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fevereiro 11, 2025


EM 20 ANOS, PARTICIPAÇÃO FEMININA NA CIÊNCIA, NO BRASIL, CRESCEU 29%

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Todo dia 11 de fevereiro, o mundo celebra o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, data oficializada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, visando não apenas reconhecer as conquistas das mulheres nesse campo, mas também destacar os desafios que ainda precisam ser superados para garantir a igualdade de gênero nas ciências.

Esta data simbólica tem um papel essencial na conscientização global de que a ciência e a igualdade de gênero devem caminhar juntas.

Em uma sociedade que ainda enfrenta desigualdades acentuadas entre homens e mulheres em diversos setores, o mundo da ciência não está imune a esse cenário. Segundo dados da UNESCO, mulheres representam apenas 33,3% dos pesquisadores no mundo. Além disso, as áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM), consideradas as mais inovadoras, ainda têm uma sub-representação feminina, com apenas 35% de estudantes mulheres nessas disciplinas. Estes números não só demonstram um cenário de desigualdade, mas também mostram que há uma enorme oportunidade de mudança. A ONU, por meio do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 5 (ODS-5) da Agenda 2030, busca transformar essa realidade, promovendo a igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas.

O relatório “Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil”, lançado em março de 2024, pela Elsevier-Bori, revela que a participação de mulheres na ciência brasileira cresceu 29% entre 2002 e 2022, com 49% da produção científica nacional contando com pelo menos uma autora, um aumento em relação aos 38% de 2002. Apesar desse progresso, a presença feminina diminui ao longo da trajetória acadêmica, evidenciando desafios persistentes. O Brasil se destaca como o terceiro país do mundo em participação feminina na ciência, atrás apenas da Argentina e de Portugal, que têm 52%.

Para entender melhor o impacto e a importância dessa data, a reportagem do Diário do RN conversou com duas mulheres que, além de pesquisadoras, também são mentoras de outras jovens que desejam seguir carreira nas ciências no Rio Grande do Norte. Mariana Almeida, professora do Departamento de Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e coordenadora do projeto Meninas no Espaço, e a Doutora em Bioquímica e Biologia Molecular e professora Luciana Fentanes, compartilham suas experiências e refletem sobre os avanços e os desafios que as mulheres enfrentam nas ciências.

O espaço é o limite…
Mariana Almeida coordena o projeto Meninas no Espaço, que desde 2014 tem como objetivo inspirar meninas a seguir carreiras em áreas como ciência, tecnologia e espaço: “O que me inspirou foi a curiosidade de aprender algo novo, explorar diferentes campos do conhecimento, trabalhar com novas pessoas e colaborar em projetos inovadores. Sempre me interessei por desafios que envolvem matemática, modelagem e finanças, e essa trajetória me levou à pesquisa científica”.

Ela lembra que suas orientadoras de mestrado e doutorado foram fundamentais para sua formação, especialmente por serem mulheres que lideraram em campos historicamente dominados por homens. “Elas me inspiraram com seu vasto conhecimento e liderança, sendo exemplos de mulheres empoderadas que abriram caminhos para a atuação feminina em áreas tradicionalmente dominadas por homens, como finanças e modelagens matemáticas”, afirma Mariana.

Mariana destaca que, embora haja avanços na representatividade feminina nas ciências, ainda existem grandes desafios a serem superados. Para ela, a maior barreira está no equilíbrio entre a vida profissional e as responsabilidades familiares. “Muitas mulheres precisam equilibrar a vida profissional com responsabilidades familiares, como filhos pequenos e outras demandas do lar.

No início da minha carreira, meu trabalho exigia longas jornadas na universidade e, após a pandemia, consegui equilibrar melhor essa rotina trabalhando em casa”, relata.

“Para que mais mulheres possam se consolidar na ciência, é essencial apoio institucional e familiar, além de políticas que incentivem a equidade de gênero”, complementa Mariana.

