoria do Sistema Penitenciário se deslocaram até a unidade para averiguar os fatos e acompanhar Igor para registro de ocorrência na Delegacia de Plantão da Polícia Civil, além de exame de corpo de delito no Instituto Técnico-Científico de Perícia. A investigação ficará sob responsabilidade da Polícia Civil.
A Corregedoria do Sistema Prisional também foi acionada e já adotou as providências cabíveis dentro de suas atribuições.
“Minha solidariedade à jovem vítima de uma covarde tentativa de feminicídio cometida pelo próprio namorado. As providências cabíveis já foram tomadas, e o Governo do Estado está acompanhando o caso de perto. Violência contra as mulheres é crime e não será tolerada”. A governadora do Estado, Fátima Bezerra (PT), foi uma das autoridades que se pronunciou sobre o brutal caso de tentativa de feminicídio que aconteceu no último sábado (26), em Natal, e ganhou destaque nesta segunda-feira (28).
Igor Cabral espancou a namorada com mais de 60 socos, dentro de um elevador, em um condomínio de luxo, na zona sul de Natal. Surrada quase até a morte, a vítima, de 35 anos, teve múltiplas fraturas no rosto e no maxilar e será submetida a uma cirurgia ainda esta semana. Ela foi salva graças ao segurança do prédio, que viu as imagens através das câmeras internas e acionou a polícia. O vídeo mostra o casal discutindo e, quando a porta do elevador se fecha, o homem parte para cima da vítima e começa a desferir socos contra ela de forma selvagem. Quando o elevador chegou no térreo, o agressor foi contido pelos moradores e preso em seguida.
Igor Cabral seguiu em prisão preventiva após audiência de custódia e será indiciado por tentativa de feminicídio.
O caso foi destaque na imprensa nacional. Canais como Folha de São Paulo, CNN e G1 publicaram atualizações sobre o fato. O Metrópoles, em uma das postagens, destaca que Igor Cabral “não brigava apenas com a jovem, mas também tem um histórico de confusões violentas, com direito a brigas de rua”.
Além da governadora Fátima Bezerra, há uma mobilização da classe política sobre o brutal caso. A Secretaria de Estado das Mulheres, da Juventude, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos (SEMJIDH) manifestou repúdio ao que chamou de “brutal crime de violência”.
A Procuradora da Mulher da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, através da deputada Cristiane Dantas (SDD), presidente do órgão, reiterou apoio à vítima: “A vítima já foi identificada e vai receber todo o apoio da Procuradoria da Mulher da ALRN: apoio psicológico, jurídico e social.
Nenhuma mulher potiguar está sozinha!”, escreveu no Instagram, ressaltando que este apoio é aberto à todas as mulheres: “Se você está sofrendo violência, procure ajuda. A ProMulher está de portas abertas para acolher e proteger”.
Entre as deputadas estaduais, Divaneide Basílio (PT) frisou que “violência contra a mulher não é surto, é crime!”. Eudiane Macedo (PV) prestou solidariedade à vítima e ressalta que “foi uma tentativa clara e cruel de feminicídio. É urgente que a justiça aja com rigor”. Isolda Dantas complementa que “não podemos normalizar o machismo que mata mulheres todos os dias!!!”.
Já entre as deputadas federais, Carla Dickson (UB) lembrou a Lei do Agosto Lilás: “Estamos entrando em Agosto, mês de enfrentamento à violência contra a mulher, e tenho a honra de ter sido a autora da Lei do Agosto Lilás no Brasil. Essa luta é diária, e casos como esse nos mostram o quanto ainda precisamos avançar. Esse crime não ficará impune. Somos todos Juliana!”.
Natália Bonavides (PT) classificou a agressão como “estarrecedora” e “dolorosa”.
Já entre os vereadores de Natal, se manifestaram as vereadoras Brisa Bracchi (PT) e Samanda Alves (PT). “Revoltante” e “Não pode sair da cadeia” foram algumas das palavras das parlamentares nas redes sociais.
Já Anne Lagartixa (SDD), postou vídeo e texto no Instagram. “O que aconteceu com a namorada de Igor Cabral não é caso isolado. É mais um episódio de tentativa de feminicídio e é isso que me revolta tanto!”, afirmou, complementando que “esses agressores agem com a certeza de que vão sair impunes”.
Entre os representantes homens, Walter Alves (MDB) foi um dos únicos que se manifestou. “É inaceitável e revoltante”, disse o vice-governador. Da bancada do RN e na Câmara de Natal, somente o deputado federal Fernando Mineiro (PT) e o vereador Daniel Valença (PT) comentaram sobre a brutalidade da agressão.
O Comando de Policiamento Rodoviário Estadual (CPRE) por meio da Operação Zero Álcool/BatalhãoRodoviário, registrou, neste domingo, a prisão de dois condutores por misturar álcool e direção.
Durante blitz na RN 063 em Nísia Floresta, um homem de 30 anos recebeu voz de prisão após o teste de alcoolemia apontar valor de 0.45mg/l.
Já na cidade de São Gonçalo do Amarante, um condutor de 29 anos também foi encaminhado à Central de Flagrantes após o “bafômetro” apontar valor de 0.51mg/l. A ação se deu na RN 120.
Os infratores não possuíam Carteira Nacional de Habilitação, potencializando o risco de acidentes.
O CPRE, através do Batalhão Rodoviário, prendeu cerca de oito condutores por embriaguez ao volante neste final de semana, reforçando ainda mais a ação de preservar vidas na estrada.
Um idoso foi morto na noite deste sábado (24) nas proximidades de um bar na comunidade Aroeira, entre os municípios de Pedro Avelino e Afonso Bezerra, na região Central do Rio Grande do Norte. Segundo informações preliminares, o autor e a vítima estavam ingerindo bebidas alcoólicas juntos quando foi iniciada uma discussão.
Durante o desentendimento, o suspeito enforcou o senhor de idade, causando a morte. Após o ato, o autor do crime fugiu do local com destino ao centro de Pedro Avelino. Equipe da Polícia Militar iniciou diligências e o localizou em flagrante.
O acusado foi conduzido à Delegacia de Polícia (DP), onde permanece preso à disposição da autoridade competente.
Na manhã deste domingo (18), um detento faleceu na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, situada em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal. O óbito foi registrado às 7h50 no Pavilhão 1 da unidade prisional, conforme confirmado pela Secretaria de Estado da Administração Penitenciária do Rio Grande do Norte (Seap-RN).
Segundo informações da equipe de plantão, por volta das 5h50, internos da ala “A” relataram que um preso necessitava de assistência médica. Os policiais penais imediatamente iniciaram os primeiros socorros e acionaram o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), que enviou duas equipes: uma unidade básica e uma avançada.
Enquanto aguardavam a chegada do SAMU, os policiais penais realizaram massagem cardíaca por cerca de 40 minutos. Após a chegada da equipe médica, foram realizadas manobras de desfibrilação e administradas doses de adrenalina, porém, as tentativas de reverter o quadro clínico não foram bem-sucedidas.
