A alta do preço da gasolina tem esvaziado os bolsos dos potiguares. Em Natal, a lenta fiscalização do Procon Municipal colabora ainda mais para o aumento do preço e da dor de cabeça dos condutores, pois, sem vistorias, os donos de postos não se preocupam com punições. Desde o fim de setembro, os postos capital potiguar voltaram a subir o preço da gasolina e o valor médio do combustível, que era de R$ 4,80, passou a ser de R$ 5,50.
“A gasolina já é cara, e agora que aumentou um real, ficou pior. Eu sinto o aumento da gasolina na pele toda hora, porque eu estou sempre colocando gasolina, e aí, a margem de lucro cai”, disse o motorista de aplicativo Marcílio Medeiros, que falou sobre as dificuldades que a alta do preço causou no seu dia a dia. Para Marcílio, exercer a sua profissão ficou mais difícil, já que ele precisa abastecer o seu veículo constantemente durante os sete dias da semana. Com o gasto elevado na gasolina, o lucro praticamente não existe.
Outro motorista por aplicativo afetado pelo aumento do preço na gasolina, Rafael Alyson, relatou que precisa administrar o lucro obtido com muito cuidado. Quando não consegue economizar para garantir o combustível, Rafael usa o dinheiro que seria usado para outras coisas, como gastos “O impacto é grande. A gente tem que economizar um pouquinho aqui, tira de um negócio ali para poder ter algo lá na frente e colocar gasolina”.
Para outros condutores, o dinheiro gasto na gasolina falta até mesmo na alimentação. O arquiteto Estanislau Monte revelou que, devido o alto custo do combustível, precisou fazer cortes de alimentos mais caros, como o queijo. Além disso, o motorista também relatou que planejava economizar dinheiro, mas agora já não pode mais: “Antigamente, eu comprava coisas mais caras no supermercado. Agora, deixei de comprar até ovo. Uma caçamba está custando 20 reais!”
Diante da situação, a reportagem do Diário do RN procurou o Procon Natal e, de acordo a assessoria da instituição, a equipe de fiscalização está notificando os postos de combustíveis para esclarecerem o aumento dos combustíveis, já que a Petrobrás não anunciou nenhum aumento que justificasse o mesmo em Natal. Ainda de acordo com o Procon Natal, foram notificados cerca de 25 postos espalhados pelas zonas Leste e Sul e estes terão até 10 dias para prestar esclarecimentos. O Diário do RN solicitou a relação de quais postos foram autuados. Porém, a instituição alegou não ter a autorização para fornecer a informação.
Questionado sobre o aumento repentino no preço, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Rio Grande do Norte (Sindipostos) justificou a alta do valor como uma consequência de problemas no fornecimento de combustíveis produzidos em Guamaré, na Costa Branca potiguar, levaram empresas locais a comprar os produtos em outros estados, o que pode causar aumento de custos. O sindicato informou que o navio responsável pelo transporte do combustível chegaria ainda nesta sexta (7). O fornecimento aos postos de Natal deve ser normalizado na segunda (10), o que deve ajudar a atenuar a situação.