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KELPS ARTICULA GRUPO COM RAFAEL MOTTA, CARLOS EDUARDO E ABRAÃO LINCOLN

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O ex-deputado estadual Kelps Lima, presidente do Solidariedade no Rio Grande do Norte, está à frente de uma articulação que reúne nomes de peso da política potiguar para a formação de uma chapa competitiva nas eleições proporcionais de 2026. Em entrevista ao Diário do RN, Kelps revelou que tem dialogado com o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSD), o ex-deputado federal Rafael Motta e Abraão Lincoln (Republicanos) com o objetivo de montar uma nominata capaz de enfrentar o poderio eleitoral dos parlamentares com mandato.

A estratégia do grupo é clara: união. Nenhum dos nomes envolvidos detém atualmente mandato, o que os colocaria em desvantagem caso disputassem sozinhos contra candidatos que têm estrutura e recursos disponíveis graças aos cargos que ocupam. A solução planejada é construir uma frente comum, com base em interesses convergentes.

“Não é opcional. A gente vai ficar todo mundo junto, porque a gente também não tem opção. Nenhum consegue fazer nominata sozinho”, disse Kelps, acrescentando que esse entendimento parte da lição aprendida nas eleições passadas, quando ele próprio, além de Garibaldi Filho e Beto Rosado, conquistaram votos, mas perderam a eleição.

Apesar da ideia, o destino partidário de cada um ainda está indefinido. Isso porque os partidos aos quais pertencem estão em meio a articulações nacionais para formação de federações partidárias. As federações são uniões estáveis entre legendas, que passam a atuar como uma só sigla nas eleições e no exercício dos mandatos.

Segundo Kelps, a definição de qual partido ou federação os reunirá deve ocorrer apenas em dezembro ou janeiro, quando as negociações nacionais estiverem consolidadas. Até lá, o grupo segue unido no planejamento, mas aguardando o desfecho das costuras em Brasília.

“Esse movimento a gente só consegue fazer quando o cenário nacional estiver fechado. A gente vai fechar com os presidentes nacionais, com cada grupo, para que cada presidente fale com o grupo, porque só dá para formar quatro chapas competitivas no Rio Grande do Norte. Se inventar de se dividir, acontece o que aconteceu comigo, com Garibaldi e com Beto”, explicou.

Enquanto isso, seguem recebendo o interesse de novos nomes. “A nominata está ficando forte. Só hoje, duas pessoas desse mesmo porte se interessaram bastante em vir”, garantiu.

Os três partidos envolvidos nas articulações – Solidariedade, PSD e Republicanos – estão em tratativas distintas para formação de federações. O Solidariedade tem mantido conversas avançadas com PSB e PDT, podendo ainda contar com o Cidadania. Há ainda diálogo com PSDB, Podemos e até com o Agir.

O Republicanos, por sua vez, negocia com MDB e PSD, com vistas a uma federação de centro-direita, e também com o PSDB, apesar de impasses regionais. Já o PSD, liderado nacionalmente por Gilberto Kassab, também mantém conversas com o MDB e o Republicanos.

Kelps confirmou que existe possibilidade de mudança partidária por parte dos integrantes do grupo, caso seja necessário para que todos fiquem sob o mesmo guarda-chuva federativo. “Alguns vão mudar de partido. A gente vai ter que ir, ou pro mesmo partido ou para a mesma federação”, disse.

Apesar da articulação, Kelps deixa claro que a aliança tem a disputa proporcional como único objetivo. Segundo ele, o grupo não está discutindo, neste momento, apoio a candidaturas ao governo ou ao Senado. “Não significa aliança para a majoritária necessariamente. Esse assunto não está nem na pauta. Só para proporcional”, afirmou.

Kelps sobre Allyson Bezerra para o Governo do RN: “É o nome mais viável”
Apesar de não ser discussão do grupo, Kelps tem definida sua posição de apoio ao Governo do RN em 2026. O dirigente afirmou que Allyson é hoje o nome mais competitivo da oposição potiguar e apontou uma tendência de unificação da direita em torno do gestor mossoroense.

“Eu acho que há uma circunstância muito favorável para a candidatura de Allyson. Mas, primeiro, ele tem que manifestar o desejo de ser candidato. A candidatura dele é hiper viável eleitoralmente. Acho que ele é o favorito das eleições. Agora depende dele querer e se o grupo está em torno do nome dele, que é o natural, porque ele é o nome mais viável”, afirmou Kelps.

Allyson foi eleito deputado estadual pelo Solidariedade em 2018, com apoio direto de Kelps, que à época também exercia mandato na Assembleia Legislativa. Em 2020, foi eleito prefeito de Mossoró pela mesma legenda, iniciando uma trajetória que o tornou uma das principais lideranças políticas do interior do estado.

Presidente estadual do Solidariedade, Kelps segue parceiro político de Allyson, mesmo após o prefeito trocar de partido. Atualmente, Allyson está filiado ao União Brasil.

Kelps também comentou o cenário geral da disputa para o governo estadual e previu que, com a polarização que marca o país nos últimos anos, é natural que as candidaturas se concentrem em dois principais polos. Nesse contexto, ele considera pouco provável o surgimento de uma terceira via consistente.

“Em toda eleição, em toda pré-eleição, vários nomes são colocados. Isso é legítimo. Mas, quando o processo vai se afunilando, com a polarização que existe hoje no Brasil, as coisas tendem a caminhar para duas candidaturas só”, avaliou.


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