Jean-Paul Terra Prates, completa 53 anos no próximo dia 19 de junho. Advogado, economista, ambientalista, empreendedor, com descendência francesa pelo lado paterno, nascido carioca e plenamente adaptado ao calor norte-rio-grandense, consolidado com o casamento com a seridoense Muriel. Jean-Paul Prates aportou em terras potiguares a convite da então governadora Wilma Maria de Faria no momento em que procurava dar um vigor técnico à sua gestão em busca de resultados marcantes para a economia do Rio Grande do Norte.
Mesmo sendo “olhado atravessado” por alguns acólitos de Wilma, o intruso carioca que chegou sem mandato, sem voto e sem o QI com poder eleitoral, demonstrou jogo de cintura e, embora vivenciado na tecnocracia, mas experimentado nas andanças internacionais que só ampliaram os seus conhecimentos, conseguiu impor-se dentro da equipe ao iniciar um trabalho que começaria por dar a forma de se produzir energia limpa no solo potiguar para consumo em todo o Brasil.
Daí pra frente, foi apoiando-se no gingado carioca que Jean-Paul consolidou seu espaço no lobismo técnico-empresarial criando o primeiro thinc-tank (instituição de apoio às empresas do setor de geração de energia limpa) do Nordeste, denominado CERNE e ainda longe das pretensões petistas, encabeçou o movimento e criou o Sindicato das Empresas do Setor Energético do RN.
Pronto para trilhar na política, Jean pavimentou caminhos. Pensou até em se candidatar prefeito de um município próspero do interior do Estado, mas entendeu que não era a hora. Inteligente e estrategista, mesmo contra a vontade de núcleos radicais internos, ele superou as dificuldades e convenceu a cúpula estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em acolhê-lo em seus quadros, apesar do distanciamento ideológico.
Mas como o PT já não era mais um partido tão ideológico como nascera, abraçou Jean-Paul mirando a parceria com o empresariado e deu-lhe de presente a possibilidade de ser suplente de Senador na disputa do pleito em 2014, com a professora Fátima Bezerra na titularidade do mandato.
Na eleição de 2018, quando Fátima Bezerra surfava para chegar ao Governo do Estado, o marido de Muriel baforava uns bons charutos cubanos enquanto aguardava sua posse definitiva no Senado Federal por assegurados 4 anos, mesmo sem qualquer cacife eleitoral.
Foi a partir de 2019 que o RN passou a contar com 3 Senadores sem que antes tivessem disputado qualquer cargo eletivo.
Depois de amargar uma votação pífia na eleição para Prefeito de Natal, com menos de 15% do eleitorado da Capital, quando não contou com o apoio em massa de seu partido, Jean Paul experimentou o gosto amargo do primeiro teste nas urnas.
E agora? Chegou a hora do franco/carioca/potiguar disputar o voto de cada um dos quase 2 milhões e 500 mil eleitores, se é que quer se manter no “Paraíso” (como o senador Agenor Maria definia o Senado Federal). Mas antes de Jean-Paul querer permanecer no Senado, resta saber se o seu partido, o PT, o quer por lá ou vai negociar com outra legenda uma composição para garantir a permanência da irmã de Tetê no Governo do Estado.
No início da pandemia do COVID-19, O senador Jean ensaiou uma mudança de partido, trocando o PT pelo PDT, mas ao que parece um sopro vindo lá dos ventos que geram energia eólica chegou até ele e o fez refluir da ideia, consolidando a sua permanência no Partido de Lula ao se submeter ao sacrifício de uma disputa inglória na Capital.
Agora, mesmo sem ter ampliado a visitação às bases nesses últimos três anos e sem cacife eleitoral, o incentivador da geração de energia limpa no RN tem a seu favor o trabalho eficiente no Senado, se é que isso é válido na disputa popular. Além de suas ações legislativas e ultimamente ocupando espaços na mídia nacional, o ex-suplente de Fátima, mesmo não sendo um radical, poderá ocupar espaços do anti-bolsonarismo, ao lado de Lula, certamente disputando a cadeira do Senado contra Rogério Marinho, Fábio Faria ou Carlos Eduardo.
Somente o tempo dirá qual será o futuro de Jean Paul Prates.