Educação, inspiração e empoderamento

Luciana encontrou inspiração em uma professora no ensino médio e hoje inspira outras meninas na área

Luciana Fentanes compartilha uma experiência semelhante, mas em uma área diferente da ciência. Desde pequena, Luciana sempre soube que queria ser bióloga. A inspiração para seguir a carreira científica veio de sua professora de Biologia no ensino médio, que foi fundamental para ajudá-la a enxergar a ciência como uma possibilidade de vida profissional.

A trajetória de Luciana não foi fácil. Como muitas outras mulheres na ciência, ela enfrentou a dificuldade de ser uma das poucas em sua área. “Sempre percebi na mídia e nos congressos que sempre o pesquisador homenageado, na maioria das vezes, eram homens. No processo de seleção para os laboratórios, a maioria eram homens. Então, eu procurei sempre estar à frente da minha orientadora, buscando sempre estudar e ler os artigos científicos recém lançados. Dessa forma, comecei a ser exemplo no laboratório e passei a ser referência entre as meninas”, afirma Luciana.

Luciana também acredita que o caminho para a maior representatividade feminina nas ciências passou pela criação de espaços de mentoria e apoio. Ela tem atuado como mentora para várias meninas, especialmente através de bolsas de iniciação científica, e acredita que a educação é uma ferramenta poderosa para incentivar o interesse de meninas pela ciência. “Recentemente tive cinco alunas bolsistas do CNPq, bolsas ICJ (iniciação científica Junior), no Ensino Fundamental II. O conhecimento é nosso bem mais precioso porque ninguém nos tira […] os estudantes entendem a importância de aprender a aprender, que ter conhecimento é incrível, que quanto mais a gente a prender, mais conhecimento queremos adquirir”, afirma Luciana.

A diversidade aumenta perspectivas e contribui para a inovação

Uma questão recorrente entre as duas pesquisadoras é a importância da diversidade de gênero para o avanço científico. Luciana acredita que o pensamento feminino traz uma visão única e necessária para a pesquisa. “Pensamos, tomamos decisões de forma diferente, temos estratégias e organização na pesquisa de forma diferente. Isso é superimportante. A biologia não é uma ciência exata, precisamos muito desses pensamentos diversos, para que a pesquisa e a inovação avancem, temos que ser complementares”, afirma Luciana.

Mariana, por sua vez, também destaca a relevância das perspectivas diversas para a inovação em áreas como engenharia e ciências espaciais. “Acredito que cada profissional tem seu talento, independentemente do gênero. No entanto, as mulheres demonstram uma grande capacidade de multidisciplinaridade, o que é fundamental para resolver problemas complexos e interdisciplinares, trabalhar em equipes diversas traz múltiplas perspectivas e contribui para a criatividade e inovação”, comenta.

Ela também deixa um recado para as meninas que querem seguir a carreira científica: “Meninas, a ciência precisa de vocês. Nunca duvidem do seu potencial e da sua capacidade de transformar o mundo com conhecimento. O caminho pode ser desafiador, mas com persistência, curiosidade e dedicação, vocês podem alcançar qualquer objetivo. Busquem mentoras, façam parte de redes de apoio e acreditem no seu talento. Não tenham medo de errar, pois o aprendizado vem dos desafios superados. Lembrem-se: o espaço, a ciência e a tecnologia são para todas”.


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PRAIA NATALENSE É DESTAQUE NA IMPRENSA NACIONAL POR VIRAR “CEMITÉRIO DE LIXO ASIÁTICO”

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Pouco conhecida pelos próprios natalenses, a praia do Segredo, na Via Costeira, ganhou destaque na imprensa nacional por uma situação preocupante. Como relatado por reportagem da BBC News Brasil, a faixa de areia da região se transformou em um “cemitério de lixo asiático”.

A matéria, de autoria dos repórteres João Fellet e Felix Lima, ressalta o contraste entre a beleza selvagem da praia e a quantidade de embalagens de produtos de países muito distantes que foram parar ali de maneira ainda desconhecida.

