
Em 28 de abril deste ano, na cidade de Cianorte, no Paraná, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, anunciou a criação de um aplicativo para que crianças e adolescentes possam denunciar casos de violência.
Na ocasião, Damares participava de uma reunião, realizada a seu pedido, no município localizado no noroeste do estado que, no mês anterior, tinha sido palco de um crime bárbaro: a morte do menino Cristofer Matos, de 3 anos. A criança foi vítima de agressões domésticas e morreu em decorrência do rompimento do pâncreas e hemorragia interna. O principal suspeito é o padrasto de Cristofer, preso dias após a morte do menino.
Durante o evento, Damares chegou a se dizer “envergonhada” e pediu perdão ao avô da criança pelo fato de o app “não ter chegado antes”. Três meses depois, o aplicativo anunciado pela ministra ainda não está disponível nas lojas, nem para o sistema Android nem para o iOS. O lançamento do aplicativo chegou a ser anunciado por políticos locais, aliados do presidente Jair Bolsonaro.
Sobre a nova previsão, de acordo com informações passadas pelo Unicef, a perspectiva é de que o aplicativo seja lançado no segundo semestre, em agosto ou setembro. Além disso, deve ser realizada uma campanha de divulgação com envolvimento das redes escolares de estados e municípios. A ideia é que as escolas ajudem a ensinar as crianças a usar a ferramenta.
O Unicef confirmou a parceria e que o aplicativo está sendo desenvolvido, além da precipitação de Damares no anúncio. Segundo a instituição, até o nome apontado pela ministra na época ainda era provisório. A ferramenta, anunciada no primeiro momento com o nome de “Dica”, agora pode ser lançada com o nome de “Sabe – Conhecer, Aprender e Proteger”.