A um ano das eleições de 2026, mais de 70% do eleitorado potiguar ainda não tem um nome para o Governo do Estado, é o que revela o mais recente levantamento do Instituto DataVero, sobre intenções de voto, divulgado nesta quinta-feira (23) no Diário do RN.
No cenário espontâneo, quando não são dadas opções de nomes ao entrevistado, 73,97% respondeu “Não sabe” em quem votaria para governador, se as eleições fossem hoje.
Entre os citados espontaneamente, o nome mais lembrado é o do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, com 12,78%. O senador Styvenson Valentim aparece com 3,77%, seguido por Fátima Bezerra com 2,85%, Cadu Xavier 2,32% e Rogério Marinho 2,05%.
Outros nomes atingiram menos de 1% das citações como os ex-prefeitos de Natal Álvaro Dias e Carlos Eduardo, o vice-governador Walter Alves, os ex-governadores Garibaldi Alves Filho e José Agripino, o deputado estadual Ezequiel Ferreira, a deputada Federal Natália Bonavides, o prefeito da capital Paulinho Freire e a vereadora Thabatta Pimenta.
ESTIMULADA Na pesquisa estimulada, o Instituto DataVero colocou à disposição dos entrevistados seis nomes já postos como pré-candidatos nas conversas e articulações em torno do tabuleiro eleitoral para 2026.
Allyson Bezerra lidera com 27,22%. Rogério Marinho aparece em segundo com 13,58%, seguido por Carlos Eduardo com 12,72%. Álvaro Dias foi citado por 7,95% dos entrevistados e Thabatta Pimenta por 7,81%. Cadu Xavier alcançou 4,11%. Não souberam ou não responderam à pergunta 10,07%. 16,56% responderam “Nenhum”.
O Instituto DataVero ouviu 1.510 eleitores, de todas as regiões do Estado, nos dias 18, 19 e 20 de outubro. A margem de erro é de 3% e o nível de confiança de 95%.
O Instituto Datavero foi às ruas em 50 cidades do Rio Grande do Norte para sondar o eleitorado a respeito das intenções de voto para o pleito de 2026.
Perguntados “Se as eleições fossem hoje e os nomes fossem esses, em quem você votaria para a presidência da República?”, 45,96% dos entrevistados responderam que votariam no atual presidente da República, Lula da Silva, provável candidato à reeleição. O ex-presidente Jair Bolsonaro é o segundo com 22,25% das intenções. Em terceiro aparece o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, com 8,48%; seguido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com 5, 43%; a ministra Simone Tebet com 2,05%; Ratinho Júnior, governador do Paraná, tem 1,13%; o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, 1,06%; Ronaldo Caiado, governador de Goiás, 0,73% e Romeu Zema, governador de Minas Gerais, tem 0,40% das intenções de voto dos potiguares. 4,24% dos entrevistados não souberam ou não responderam e 8,28% responderam “nenhum”.
Eleitor potiguar aprova Lula e desaprova Fátima Bezerra
O mais recente levantamento do Instituto DataVero mostra o nível de satisfação do eleitorado do Rio Grande do Norte sobre a avaliação dos Governos Federal e Estadual.
Segundo o Instituto, a gestão do presidente Lula da Silva é aprovada por 56,42% dos entrevistados e desaprovada por 35,17%. 8,41% não souberam ou não responderam a pesquisa.
Já quando perguntados sobre a administração estadual, a gestão da governadora Fátima Bezerra é aprovada por 30,93% dos entrevistados e desaprovada por 59,34%. 9,74% não souberam ou não responderam.
O Instituto DataVero ouviu 1510 eleitores, de todas as regiões do Estado, entre os dias 18 e 20 de outubro. A margem de erro é de 3% (para mais ou para menos) e o nível de confiança é de 95%.
Os times de Mossoró ainda vão ter uma longa espera para, possivelmente, voltar a jogar no Estádio Nogueirão. A empresa que ganhar a licitação para concessão onerosa do terreno do estádio terá um prazo mínimo de 21 meses para conclusão das obras do estádio e infraestrutura básica necessária para a inauguração. De acordo com o Edital do certame, antes de findar os prazos fixados, a empresa ainda poderá solicitar formalmente sua prorrogação, “mediante apresentação de justificativa técnica e comprovações”.
