BONAVIDES JUSTIFICA NÃO ASSINATURA POR CPI COM PRAZO QUE NÃO É CITADO

A deputada federal Natália Bonavides (PT) se pronunciou, pela primeira vez, sobre o requerimento da CPI do INSS, que já tem a adesão de 182 deputados. Em seu Instagram, a deputada postou um vídeo para preencher o vácuo dos deputados da base do Governo em não assinar e ter evitado se pronunciar sobre a negativa em investigar, no âmbito do parlamento federal, as supostas fraudes e desvios de aposentadorias no Instituto Nacional de Seguridade Social. Natália afirma que a Comissão Parlamentar de Inquérito é uma forma do bolsonarismo enganar o eleitor. Segundo a parlamentar, a oposição quer fazer barulho e se aproveitar do que aconteceu com a CPI.
“O Bolsonarismo quer enganar você mais uma vez. Nós defendemos que tudo o que aconteceu de ilegal no INSS seja investigado. E a diferença é clara: tem gente tentando resolver o problema, e tem gente querendo só fazer barulho e se aproveitar do que aconteceu”, afirma.
A deputada ressalta o discurso que vem sendo defendido pelo PT. Ela afirmou que esquema de fraudes começou no governo Bolsonaro, mas “ficou intocado durante todo o seu mandato”.
Segundo ela, o Governo Lula está enfrentando o esquema, “com investigações que já estão responsabilizando os culpados”, justifica, sobre a não assinatura do requerimento da investigação na Câmara.
Bonavides, no entanto, sob argumento de que a direita quer montar um palco, diz que a CPI quer investigar somente no período do Governo Lula.
“Querem uma CPI para atrapalhar e desviar o foco. Eles não querem investigar de verdade. Tanto que estão tentando instalar uma CPI que investigue somente o período após 2022. Ou seja, tudo o que aconteceu entre 2019 e 2022, no governo Bolsonaro, ficaria de fora. Mas foi justamente quando o esquema começou — e quando durou por mais tempo”, afirma no vídeo.
O requerimento da CPI, no entanto, não traz no texto qualquer menção a período a ser investigado. Com justificativa em duas páginas, o requerimento cita os principais fatos divulgados pela imprensa sobre a fraude e acrescenta, especificando, o envolvimento do Frei Chico, irmão do presidente Lula.
“Somente o Sindnapi, que tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, recebeu R$ 77,1 milhões em contribuições em 2024, sendo alvo de suspensão administrativa pela Controladoria Geral da União (CGU) e de investigações criminais”, descreve.
Após a descrição, o texto do requerimento cita a necessidade de investigar os fatos, frisando o Sindicato presidido pelo irmão do presidente, mas sem citar datas de período investigado.
“A gravidade das acusações exige uma investigação parlamentar aprofundada para esclarecer a extensão das fraudes, identificar os responsáveis e avaliar o impacto sobre aposentados e pensionistas, que tiveram seus benefícios descontados indevidamente. A CPI deve apurar o modus operandi dessas práticas, incluindo a falsificação de documentos e a ausência de consentimento dos beneficiários, além de investigar possíveis conexões políticas que possam ter facilitado ou encoberto tais ilícitos. A proximidade de lideranças sindicais com figuras de alto escalão do governo, como no caso do Sindnapi, reforça a necessidade de transparência e imparcialidade na apuração (…) Por esses motivos, justifica-se o presente requerimento de informações. Dessa forma, o presente requerimento busca obter informações detalhadas e concretas, essenciais para assegurar e garantir a efetividade da política pública e uso de recursos públicos sem viés político. Assim, requer o deferimento”, finaliza o pedido de CPI.