Os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 serão divulgados em 11 de fevereiro, segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas.
Nessa data, os candidatos poderão consultar o boletim com as notas individuais em cada prova (linguagens, ciências humanas, ciências da natureza, matemática e redação).
O gabarito extraoficial do Enem será publicado ainda nesta semana, na quarta-feira (1º). Ele só permite, no entanto, que o aluno saiba seu número total de acertos.
Como a prova é corrigida pela Teoria de Resposta ao Item (TRI), a nota final não é calculada apenas com base na porcentagem de respostas corretas.
Ela detecta a “coerência” no desempenho do aluno: se ele acertou questões muito difíceis, por exemplo, e errou as consideradas fáceis, provavelmente “chutou” as alternativas. A TRI detecta essa incongruência e atribui menos pontos ao candidato.
Duas pessoas que acertarem 120 de 180 questões podem tirar notas totalmente diferentes, portanto.
Acesso prévio ao Enem
Durante a coletiva de imprensa, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que não interferiu na prova. Se tivesse exercido alguma influência, “determinadas questões” talvez tivessem ficado de fora, afirmou.
Ribeiro também foi questionado por jornalistas sobre seu desejo de ter acesso prévio ao Enem.
Em junho, ele afirmou que poderia ver a prova antes. Depois de críticas sobre censura, voltou atrás.
“Quando percebi que ter acesso à prova traria mais prejuízo que benefício aos estudantes, dei um passo atrás. Abri mão de um direito”, disse.
“Não é possível que se entenda que o ministro da Educação não possa ver a prova (…), considerando que os funcionários em posição mais inferior têm esse acesso.”
Tentativas de interferência no Enem
Servidores do Inep, instituto que organiza o Enem, denunciaram que sofreram assédio e pressão psicológica para evitar questões polêmicas que pudessem incomodar o governo.
Em decisão conjunta, 37 deles pediram demissão.
Um grupo de funcionários também se queixou de episódios de assédio moral e disse que o presidente do Inep, Danilo Dupas, estava se eximindo de responsabilidades importantes para organização do exame.
As queixas e os documentos reunidos vão ser analisados pelo Tribunal de Contas da União, para apurar se houve alguma tentativa de interferência do governo na prova.
Tanto o Ministério da Educação quanto o Inep negaram as acusações.
Em 15 de novembro, logo após as denúncias de tentativa de interferência ideológica no Enem, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as questões da prova começavam a “ter a cara do governo”.
Dois dias depois, ele disse que não chegou a ver as perguntas. Afirmou que, se tivesse tido acesso à avaliação, ela teria “mudado para sempre, com questões objetivas”.
Taxa de abstenção
As taxas de abstenção dos dois dias do Enem 2021 foram menores do que as registradas nos dias de prova da edição de 2020.
O Enem 2020 teve 5,8 milhões de inscritos e registrou 51,5% de ausência no primeiro dia e 55,3% no segundo dia.
Por G1