O prazo para conclusão do Centro Administrativo e infraestrutura necessária para o seu pleno funcionamento, que faz parte do processo de cessão do terreno do Nogueirão como permuta, é ainda maior: 43 meses, podendo, igualmente, ser prorrogado.
Em sua mais nova tentativa de repassar o Nogueirão para a iniciativa privada, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, estipulou o montante mínimo de R$ 21.240.714,37 na construção do estádio, e de R$ 14.160.495,25 na construção do Centro Administrativo. No total, o investimento é de R$ 40.923.794,05, sendo R$ 26.763.298,80 pela concessão onerosa de uso do imóvel por 35 anos, além do valor a ser investido no Centro Administrativo. A parcela mensal foi fixada em R$ 63.722,14. O valor total é R$ 3.681.650,75 inferior ao estipulado no processo anterior, de R$ 44.605.444,80, que foi fracassado.
O terreno está dividido em duas partes. Uma de 22.357,47 m², área em que o Nogueirão está erguido e que deve receber o novo estádio, e outra de 14.905,00m², área em que fica o campo Leonardinho e em que funcionava a antiga churrascaria da LDM, onde deve ser construído o Centro Administrativo. O prazo para envio de propostas foi iniciado nesta terça-feira (21) e vai até o dia 12 de dezembro.
Terreno foi dividido em dois para novo estádio e Centro Administrativo – Foto: Reprodução
Assim como no processo anterior, Allyson decidiu a nova licitação de forma isolada, sem qualquer participação do meio esportivo de Mossoró. Ao Jornal Diário do RN, o presidente do Baraúnas, Lima Neto, disse que não tinha como comentar o projeto por falta de conhecimento sobre ele. “Os outros (projetos) também não houve discussão. A gente só foi informado depois, em eventos em que as propostas eram apresentadas já prontas, sem possibilidade de discussão. ”, relatou.
O presidente eleito do Potiguar, Jerônimo Jales, reforçou não ter conhecimento do projeto e alertou para o imbróglio judicial em torno do Nogueirão. “Existe uma ação judicial que se discute a forma que foi realizada a municipalização do estádio. E enquanto esse processo não for decidido, não se pode vender, permutar ou ne
Em meio aos bastidores que antecedem as eleições de 2026, a presidente estadual do PT, Samanda Alves, comenta os nomes possíveis que podem se integrar ao projeto do sistema governista nas composições de chapas. À majoritária, por exemplo, ao comentar as articulações para a segunda vaga ao Senado na chapa de Fátima Bezerra, afirmou que Carlos Eduardo “não está descartado”, nas palavras da vereadora.
O ex-prefeito de Natal, que foi aliado de Fátima em 2022, e se afastou em 2024, chegou a conversar com o MDB, que compõe a base. “Carlos Eduardo não está descartado, é uma das pessoas que se colocam à disposição, embora seja uma figura do nosso campo, já conversamos com ele”, afirmou em entrevista ao Repórter 98, da 98 FM.
Samanda evitou nomes definitivos, mas fez questão de sinalizar que as decisões não serão exclusivas do PT. “Já temos alguns nomes em mente, mas não é uma decisão só do partido. São oito siglas envolvidas. É uma eleição diferente, envolve matemática e articulações amplas”, justificou.
A presidente do PT rebateu rumores sobre vetos a novas filiações. Ela classificou como “intriga da oposição” as especulações de que o PT, através de lideranças internas, teria barrado o ingresso de nomes como a vereadora Thabatta Pimenta (PSOL).
“Vivemos uma nova gestão. Eu desconheço qualquer veto. O diálogo de Thabatta é com a Federação, não com o PT. Ela nunca procurou o PT para se filiar, e nunca houve veto. Pelo contrário, ela pode estar conosco, talvez pelo PV”, afirmou Samanda, tentando conter ruídos sobre supostos fechamentos do partido a nomes que poderiam disputar espaço na chapa proporcional. Thabatta vem conversando com partidos, incluindo PV e o próprio PSOL, para se candidatar a deputada federal, Senado ou Governo.
Já sobre a nominata à Câmara dos Deputados, Samanda afirma que o PT “vai surpreender”. Ela confirmou que é pré-candidata a deputada federal, ao lado de Natália Bonavides – “que vai para a reeleição”, Odon Júnior, “que também está no debate”, o secretário Alexandre Motta e Brisa Bracchi, todos do PT.
