O pai, Robinson Faria, ex-governador do Estado, presidente do PSD no RN. O filho, Fábio Faria, deputado Federal licenciado e ministro das Comunicações.
O pai não admite de forma alguma deixar o comando do PSD no RN, pois irá disputar candidatura de deputado Federal e o fundo partidário representa a garantia de uma campanha sem problemas financeiros. Dinheiro não será problema. Voto é outra história. Geralmente, quem tem dinheiro, consegue o voto.
Portanto, Robinson Faria não deixa o PSD. Sair do partido seria perder o comando do fundo partidário e deixar de ser líder para ser liderado. Hoje ele é dono do PSD em solo potiguar.
Fábio Faria está no PSD por circunstância. Vai para qualquer legenda que Bolsonaro determinar. Seu alinhamento com o presidente é inabalável. Vai com Bolsonaro até debaixo d’água. Assim como já foi com Lula e Dilma. Ele é ‘adaptável’ ao momento.
Mas há um problema que pode provocar divergência entre o pai e o filho: A eleição presidencial.
Como já foi dito antes, Fábio Faria não enxerga legenda; ele só vê Bolsonaro. Vai sair do PSD para acompanhar o presidente em qualquer partido. Ou vai para um partido que acompanhe o presidente.
Já o pai, Robinson Faria, não quer deixar o PSD. Mas o PSD já deixou de apoiar o presidente Bolsonaro e trabalha com duas hipóteses: Apoiar a candidatura de Lula ou a candidatura de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado.
Nas duas situações, há problema para Robinson. Em ambas, o PSD não apoiará Bolsonaro. Vai para a oposição. Isso já está definido pelo seu gélido presidente, Gilberto Kassab.
E agora?
Robinson acompanha o PSD na oposição e o filho fica no Governo Bolsonaro?
O pai na oposição e o filho no Governo. Será que o presidente vai aceitar essa cobra de duas cabeças?
Certamente que não. Terá que haver definição em conjunto. Pai e filho ficarão juntos em apoio ao presidente Jair Messias Bolsonaro.
Nesse caso, Robinson é que terá que ceder e entregar o comando do PSD a quem vai seguir o partido no rumo da oposição.
Mas não será tão difícil Bolsonaro arranjar um partido aliado e entregar ao pai de seu ministro. O problema vai ser que partido Robinson irá comandar e de quanto será o fundo partidário dessa legenda.
O tempo, senhor de todas as respostas, vai nos trazer em breve o caminho a ser seguido pelo pai e pelo filho na política potiguar e também na sucessão nacional.