O médico que atendeu a ocorrência registrou no boletim do SAMU que se tratava de uma parada cardiorrespiratória devido a um infarto. A Polícia Judiciária e o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) foram acionados para tomar as medidas necessárias.
Policiais civis da 4ª Delegacia Regional (DR) de Pau dos Ferros, com apoio da Polícia Militar de Riacho de Santana, prenderam em flagrante na tarde deste sábado (5), um homem de 42 anos, suspeito da prática dos crimes de feminicídio e descumprimento de medida protetiva de urgência.
A prisão foi realizada na Zona Rural do município de Riacho de Santana. As diligências foram iniciadas após o recebimento de uma denúncia anônima informando o suposto cometimento da ação criminosa pelo suspeito, conta à companheira, uma mulher de 36 anos.
Ao chegar no local indicado, os policiais civis e militares constataram a veracidade dos fatos e, na sequência, realizaram a prisão em flagrante do homem. De acordo com as investigações, o suspeito já possuía histórico de agressão contra a vítima e foi preso em julho de 2024, entretanto respondia ao processo em liberdade, mediante restrições impostas pela medida protetiva.
A ação contou ainda com o apoio da equipe de perícia do ITEP. O homem foi conduzido à delegacia para a realização dos procedimentos legais e, em seguida, encaminhado ao sistema prisional, onde ficará à disposição da Justiça.
Um homem de 52 anos de idade tentou invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira (26), onde teria “proferido diversas ameaças, ofensas e hostilizações” contra ministros da corte, informou, neste sábado (1º) a Polícia Civil do Distrito Federal.
Identificado e localizado na cidade de Samambaia, região administrativa do DF, o suspeito de “ações extremistas” foi abordado durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão domiciliar.
O homem resistiu à prisão, além de desacatar os policiais, motivo pelo qual foi autuado em flagrante pelos delitos de resistência e desacato.
O caso ganhou mais relevância após a Polícia Civil ter encontrado na resistência dele artefatos para a construção de bomba caseira, além de “bilhetes confirmando as suas intenções violentas”.
“Além disso, foi apreendido um casaco de uso exclusivo da Polícia Militar do DF, utilizado indevidamente pelo acusado, um aparelho celular e um computador”, informou, em nota, a PCDF.
As investigações continuam, segundo a Polícia Civil, na busca por mais informações que corroborem com o crime de apologia ao crime e de ameaças às autoridades.
No final da tarde a Polícia Civil informou que o suspeito foi solto.
Policiais Civis fantasiados de Power Rangers se infiltraram nos blocos do Carnaval de rua de São Paulo e prenderam um homem com sete celulares roubados na tarde deste sábado (1º).
O suspeito estava em meio aos foliões em um bloco perto do Parque do Ibirapuera, roubando celulares junto com outro homem, que conseguiu fugir.
“Os agentes receberam a informação de que o suspeito faz parte de uma quadrilha que veio ao estado para praticar os crimes durante o Carnaval. Com os dados, identificaram o local onde o bando está hospedado na Barra Funda, zona oeste”, informou a Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo.
Em buscas no local, foram encontrados mais quatro aparelhos roubados e R$ 5 mil em espécie.
Em outro bloco, na Zona Sul da cidade, a Polícia Militar prendeu um homem com 15 aparelhos furtados ou roubados dos foliões. Os policiais foram acionados por um folião que havia sido vítima de furto e que informou as características do ladrão aos policiais. Em patrulhamento pelas imediações do Parque do Ibirapuera, os policiais encontraram o suspeito.
Este é o segundo ano que a Polícia Civil usa agentes disfarçados nos blocos carnavalescos em São Paulo. A estratégia é tentar identificar os criminosos que se aproveitam da festa para praticar os crimes.
O ex-senador José Agripino, presidente estadual do União Brasil no RN, diz que não se surpreendeu com o resultado da eleição em Natal. Analisando o resultado do União Brasil no Estado como “muito bom”, ele acha que o partido funcionará como ponto de confluência para manter a união, em 2026, entre as legendas que formaram aliança em torno da candidatura de Paulinho Freire (UB), que inclui o PL, Republicanos PSDB, PP e Solidariedade.
Sem citar um nome específico, afirma que os candidatos da centro-direita do grupo, inclusive ao Governo do RN, deverão sair de pesquisas de opinião.
Sobre 2024, o ex-governador e ex-senador avalia que Natália Bonavides é um destaque dentro do PT, partido que, segundo ele, não teve um bom desempenho. “Natália foi um ponto fora da curva dentro do desempenho do PT do Plano Nacional e no plano estadual. Ela é uma figura hoje muito importante dentro do PT a ser considerada”, afirmou.
José Agripino avaliou, ainda, o trabalho de Álvaro Dias na campanha eleitoral, o senador Styvenson Valentim (Podemos), o prefeito reeleito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB) e falou sobre as necessidades de Natal e do Rio Grande do Norte:
Diário do RN – A eleição de Paulinho Freire foi surpreendente para o senhor? Agripino – Não, eu acompanhava a campanha, tinha informações do próprio candidato sobre o comportamento da rua, as pesquisas de opinião pública que todas elas, quando sérias, apontavam. A vitória de Paulinho não foi surpreendente não. Cada resultado é um resultado, mas surpreendente não foi.
Diário do RN – Como é que o senhor avalia o desempenho do União Brasil em 2024? Agripino – Muito bom. O União Brasil ganhou a eleição em Mossoró, com Allyson, e a eleição em Natal, com Paulinho Freire, participou forte e decisivamente da eleição de Nilda e Kátia Pires, em Parnamirim, e ganhou em 28 municípios do Estado com 34% do eleitorado sob o comando de prefeitos do União Brasil. Prefeitos de cidades importantes e prefeitos de cidades médias e até menores. Foi um resultado glorioso. O União Brasil representa em comando de prefeituras, mais de um terço do eleitorado do Estado.
Diário do RN – O que isso representa para as próximas eleições para o União Brasil? Agripino – Para o União significa muito, é um player que vai trabalhar no sentido da união, assim como nós fizemos na eleição de Natal, nós vamos tentar reeditar, na eleição de 2026, somando ou sendo ponto de confluência do centro. Os partidos de centro que compuseram a coligação de Paulinho Freire, nós vamos tentar reeditar na eleição de 2026. E o papel do União Brasil, que me tem como presidente e que eu não sou candidato a nada, vai tentar ser a articulação dessa unidade.
Diário do RN – O senhor já vê algum nome possível de ser colocado à mesa para discussão para 2026? Agripino – O que as pesquisas disserem nós vamos procurar encaminhar. Nada como a sensatez em política. A sensatez recomenda que os preferidos pelo povo em pesquisa de opinião pública devem ser os intérpretes da unidade. O meu papel vai ser fazer com que esse sentimento, os preferidos em opinião pública sejam anunciados aos partidos e os partidos considerem essa preferência como elemento importante na aglutinação e na composição da chapa.