A possível chegada de Thabatta Pimenta à federação, composta por PT, PV e PCdoB, e o diálogo aberto com Jean Paul Prates, considerado também no PV, indicam, segundo ela, unidade no diálogo para as nominatas. “O importante é que estamos caminhando juntos”, complementa a presidente.
Ao ser questionada sobre a aproximação da senadora Zenaide Maia (PSD), da base do PT, com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), a quem classificou como “de extrema-direita”, a petista optou por um tom pragmático: “As pessoas têm direito a articulações pragmáticas. A política pede isso. A senadora é líder do governo Lula no Senado e sabe que está dialogando com um gestor de direita. Quem acompanha Mossoró sabe disso: Allyson nunca defendeu o governo Lula, nunca dialogou com a governadora do Estado, um convite institucional é feito e ele não participa dos eventos”.
Sobre a possibilidade do Governo trazer Allyson para a base, através da senadora, Samanda aponta: “A política nos diz que isso não é possível. Mas, se ele quiser apoiar nossa pré-candidatura de Cadu Xavier, será bem-vindo, já que temos uma pré-candidatura bem colocada”.
A presidente do partido de Fátima reafirmou a parceria com o MDB do vice e futuro governador Walter Alves. “Nós estamos e estaremos juntos. A federação com o MDB permanece e está cada vez mais forte. Mas o próprio Walter tem dito que não será candidato ao governo”, ponderou.
O bom desempenho do turismo potiguar em 2024, que consolidou o Rio Grande do Norte como um dos destinos mais fortes do país, é, segundo a secretária estadual de Turismo do RN, Marina Marinho, resultado direto de um esforço conjunto entre poder público, iniciativa privada e municípios.
“O turismo é uma das nossas principais indústrias e uma das maiores fontes de geração de emprego, renda e dignidade. Isso é fruto de um trabalho coletivo, do Governo do Estado, dos municípios, do trade e de toda a cadeia que atua de forma integrada. O papel do Estado é garantir infraestrutura, ambiente regulatório favorável, promoção e governança, mas o turismo cresce de fato quando todos os elos da cadeia caminham juntos”, afirmou Marina.
Ela acrescentou que a Secretaria tem trabalhado na consolidação do destino potiguar nas principais feiras nacionais e internacionais e que os números recentes confirmam uma nova fase de consolidação econômica do setor. “A pesquisa apenas reforça o que já observamos no dia a dia: o turismo do Rio Grande do Norte se tornou um motor de desenvolvimento regional”, avaliou.
O presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, que apresentou o estudo “Economia do Turismo”, também destacou a importância da parceria entre governo e setor privado. “Os resultados mostram o que é possível quando o poder público e a iniciativa privada atuam de forma integrada. O diagnóstico aponta caminhos práticos para qualificação da oferta, atração de investimentos e promoção de destinos alternativos ao eixo litorâneo, contribuindo para desconcentração e maior distribuição de renda”, afirmou.
Segundo Queiroz, a rápida recuperação pós-pandemia, aliada ao fortalecimento da hotelaria e das políticas de qualificação e promoção, foi essencial para o bom desempenho. “Agora o desafio é transformar esse avanço em crescimento sustentável, com mais voos, infraestrutura e diversificação dos produtos turísticos”, destacou.
De acordo com o levantamento do Instituto Fecomércio RN, o setor faturou R$ 11,3 bilhões em 2024, o maior valor da série histórica. O estudo aponta crescimento de 57,4% no pós-pandemia, posicionando o RN como o 2º estado do Nordeste e o 4º do país em participação do turismo na economia, com 6,62%.
O turismo potiguar segue concentrado no Litoral, com destaque para Natal, que registrou R$ 6,6 bilhões em receita turística, 58% da arrecadação estadual, e mantém o maior peso do turismo na economia entre as capitais nordestinas (11,84%). Já Tibau do Sul, impulsionado por Pipa, desponta como um dos maiores polos turísticos do país, com 58,46% da economia local ligada ao setor.
Os números foram apresentados durante o Encontro Vai Turismo – Rumo ao Futuro, promovido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) e pelo Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade (Cetur), que tem percorrido o país com a proposta de fortalecer a articulação entre poder público, setor privado e sociedade civil para o desenvolvimento sustentável do turismo.
