“Joanna Guerra é uma especulação positiva. E Paulinho Freire é o melhor quadro político para governar Natal e minha aposta pessoal para 2024”, afirmou o presidente do União Brasil no Rio Grande do Norte, ex-senador José Agripino Maia, ao Diário do RN nesta quinta-feira (10). Para ele, um nome técnico como o da secretária de Planejamento de Natal, que é bem visto pelos aliados do prefeito e bem avaliado em Natal, pode ser uma aposta com resultados positivos.

“O nome de Joanna Guerra é uma especulação positiva. Todos sabem que Paulinho Freire é o melhor quadro político para governar Natal e é a minha aposta pessoal para a Prefeitura Municipal na Capital. Aliás, Paulinho é um dos quadros mais qualificados do União Brasil para disputar qualquer cargo. Mas, uma eleição se ganha com a soma das forças políticas e uma candidatura tem que ser construída para ganhar, para vencer. E isso está em construção”, explicou.

Agripino falou que formar alianças com forças políticas como Álvaro Dias (Republicanos) e outras lideranças importantes no Estado é o foco do partido para viabilizar uma composição forte, poderosa e vitoriosa para a sucessão municipal de 2024. “Estamos dialogando com todos os líderes políticos para construir um arco de alianças para que seja possível vencermos a eleição e uma aliança com o prefeito é um dos objetivos do partido”.

O deputado federal Paulinho Freire (União) reforçou que uma aliança com o grupo político de Álvaro Dias “vai fortalecer muito nossa luta um nome aprovado pelo prefeito”. O pré-candidato, eleito deputado federal com quase 78 mil votos, falou que hoje, o partido está trabalhando a “fase de crescer nossa candidatura, procurando partidos de centro que defendam as mesmas bandeiras políticas que nós, para construirmos juntos uma composição que uma o centro em prol da população de Natal”.

O pré-candidato, com extenso currículo administrativo com experiências no Legislativo e no Executivo municipal, confirmou que o União Brasil tem dialogado com partidos de centro, incluindo o Republicanos de Álvaro. “Na política, precisamos escutar e buscar o entendimento entre todos, para construirmos uma chapa forte e vitoriosa. E é isso o que estamos fazendo hoje”, explicou.

Paulinho conta com o apoio de um grupo de 22 vereadores natalenses que apoiam sua candidatura, mas destacou que necessita também do aval de diversos setores da sociedade natalense. “Fomos seis vezes presidente da Câmara Municipal, já tive uma experiência no legislativo estadual, fui vice-prefeito de Natal. Temos o aval do partido, mas vamos conversar com setores da sociedade, lideranças dos bairros, segmentos empresariais, médicos, enfim, com toda a sociedade civil”.

União Brasil bem posicionado em Parnamirim e Mossoró

Além da Prefeitura da Capital do Estado, o União Brasil pode conquistar as administrações municipais de Mossoró e Parnamirim, respectivamente, segundo e terceiro maiores colégios eleitorais do Rio Grande do Norte. Juntos, os três municípios somam concentram 35,35% de todo o eleitorado do Rio Grande do Norte, ou seja, 903.015 eleitores, dos 2.554.727 eleitores, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Segundo José Agripino, o trabalho desenvolvido em Parnamirim tem focado na pacificação das forças políticas de centro, para a construção de uma candidatura robusta para disputar a sucessão em 2024. O nome do comunicador Salatiel de Souza (União), que pertence ao grupo do atual prefeito Rosano Taveira (Republicanos), vem ganhando adesão de um número crescente de lideranças, suplentes e parlamentares parnamirinenses.

Somente nas últimas semanas, Salatiel conquistou o apoio de parte do diretório estadual do PSB e dos vereadores Afrânio Bezerra (Avante), Eder Queiroz (PSC), Léo Lima (PSC), Professor Diego (PSB) e do vice-presidente da Câmara Municipal de Parnamirim, vereador Michael Borges (PSDB). “Parnamirim é uma aposta positiva, assim como Mossoró”, disse o presidente estadual do União Brasil.

Já Mossoró apresenta um quadro mais consolidado, segundo José Agripino. “Trata-se de uma corrida para a reeleição do prefeito Allyson Bezerra, filiado ao nosso partido no início de julho. Com a grande representatividade e relevância político eleitoral que o prefeito de Mossoró possui hoje, é uma aposta muito positiva”, destacou.

Allyson confirmou, em entrevista ao Diário do RN, que disputará a reeleição e que é focado na gestão pública, tema pelo qual afirmou ser totalmente dedicado. Em dezembro de 2022, o prefeito de Mossoró teve sua gestão à frente de Mossoró aprovada por 86% da população, conforme pesquisa realizada pela TCM/TS2.

“Meu papel é técnico e não político”, diz Joanna

Aprovada pelos vereadores aliados ao prefeito Álvaro Dias como uma “boa opção” para ser a vice-prefeita em uma chapa encabeçada por Paulinho Freire, a secretária municipal de Planejamento, Joanna Guerra, falou ao Diário do RN que seu “papel é sempre técnico e nunca político” e que não pensa ou pretende opinar sobre questões políticas.