Diário do RN – Qual é a avaliação que o senhor faz sobre o desempenho de Natália Bonavides e do PT em 2024? Agripino – O PT no Plano Nacional, quem fala não sou eu, são os números, fez um único prefeito em capital por 10 mil votos de diferença. Então, não teve um bom desempenho. Natália Bonavides foi um ponto fora curva no desempenho do PT como partido no plano nacional. Ela, aqui em Natal, teve o desempenho semelhante a um ponto fora da curva, no entendimento que eu faço em relação ao PT nacional. No PT do Rio Grande do Norte, Natália foi um ponto fora da curva comparado ao desempenho do PT nacional.
Diário do RN – E o PT do Rio Grande do Norte nos municípios do Estado? Agripino – Muito fraco. O PT fez sete municípios do Estado. Então fez muito pouco, para ser o partido da governadora, fez muito pouco. Por isso é que eu digo que Natália foi um ponto fora da curva dentro do desempenho do PT do Plano Nacional e no plano estadual. Ela é uma figura hoje muito importante dentro do PT a ser considerada por Fátima Bezerra, por Mineiro, pelos próceres do PT e dos seus coligados.
Diário do RN – Existe algum acordo com o Styvenson Valentim para a eleição de 2026? Agripino – Não, não existe acordo nenhum, existe ele participar dos entendimentos, que ele é muitíssimo bem-vindo, e a gente conversar com ele sobre as pretensões dele e sobre a ampla colaboração. Ele foi na campanha de Natal um colaborador efetivo, espontâneo e eficiente.
Diário do RN – Qual a opinião do senhor sobre Allyson Bezerra? Agripino – Allyson é uma novidade na política do Estado. Eu diria que é a grande novidade da política do Estado do Rio Grande do Norte. É um administrador consagrado, um político consagrado e uma pessoa com o futuro político, pela idade que tem, muito promissor pela frente.
Diário do RN – O que é mais urgente, que deve ser prioritário aqui em Natal, a ser realizado pela nova gestão? Agripino – Paulinho Freire já tem muita consciência disso, geração de emprego. Eu acho que em função das potencialidades de Natal, turismo principalmente, tem que ser a grande prioridade de Paulinho. É claro que transporte coletivo, saúde, educação, creches, tudo isso é muito importante. Mas com a experiência que eu tive como governador, eu entendo que a geração de emprego é a grande meta de qualquer governante, porque na hora em que você tem muita gente empregada aí com a renda decente, tudo fica melhor para o cidadão.
Diário do RN – Como é que o senhor avalia a gestão de Álvaro Dias à frente da Prefeitura de Natal? Agripino – Já foi avaliada pela eleição de Paulinho.
Diário do RN – Como é que o senhor vê a participação dele nessa campanha pela eleição de Paulinho? Agripino – Eficiente e solidária.
Diário do RN – Quais são as maiores necessidades do Rio Grande do Norte? Agripino – Tudo. Primeiro de tudo, equilibrar a receita com despesa. Depois, promover sobra de recurso para investimento. Depois, é eleger prioridades. Geração de emprego, educação, saúde. Tudo está mal. Então, é a tarefa de recuperar tudo.
O Rio Grande do Norte acaba de atingir uma marca simbólica, mas que também é de fundamental importância para consolidar ainda mais o combate à criminalidade no estado: R$ 1 milhão. Este é o tamanho do prejuízo — por meio de drogas, armas, dinheiro e produto de contrabando apreendidos — que as forças de segurança pública causaram a grupos criminosos que atuam no estado em menos de 2 anos.
As ações acontecem especificamente na região de divisa com o estado do Ceará, litoral e municípios de interesse turístico do RN. Trata-se da “Operação Protetor das Divisas e Fronteiras”, como hoje é chamada o antigo “Guardiões das Fronteiras”.
As atividades são mantidas em 15 estados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
O RN e o Ceará são os únicos do Nordeste que compõem a plataforma. Em território potiguar, as ações são desenvolvidas de forma integrada, com efetivos da Polícia Militar e Polícia Civil, ambos sob a coordenação da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social (SESED).
O programa realiza operações de combate ao crime organizado, de forma sazonal, e também apoia outras ações integradas do MJSP. Por exemplo, a Operação Controle Brasil, que impede a entrada irregular de cigarros, bebidas e insumos agrícolas nas fronteiras do país.
V.I.G.I.A Em fevereiro de 2021, a governadora Fátima Bezerra assinou um acordo de cooperação técnica que oficializou a adesão do Rio Grande do Norte ao VIGIA (Vigilância, Integração, Governança, Interoperabilidade e Autonomia), programa nacional de segurança nas fronteiras e divisas, cujo objetivo é aumentar as fiscalizações e a repressão ao crime organizado, contrabando, e o fluxo de armas e munições, principalmente na divisa do RN com o Ceará.
Hoje, a Operação Protetor das Divisas e Fronteiras está inserida no VIGIA. Em outras regiões do país, também fazem parte do programa os estados do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Acre, Rondônia, Tocantins, Goiás, Roraima, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Pará e Amapá.
O VIGIA segue as diretrizes do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), com foco na atuação integrada, coordenada, conjunta e sistêmica entre as instituições.
O programa se baseia em metodologias de gestão, utilizando a integração entre equipes especializadas, com padronização de técnicas, táticas e procedimentos, além das possibilidades de investimento em capacitações e equipamentos e formulação de estratégias operacionais.
A intenção da instalação do programa é também coibir possíveis ocorrências de crimes por meio de rotas marítimas.
Em quase dois anos, em todos os 15 estados, foram quase R$ 3 bilhões de prejuízo aos criminosos, com a apreensão de mais de 870 toneladas de drogas, 113 milhões de maços de cigarros, além de embarcações, veículos e outros produtos oriundos de contrabando.
54 mil maços de cigarros apreendidos no RN No RN, a Operação Protetor das Divisas e Fronteiras já realizou diversas ações. Em uma das mais recentes, quatro suspeitos de tráfico de drogas foram presos. Aconteceu no mês passado, em São Miguel do Gostoso, um dos destinos turísticos mais visitados do litoral Norte potiguar.
Segundo a Polícia Militar, foram montadas barreiras a veículos no distrito de Morro dos Martins.
Durante as abordagens, os suspeitos tentaram se livrar de uma certa quantidade de drogas que transportava, jogando o entorpecente em cima do telhado de uma casa. Não deu certo. Os policiais encontraram o material e o grupo foi preso em flagrante. Além da droga, armas e dinheiro foram apreendidos.
O Ministério Público Federal apresentou as considerações finais acerca do processo que apura o maior esquema de tráfico de drogas da história do Rio Grande do Norte. A denúncia é fruto de investigações da “Operação Maritimum”, deflagrada pela Polícia Federal em julho de 2022, que apontou a existência de uma quadrilha especializada no envio de cocaína para a Europa, Ásia e África em navios, a partir dos portos de Natal e Areia Branca, no Rio Grande do Norte, e de outros terminais brasileiros. No documento, que possui quase 700 páginas, o MPF pede a condenação de 48 réus, o confisco de bens apreendidos em poder da organização criminosa e o ressarcimento de R$ 10 milhões aos cofres da União.
