
Ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), falou abertamente sobre as movimentações políticas visando as eleições de 2026 e admitiu, pela primeira vez, a possibilidade de trocar o Republicanos pelo PL, partido comandado no RN pelo senador aliado Rogério Marinho. Apesar disso, ressaltou que está satisfeito na atual legenda e não vê razão concreta para sair. A fala foi feita em entrevista concedida à rádio 98 FM, nesta terça-feira (10).
“Existe a possibilidade sim de uma mudança partidária, apesar de que eu estou muito satisfeito no Republicanos. Eu me entendo muito bem com o Hugo Motta [presidente da Câmara, do Republicanos], tenho amizade também com o Marco Pereira [presidente do Republicanos], eles têm tido várias demonstrações de lealdade e correção comigo, não tenho nenhum motivo para sair do Republicanos não. Mas há uma possibilidade real, sem nenhuma rejeição de minha parte, de integrar possivelmente um partido como o PL, não haveria nenhum problema não”, afirmou Álvaro.
Questionado sobre o cenário eleitoral para o Governo do Estado, Dias demonstrou ceticismo em relação a candidaturas de terceira via, mesmo diante da possibilidade de nomes como o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), optarem por disputar o cargo fora dos principais blocos políticos. “Eu não acredito em terceira via, porque ela nunca se consolida. A decisão é de Allyson, mas se ele resolver ingressar em outro partido para ser candidato através de uma terceira via, eu acho que ele corre um risco enorme”, adiantou sua posição.
“Carlos Eduardo foi candidato por uma terceira via, ficou distante, muito distante. Rosalba ficou em primeiro lugar, Iberê em segundo e Carlos Eduardo num terceiro lugar bem longe”, relembrou.
A não ser que, segundo Álvaro, Allyson mude uma tradição que existe no Rio Grande do Norte. “Ou você sai candidato com o apoio de um grupo ou do outro, mas é como se diz, a decisão é dele. Eu acredito que pode sim, se ele quiser ser candidato por uma terceira via, tentar inovar, tentar mudar a tradição da política do Estado, ele pode fazer essa tentativa. Eu só não acredito que ele obtenha isso, como outros tentaram e também não obtiveram”, complementou.
Para Álvaro, o caminho mais viável para a oposição é a construção de uma candidatura unificada.
“Eu acho que é o mais indicado, o melhor caminho é o da união de todos. Em determinado momento esses grupos vão se reunir, vão dialogar, superar pequenas questões divergentes e fazer uma composição só, porque aí sim será uma chapa forte, consistente para vencer a eleição sem sombra de dúvidas”, reiterou, afirmando que o objetivo maior de Rogério Marinho é derrotar o PT, assim como dos demais nomes do grupo.
Sobre os critérios para definição de quem representará a oposição, Álvaro fez críticas à centralidade das pesquisas na tomada de decisão. Ele concorda com Rogério, quando afirma que esse não deve ser o critério essencial para a escolha.
“A pesquisa é pontual. Pode mudar consideravelmente mais de 50 pontos. A partir do momento que a gente definiu o apoio a Paulinho Freire [em 2024], ele começou a crescer e terminou sendo eleito. Se fosse pela pesquisa, inclusive, Carlos Eduardo estaria eleito prefeito. Estava com 52% e não foi nem pro segundo turno”, disse.
Em meio às discussões sobre alianças e nomes, Álvaro não descartou disputar uma vaga no Senado. “Não descarto a possibilidade de vir a ser candidato ao Senado, mas eu acho que o candidato a governador deve ser o que tenha mais condições, mais viabilidade. Se for Rogério, não haverá problema nenhum. Como eu acho que também, se o inverso for a realidade, eu não acredito que ele vá se opor”, adiantou.