O município de Guamaré, distante 173 quilômetros de Natal, alcançou um marco histórico em investimentos na área da saúde neste ano de 2025. De acordo com dados oficiais do Sistema de Informações Municipais (Siosp) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN), a atual gestão, comandada pelo prefeito Hélio Willians (PSDB), aplicou 33,74% das receitas próprias em saúde até o quarto bimestre, o maior percentual registrado nos últimos sete anos. O mínimo estabelecido pela Constituição Federal na saúde é 15%.
De acordo com o painel exposto no TCE, foram liquidados, até agosto, R$ 54,71 milhões com a saúde municipal. O valor representa o investimento de R$ 3.574,14 por pessoa, na cidade que tem população de 15.295 guamareenses.
O município de Guamaré registra níveis altos de investimentos na saúde, mas a parcial do ano de 2025 revela que este já é o ano de maior investimento. A atual marca de 33,74% consolida 2025 como o ano de maior investimento proporcional na saúde em toda a série histórica recente.
Os números mostram uma evolução constante nas aplicações do município no setor. Em 2019, o índice era de 24,92%, seguido de 23,68% em 2020, 23,01% em 2021, 29,80% em 2022, 28,43% em 2023 e 31,13% em 2024.
Renúncia de ICMS no querosene da aviação e investimentos na segurança foram alguns dos principais motivadores para o impulsionamento positivo do setor do turismo no Rio Grande do Norte. A avaliação é do secretário de Estado da Fazenda, Cadu Xavier, que atribui os números recordes alcançados pelo turismo potiguar em 2024 às ações do Governo do Estado voltadas à promoção de destinos, concessão de incentivos fiscais e melhoria da infraestrutura. Segundo ele, mesmo diante de restrições orçamentárias, o turismo tem sido tratado como uma das prioridades da gestão Fátima Bezerra (PT).
“O turismo tem sido uma das prioridades do governo. Mesmo com as dificuldades, o governo vem investindo na promoção dos nossos destinos, em concessão de renúncia de ICMS no querosene de aviação para atração de voos, concessão de subsídios para voos internacionais diários e na própria recuperação da infraestrutura rodoviária que leva às nossas principais atrações turísticas”, afirmou o secretário.
As declarações de Cadu Xavier ao Diário do RN foram dadas após a divulgação de estudo do Instituto Fecomércio RN, que apontou que o Estado registrou em 2024 a maior receita turística de sua história, no valor de R$ 11,3 bilhões. O levantamento mostra que o turismo cresceu 57,4% no pós-pandemia, desempenho acima da média nacional, e que o setor representa 6,62% da economia potiguar, a segunda maior participação do Nordeste. No recorte acumulado (2006–2024), o RN cresceu 165,3% na receita turística, acima da média brasileira (152%), mantendo participação na receita turística nacional na faixa de 0,9% a 1,1%.
As ações na área da segurança pública, segundo Xavier, têm contribuído para fortalecer a confiança dos visitantes e dos próprios potiguares. “O trabalho que foi feito na reestruturação da segurança pública, com mais policiais nas ruas, viaturas novas e policiais equipados, culminou com uma sensação de segurança que encoraja os turistas a virem conhecer as maravilhas do nosso Estado”, afirmou.
De acordo com o levantamento da Fecomércio, Natal foi responsável por 58,14% da arrecadação turística estadual, alcançando R$ 6,6 bilhões em 2024, enquanto municípios como Tibau do Sul, onde o turismo responde por 58,46% da economia local, se consolidaram como referências nacionais no setor.
Para o diretor-presidente da Emprotur, Raoni Fernandes, o crescimento em faturamento é mais importante do que o próprio crescimento do fluxo: “Isso significa dizer que estamos, através de um trabalho de inteligência, encontrando um perfil de turista que tem mais afinidade com o produto. Ou seja, a gente está usando a comunicação certa, a linguagem certa para atrair o público certo para o destino certo”.
Fernandes ressalta que esse trabalho é realizado pelo Governo do Estado, com investimento de aproximadamente R$ 13 milhões em 2024.
“O grande investidor de recursos em promoção é o Governo do Estado. Em 2024, o governo do Rio Grande do Norte investiu 13 milhões de reais, vai passar disso em 2025 e praticamente dobrar em 2026”, garante, destacando fatores de contribuição para os resultados, como “a parceria com o trade, com a hotelaria, com os receptivos, com a Fecomércio e com o Sebrae”.