Ao Diário do RN, o procurador da República Fernando Rocha de Andrade, explicou que o próximo passo é a abertura do prazo para que a defesa dos réus apresente suas razões. Depois disso, sairá a sentença do juiz federal Mário Azevedo Jambo, substituto da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal do RN. O magistrado é o titular do processo. A expectativa, ainda de acordo com o procurador, é de que a sentença seja proferida ainda este ano.
Os réus estão sendo julgados por organização criminosa, associação para o tráfico de entorpecentes e tráfico internacional de entorpecentes. Em caso de condenação, a pena pode chegar a 26 anos de prisão para cada integrante.
Réus presos, soltos e procurados Boa parte dos acusados deixou a prisão em junho, após decisão da Justiça. Atualmente, 19 réus continuam encarcerados, entre eles João Paulo Ribeiro, o “BK”, também chamado de “Bokinha”, apontado como chefe da quadrilha. O juiz Mário Jambo ainda manteve a decretação de prisão preventiva de cinco acusados que seguem foragidos. Dois deles, inclusive, suspeitos de estarem na Europa. Outros seis denunciados, apesar de terem a prisão revogada por decisão do magistrado, seguem monitorados por tornozeleira eletrônica. Os demais aguardam a sentença em liberdade.
Investigação complexa As denúncias feitas pelo MPF são o resultado de uma complexa investigação policial, com inúmeras diligências documentadas em mais de oito meses de interceptações telefônicas e provas contundentes da formação de uma verdadeira organização criminosa com sede na capital potiguar. Ainda de acordo com a denúncia, para atravessar o Oceano Atlântico, a droga era camuflada em meio a frutas e exportada dentro de contêineres, em navios cargueiros.
Operação Maritimum A ação que desmantelou o esquema aconteceu em julho de 2022. Foi batizada pela Polícia Federal de “Operação Maritimum”. Na ocasião, foram cumpridos 46 mandados de prisão preventiva e 90 de busca e apreensão no Rio Grande do Norte, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Pará.
No curso da investigação, além das expressivas apreensões de cocaína no Porto de Natal, também foram identificadas apreensões nos portos de Barcarena/PA, Mucuripe/CE, Salvador/BA e Santos/SP, totalizando 8 toneladas de entorpecentes.
No outro extremo da rota internacional da droga, apreensões também foram registradas em portos europeus, tendo os terminais marítimos de Amsterdã e Roterdã, na Holanda, como os principais destinos.
O esquema Resumidamente, o esquema foi montado a partir da aquisição de uma residência no bairro de Ponta Negra, em Natal, e posteriormente de um outro imóvel no San Vale, também na capital potiguar, de onde “Bokinha” liderava a quadrilha. O local chegou a ser apelidado de “Mansão Mundrunga”. No dicionário, é possível achar duas definições para mundrunga. A primeira diz que significa mulher feia, de aparência ruim. A segunda, trata como feitiçaria, macumba ou bruxaria.
Um galpão, dentro de uma chácara em São José de Mipibu, na Grande Natal, também era utilizado como ponto de apoio para a quadrilha. Lá, os criminosos recebiam caminhões e carretas transportando contêineres carregados de mercadorias de exportação, como frutas e legumes, e faziam a contaminação da carga. O processo era simples: violar os contêineres e rechear as mercadorias com cocaína. Isso foi feito em limões, gengibres, mangas, melões e melancias.
Depois que a droga era camuflada em meio aos produtos, os contêineres eram novamente fechados com lacres clonados. Depois, os veículos seguiam para o Porto de Natal, de onde os contêineres embarcavam para a Europa. Detalhe: os contêineres possuíam termógrafos, que são dispositivos eletrônicos capazes de medir e gravar a temperatura das mercadorias. Para que os equipamentos não registrassem alterações na temperatura da carga, os bandidos colocavam sacos de gelo sobre os aparelhos.
Ao mesmo tempo em que foram realizadas as apreensões no RN, a quadrilha também operou nos estados do Pará (onde drogas era enxertadas em cargas de madeira), Ceará, Salvador e São Paulo, com interceptações de cargas nos países europeus de destino, como Bélgica, França e Holanda.
Rota internacional Após as primeiras apreensões de drogas no Porto de Natal aconteceram em 2019. Na ocasião, a Polícia Federal confirmou que a capital potiguar estava na rota do tráfico internacional de drogas.
À época, inclusive, a PF confirmou que já sabia da existência do transporte de drogas pelo ar – caso em que o entorpecente é levado na bagagem ou preso ao corpo de passageiros de aviões. O trajeto marítimo, no entanto, foi considerado novidade, de acordo com Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF no RN.
Duas grandes apreensões foram feitas em fevereiro de 2019, as primeiras da história do Porto de Natal, aberto em 1932. Nunca uma operação policial havia descoberto drogas no terminal.
Ainda segundo a PF, o tráfico marítimo entre Natal e a Europa ocorria sempre de forma semelhante. Primeiro, a cocaína era embalada em tabletes. Depois, tudo é escondido em meio a carregamentos de frutas — que são exportadas dentro de contêineres — que por sua vez atravessam o Oceano Atlântico em navios cargueiros.
Além de desembarcarem em Amsterdã ou Roterdã, muitas vezes os contêineres também eram descarregados no Porto de Antuérpia, na Bélgica. Neste último, em 2018, a polícia local chegou a apreender 50 toneladas de drogas. Ainda não se sabe se esta droga em particular partiu da capital potiguar.
O taxista preso e autuado por participação direta nas mortes do prefeito de João Dias e do pai dele é figurinha carimbada. Segundo a Polícia Civil, ele também teria dado carona a pessoas que ajudaram na fuga dos presos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, ou simplesmente Tatu e Martelo, apelidos dos dois detentos que escaparam da Penitenciária Federal de Mossoró, fato ocorrido em fevereiro deste ano. No meio policial, a pessoa que dá fuga a criminosos é chamado de “cavalo”. O nome do taxista é mantido em sigilo.
A suposta participação do taxista na fuga do presídio de segurança máxima de Mossoró, a primeira da história do sistema federal no país, foi investigada pela Polícia Federal quando ainda se tentava recapturar os fugitivos. As placas do taxi, inclusive, foram verificadas como pertencentes a um dos veículos usados na condução de um casal que foi preso por dar ajuda a Tatu e Martelo, confirmou a Polícia Civil. “Agora, novamente, o mesmo veículo aparece dando fuga a um dos suspeitos de atuar como executor do duplo homicídio. Com o suposto assassino preso juntamente com o taxista, foi apreendida uma espingarda. A arma, provavelmente, foi uma das que dispararam os tiros que atingiram o prefeito Francisco Damião de Oliveira, mais conhecido como Marcelo Oliveira, e o pai dele, Sandi Alves de Oliveira.