“Contribuirei com a gestão, que tem executado obras estruturantes por toda cidade, tendo a minha pasta, um papel importante no monitoramento dessas entregas. Meu papel é sempre técnico e nunca político. Sei que o prefeito está preocupado em cumprir bem o seu mandato, contribuindo com o desenvolvimento de Natal. Esse é o foco da gestão. Não tenho pensado, nem pretendo opinar sobre questões políticas. Continuarei desempenhando tecnicamente minhas funções na Prefeitura Municipal de Natal”, afirmou, ao Diário do RN nesta quinta.

O nome de Joanna passou a circular entre pouquíssimos e privilegiados integrantes do círculo íntimo de Álvaro em meados de junho passado e um destes aliados confirmou ao Diário do RN que o prefeito apostará no perfil totalmente técnico, não testado nas urnas e livre das “nódoas” da polarização ideológica entre direita e esquerda que dominou as últimas duas eleições no país. “Me sinto lisonjeada e acredito que isso venha a ser fruto da dedicação que tenho tido para fazer se concretizarem os projetos e as obras importantes para a cidade”, falou.

O deputado federal João Maia, reeleito no ano passado com 104,2 mil votos, disse que aguarda autorização do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para se desfiliar do Partido Liberal (PL) sem perder seu mandato. Ele deve se filiar ao Partido Progressistas (PP), comandado no Rio Grande do Norte pelo ex-deputado federal Beto Rosado, com quem cumpriu intensa agenda política em Brasília nesta quinta-feira (10).

Em seu quarto mandato na Câmara dos Deputados, João Maia afirmou ter participado de reunião com o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira e, logo depois, com o líder dos Progressistas no Congresso Nacional, deputado federal André Fufuca, “para traçar estratégias visando a reestruturação do Partido Progressistas no Estado”, disse.

João Maia também se encontrou com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), segundo ele, para buscar “soluções para assuntos que impactam diretamente os municípios do Rio Grande do Norte”. O parlamentar afirmou que foi um dia intenso de trabalho e bastante produtivo, incluindo encontro com o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, chefe da articulação política da gestão do presidente Lula (PT).

O deputado federal decidiu deixar o PL, que comandou por 21 anos no Estado, após perder a presidência deste para o senador Rogério Marinho, que está focado nas eleições gerais de 2026 de olho na Presidência da República. Informações de bastidores revelam que Rogério mira a “herança política” do ex-presidente Jair Bolsonaro, que está inelegível após decisão do TSE.

O parlamentar admitiu que está em “conversas adiantadas” com o PP. Conforme a assessoria do deputado federal informou, na reunião com o ministro Padilha, “João Maia foi em busca de parcerias e recursos para impulsionar o desenvolvimento potiguar”.

TSE rejeita recurso do PDT e mantém mandato de vereador Felipe Alves
A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carmem Lúcia negou seguimento ao recurso especial apresentado pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), solicitando a perda do mandato do vereador de Natal Felipe Alves, que deixou a sigla em abril de 2022 para se filiar ao União Brasil.

Na decisão divulgada nesta quinta-feira (10), a magistrada seguiu o entendimento da Corte Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE/RN), que já havia rejeitado, à unanimidade, o pedido do PDT, no âmbito local. A defesa do parlamentar natalense foi feita pelo advogado Victor Hugo Soares.

“Estou muito feliz com essa decisão. A soberana vontade dos 4.675 eleitores natalenses foi respeitada. A clara perseguição levada adiante pelo PDT contra mim foi categoricamente rechaçada pela Justiça Eleitoral. Vamos seguir trabalhando a favor de Natal”, destacou o vereador Felipe Alves.

O mossoroense Saulo Spinelly assumirá a presidência da Juventude do Movimento Brasileiro Democrático (JMDB), o anúncio foi feito durante a reunião executiva nacional da Juventude do MDB, na última semana, quando o então presidente, Norton Soares, comunicou sua licença do cargo.

Durante a divulgação da mudança na presidência, Norton afirmou: “essa decisão visa contemplar a história e a militância de Saulo Spinelly, garantindo uma liderança ativa durante seu período de licença”, declarou ainda que cumprirá agenda junto ao novo presidente nas convenções: “compartilharemos agendas nas convenções estaduais da JMDB, fortalecendo a representatividade da militância por meio dos núcleos”.

Saulo considerou como um momento de muita importância e que pode ser de grandes benefícios para o Rio Grande do Norte: “é de grande importância para o RN ter uma liderança nacional. Para que possa ajudar em pleitos, que possa lutar por projetos importantes para o nosso estado. ”
Spinelly enfatizou que seu histórico foi fundamental para que fosse escolhido para representar o partido: “eu tenho um histórico de militância no partido, cheguei ao partido cedo e construí uma representatividade. Tive o apoio dos 27 estados para assumir a função de presidente e estou muito feliz com essa escolha”.

