“O que se espera é o anúncio dos candidatos da governadora do Estado e do prefeito de Natal, hoje, os blocos hegemônicos”, afirmou o ex-deputado federal, jornalista e advogado Ney Lopes, sobre a disputa pela sucessão municipal na Capital. Para ele, o cenário eleitoral que está posto é um “pré cenário” e as mobilizações ainda estão concentradas nos bastidores, com expectativa que o Congresso Nacional aprove a lei que regulará as eleições em 2024. Aposentado da política partidária, como se define, ele disse ainda que Fátima Bezerra (PT) é uma gestora que “administra bem o ‘feijão com arroz’, diante da escassez de recursos que dispõe.
“No PT e aliados, parece haver coesão em torno da deputada federal Natália Bonavides, que conta com a simpatia do Planalto. Na oposição há divisão entre os blocos do prefeito Álvaro Dias e do senador Rogério Marinho. No epicentro da disputa, está o ex-prefeito Carlos Eduardo, que demonstra ser o mais decidido em disputar a Prefeitura. Há uma espécie de ‘zona cinzenta’ entre Carlos Eduardo, Álvaro e Rogério. Entretanto, a tendência será uma solução de união, pelo menos entre Carlos e Álvaro, sob pena de facilitar os espaços para a oposição”, analisou.
Sobre o deputado federal Paulinho Freire (União Brasil), Ney destacou que este “diz-se candidato, mas ao seu estilo de ‘só entrar para ganhar, com forte esquema financeiro’. Certamente irá cuidar de ampliar espaços para a reeleição de federal”. Sobre o comunicador Bruno Giovanni (PSDB), que iniciou os movimentos, Ney afirmou: “Esse, por ter boa presença na mídia, é um nome que poderá surpreender”.
O ex-deputado destacou ainda nomes que devem ser considerados para a corrida eleitoral na Capital. “Fala-se também, e não podemos subestimar, nos nomes do deputado federal General Girão; a deputada estadual Eudiane Macedo; o ex-deputado federal Rafael Motta e o secretário municipal Irapuã Nóbrega. O senador Stevenson Valentim e o PSDB tendem a composições, sem cabeça de chapa e com olho nas bases interioranas”.
Ney Lopes defende como essencial que o futuro gestor seja uma pessoa com o compromisso real de melhorar a qualidade de vida de quem vive na Capital. “É necessário que ganhe alguém que enxergue meio palmo a frente do nariz. Não menosprezo ninguém, mas o mal das escolhas do eleitor é eleger pessoas incapazes, sem experiência, sem programas viáveis. Muitas vezes, um slogan, uma cor, que cai no ‘goto’ do povo, até um boneco. Isto precisa acabar. O eleitor tem que examinar a qualidade do candidato, em qualquer nível”.
E completou: “Se um filho adoece, o que se faz? Procura um médico confiável. Se assim não agir, o filho poderá morrer. A mesma coisa é a escolha de um prefeito, deputado, governador ou presidente. O administrador hoje tem que ter visão global. O que acontece na Ásia poderá ser uma experiência válida em Natal. Acompanhar a modernização é absolutamente indispensável, sob pena de ficar para trás. Enquanto o eleitor não adquirir essa consciência, os riscos dos maus governantes e legisladores continuarão. E a culpa é de quem votou”.
“Fátima faz o que pode, diante da escassez de recursos que dispõe”, diz
“O governo de Fátima Bezerra faz o que pode. Não é o governo dos meus sonhos, até porque, no passado, sonhei muito em ser governador. Mas ela administra bem o ‘feijão com arroz’, diante da escassez de recursos que dispõe. Pelo menos não conheço, até agora, corrupção, ou desvios graves da administração”, afirmou Ney Lopes, ao avaliar a gestão da governadora Fátima Bezerra, que está no primeiro ano de seu segundo mandato.
Para o ex-deputado federal, por esta razão, o próximo governador deverá ter um programa claro de avanços para o Rio Grande do Norte, numa visão moderna e eficiente, já que o Estado tem a vocação clara de ser um polo exportador e turístico. “O que se faz nessa área é só conversa, sem maiores alcances”, lamentou. E citou avanços obtidos durante as gestões dos ex-governadores Aluízio Alves e Cortez Pereira, entre as décadas de 1960 e 1970.
“Aluízio revolucionou com a chegada da energia de Paulo Afonso, parceria com o presidente Kennedy dos Estados Unidos, minério etc. Cortez Pereira criou o maior programa de colonização agrícola do país em Serra do Mel, que os governos seguintes desativaram. Colocou o Estado para produzir camarão e atingir a liderança nacional nesse setor, além de outras conquistas. Para as épocas deles, foram avanços significativos para o RN. Têm que surgir nomes com experiência política, que é fundamental e com propósito de inovar na administração estadual”, enfatizou.
Ele vê como benéfica a aproximação que a gestão estadual tem hoje com a gestão federal. “Poucas vezes um governante estadual teve tanta aproximação com o governo federa quanto Fátima tem. É só elaborar bons projetos, numa linha inovadora e partir para Brasília. O presidente gosta dela e atenderia. Até agora, ela tem apenas pedido socorro a União para salvar-se da crise financeira que assola o estado. Poderia partir para implantar no Grande Natal um polo exportador e turístico, como falei”.
E defendeu que o apoio do governo federal é fundamental pela mudança necessária da legislação tributária, pois ajudaria a balança de pagamentos do país. “Isso sim, é procurar novos caminhos, sem improvisação, porque estes polos exportadores existem em várias partes do mundo e foram o caminho aberto para o progresso, aporte tecnológico, atração de empresas e a consequente geração de empregos. Infelizmente, no RN existem “grupinhos”, donos da verdade, que só olham o seu próprio umbigo e rejeitam tudo que não lhes dê lucro a curto prazo. É preciso resistir”, concluiu Ney Lopes.