Os dois suspeitos foram presos cerca de oito horas após o duplo homicídio, na zona rural de Antônio Martins, município vizinho a João Dias, durante as primeiras buscas pelos assassinos.
Tanto o provável executor como o taxista já foram ouvidos e seguem detidos em Alexandria.
Ambos estão à disposição da Justiça. Outros dois homens suspeitos de também estarem no taxi, mas que conseguiram fugir do cerco policial, ainda são procurados na região. Na tentativa de localizar a dupla, policiais civis e militares realizam diligências pela região. O helicóptero Potiguar 01, aeronave da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social, passou a quarta-feira praticamente inteira sobrevoando a região de mata, justamente no entorno da área onde foram vistos pela última vez. As buscas devem continuar nesta quinta, confirmou a SESED.
Para polícia, motivação para mortes de pai e filho ainda é mistério
A motivação do duplo homicídio que chocou o estado ainda está sendo investigada. As circunstâncias em que pai e filho foram mortos também não foram esclarecidas. Segundo Alex Wagner, diretor da Divisão de Polícia Civil do Oeste (DIVIPOE), e delegado responsável pela condução das ações na região, “ainda não se pode descartar nenhuma linha de investigação”, afirmou. Entre as possibilidades, está a atuação do crime organizado no município, vingança, ou mesmo crime político, uma vez que o prefeito era candidato à reeleição. Importante lembrar que Marcelo Oliveira era investigado de participação como mandante de dois assassinatos ocorrido na região. A Justiça, recentemente, havia negado um habeas corpus preventivo solicitado pelo próprio prefeito.
Milícia privada A prisão dos suspeitos de participarem diretamente da morte do prefeito de João Dias e do pai dele foi confirmada somente na manhã de ontem durante coletiva de imprensa realizada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social. As prisões aconteceram em menos de oito horas após os assassinatos. Além dos dois suspeitos de envolvimento direto (um por execução e outro por propiciar fuga), outras 10 pessoas também foram detidas, suspeitas de formação de milícia privada (grupos armados que se unem para fornecer segurança e que formam poder paralelo, à revelia das forças de segurança do Estado).
“Importante ressaltar o empenho dos policiais em dar uma resposta rápida. Em menos de oito horas após o crime, conseguimos prender suspeitos e tirar muitas armas de circulação. Mas também é importante dizer que os esforços continuam”, acrescentou o titular da SESED, coronel Francisco Araújo.
Durante a coletiva, o delegado Alex Wagner reforçou que as investigações continuam na região, em razão da fuga de outros dois suspeitos que estavam no mesmo veículo com os dois presos por participação direta. “O helicóptero Potiguar 01, aeronave da SESED, segue dando apoio aéreo às buscas”, acrescentou o coronel Niltoildo Dantas, comandante do policiamento militar na região.
Já com os outros dez presos, que estavam em dois veículos e foram detidos em uma ocasião distinta, foram aprendidos um fuzil, espingardas, pistolas e revólveres. “Evitamos um derramamento de sangue na cidade. O grupo, muito provavelmente, tentaria se vingar da morte do prefeito”, destacou o delegado.
Entre os dez presos estão três policiais militares (um do Ceará e dois do RN), além de um dos irmãos do prefeito assassinado.
O assassinato do candidato à reeleição no município de João Dias, na região Oeste do Estado, Francisco Damião de Oliveira, conhecido como Marcelo Oliveira, e do pai dele, Sandi Alves de Oliveira, nesta terça-feira, 27, chocou o município e o Estado, e deve alterar o contexto eleitoral no município.
Ferido à bala, o prefeito chegou a ser socorrido para o hospital da cidade de Catolé do Rocha, na Paraíba, mas não resistiu aos ferimentos. O pai, Sandi, não resistiu ao atentado e morreu na hora.
A polícia, até o começo da noite desta terça-feira, ainda não tinha comentado detalhes sobre a investigação do caso.
Estes foram os primeiros homicídios registrados no município de 2.076 habitantes, neste ano de 2024. No ano passado, nenhuma morte violenta intencional aconteceu em João Dias. A média foi baixa em anos anteriores. Em 2022, somente um homicídio foi registrado. Em 2020, dois. Os dados são da Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais, da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesap).
A Secretaria, em nota oficial, afirmou que foram determinados reforços policiais na região, com objetivo de identificar, localizar e prender os criminosos. A motivação também está sendo investigada.
Na esfera política, o União Brasil, partido ao qual Marcelo estava filiado, emitiu uma nota assinada pelo presidente estadual, ex-senador José Agripino. Segundo o texto, o Diretório Estadual do União Brasil repudia veementemente o assassinato, além de esperar que “as autoridades encontrem os autores desse crime bárbaro e os coloquem à disposição da justiça”.
“O Partido aguarda as investigações e acompanhará seus desdobramentos com determinação, interesse e isenção”, afirma José Agripino ao Diário do RN, se solidarizando, ainda, com os familiares e amigos das vítimas.
Já a governadora Fátima Bezerra (PT) emitiu nota nas redes sociais lamentando e classificando o crime como inaceitável. A chefe do Executivo estadual informou determinação para que as forças de segurança “ajam com empenho para apurar o crime”.
“Nenhuma forma de violência será tolerada no RN, combateremos o crime com rigor imposto pela lei”, disse a governadora.
A Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) também se manifestou sobre o atentado.
“Este ato de violência extrema não só ceifou a vida de dois cidadãos dedicados à sua comunidade, mas também atacou, mais uma vez em nosso Estado, os pilares da democracia e da paz social”, afirmou em nota de repúdio e condolências.
A entidade se solidariza, ainda, com o sentimento de “tristeza e indignação” junto aos familiares e amigos das vítimas e cobra investigação “rigorosa e rápida”.
Com a morte do prefeito, deve assumir o posto no município o presidente da Câmara de João Dias, Jessé Oliveira, que é irmão de Marcelo Oliveira. A vice-prefeita, Damária Jácome, foi afastada por perder os direitos políticos. Jessé Oliveira assumiu cargo na Câmara Municipal após afastamento do então vereador Laete Jácome, pai de Damária Jácome. Laete perdeu direitos políticos na mesma decisão que afastou a filha.
Polícia e política em João Dias Esta não é a primeira vez que o município de João Dias é destaque policial envolvendo personagens políticos. Em 27 de julho de 2021, o prefeito Marcelo Oliveira renunciou ao cargo, alegando ameaças de morte pelos irmãos de Damária Jácome (Republicanos), vice-prefeita afastada.
Damária, que é candidata a prefeita pelo Republicanos, e o pai, Laete Jácome, vereador que teve o cargo cassado, foram denunciados pelo Ministério Público do RN por extorsão do prefeito. De acordo com a imprensa nacional, Marcelo Oliveira havia denunciado à Justiça que os irmãos “davam a última palavra” nas decisões da Prefeitura. Os dois, Deusamor e Leidjan Jácome, foram mortos na Bahia, em outubro de 2021, onde estavam foragidos, após suposto tiroteio com a Polícia Civil.