Afirmou ainda está realizado e ressaltou a participação do partido no cenário político nacional: “estou realizado em estar galgando espaços importantes e principalmente assumindo a juventude do maior partido do Brasil. O MDB é o partido com maior número de prefeitos, vice-prefeitos e vereadores, além de ter três ministérios importantes. Então é importante ocupar esse espaço e utilizar dele para batalhas em favor e para o governo”, finalizou Saulo.

Quem é Saulo Spinelly?

Nascido em Mossoró, formado em Pedagogia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) e com especialização em Social Mídia pela Fundação Getúlio Vargas do Distrito Federal (FGV-DF), começou sua trajetória de representatividade no movimento estudantil, ao qual chegou à presidência do Diretório Central dos Estudantes (DCE).

Saulo teve a oportunidade de trabalhar na Presidência da República, em Brasília, ocupando o cargo de secretário executivo na Secretaria Nacional da Juventude, durante o governo de Michel Temer.

No cenário local, ocupou a posição de vice-presidente da JMDB local e devido ao seu trabalho foi reconhecido em nível nacional e assumiu cargos na executiva da Juventude do MDB em âmbito nacional.

“Seria uma boa chapa, Paulinho Freire e Joanna Guerra”, afirmou o líder do prefeito Álvaro Dias (Republicanos) na Câmara Municipal de Natal, vereador Hermes Câmara (PSDB), ao defender os nomes do deputado federal para prefeito e o da secretária municipal de Planejamento para vice-prefeita, nas eleições de 2024. Para ele, a dupla seria a composição ideal para ser lançada pelo gestor para sua sucessão municipal e a possibilidade de formação da chapa com os dois nomes foi bem-recebida e comentada por vereadores governistas, nesta quarta-feira (9).

O presidente da Câmara de Natal, vereador Eriko Jácome (MDB), afirmou apoiar o nome de Paulinho para prefeito e acredita que, com o respaldo e a indicação de um vice por Álvaro, a composição conquistaria um amplo apoio na Casa. Ele disse não ter dúvidas de que a união do deputado com alguém indicado pelo prefeito resultaria em avanços concretos e desenvolvimento para todo Natal, sendo sinônimo de resultados positivos e progresso para o bem-estar da cidade.

“Paulinho Freire possui uma trajetória política exemplar, marcada por um trabalho em prol de toda Natal. Tive a oportunidade de acompanhar de perto sua atuação como presidente da Câmara e posso afirmar com convicção sua competência administrativa, capacidade conciliadora e produtividade notável. O nome de Joanna Guerra, como também o de Irapoã Nóbrega, se destacam ao carregar um histórico sólido de competência, sendo referências em suas áreas de atuação”, defendeu Jácome.

Segundo o vereador Raniere Barbosa (Avante), a secretária municipal possui qualidade técnica e o deputado federal, experiência administrativa e competência, mas é preciso respeitar a decisão do prefeito, independente de qual seja. “Tenho certeza que será uma chapa de alto potencial. Une os componentes essenciais para uma grande gestão, ou seja, apresenta sensibilidade política e capacidade técnica”, afirmou.

O vereador Anderson Lopes (PSDB) destacou a capacidade de Paulinho e Joanna, mas lembrou que é preciso ter atenção e dedicação maior do poder público municipal com a Zona Norte.

“Concordo com o nome de Paulinho Freire para prefeito, mas também defendo que a Zona Norte precisa ser protagonista, nunca tivemos um cidadão nascido e criado na Zona Norte no poder executivo, então acredito que Paulinho deve pensar na possibilidade de ter um vice oriundo da Zona Norte e que conheça os problemas da região”.

Para o vereador Felipe Alves (União Brasil), caso o prefeito Álvaro Dias lance e apoie uma composição majoritária com os nomes de Paulinho Freire e Joanna Guerra, esta “seria uma chapa muito forte”. Já Preto Aquino (PSD), a possível chapa uniria de vez o prefeito e o deputado. “Se isso vier a acontecer para a união do nosso grupo político, digo sem medo de errar que, pelo menos, 90% ficará satisfeita com isso. Torcemos para que Álvaro e Paulinho se unam para as eleições do próximo ano”, enfatizou.

PSDB
Recém-chegado no PSDB, o vereador Hermes Câmara falou que seu novo partido e o presidente da legenda no Rio Grande do Norte, deputado Ezequiel Ferreira, o deixou livre para “fazer os entendimentos necessários”. O parlamentar afirmou que a bancada tucana que está se formando hoje é bastante ligada ao prefeito Álvaro Dias e a tendência é segui-lo em sua decisão.

“Há o desejo de que seja um nome a gente quer, que é o do deputado Paulinho Freire, com o entendimento, claro, do prefeito. Essa junção entre o prefeito Álvaro, a Câmara Municipal e Paulinho Freire seria muito forte. Já externamos a nossa vontade e a recepção foi positiva de ambos”, disse.