Entre os itens estavam garrafas de bebidas não alcoólicas, produtos de limpeza e recipientes de óleo de motor, majoritariamente de plástico e fabricadas em anos recentes, estando quase intactas. Elas foram produzidas em países como China, Indonésia, Cingapura, Emirados Árabes Unidos, Malásia e Coreia do Sul.

Os jornalistas relataram que haviam, junto, produtos fabricados no Brasil, nos Estados Unidos e em países africanos, mas que a maioria realmente era asiático.

Possíveis razões
A reportagem aponta que um estudo da empresa de celulose Verocel encontrou situação semelhante em julho do ano passado, nas areias de praias no Sul da Bahia, de onde, na ocasião, foram retirados 140 kg de lixo em cinco semanas.

À BBC, o professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e especialista em poluição marinha Alexander Turra explicou que a hipótese mais provável é que o material tenha sido descartado por navios. “Esses navios transportam pessoas, e essas pessoas consomem produtos que muitas vezes são jogados no mar”, disse Turra. “E aí vem tudo o que estava na embarcação e que foi comprado no porto de origem, que pode ser em Singapura, Vietnã, China… onde for”, completou.

Impactos
Segundo o professor, esse problema gera diversas outras complicações. A primeira, é o impacto no turismo, já que o lixo afasta as visitas. Mas a poluição também afeta os animais, que correm o risco de ficar presos nas embalagens ou engoli-las. Além disso, o lixo também causa danos em motores, hélices e sistemas de refrigeração de embarcações. A degradação do lixo plástico também é arriscada para a saúde humana, já que peixes que ingerem esses microplásticos podem ser consumidos por humanos.

Descarte no mar é proibido
A matéria traz que o descarte de lixo não orgânico no mar é proibido por resoluções internacionais de 1972 (já o de lixo orgânico é aceito sob certas condições), mas que a regra é constantemente violada por dois principais motivos: primeiro, que muitas embarcações ainda não separam os dois tipos de lixo, descartando todos no mar para evitar o mau cheiro, e também para economizar, já que os portos cobram uma taxa para recolhimento de lixo dos navios, a qual varia de acordo com a quantidade dos resíduos coletados.

Taxas do Porto de Natal
No site da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), órgão que regulamenta a prestação de serviços de retirada de resíduos de embarcações em águas sob jurisdição nacional em portos públicos, é possível verificar que há cobrança de taxa para coleta de resíduos, fato confirmado pela Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), que administra o Porto de Natal. Procurada, a Codern não informou o valor.

Na capital potiguar, são recolhidas 60 toneladas de lixo dos navios anualmente, em média. A Codern ressaltou que as informações referentes a essas coletas são cadastradas no Sistema Nacional de Gestão de Resíduos Sólidos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e que a empresa que recolhe o resíduo é certificada para tal.

Questionada sobre a possibilidade de identificar, no momento do recolhimento dos resíduos, indícios de que foi realizado descarte irregular de lixo de alguma embarcação, a Codern se limitou a informar que “só tem controle sobre os processos no navio a partir do momento da atracação” e que “existem outros órgãos com essa responsabilidade”.


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PROFESSORES DO RN PROMETEM OCUPAR CORREDORES DA ASSEMBLEIA NESTA TERÇA

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Nesta terça-feira (11), os professores da Rede Estadual de Educação do Rio Grande do Norte (RN) irão paralisar as atividades em protesto contra a proposta do Governo Estadual que não prevê implantar o piso salarial de 2025 para a maior parte da categoria. A mobilização, realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do RN (Sinte-RN), ocorrerá durante todo o dia, em diversas partes do estado, com assembleias regionais em cidades como Mossoró e Açu, e terá seu ponto culminante em uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa, durante a leitura da mensagem anual da governadora Fátima Bezerra.

