Depois de gerar muita expectativa em torno da promessa de divulgação de provas de fraude eleitoral no Brasil em sua transmissão pela internet na noite desta quinta-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou a live para fazer uma defesa enfática da adoção do voto impresso e apenas requentou denúncias já desmentidas que circulam pela internet.
Como bem disse Laurita Arruda, no Blog Território Livre, não foi desta vez que o presidente Jair Bolsonaro provou as fraudes em urnas eletrônicas.
“Mais de duas horas de um somatório de frases e “ideias” repetidas à exaustão no Cercadinho; tratamento precoce, voto impresso, impossibilidade de atuar na pandemia por decisão do STF, perseguição da imprensa, voto impresso outra vez. Um oito sem fim nos moldes de Fidel Castro, que fez até o respeitável público cansar. Foram 135 mil espectadores no início e terminou com pouco mais de 30 mil”.
O evento no Palácio da Alvorada serviu para o chefe do Executivo federal fazer fortes ataques ao ministro Luís Roberto Barroso, do STF e presidente do TSE.
“É lamentável o que está acontecendo”, disse Bolsonaro na live. “O presidente do TSE não quer eleição, quer impor um nome”, acusou.
Em outro momento, Bolsonaro não deixou dúvidas sobre que nome seria esse. “É justo quem tirou Lula da cadeia e o tornou elegível ser o mesmo que vai contar o voto numa sala secreta no TSE? Eu quero eleições no ano que vem, vamos disputar eleições no Brasil no ano que vem, mas eleições limpas”, pediu, acusando o TSE de fazer secretamente a apuração dos resultados das eleições. Representantes dos partidos, porém, são convidados a acompanhar a contagem dos votos, que é auditável.
“Sem voto impresso, movimentos não democráticos podem surgir no futuro”, discursou ainda o presidente Jair Bolsonaro. “Ganhe quem for, mas de forma democrática, com urnas confiáveis.”
Vídeos da web como provas
O presidente levou para a live um auxiliar, que se apresentou apenas como Eduardo, para mostrar o que seriam os indícios, mas apenas divulgou vídeos que já circulam pela web e por aplicativos de mensagens, com pessoas dizendo que apertaram 17 na urna e não viram a foto de seu candidato, denúncias que foram feitas em 2018 mas não foram provadas em nenhuma ocasião.
“Aos que me acusam de não apresentar provas, eu devolvo a acusação: apresente prova de que não é fraudável”, provocou o presidente, que defendeu seus indícios como “fortíssimos”, mas admitiu que eles ainda estão em apuração.