Hermes revelou que Álvaro, que sempre justifica sua negativa em falar das eleições de 2024 com a alegação de que quer se dedicar à administração municipal, vê Paulinho Freire como um bom sucessor, embora não afirme isso publicamente. “O prefeito vê Paulinho como um bom nome. O deputado Ezequiel Ferreira também vê Paulinho como um bom nome. Há um entendimento, mas ainda há muita água para passar debaixo dessa ponte, para podermos avaliar melhor”.

ÁLVARO X ROGÉRIO
Líder do prefeito na Câmara Municipal, Hermes Câmara é um dos que defende a manutenção da aliança entre Álvaro Dias e o senador Rogério Marinho para 2024. Álvaro e Rogério estão em briga pública desde 25 de julho, quando o prefeito afirmou que o senador mandou suspender mais de R$ 40 milhões em recursos públicos do Ministério do Desenvolvimento Regional para obras estruturantes e de mobilidade urbana na Capital, após vencer as eleições para o Senado em 2022.

Segundo Hermes, o maior prejudicado pelo desentendimento são os natalenses. “A partir do momento em que há o distanciamento do prefeito Álvaro, que hoje é o líder maior dentro de Natal, e o senador Rogério, que também tem um carinho muito grande por Natal, só quem perde somos nós. Como defensor do diálogo e da união, acredito que vamos conseguir, em um futuro bem próximo, que haja um entendimento entre os dois.

“Fiquei muito decepcionado com Rogério, que depois de eleito pediu para cancelar mais de R$ 40 milhões que viriam para Natal. O sucessor dele, indicado por ele, cancelou convênios de Natal. Recursos já assegurados e com pareceres favoráveis do Ministério (do Desenvolvimento Regional) que seriam utilizados na reforma da orla urbana e outras obras planejadas”, afirmou o prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), para explicar seu afastamento político do senador Rogério Marinho (PL) logo após as eleições gerais de 2022. As declarações do prefeito foram feitas em 25 de julho passado, em entrevista à jornalista Thaisa Galvão.

No entanto, o ex-ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Daniel Ferreira, negou a versão de Álvaro Dias e afirmou que município não recebeu os recursos por razões técnicas, em entrevista exclusiva ao Diário do RN, nesta quarta-feira (9). Ele comentou que o gestor mudou seu discurso ao longo das entrevistas que concedeu à imprensa potiguar e que não fala a verdade, pois “nunca cancelamos convênio algum com o município de Natal, e essas informações são públicas, da plataforma Transferegov.br, do governo federal”. E que convênios só são cancelados quando alguma regra é descumprida.

“Dizer que o senador Rogério Marinho intercedeu junto a mim, para que não fossem disponibilizados recursos para Natal? O prefeito falta com a verdade de forma insistente”

“Isso me surpreendeu muito porque isso nunca aconteceu. Dizer que o senador Rogério Marinho intercedeu junto a mim, para que não fossem disponibilizados recursos para Natal? O prefeito falta com a verdade de forma insistente. Ele realmente apresentou propostas de trabalho, as propostas estão no Transferegov.br, as análises também. Estas foram aprovadas, mas, infelizmente, por indisponibilidade orçamentária, junto com um terço dos municípios do Brasil, não foi possível fazer o empenho no final do ano. Ou seja, foi por razões técnicas, nada mais”, garantiu.

Daniel explicou que, com a PEC da Transição, foram liberados recursos para sanar os gastos obrigatórios e também um recurso adicional para vários ministérios, incluindo o MDR, no dia 30 de dezembro. “Sabendo da possibilidade de chegar o recurso e ter o desbloqueio, editei a Portaria 3.728 em 26 de dezembro de 2022, em que determinei a abertura de um processo seletivo público nacional para disponibilizar esse dinheiro. Os três documentos que Álvaro apresentou como sendo os convênios cancelados são, na verdade, as três propostas de trabalho para celebração de novos convênios feitos pelo município ao MDR no dia 28 de dezembro”.

O ex-ministro continuou: “Diferente do que o prefeito alega, que houve uma má vontade com o município de Natal, essas três propostas foram avaliadas e aprovadas pela área técnica no valor de quase R$ 40 milhões no dia 30 de dezembro. Ou seja, em menos de 48h de apresentação, as propostas foram aprovadas, estavam aptas a participar do processo seletivo instituído pela Portaria 3.728/22 e que dependeria basicamente da disponibilidade de recurso orçamentário para serem empenhadas. Eram propostas e não convênios, como o prefeito diz”, disse, ao Diário do RN.

Daniel explicou ainda que foi exonerado do cargo de ministro do MDR no dia 30 de dezembro e os recursos só ficaram disponíveis nesse dia. “Então, se tivesse algum interesse em prejudicar o prefeito, nem ministro eu era mais para isso. A pessoa que ficou um dia no meu lugar certamente cumpriu a portaria. Então, qual o resultado disso? O resultado é que o município de Natal não teve as três propostas empenhadas igual a outros 1.443 municípios no país, porque não tinha recursos para todas estas. Isso é um processo normal e acontece todos os anos, há seleções e alguns municípios são atendidos e outros não”.

