Por: BOSCO AFONSO
A política partidária é feita de jogadas sem regras e com os interesses pessoais acima de qualquer suspeita.
Como não existem regras a serem cumpridas, as jogadas são jogadas surpreendentes a correligionários e a adversários.
Muitas vezes comparadas a um teatro, sem textos e personagens definidos.
E isso não poderia ser diferente na atual campanha eleitoral que sequer começou. Até o momento, só se conhece alguns posicionamentos, mas uns poucos dos principais atores envolvidos com o pleito – e com amplos poderes de influência – ainda fazem manobras teatrais e se encobrem com o pano que será descerrado a partir dos próximos atos.
Dentre os principais atores que compõem o elenco, devem ser citados Álvaro Dias e Ezequiel Ferreira de Souza como os coadjuvantes até mais importantes que alguns dos que compõem o elenco principal, pois ambos impõem condições e sempre serão procurados para os próximos capítulos.
Álvaro tem o peso de ser prefeito da Capital, estar bem avaliado e por isso terá significativa influência junto ao eleitorado natalense, e de quebra ainda conta com o seu Seridó e adjacências.
Ezequiel, além de registrar boa avaliação quando colocou seu nome como pretenso candidato ao Governo do Estado, tem a influência sobre vários prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e demais lideranças interioranas e controla o seu PSDB – embora já saiba que há uma divisão quantitativa no número de deputados peessedebistas – que vai disponibilizar um bom tempo de rádio e televisão para beneficiar campanha de um dos dois principais atores, ou a nenhum dos dois.
Ambos permanecem silentes, como se não conhecessem ainda os scripts.
É um silêncio ensurdecedor que está atordoando os demais atores, especialmente os atores principais.
Apenas Rogério Marinho, ator-mor da oposição, ex-ministro do Desenvolvimento Regional que conseguiu trazer recursos financeiros para abastecer de obras a Prefeitura de Álvaro e também as Prefeituras de seguidores de Ezequiel, conseguiu ouvir o gemido de ambos, falando entre os lábios de seus apoios ao pretenso ocupante da cadeira do Senado Federal. O compromisso com Rogério, de ambos, tem sido quase que um sussurro.
Fábio Dantas e Fátima Bezerra, atores principais, desconhecem os scripts dos coadjuvantes e não sabem quais papéis eles representarão no ato da escolha dos capítulos envolvendo a Governadora.
Nesse capítulo, o silêncio de Álvaro e Ezequiel é ensurdecedor para Fábio e Fátima.