De acordo com o MPRN, a família alcançou o poder local se associando ao PCC e usava a prefeitura de João Dias para lavar dinheiro do tráfico.
O MPRN deflagrou uma operação, fazendo com que Damária e o pai fossem processados e perdessem os direitos políticos. Com a ação, foi determinado que Francisco retornasse à Prefeitura.
Ainda em 2020, Damária, que é advogada, emitiu uma nota à imprensa sobre o que chamou de “truculência” da polícia em operação em sua residência. Ela se dizia vítima de um atentando terrorista por homens que se identificaram como policiais e, segundo ela, destruíram parte da residência. A nota foi publicada após prisão do seu pai por porte ilegal de armas.
Por sua vez, o próprio prefeito Marcelo Oliveira teve, em 07 de julho de 2024, Habeas Corpus Preventivo negado pelo Tribunal de Justiça do RN. Ele buscava obter salvo-conduto para não ser preso por estar sendo investigado como suspeito de ser o mandante de um duplo homicídio que aconteceu em agosto de 2023, inclusive com inquéritos abertos pela Polícia Civil por suspeita de homicídio, corrupção e formação de milícia privada.
Segundo as investigações, uma das vítimas, Francisco Jacinto Bezerra de Mesquita, “Galeguinho”, teria sido um dos autores de um atentado contra o prefeito, o que teria motivado a vingança. Já Cezanildo Alves de Oliveira, “Preto”, que era primo do prefeito, teria sido morto como queima de arquivo.
As investigações que vêm sendo realizadas conjuntamente entre a Polícia Federal brasileira e o departamento antimáfia da cidade de Palermo, na Itália, descobriram que a máfia italiana Cosa Nostra estava usando empreendimentos gastronômicos e imobiliários no Rio Grande Norte para lavar dinheiro sujo. O esquema começou a ruir na terça-feira (13), com a deflagração da “Operação Arancia”, que resultou na prisão de um empresário italiano na capital potiguar.
Nestes últimos oito anos, inclusive, o empresário fixou residência em Natal, onde passou a fazer vários investimentos, sendo boa parte deles de especulação na área da construção civil. As informações foram confirmadas ao Diário do RN por uma fonte envolvida na apuração do caso. “A Cosa Nostra investiu na atividade gastronômica no Brasil e sobretudo na especulação imobiliária.
A investigação revelou vestígios de investimentos substanciais de capital relacionados com a máfia em iniciativas empresariais e em empresas sob a lei brasileira, todos habilmente protegidos através do uso de testas de ferro e da interposição de empresas de fachada”, afirmou a fonte.
O empresário foi identificado como Giuseppe Bruno, de 52 anos, que se mudou para o Rio Grande do Norte em 2016. Além da prisão do estrangeiro, a ação integrada de investigação conseguiu mandados judiciais que resultaram na apreensão de dinheiro, veículos e imóveis que totalizam aproximadamente 55 milhões de euros, o equivalente a R$ 300 milhões. Mais que isso. O valor total dos ativos investidos podem superar a cifra de 500 milhões de euros, em valores atuais, mais de R$ 3 bilhões.
Giuseppe Bruno continua preso em Natal. Ele permanece à disposição da Justiça Federal, após decisão em audiência de custódia. Depois, o Ministério Público Federal e o Ministério Público de Palermo, na Itália, decidirão a respeito de uma possível extradição.
Dois anos de investigação Segundo a Polícia Federal no Rio Grande do Norte, as investigações começaram ainda em 2022, sob a suspeita de que criminosos estavam lavando dinheiro da máfia italiana por meio de investimentos feitos no estado já há quase uma década. “As evidências coletadas até o momento indicam que a máfia italiana utilizou empresas fantasmas e laranjas para facilitar a movimentação e a ocultação de fundos ilícitos, provenientes de atividades criminosas internacionais”, confirmou a PF.
Além da prisão em Natal, a “Operação Arancia” cumpriu ainda cinco mandados de busca e apreensão no Rio Grande do Sul e Piauí. Simultaneamente, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo coordenou 21 outras buscas em várias regiões da Itália e na Suíça. Mais de 100 agentes financeiros italianos foram mobilizados, alguns dos quais estiveram no Brasil, auxiliando o cumprimento dos mandados em Natal.
Associação mafiosa, extorsão e lavagem de dinheiro Entre os crimes investigados e atribuídos aos criminosos envolvidos no esquema, estão: associação mafiosa, extorsão, lavagem de dinheiro e transferência fraudulenta de valores, com agravante de apoio a famílias mafiosas notórias. “Além disso, como parte das medidas para desarticular o esquema e recuperar ativos financeiros, a Justiça Federal autorizou o sequestro de imóveis e o bloqueio de contas bancárias associadas aos suspeitos e às empresas fantasmas envolvidas. Essas ações visam garantir a reparação dos danos causados pelas atividades ilícitas e impedir a continuação das operações criminosas”, acrescentou a Polícia Federal.
Importante destacar a colaboração internacional através da criação de uma Equipe de Conjunta de Investigação (ECI), em 2022, envolvendo a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e autoridades judiciais e policiais italianas, com apoio da Eurojust, agência da União Europeia que facilita investigações e processos judiciais envolvendo múltiplos países, auxiliando na troca de informações e na formação de equipes de investigação conjuntas.
O Ministério Público Federal do Rio Grande do Norte ainda tem a expectativa de ver acontecer este ano o julgamento dos acusados de integrar a maior rede de tráfico de drogas da história do Rio Grande do Norte. Há dois anos, 46 pessoas foram presas em uma megaoperação da Polícia Federal realizada em vários estados. A maioria dos mandados foi cumprida em território potiguar. Hoje, menos da metade continua atrás das grades.
Boa parte dos acusados deixou a prisão há poucos dias, após decisão do juiz federal Mário Azevedo Jambo. Substituto da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal do RN, o magistrado é o titular do processo. Dezenove réus continuam encarcerados, entre eles João Paulo Ribeiro, o “BK”, também chamado de “Bokinha”, apontado como chefe da quadrilha. O juiz ainda manteve a decretação de prisão preventiva de cinco acusados que seguem foragidos. Dois deles, inclusive, suspeitos de estarem na Europa. Outros seis denunciados, apesar de terem a prisão revogada por decisão do magistrado, seguem monitorados por tornozeleira eletrônica. Os demais aguardam o julgamento em liberdade.
Os detalhes do processo foram revelados em reportagem publicada pelo Diário do RN no mês passado. Na ocasião, o procurador da República Fernando Rocha de Andrade explicou a situação, e disse que o MPF aguardava que a Justiça Federal indeferisse os pedidos de diligências suplementares feitos pela defesa dos suspeitos e que a denúncia fosse acatada em sua integralidade, o que viabilizaria o julgamento dos envolvidos ainda no primeiro semestre. Ontem, o procurar disse que a expectativa é a mesma, que o julgamento ocorra em breve. “Foram deferidas algumas medidas, mas não deve atrasar tanto”, afirmou Fernando Rocha.
