Alvo de inquérito no STF, o ministro do Meio Ambiente disse que a solicitação foi feita pessoalmente
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse à PGR que o atual ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, lhe pediu uma reunião do governo para discutir a situação dos madeireiros após a operação que resultou na maior apreensão da história.
Alvo de um inquérito aberto pelo STF a pedido da Procuradoria-Geral da República, Salles afirmou, em esclarecimentos prestados por escrito, que o Planalto buscou uma resposta política para a demanda do setor.
No documento, ele informou que as reuniões sobre os problemas dos produtores começaram em março e que ele chegou a receber uma solicitação pessoal de Luiz Eduardo Ramos, que estava na Secretaria de Governo na época, para a realização de um dos encontros.
“Dias depois, o Ministério do Meio Ambiente recebe nova solicitação, dessa vez feita pessoalmente pelo então ministro-chefe da Secretaria de Governo, hoje ministro-chefe da Casa Civil, general de Exército Luiz Eduardo Ramos, no sentido de que se fizesse uma reunião conjunta entre aquele ministério com o Ministério da Justiça, Ministério do Meio Ambiente, Procuradoria do Estado de Roraima, senadores da República, deputados federais e demais órgãos.”
De acordo com Salles, a reunião, realizada em 25 de março, definiu que uma delegação “composta por parte dos membros iria à Amazônia conhecer de perto a realidade dos fatos então narrados com vistas a responder politicamente ao reclamado do setor produtivo, que deixou claro sentir-se perseguido e desconsiderado, pela forma como acreditam vinham sendo tratados pelo delegado Saraiva”.
A PGR não cita Ramos no pedido de abertura de inquérito para investigar Salles.
Em nota, a Casa Civil informou que cabia ao ministro, quando estava na Secretaria de Governo, articular com os diversos representantes do Poder Executivo as audiências solicitadas por integrantes de outros poderes e de “instituições externas ao governo”.
*Com informações de O Antagonista.