“Exclusivamente do MDR, cerca de R$ 150 milhões, R$ 90 milhões que a CBTU recebeu e R$ 60 milhões para a engorda de Ponta Negra. Então, só esses valores dá R$ 300 milhões em recursos empenhados para o município de Natal”

Natal recebeu R$ 300 milhõesentre 2019 e 2022, diz ex-ministro

O ex-ministro do MDR revelou ao Diário do RN que, entre os anos de 2019 e 2022, o município de Natal recebeu em recursos discricionários (vindos dos ministérios, ou seja, que não são frutos de emendas parlamentares ou destinados pelo Congresso Nacional, por exemplo) exclusivamente do MDR, cerca de R$ 150 milhões. “Isso sem considerar R$ 90 milhões que a CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), também é vinculada ao MDR, recebeu com a expansão da linha férrea, incluindo a linha que beneficia diretamente Natal e R$ 60 milhões para a engorda da praia de Ponta Negra. Então, só esses valores que falei aqui dá R$ 300 milhões em recursos empenhados para o município de Natal”.

E garantiu que o MDR sempre honrou com seus compromissos com Natal, independente da gestão federal e que, somente em pagamentos financeiros de obras em andamento desde 2015, foram R$ 442 milhões no período de 2019 a 2022. “Ou seja, o ministro não manda dinheiro para onde ele quer, ele segue um regulamento. O tempo que tivemos foi muito escasso para executar o recurso que ia ser desbloqueado faltando praticamente 48h para o fim do exercício orçamentário, porque a partir de 1º de janeiro, aquele recurso não existiria mais. Agimos dentro da regra e o prefeito Álvaro sempre foi muito bem recebido no MDR”.

O ex-ministro do MDR, e atual chefe de gabinete do senador Rogério Marinho em Brasília, Daniel Ferreira afirmou ter sido pego de surpresa com as declarações do prefeito Álvaro Dias, no dia 25 de julho. “Me surpreendi muito com as declarações do prefeito, em ver meu nome envolvido, porque o senador Rogério jamais tentou interferir nas minhas decisões como ministro de Estado, muito menos em desfavor de um município tão importante como Natal, que foi amplamente atendido durante a gestão dele no MDR”.

E continuou: “Sou servidor de carreira no MDR desde quando fiz concurso, conheci muitos políticos e fui indicado pelo hoje senador Rogério Marinho ao presidente Jair Bolsonaro quando ele saiu para concorrer ao Senado Federal. Obviamente sou muito grato a ele, tanto que estou aqui trabalhando com ele, que me deu muitas oportunidades e é claro que o prefeito usou o meu nome, na medida que eu fui indicado por Rogério para o MDR. Citou porque quem estava executando o orçamento naquele momento fui eu. Então, é natural que se pense nisso”, finalizou.

Os vereadores de Mossoró Marleide Cunha (PT) e Raério Araújo (PSD) trocaram farpas durante sessão da Câmara Municipal de Mossoró, nesta terça-feira (08), numa discussão que envolveu o nome do prefeito Allyson Bezerra (União).

O debate começou no momento em que a vereadora estava com o seu direito de fala, e levantou questionamentos acerca da destinação dos recursos de emendas impositivas para combater a fome no município, citando o caso de um bebê de 11 meses que morreu em decorrência da desnutrição.

No término de sua fala, o vereador Raério acusou a parlamentar de em ocasiões anteriores chamar o atual gestor de município de “bandido”: “ainda bem a senhora não tem nada contra ele (prefeito), porque já chamou de judas, ditador, bandido (…) a boca desse povo é chamar os outros de bandido. Mas é isso, o prefeito está andando sem olhar para trás, já vocês. ”

Procurada pela reportagem do Diário do RN, Marleide Cunha, prontamente negou as acusações e afirmou que suas divergências com o atual gestor são puramente políticas, ressaltando que jamais ofendeu ou acusou qualquer pessoa de maneira pessoal: “eu gostaria de desfazer uma narrativa que estão querendo criar, eu não tenho nenhum problema pessoal com o prefeito. Não tenho nenhuma relação com o prefeito Allyson (…) eu apenas critico o agente público, a postura do agente público, a falta de compromisso com o povo”, afirmou.

A vereadora esclarece ainda que em outros momentos o chamou por outros nomes, mas não da forma como estava sendo colocada durante a sessão: “já chamei o prefeito de muitas coisas em diferentes pronunciamentos, mas baseado na conduta dele como gestor público. Já disse que é opressor, ditador, que ele é perseguidor (…) agora, chamar de bandido, nunca fiz isso, nunca disse, porque não é o meu perfil”.

A equipe de reportagem procurou o vereador Raério Araújo, para que explicasse acerca do ocorrido, mas até o fechamento da matéria não retornou o contato.

