Ministro diz: “A cola desses deputados para sobreviver era com Lula. Se colocassem o nome de Bolsonaro, perdiam voto”
“Teve 82% de votos válidos para deputado federal. A cola desses deputados para sobreviver era com Lula. Se eles colocassem na colinha o nome de Bolsonaro no 1º turno, eles perdiam voto”, revelou o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PP), ao afirmar que deputados eleitos usaram o nome do candidato Lula (PT) pois sabiam que seus eleitores votariam no petista e que, caso usassem o nome do presidente, não receberiam voto.
Trocando em miúdos, ele deixou claro que muitos eleitos mentiram deliberadamente para o eleitorado visando apenas o voto e, após conseguirem o que queriam, revelaram seu verdadeiro candidato e ideologia.
“E esses deputados que já estão eleitos foram ao Planalto, tiveram com o presidente e disseram: ‘Agora, no segundo turno, é só o presidente. Nossa base vai votar no presidente’.
Ele vai ter aí 300 deputados que não trabalharam para ele e que agora vão trabalhar. Hoje vejo perspectiva total de vitória de Bolsonaro”, afirmou o ministro, em entrevista ao jornal Estadão, neste domingo (9).
Questionado ainda sobre o que vale mais para o segundo turno: os apoios de candidatos do Centrão, como o de Simone Tebet (MDB), ao presidenciável Lula ou o apoio de governadores eleitos em grandes centros eleitorais a Bolsonaro, o ministro afirmou que “Os grandes apoios estão do lado do presidente. O voto da Simone Tebet que ia para o Lula a gente já mediu e foi no 1º turno.
Nas nossas pesquisas, Lula não teve aumento de votos. A gente acredita que ele chegou no teto. O presidente vai converter votos até pela rejeição”, disse.
Eleitos com vergonha de assumir apoio a Jair Bolsonaro durante a campanha
Além dos deputados que mentiram aos seus eleitores, afirmando votar em Lula no primeiro turno e, após serem eleitos, “viraram a casaca”, declarando voto no atual presidente Bolsonaro, conforme o ministro deixou escapar em entrevista ao Estadão, há também os casos de eleitos que, durante sua campanha, não ligaram sua imagem a nenhum dos presidenciáveis que hoje disputam o 2º turno para a Presidência, no próximo dia 30.
No Rio Grande do Norte, o caso mais explícito foi o protagonizado pelo ex-governador Robinson Faria (PP), que é o pai do ministro das Comunicações Fábio Faria. Apesar de ter-se feito presente em um dos palanques de Bolsonaro no Estado, durante uma das sete visitas oficiais do mandatário, somente após o resultado das eleições do domingo (2), é que Robinson passou a fazer postagens declarando abertamente seu voto ao presidente Bolsonaro.
Também quem teve vergonha de associar sua imagem constantemente ao presidente e foi eleito, pelo Rio Grande do Norte, foi o deputado João Maia, coincidentemente, integrante do mesmo partido do presidente, o PL. Uma rápida olhada no feed dos dois federais eleitos, em especial o de Robinson, é possível constatar que estes só passaram a apoiar Bolsonaro publicamente após terem garantido suas eleições.