Ainda segundo o procurador, os réus devem ser julgados por formação de organização criminosa, associação para o tráfico de entorpecentes e tráfico internacional de entorpecentes. Em caso de condenação, a pena pode chegar a 26 anos de prisão para cada integrante.
Investigação complexa As denúncias feitas pelo MPF são o resultado de uma complexa investigação policial, com inúmeras diligências documentadas em mais de oito meses de interceptações telefônicas e provas contundentes da formação de uma verdadeira organização criminosa com sede na capital potiguar. Ao todo, 393 páginas apontam para a participação de 54 pessoas em uma rede de tráfico de drogas. Ainda de acordo com a denúncia, a missão era enviar cocaína para a Europa, Ásia e África em navios, a partir dos portos de Natal e Areia Branca, no Rio Grande do Norte, e de outros terminais brasileiros. Para atravessar o oceano Atlântico, a droga era camuflada em meio a frutas e exportada dentro de contêineres.
Operação Maritimum A ação que desmantelou o esquema aconteceu em julho de 2022. Foi batizada pela Polícia Federal de “Operação Maritimum”. Na ocasião, foram cumpridos 46 mandados de prisão preventiva e 90 de busca e apreensão no Rio Grande do Norte, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Pará.
No curso da investigação, além das expressivas apreensões de cocaína no Porto de Natal, também foram identificadas apreensões nos portos de Barcarena/PA, Mucuripe/CE, Salvador/BA e Santos/SP, totalizando 8 toneladas de entorpecentes.
No outro extremo da rota internacional da droga, apreensões também foram registradas em portos europeus, tendo os terminais marítimos de Amsterdã e Roterdã, na Holanda, como os principais destinos.
O esquema Resumidamente, o esquema foi montado a partir da aquisição de uma residência no bairro de Ponta Negra, em Natal, e posteriormente de um outro imóvel no San Vale, também na capital potiguar, de onde o paulista João Paulo Ribeiro, o “BK”, também chamado de “Bokinha”, liderava a quadrilha. O local chegou a ser apelidado de “Mansão Mundrunga”. No dicionário, é possível achar duas definições para mundrunga. A primeira diz que significa mulher feia, de aparência ruim. A segunda, trata como feitiçaria, macumba ou bruxaria.
Um galpão, dentro de uma chácara em São José de Mipibu, na Grande Natal, também era utilizado como ponto de apoio para a quadrilha. Lá, os criminosos recebiam caminhões e carretas transportando contêiners carregados de mercadorias de exportação, como frutas e legumes, e faziam a contaminação da carga. O processo era simples: violar os contêiners e rechear as mercadorias com cocaína. Isso foi feito em limões, gengibres, mangas, melões e melancias.
Depois que a droga era camuflada em meio aos produtos, os contêiners eram novamente fechados com lacres clonados. Depois, os veículos seguiam para o Porto de Natal, de onde os contêiners embarcavam para a Europa. Detalhe: os contêiners possuíam termógrafos, que são dispositivos eletrônicos capazes de medir e gravar a temperatura das mercadorias. Para que os equipamentos não registrassem alterações na temperatura da carga, os bandidos colocavam sacos de gelo sobre os aparelhos.
Ainda no RN, após a apreensão de caminhões e carretas, a quadrilha tentou diversificar o modo de operar. A ideia era utilizar uma lancha para fazer a droga chegar até os cargueiros. A pequena embarcação deveria se aproximar de um navio para que bolsas com drogas fossem arremessadas para os tripulantes, que deveriam içá-las e escondê-las em um contêiner. Não deu certo. Antes que a lancha zarpasse pelo Rio Potengi, policiais federais prenderam três homens na praia da Redinha, próximo ao antigo ponto das balsas. O trio foi flagrado com mais de 380 quilos de cocaína.
Outra grande apreensão, somando 4,7 toneladas de cocaína, aconteceu em Areia Branca, dia 13 de julho de 2022. Lá, uma célula da quadrilha se valia da modalidade de içamento para navios graneleiros de sal, próximos da plataforma Porto-Ilha, para embarque da droga. As investigações revelaram que a base de operação do grupo em Areia Branca também seria responsável por recepcionar a cocaína vinda pelo Oceano Atlântico, oriunda dos países produtores da droga.
Ainda de acordo com denúncia, as investigações comprovaram que as atividades da organização criminosa não se restringiram apenas a remessas de drogas pelos portos de Natal e Areia Branca.
Ao mesmo tempo em que foram realizadas as apreensões no RN, a quadrilha também operou nos estados do Pará (onde drogas era enxertadas em cargas de madeira), Ceará, Salvador e São Paulo, com interceptações de cargas nos países europeus de destino, como Bélgica, França e Holanda.
Rota internacional Após as primeiras apreensões de drogas no Porto de Natal aconteceram em 2019. Na ocasião, a Polícia Federal confirmou que a capital potiguar estava na rota do tráfico internacional de drogas.
À época, inclusive, a PF confirmou que já sabia da existência do transporte de drogas pelo ar – caso em que o entorpecente é levado na bagagem ou preso ao corpo de passageiros de aviões. O trajeto marítimo, no entanto, foi considerado novidade, de acordo com Delegacia Regional de Investigação e Combate ao Crime Organizado da PF no RN.
Duas grandes apreensões foram feitas em fevereiro de 2019, as primeiras da história do Porto de Natal, aberto em 1932. Nunca uma operação policial havia descoberto drogas no terminal.
Ainda segundo a Polícia Federal, o tráfico marítimo entre Natal e a Europa ocorria sempre de forma semelhante. Primeiro, a cocaína era embalada em tabletes. Depois, tudo é escondido em meio a carregamentos de frutas — que são exportadas dentro de contêineres — que por sua vez atravessam o Oceano Atlântico em navios cargueiros.
Além de desembarcarem em Amsterdã ou Roterdã, muitas vezes os contêineres também eram descarregados no Porto de Antuérpia, na Bélgica. Neste último, em 2018, a polícia local chegou a apreender 50 toneladas de drogas. Ainda não se sabe se esta droga em particular partiu da capital potiguar.
Traficantes internacionais Os traficantes que atuam na remessa de cocaína para a Europa não pertencem a facções criminosas que dominam o comércio de entorpecentes dentro do país. As investigações, segundo o procurador Fernando Rocha, não apresentam indícios, até então, da participação de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) ou do Comando Vermelho (CV), por exemplo.
O procurador da República reforça que os criminosos em questão são traficantes internacionais.
“O objetivo é fazer um negócio cada vez mais lucrativo”, concluiu.
A quatro meses das eleições e com quatro pré-candidaturas postas à prefeitura de Natal, os bairros já começam a receber movimentações pré-eleitorais. De acordo com o calendário eleitoral, a campanha tem início em 16 de agosto, mas os pretensos candidatos a majoritária já começaram a se apresentar à população.