“Ele foi muito precipitado, grosseiro”, disparou o prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), ao comentar as declarações do senador Rogério Marinho (PL) de que ele “faltou com a verdade” ao denunciar que o parlamentar ordenou a suspensão de mais de R$ 40 milhões em convênios para o município após sua vitória para o Senado Federal, em 2022. Para o prefeito, o senador foi ingrato, já que só conseguiu uma votação expressiva em Natal após o chefe do executivo se dedicar à sua campanha eleitoral na cidade, pois, se não fosse isso, Rogério perderia por uma “diferença homérica dentro de Natal”.

“Temos aqui todos os convênios que nós demos entrada no Ministério dele, e que comprovam que houve, realmente, a internalização desses convênios no MDR, que houve tramitação e tiveram relatórios técnicos favoráveis e aprovados. E, inexplicavelmente, esses convênios deixaram de ser creditados e encaminhados como deveriam e a cidade de Natal teve um prejuízo enorme”, lamentou Álvaro, em entrevista à 97 FM Natal nesta terça-feira (8).

O prefeito comentou as declarações do senador, que o chamou de “ingrato” por seu comportamento após a derrota de Bolsonaro. “Soube que ele disse que sou ingrato. Não sei quem é o ingrato. Trabalhei, me empenhei para a vitória de Rogério. Não sei que ingratidão é essa minha em relação a ele. Agora, ele está lá no Senado com oito anos pela frente e está me chamando de ingrato, para minha surpresa e minha decepção porque não esperava isso da parte dele, já que todo o Estado e o povo de Natal é testemunha do meu empenho”, desabafou.

Álvaro disse que não iria polemizar, pois “o tempo é o senhor da razão” e que “não esperava” que a situação chegasse ao ponto de rompimento político entre ele e Rogério Marinho. E lembrou dos inúmeros alertas e reclamações que recebeu de pessoas próximas, por estar se empenhando demais na campanha pela eleição do hoje senador, uma vez que este é conhecido por formar parcerias e depois, descartá-las.

“Eu ouvia sempre de pessoas dizerem que Rogério teve uma parceria com a ex-prefeita Wilma de Faria e depois mudou, que Rogério teve uma parceria muito grande com Paulo Guedes, ministro do governo Bolsonaro e depois passou a atacá-lo. Se lembre disso tudo, porque ele não merece esse empenho todo na campanha. Mas, eu fiz o que podia fazer e acho que essas palavras que ele proferiu, não fazem justiça ao que aconteceu, porque mais do que fiz era impossível. O que faço questão de dizer é que nós não mentimos, o tempo é o senhor da razão”, garantiu.

Álvaro Dias afirmou ter sido surpreendido com a situação, uma vez que teve um papel essencial na campanha de Rogério Marinho ao Senado, contribuindo para que este recebesse uma votação expressiva em Natal. “Me surpreendeu porque tivemos uma participação muito importante na campanha de Rogério quando ele enfrentou o ex-prefeito Carlos Eduardo em Natal. Eu, inicialmente, com as primeiras pesquisas, tomei um susto porque a situação dele em Natal era muito difícil. Ele ia perder por uma diferença homérica dentro de Natal”.

E que, diante disso, tomou a dianteira da campanha do atual senador, o que, segundo ele, garantiu que Rogério fosse bem-sucedido em Natal. E que, justamente por isso, “nunca esperava que ele tivesse alguma atitude inesperada com a cidade de Natal. Demos entrada em alguns convênios, em torno de R$ 40 milhões, que para surpresa nossa, não foram empenhados. E quem sucedeu o ministro Rogério Marinho foi o seu chefe de gabinete e que ainda hoje é seu chefe de gabinete no Senado, Daniel de Oliveira Duarte Ferreira, portanto, indicado e amigo pessoal dele, que faria, claro, o que ele pedisse, sugerisse, determinasse”, lamentou.

Ex-aliados trocam acusações: “mentiroso”, “ingrato” e “torpe”

A troca de farpas entre os dois agora ex-aliados teve início no dia 25 de julho, após Álvaro afirmar que Rogério ordenou a suspensão de convênios importantes para obras estruturantes e de mobilidade urbana em Natal, no fim de 2022. “Fiquei muito decepcionado com ele. Tivemos uma reação natural de descontentamento e de revolta com essa atitude. Não nasci hoje, foram cancelados porque ele falou com seu sucessor – indicado por ele – e autorizou o cancelamento. Não estou rompido, mas não tenho o mesmo relacionamento que tinha”, disse, na época.

No dia seguinte, Rogério rebateu as acusações e disparou: “Quem acusa tem que provar. Ele apresente as publicações em Diário Oficial da União das verbas orçamentárias que foram disponibilizadas e posteriormente anuladas”, completando que somente se pronunciaria sobre a acusação do prefeito “no momento certo” e que o assunto, por ora, estava encerrado, “o tempo é o senhor da razão. Há tempo para tudo, para plantar, cuidar e colher”, finalizou.