O principal motivo da paralisação, segundo Bruno Vital, um dos coordenadores gerais do Sinte-RN, é a negativa do governo em aplicar o reajuste de 6,27%, que estava previsto para os professores neste ano. “O governo alegou que não vai cumprir com o reajuste para a grande maioria da categoria. Mais de 90% dos profissionais da educação, segundo a gestão estadual, não receberão o aumento devido”, explicou Vital.

Em anos anteriores, a categoria já enfrentou dificuldades em relação a reajustes salariais. No entanto, as negociações sempre envolveram propostas de aumento parcelado, o que gerava certa insatisfação, mas ainda permitia algum tipo de solução. “Nos anos passados, ainda que o governo propusesse o pagamento em parcelas, pelo menos havia uma perspectiva de que o reajuste seria cumprido. Neste ano, a situação é mais grave. O governo simplesmente anunciou que não irá pagar o piso salarial para a maioria dos professores”, afirmou Vital.

Essa postura do governo gerou um sentimento de descontentamento entre os profissionais da educação. Para o Sinte-RN, a implementação do piso salarial, de acordo com a carreira do magistério, é uma questão de justiça e valorização dos educadores. O reajuste de 6,27%, que impactaria diretamente os salários de todos os professores do estado, é visto como uma medida necessária para compensar a defasagem salarial que se acumula ao longo dos anos.

Rômulo Arnaud, que também é coordenador do Sinte-RN, reforçou a gravidade da situação, destacando a falta de clareza do governo sobre como será a aplicação do reajuste salarial.

“Historicamente, mesmo com o pagamento parcelado, o piso sempre foi aplicado em toda a carreira. No entanto, o governo tem afirmado que o reajuste será concedido apenas para os professores em início de carreira, sem especificar adequadamente se o aumento se aplicará a todos os níveis de formação”, explicou Arnaud. Essa falta de transparência tem gerado ainda mais desconforto entre os professores, que se sentem prejudicados pela falta de informações claras.

Sinte também cobra pagamento do piso do magistério pela Prefeitura de Natal
O coordenador Bruno Vital também destacou que o Sinte-RN mantém diálogo com a Prefeitura de Natal sobre a situação salarial dos professores da rede municipal. “O município nos recebeu no dia seis, teve uma audiência e, nessa ocasião, não apresentou uma proposta de pagamento do piso salarial, mas disse que tinha intenção de pagar e agendou uma nova audiência para o dia 26 de março. Também colocou à disposição a manutenção do diálogo em relação ao restante da nossa pauta, e a gente vai voltar a se reunir com eles nessa data. Em breve, também teremos uma assembleia com a categoria do município de Natal”, informou Vital.


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SECRETÁRIO DE SAÚDE DE NATAL VAI GERIR PASTA COM R$ 75 MILHÕES EM DÍVIDAS

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O prefeito Paulinho Freire (UB) anunciou, na manhã desta segunda-feira (10), o médico Geraldo Pinho como secretário municipal de Saúde de Natal. O novo gestor da pasta foi recebido no Palácio Felipe Camarão e, em seguida, se dirigiu à secretaria. Geraldo Pinho é o segundo secretário a ocupar a pasta da Saúde nestes 40 dias da gestão Paulinho Freire.

O médico assume a pasta após a Prefeitura expor cerca de R$ 75 milhões em dívidas da Saúde deixadas pelo ex-prefeito Álvaro Dias (Republicanos). Em edições do Diário Oficial do Município (DOM) dos dias 4, 5, 6 e 10 de fevereiro, o Executivo publicou dezenas de atos em que reconhece a dívida com fornecedores. Os atos de reconhecimento das dívidas mostram débitos que somam R$ 75,3 milhões da administração anterior.

Deste valor, a Prefeitura já empenhou, no Portal da Transparência, R$ 62,8 milhões. Cerca de R$ 46,1 milhões já foram liquidados e devem ser pagos nos próximos dias. O ato de reconhecimento da dívida, que foi publicado no DOM, não estipula um prazo para pagamento.