Rafael Motta O ex-deputado fez o lançamento da pré-candidatura a prefeito de Natal, na manhã do sábado (08). O anúncio foi durante o encontro estadual do partido, realizado no Albatroz. O evento reuniu o presidente nacional do partido, deputado Luís Tibé, o presidente estadual, Jorge do Rosário, o ex-deputado Henrique Alves e lideranças municipais do Avante no RN. “É o partido que mais cresce no Brasil. O Avante é base do Governo Federal. Ajudei a eleger o presidente Lula e sigo acreditando no projeto”, disse Rafael em suas redes sociais.
Natália Bonavides A pré-candidata do PT fez um passeio por festas juninas na cidade. Esteve no Arraiá dos Amigos do Pirangi e Jiqui, ao lado dos vereadores Ana Paula e Julio Protásio, e participou do aniversário do bairro Nossa Senhora da Apresentação, com o vereador Milklei Leite.
“O povo de Natal sabe fazer festa e a prefeitura tem que sempre chegar junto nesses eventos”, afirmou Bonavides.
Fez ainda gravação de propaganda e registrou participação do Arraiá Fogaréu, na Casa Vermelha, na Cidade Alta, com a vereadora Brisa Bracchi.
Carlos Eduardo Agora com pré-candidatura na rua, Carlos Eduardo (PSD) esteve no ensaio geral da quadrilha junina Rei do Baião, no bairro Cidade da Esperança e visitou festa junina no bairro Felipe Camarão, ao lado de lideranças comunitárias.
No domingo, ainda participou da formatura dos Bombeiros Civis de Natal.
Em registros sobre a movimentação de toda a semana, Carlos Eduardo afirmou que tem percorrido toda a Natal: “Ao lado de amigos e amigas de caminhada em todas as regiões da nossa Natal”.
Paulinho Freire Já o pré-candidato Paulinho Freire (UB) afirmou que percorreu “as quatro regiões de Natal” durante o fim de semana. Na sexta-feira (07), esteve na Festa dos amigos de Sônia, realizado pela pré-candidata a vereadora Sônia do Nova Natal, no bairro Potengi. Foi acompanhado do prefeito Álvaro Dias (Republicanos) e Joanna Guerra (Republicanos), pré-candidata a vice-prefeita.
Ainda com o prefeito, Paulinho esteve no lançamento da pré-candidatura de Ériko Jácome.
Também participou do Arraiá do Bom Pastor e do São João dos Amigos do Prime, ao lado do vereador Aldo Clemente.
Não é de hoje que o Rio Grande do Norte faz parte da rota internacional do tráfico internacional de drogas. Enviar cocaína para a Europa a partir do Porto de Natal ou receber maconha produzida na América do Sul também não é surpresa. A novidade é que traficantes de drogas de países vizinhos estão dando cobertura para os criminosos foragidos da Justiça potiguar.
Pelo menos dois chefes de uma facção criminosa, suspeitos de envolvimento com os atos criminosos ocorridos no RN em março do ano passado, estiveram no Peru recentemente. Ambos também são apontados como membros de quadrilhas especializadas em ataques e explosões de caixas eletrônicos. É o chamado Novo Cangaço, como ficou denominada a modalidade.
Neste final de semana, a Polícia Federal divulgou a prisão de um dos 10 criminosos mais procurados pela segurança pública potiguar. O nome não foi revelado. Porém, o Diário do RN descobriu que se trata de Asseandro de Azevedo Ferreira, de 36 anos, natural de Parelhas, na região Seridó. “Oceano”, como é mais conhecido, é apontado como um dos líderes da facção criminosa Sindicato do Crime do RN, e é considerado um dos traficantes mais atuantes do Rio Grande do Norte. O nome de Asseandro, inclusive, constava na Difusão Vermelha da Interpol.
Ele estava foragido do presídio PB1, na Paraíba, desde setembro de 2018, quando houve uma fuga em massa de 92 detentos. Contra ele pesavam dois mandados de prisão, sendo um deles condenatório com mais de 30 anos de cadeia.
Prisão no Peru Asseandro foi localizado no sábado (25), na cidade peruana de Pucallpa. A Polícia Nacional Peruana prendeu o criminoso em flagrante por três tentativas de homicídio, e por ter efetuado vários disparos em via pública. A Força Integrada de Combate ao Crime Organizado do Rio Grande do Norte (FICCO/RN) suspeitou do uso de documentação de identificação falsa nesta ocorrência e, após investigação, confirmou a verdadeira identidade do foragido, que possui extenso histórico criminal no Brasil.
O preso já havia realizado fugas de um Centro de Detenção Provisória no Rio Grande do Norte, em 2008, e do presídio de segurança máxima da Paraíba, em 2018. Nesta última, inclusive, houve utilização de explosivos.
A FICCO/RN é uma coalizão de agências de segurança, incluindo a Polícia Federal, Secretaria Nacional de Políticas Penais, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Penal, dedicada ao combate efetivo ao crime organizado.
Oceano A inclusão do nome de Asseandro na Difusão Vermelha da Interpol foi decorrente de representação policial no bojo da Operação Pélagos, na qual foi denunciado pelos crimes de associação para o tráfico de drogas e por integrar o comando de organização criminosa armada.
A Operação Pélagos foi deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2022. A missão foi desarticular um grupo de pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas, além de outros crimes, com atuação principalmente na região Metropolitana de Natal. Na ocasião, foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão e 34 mandados de prisão preventiva, expedidos pelo Poder Judiciário do RN, em Natal, e nos estados do Acre, Rondônia, Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro.
De acordo com a PF, o nome da operação é uma alusão à palavra “oceano” em sua perspectiva de profundidade e tamanho, o que denota a relação de forte influência da organização criminosa investigada na sua área de atuação.
O outro suspeito, e que também era apontado como um dos criminosos mais procurados do RN, caiu em abril do ano passado. E ele também andou pelo Peru. Kleber Lucas Paz de Oliveira, de 32 anos, também chamado de “Primo”, era, até então, uma das lideranças dos ataques ocorridos em março de 2023 no RN.
Quem prendeu “Primo” foi a Força Tarefa da Polícia Federal/SENAD (Secretaria Nacional Antidrogas). Ele foi localizado no bairro Virgem de Caacupé, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai. A cidade faz fronteira com Ponta Porã, município distante a 295 de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
As investigações apontaram que, nos últimos meses, antes de deixar o RN e passar pelo Peru e Paraguai, ele havia transitado pelo Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Acre e Pará.
“Primo” também é alvo de processos por homicídio e associação criminosa por tráfico de drogas e armas. De acordo com a PF, com a sua presença na região fronteira do Brasil com o Paraguai, Kleber tentava fortalecer a sua atuação no tráfico de drogas e armas que seriam enviadas para o Nordeste.
Novo cangaço Kleber é um dos chefes do “Novo Cangaço”, grupo criminoso responsável por ataques a instituições financeiras e carros-fortes, sempre com uso de extrema violência e armas de grosso calibre.
O bando atua no tráfico de drogas no Nordeste e foi citado na Operação Senhor das Armas, que teve como objetivo desarticular uma organização criminosa especializada em comércio ilegal de armas de fogo de grosso calibre.