Já nesta segunda-feira (7), Rogério voltou a cutucar Álvaro, ao afirmar que este “rompeu conosco, publicamente, de maneira mais torpe possível”, após a derrota eleitoral do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “A partir daquele momento, mudou completamente. Se afastou, não deu mais notícias, só esteve comigo uma ou duas vezes e fui surpreendido com a declaração que ele deu”. Para o senador, o prefeito “está se sentindo mais à vontade para buscar um grupo político diferente, por conveniência ou circunstâncias. Que ele diga isso publicamente e não procure um pretexto”.

Rogério disse ainda considerar a afirmação de Álvaro – de ter votado em Bolsonaro por não ter outra opção -, como “muito aviltante”. “Na vida pública, aprendi que a característica mais importante de quem faz política é ser solidário, ser correto, ser coerente e ter gratidão, reconhecimento. E claramente o prefeito demonstra que essas características não fazem parte da maneira como ele se comporta. Recebi o recado e estou absolutamente tranquilo”.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, nesta terça-feira (8), multar o ex-presidente Jair Bolsonaro em R$ 20 mil por campanha eleitoral irregular nas eleições do 2022.

Por maioria de votos, os ministros entenderam que a campanha de Bolsonaro voltou utilizar no pleito do ano passado conteúdo antigo de fake news sobre o “kit gay”.

Nas eleições anteriores, o tribunal entendeu como desinformação as postagens que citaram uma inexistente distribuição dos kits durante o governo de Dilma Rousseff.

O julgamento foi motivado por uma ação protocolada pela campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu a retirada do conteúdo sobre do kit da página “Lulaflix”, criada pela coligação de Bolsonaro durante a campanha.

Durante o julgamento, a defesa da coligação de Bolsonaro defendeu o arquivamento da ação diante do fim do pleito e citou que a campanha de Lula também criou um site chamado “Bolsoflix”.

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do presidente da República deve abrir um investigação para apurar o envio de detalhes da segurança do presidente Lula (PT) a Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) até o fim do mandato.

“Vamos abrir uma sindicância, afastar das funções as pessoas citadas e desligar da presidência. Vamos continuar apurando, sendo feita a sindicância para apurar as responsabilidades”, disse o general Marcos Antônio Amaro dos Santos, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

A informação do envio dos detalhes foi relevada pelo portal Metrópoles. As mensagens do GSI foram mandadas de 6 a 13 de março deste ano. Cid recebeu os detalhes de segurança dos seguintes eventos oficiais de Lula: Pequim e Xangai, na China; Brasília; Foz do Iguaçu (PR); e Boa Vista (RR).

“Pode ter sido uma falha de permanência de lista de distribuição, estamos apurando. Não isenta a responsabilidade de culpa, mas vamos apurar”, afirmou o ministro do GSI.

Os e-mails partiram de três militares do GSI: Márcio Alex da Silva, do Exército; Dione Jefferson Freire, da Marinha; e Rogério Dias Souza, da Marinha. Os três trabalharam no Gabinete de Segurança Institucional de Bolsonaro.

Fonte: G1

“A expectativa é fazer três vereadores”, revelou o vereador de Natal, Eribaldo Medeiros (Rede), ao comentar a meta estabelecida pela Federação Rede Sustentabilidade/Psol para as eleições municipais de 2024. O parlamentar, que assumirá a presidência do diretório do partido em Natal até o final de setembro, falou que a federação terá uma nominata forte, com 30 nomes para disputar as 29 vagas na Câmara Municipal da Capital.

“Esperamos que o Rede Sustentabilidade lance 12 candidatos, com a perspectiva que façamos 16 mil votos, e, com mais uns 10 mil votos do Psol, nós conseguiremos receber entre 23 mil ou 26 mil votos, para fazer três vereadores. Com 18 mil votos, se faz dois vereadores, pelos cálculos dos analistas políticos. Então, com 24 mil a 26 mil, podemos fazer o terceiro vereador. Essa é a nossa meta para as eleições futuras”, afirmou Eribaldo.

O vereador disse que a Federação Rede/Psol trabalha com a possibilidade de fechar a nominata ainda este ano e que esta já recebeu o aval da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede) para a construção da chapa proporcional. E que, entre os nomes que comporão a nominata, 40% serão indicados pela Rede, sendo oito homens e quatro mulheres. Já os 60% restantes serão indicados pelo Psol, sendo 18 homens e cinco mulheres.

“Os pré-candidatos já se comprometeram conosco pelo Rede e os dois partidos estão trabalhando muito. Vamos sair muito fortalecidos nesta campanha. Estamos estudando ainda a possibilidade de termos uma candidatura majoritária, mas essa decisão é do Psol, que tem quatro votos na federação, enquanto a Rede tem três votos. Isso ainda será discutido lá na frente, mas por enquanto, não”, explicou.

