O ex-deputado e ex-ministro Henrique Alves, começa a ensaiar os passos do retorno à vida pública no RN, amparado por decisões judiciais que o inocentam de processos abertos pelo Ministério Público Federal. O passaporte da volta à atividade política vem carimbado por decisões judiciais favoráveis.
Portanto, Henrique se livrará do principal obstáculo para se apresentar novamente ao eleitorado potiguar no pleito do próximo ano.
Seria o principal obstáculo, se não fosse a armação política que vem sendo articulada nos bastidores de seu próprio partido, o MDB, para dificultar ou até inviabilizar sua possível candidatura, negando-lhe a legenda, o que se configuraria na maior trairagem política da história de um partido.
Henrique tem 11 mandatos e 51 anos de filiação a um único partido, o MDB. Ao invés de armar trairagem contra o filho de Aluízio, os dirigentes atuais do MDB deveriam fazer uma festa pela volta do marido de Laurita.
Informações vindas do intestino partidário, dão conta de pânico da cúpula emedebista com a volta de Henrique, motivada pelo ódio, que se alimenta do desespero, fruto da possibilidade da derrota.
A guerra é silenciosa e familiar, mas não é mútua. Parte do deputado Federal e atual presidente do MDB, Walter Alves. O filho de Garibaldi sabe do peso histórico e da liderança de Henrique dentro do partido e no eleitorado. O filho de Aluízio voltando com o carimbo de inocente na testa e o 1511 na urna eletrônica, é devastador para os planos de Waltinho permanecer deputado Federal. E ele sabe disso; por isso, está agindo contra o primo.
Quem fica numa situação delicadíssima diante do desespero de Waltinho é o pai dele, ex-governador e ex-senador Garibaldi Filho, a maior expressão eleitoral do MDB. Garibaldi tem uma relação visceral com Henrique, que transcende a parceria política e o sangue familiar. Porém, o marido de Dona Denise estará diante de uma decisão que jamais imaginou precisar tomar: Escolher entre o filho e o primo. Por Garibaldi, Henrique teria legenda e total apoio para ser candidato ao que desejar. Mas, quando o instinto paternal fala, o governador das águas não tem outra alternativa a não ser concordar com a trairagem de Waltinho contra Henrique. É a sobrevivência na selva política. Ou eu ou ele. Na política, o egoísmo é oxigênio.
A cúpula do MDB certamente não vai admitir que há gestação de uma traição sanguinária dentro do partido. Afinal, Henrique ainda não recebeu o passaporte judicial para confrontar o partido que foi o berço do aluizismo. Ele age em silêncio de espera; se alimenta de expectativa do que virá de Themis, a deusa da Justiça.
Portanto, tudo pode mudar a partir do momento em que Henrique Alves puder ostentar sua inocência publicamente. Animal político em tempo integral, o marido de Laurita sabe administrar a ansiedade e usa seu amadurecimento como modus operandi do retorno seguro à vida pública. O desespero não é dele. É dos primos.