Entre os maiores valores de dívidas empenhados no Portal da Transparência de Natal estão a Clínica de Ortopedia e Traumatologia, que tem R$ 9,1 milhões a receber. Ao Instituto do Coração (Incor), a Prefeitura de Natal deve R$ 8,9 milhões e ao Hospital do Coração, R$ 8,5 milhões.

O novo secretário de Saúde de Natal tem, ainda, outros desafios a enfrentar. Cumprir a promessa de campanha de zerar a fila de exames no município é um deles.

Já o Hospital Municipal de Natal é um dos principais objetivos da gestão Paulinho. Assim como as dívidas, o Hospital foi deixado por Álvaro Dias sem conclusão. A primeira parte da obra, que corresponde a 30% do total, teve entregues estrutura física e mobiliários. Entretanto, necessita da instalação de softwares e contratação de pessoal. O restante do Hospital só deve ser finalizado durante os quatro anos de gestão.

Perfil
De acordo com a Prefeitura de Natal, Geraldo Pinho tem amplo conhecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e expertise em gestão hospitalar. É formado em Medicina há quase 13 anos, tem residência médica em Radiologia e diagnóstico por imagem no Hospital do Servidor Público Estadual do Estado de São Paulo (IAMSPE) e especialização em diagnóstico por imagem do sistema músculo esquelético no Hospital do Coração de SP (HCor).

O novo titular da SMS Natal já atuou em equipes de Saúde da Família (ESF) em Canguaretama, lelmo Marinho e Jucurutu. Além disso, o novo secretário ocupou o cargo de diretor médico do Hospital Maternidade de Jucurutu e do Instituto de Radiologia. Participou ainda do programa “Acelera”, idealizado pelo Governo de São Paulo, que tinha como foco a realização de exames e cirurgias diárias, inclusive de madrugada, para acelerar o atendimento e diminuir filas de espera.

Na política, já foi candidato a deputado estadual em Pernambuco, em 2010, a vereador do município de Paulista (PE), em 2012 e em 2016. No Rio Grande do Norte, foi candidato a senador pelo Podemos em 2022. Já em 2024, foi candidato a vereador pelo PP e obteve 3.355 votos.


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FÁTIMA NÃO DESCARTA CANDIDATURA AO SENADO; WALTER ASSUMIRÁ O GOVERNO

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Na plenária do PT, que aconteceu no último sábado (08), no hotel Praiamar, em Natal, Fátima Bezerra (PT) falava sobre a necessidade de manter a vigilância, a defesa permanente da democracia, dentro do contexto de crescimento da direita no mundo e no Brasil e em meio às investigações sobre o suposto golpe de Estado que seria dado no país após a eleição de 2022.

“Fica a consciência que nós temos de que, mais uma vez, é necessária uma vigilância, uma defesa permanente da democracia, porque esse é o centro do debate, esse é o centro da questão”, disse a governadora do PT.

Ao completar o raciocínio, Fátima complementa que tem um mandato a cumprir e cita 2026: “Passamos por toda dificuldade, mas chegamos nesse momento, não é nem o sentimento, é a confiança que nós temos um mandato a cumprir até dezembro de 2026 e nós vamos deixar um legado muito importante em prol da cidadania, dos direitos e do desenvolvimento do Rio Grande do Norte”.

A fala da governadora se choca com as especulações de que o plano de Fátima para 2026 é, na verdade, renunciar ao cargo Executivo para concorrer a uma vaga no Senado Federal. Entretanto, nomes próximos à governadora esclarecem, em contato com o Diário do RN, que ela se referiu, em seu discurso, a ela e ao vice-governador Walter Alves (MDB), quando citou que “nós temos um mandato a cumprir até dezembro de 2026” e que, portanto, o plano de renúncia segue o mesmo.

Apesar de não citar Walter diretamente, interlocutores garantem que a fala, no plural, se refere a ela e o vice, e mantém o projeto de Walter Alves finalizar o mandato como governador do Rio Grande do Norte, enquanto Fátima trabalhará chapa ao Senado, provavelmente ao lado de Zenaide Maia (PSD), que é candidata à reeleição. Para se candidatar, o detentor de cargo Executivo precisa abrir mão do mandato através da renúncia, de acordo com a legislação eleitoral.