Segundo Eribaldo, a prioridade é colocar a “casa” em ordem, organizar tudo e, somente a partir disso, é que os integrantes do partido definirão as pautas. “Primeiro, vamos assumir e organizar o partido no Rio Grande do Norte e, depois, veremos como tudo ficará. Estamos construindo o partido junto com o Psol para fazermos três vereadores nas próximas eleições”, afirmou.

“Vergonhosa e carregada de preconceito. Uma demonstração fiel do que o bolsonarismo pensa do Nordeste”, afirmou a deputada federal Natália Bonavides (PT), ao classificar as declarações do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) sobre os estados das regiões Norte e Nordeste. Em entrevista ao Estado de S. Paulo neste fim de semana, Zema afirmou que há um suposto favorecimento do Norte e Nordeste em pautas econômicas que tramitam no Congresso, e defendeu a união do consórcio formado pelo Sul e do Sudeste para barrar eventuais perdas financeiras para estas regiões.

Para Natália, o chefe do executivo mineiro repete a “velha política de concentração de recursos pelos que já têm mais” ao fomentar a criação de um consórcio dos estados do Sul e Sudeste para se defender de perdas econômicas em resposta aos estados do Norte e Nordeste. Ela disse ainda que, em resposta ao ódio e divisionismo, próprios do bolsonarismo, os estados do Nordeste seguirão erguendo união e resistência como bandeiras.

“Passamos quatro anos com nossa região sendo sabotada por Bolsonaro e agora somos nós que estamos puxando o crescimento do PIB, a previsão do crescimento nordestino é 2,4%, enquanto a média do país é 1,7%. Queremos um país unido para vencer as desigualdades. O governador de Minas precisa estudar mais antes de falar sobre os assuntos que parece não ter conhecimento”, declarou a parlamentar.

Segundo o deputado federal Fernando Mineiro (PT), o bolsonarismo insiste em tentar dividir o país por não se conformar com a derrota de seu “líder”, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nas eleições gerais de 2022. Para ele, essa é a forma encontrada por Zema e demais apoiadores do ex-presidente para “jogar contra os esforços em busca de união e reconstrução desenvolvidos pelo presidente Lula”, no Brasil.

“A fala preconceituosa do governador Romeu Zema defendendo a união Sul/Sudeste contra o Nordeste reforça o jogo bolsonarista de manter a velha política beneficiando estados historicamente mais ricos. Enquanto eles estimulam rivalidades, o NE está unido para reconstruir o país”, afirmou o deputado.

Neste domingo (6), o Consórcio Nordeste publicou nota criticando as falas de Zema e que o governador de Minas Gerais “demonstra uma leitura preocupante do Brasil”, pois o Norte e o Nordeste foram regiões penalizadas ao longo das décadas pelos projetos nacionais de desenvolvimento. A entidade também negou “qualquer tipo de lampejo separatista”.

“Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual. […] A união regional dos estados Nordeste e, também, os do Norte, não representa uma guerra contra os demais estados da federação”, informou, em nota.
Ao comentar a formação da frente, Romeu Zema falou sobre o “protagonismo econômico e político” do Sul e Sudeste. E que o Brasil funciona como um “produtor rural que começa só a dar um tratamento bom para as vaquinhas que produzem pouco e deixa de lado as que estão produzindo muito”, ao se referir aos estados nordestinos.

GIRÃO DEFENDE IDEIA
Aliado do ex-presidente Bolsonaro, o deputado General Girão (PL) defendeu a fala do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que saiu em defesa e apoiou a ideia proposta por Romeu Zema. “O governador do RS sintetizou bem o que já apontamos sobre essa reforma: A União quer centralizar todo o poder decisório econômico dos estados. Tirar autonomia e ter poder de barganha com os pares políticos e ideológicos desse desgoverno”, disse.

Os deputados Benes Leocádio e Paulinho Freire, ambos do União Brasil; e João Maia, Sargento Gonçalves e Robinson Faria, todos do PL, foram procurados pela reportagem do Diário do RN nesta segunda-feira (7) para falar sobre o tema, mas, novamente, não responderam as mensagens ou retornaram as ligações telefônicas.

REMENDO DE ZEMA
Após a declaração que gerou grande repercussão negativa e rendeu uma carta-resposta assinada pelos governadores da Região Nordeste, Romeu Zema disse, neste domingo (6), que sua proposta de união da frente Sul-Sudeste “jamais será para diminuir outras regiões” e que “não é ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços”, escreveu o governador de Minas.

Isso logo após dizer, em entrevista, que “outras regiões do Brasil, com estados muito menores em termos de economia e população, se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília. E nós, que representamos 56% dos brasileiros, mas que sempre ficamos cada um por si, olhando só o seu quintal, perdemos. Ficou claro nessa reforma tributária que já começamos a mostrar nosso peso”.

Ele ainda reclamou do fundo criado para Norte, Nordeste e Centro-Oeste. “E o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade… Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais. Então Sul e Sudeste vão continuar com a arrecadação muito maior do que recebem de volta? Isso não pode ser intensificado, ano a ano, década a década”, falou.