Por: Bosco Afonso
Durante essa semana que terminou, mesmo estando praticamente silencioso por todos os episódios que envolveram os pronunciamentos do presidente Jair Bolsonaro, muitas vezes destemperados, principalmente contra os membros do Superior Tribunal Federal (STF) e ao defender mais rigidez na fiscalização das urnas eletrônicas, o ex-presidente Luiz Lula Inácio da Silva saiu da “toca” apenas para dizer que Bolsonaro “sabia que ia perder as eleições e por isso estava com medo de ser preso”.
É um direito constitucional do presidente da República Jair Messias Bolsonaro (sem partido) e de qualquer outro cidadão ou cidadã em defender, como queiram os entendidos no assunto, o voto impresso ou o voto auditável. É tão constitucional que virou matéria que vem sendo apreciada nesta terça-feira, 10, pelo Congresso Nacional, onde o assunto poderá ser sepultado. Ou não. O impróprio dessa defesa, com certeza, é a forma como o presidente Bolsonaro vem tratando o presidente Barroso, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e membro do STF. O respeito entre os poderes tem que ser mútuo. Pode e deve haver discordâncias, mas constitucionalmente, os poderes se equivalem e como exemplo aos cidadãos e cidadãs devem se respeitar.
O problema é que o destemperamento de Bolsonaro é enxergado além do próprio tema. Tudo o mais que envolvem os demais políticos são momentaneamente esquecidos. Foquemos, portanto, neste momento na matéria que circulou por vários jornais e o jornaldebrasilia.com.br estampou: Para Lula, Bolsonaro “sabe que vai perder e tem medo de ser preso”. No corpo da matéria tem o trecho enfocando que “Lula classificou a discussão sobre a mudança no sistema eleitoral como “bobagem”.
“Bolsonaro desafiou a sociedade. Em algum momento ele será julgado. E é disso que ele tem medo. Essa loucura toda de voto impresso, é medo. Bolsonaro sabe que vai perder a eleição e tem medo de ser preso, e aí fica nessa bobagem”, disse Lula.
Ora, Lula falar em Bolsonaro ser preso, é o mesmo que não respeitar o provérbio: Não se fala em corda em casa de enforcado. Além de já ter cumprido parte de pena criminal, Lula não está livre de voltar à prisão para complementar o cumprimento da pena. Os processos que envolvem o ex-presidente petista e mais uma meia dúzia de políticos, assessores e empresários não foram anulados. Estão vivos. E como chegaram a ser julgados por cortes diferenciadas, esses processos devem voltar a julgamento por outros magistrados, que podem inocentá-lo ou voltar a aplicar penas.
O estratégico e inteligente Luiz Inácio Lula da Silva, que pretende voltar a presidir o Brasil caso o resultado das próximas eleições lhe sejam favoráveis, e que por isso foi tentar “alfinetar” o seu principal desafeto, perdeu uma ótima oportunidade em ficar em seu silêncio, pois as suas declarações só fizeram atiçar a lembrança de muitos ao seu passado com envolvimento de desvios de recursos públicos que o levaram a responder a vários processos ainda em andamento.
SAUDADES DO CORONEL USTRA.