A base governista vem tentando viabilizar chapa competitiva à majoritária no Estado. Para isso, além do plano de renúncia para garantir cadeira de Fátima – e do PT – no Senado, mantendo Walter Alves como candidato ao Governo, o governismo vem trabalhando a permanência do PSD de Zenaide no arco de alianças, que já reúne partidos como PP, PSB, MDB, e PCdoB e PV, como partes da Federação Brasil da Esperança.

Para manter Zenaide, o nome do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB) passou a fazer parte da roda de conversa, já que há acordo do prefeito com maior índice de votação do RN com a senadora do PSD. Como o prefeito já foi excluído dos planos de Rogério Marinho (PL) para formação de chapa da direita, Allyson pode enveredar para o outro lado, com aceitação do Governo do PT. Os cálculos de possibilidades seguem a todo vapor nas mesas governistas.


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HERMANO RECEBE CONVITE PARA TURISMO, MAS PREFERE FICAR NA ALRN

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O deputado estadual Hermano Morais (PV) faz parte da Federação Brasil da Esperança, que inclui PT, PV e PCdoB, e forma a base de Fpátima Bezerra na Assembleia Legislativa (ALRN). Agora, foi convidado a fazer parte do Governo do RN, como titular da secretaria Estadual de Turismo (Setur). Confirmando o convite ao Diário do RN, o parlamentar garante, no entanto, que não tem intenção de deixar a cadeira na Assembleia Legislativa a pouco mais de um ano para iniciar os trabalhos de pré-campanha e campanha eleitoral. Hermano quer ser candidato à reeleição.

“Pretendo concorrer à reeleição e como só teria um ano à frente da secretaria, o que é pouco tempo para realizar o trabalho, pretendo continuar na Assembleia, continuar a desenvolver o trabalho em prol do turismo no legislativo”, afirma à reportagem o deputado, ressaltando que houve a “sondagem” de nomes que trabalham à frente do Governo.

O parlamentar destaca, ainda, o compromisso e trabalho que desenvolve no parlamento estadual pelo turismo no Rio Grande do Norte, como principal fonte de geração de emprego e renda no Estado. A titular da pasta hoje é Solange Portela.

O convite a Hermano Morais incluiu, da parte do Governo do PT, a acomodação de aliados nos espaços da gestão. A convocação de Hermano para a secretaria de Turismo abriria espaço na Assembleia Legislativa para a suplente da Federação Brasil da Esperança, Julia Arruda (PCdoB).

Suplente de deputada, Julia Arruda é suplente também de vereadora. Foi candidata ao parlamento municipal no ano passado, mas por nove votos não foi eleita. Quem passou a ocupar a quarta cadeira conquistada pela Federação na Câmara Municipal foi Samanda Alves (PT), que teve 5.189 votos. Julia teve 5.180 votos.

Em conversa com o Diário do RN há cerca de 20 dias, Julia Arruda informou que estava em um período de reflexão e de dedicação à família, mas reiterou sua presença na base de Fátima e afirmou que, no momento oportuno iria “acionar o grupo”. Sobre 2026, ela adiantou: “Tudo vai depender de 2025. Aprendi a viver um dia de cada vez. O que acontecer em 2025 vai definir meus próximos rumos. Por enquanto, estou em um momento de reflexão”, afirmou.

Fátima Bezerra vem estudando, nos bastidores, formas de acomodar os aliados na gestão. Milklei Leite (PV), que não se candidatou à reeleição para compor chapa, como candidato a vice-prefeito, com Natália Bonavides (PT) à Prefeitura de Natal, é outro nome que poderá ser incluído na gestão.

Nos bastidores, se comenta ainda a necessidade de acomodar mais o MDB, o partido do vice-governador Walter Alves e que confere a maior estrutura à Fátima Bezerra nos municípios, com 45 prefeituras.


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