O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta quinta-feira (5), que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, tenta associá-lo às milícias na queda de braço que ambos travam em torno do “voto auditável” e da segurança das urnas eletrônicas.
Recentemente, Barroso disse que é inviável implementar o voto impresso em um país que tem “milícia”, “PCC”, “Comando Vermelho” e “roubo de carga”.
“Daí vem o ministro Barroso – para confundir, para tentar me associar a milícias – dizendo que o Brasil não pode ter o voto no papel por causa das milícias, por causa do crime organizado, por causa do PCC”, afirmou Bolsonaro durante transmissão ao vivo nas redes sociais.
“Ninguém vai levar para casa o papel. Ninguém vai vender lá fora o voto dele. […] Não existe isso. Será que é demais? Eu estou pedindo demais?”, prosseguiu.
Bolsonaro enviou um recado a Barroso: está disposto a conversar, no Planalto ou no STF, sobre o sistema eleitoral. “Estou pronto para dialogar com vossa excelência, caso queira. Posso conversar. Não tem problema nenhum. O que precisamos fazer é cada um saber dos seus limites e respeitar a população brasileira”, ressaltou.
Na live, o presidente voltou a criticar o ministro Barroso, dizendo que o magistrado “é de esquerda, a favor da maconha, do aborto, advogado do PT, advogado do terrorista Cesare Battisti”. E comparou o magistrado a um “garoto mimado”: “Não pode ser contrariado, que abre o berreiro”.
Recentemente, o chefe do Executivo federal tem intensificado ataques ao atual sistema eleitoral – direcionados a Luís Roberto Barroso – e prega que as urnas eletrônicas permitem fraude.
O presidente é defensor do voto impresso e já afirmou, em tom de ameaça, que, caso o modelo não seja implementado no pleito do próximo ano, pode não haver eleição.
Na semana passada, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro alegou haver “fortes indícios” de que as urnas eletrônicas foram fraudadas nas últimas eleições. Na ocasião, apenas requentou denúncias já desmentidas e admitiu não ter provas para confirmar as acusações.
*Informações do Metrópoles.