Interiorização O estudo ainda evidencia forte concentração geográfica no RN: o Litoral Sul responde por R$ 9,1 bilhões, 80,83% da receita turística estadual, e, somado ao Litoral Norte, concentra 84,95% da arrecadação, sinalizando que ainda há predominância do turismo de sol e mar no território potiguar. Cadu Xavier reforçou que, embora o litoral concentre a maior parte da atividade turística, o governo tem buscado ampliar o alcance das políticas públicas para o interior.
“A interiorização do turismo é uma meta do nosso governo. Temos trabalhado nossos potenciais como o Geoparque Seridó, as nossas serras e também o estímulo ao turismo religioso. Essas ações em conjunto certamente trarão mais desenvolvimento, emprego e renda para a nossa população”, ressaltou.
Raoni Fernandes corrobora com a perspectiva e acredita que o novo público que tem procurado o RN deverá começar a diversificar as visitas para além do sol e mar.
“Tem nesse ambiente a oportunidade de apresentar outros produtos, principalmente de interiorização, como tem Galinhos, como tem Santa Cruz com a Santa Rita, como tem as cavernas de Felipe Guerra, como tem Geoparque Seridó. Uma diversidade que Rio Grande do Norte tem, mas que ainda não atingiu tanto crescimento e que agora tem a oportunidade a partir desse público diversificando a sua demanda”, conclui Raoni.
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, continua ignorando os investimentos na educação dos mossoroenses. Além de não investir o mínimo exigido pela Constituição Federal, o Chefe do Executivo Municipal da segunda maior cidade do Rio Grande do Norte está tirando recursos previstos no orçamento da Educação para 2025.
De acordo com dados do Diário Oficial do Município do dia 06 de outubro, em uma canetada só, Allyson remanejou R$ 2.330.00,00 da Secretaria Municipal de Educação para despesas com sentenças judiciais da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria Municipal de Administração.
A medida do prefeito vai atingir significativamente o serviço de transporte escolar, já bastante criticado. É que dos R$ 2,3 milhões retirados da Educação, R$ 1,9 milhões seriam para garantir o transporte dos estudantes. Os outros R$ 430 mil foram retirados da gestão do Ensino Fundamental – Anos Iniciais.
A presidenta do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindiserpum), Vencerlina Celina Gondim de Aquino, vê a retirada dos recursos com muita preocupação. “Um corte de quase dois milhões em um serviço essencial coloca em risco a frequência escolar de alunos que mais precisam. É uma medida prejudicial e insensível, pois atinge a base do sistema educacional ; a garantia de que o aluno consiga chegar a escola.”, critica.
Celina relata que o transporte escolar está “em péssimas condições em algumas zonas rurais”.
Ainda, segundo ela, os pais temem denunciar os problemas por medo de represálias.
Morador da localidade de Cordão de Sombra, na zona rural de Mossoró, Edilson Batista tem sido um cobrador constante de melhorias do transporte escolar para os estudantes da região. Uma das batalhas mais recentes foi exigir um ônibus com a capacidade adequada. “Tiraram o ônibus para mandar para outra localidade e ficaram transportando os estudantes num micro-ônibus superlotado, com estudantes acima da sua capacidade.”, afirma.
O remanejamento de recursos deixa a gestão de Allyson Bezerra ainda mais distante de aplicar o percentual mínimo de 25% das receitas em educação exigidos pela Constituição Federal.
Como já noticiado pelo Jornal Diário do RN, dados do Painel Fiscal do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE-RN), referentes ao 4° bimestre de 2025, revelam que o prefeito de Mossoró aplicou apenas 19,09% das receitas em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE), o que representa um montante superior a R$ 30 milhões investidos a menos na educação dos mossoroenses.
A Reportagem do Jornal Diário do RN entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Educação para comentar a matéria, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.
A Câmara Municipal de Natal aprovou, nesta quinta-feira (16), o projeto de lei que autoriza o município a contratar financiamento de US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões) junto ao Banco Mundial (BIRD). Os recursos serão destinados à execução do programa Natal Integra – Desenvolvimento Social e Econômico Integrado, que prevê a construção de 78 equipamentos públicos, além de investimentos em capacitações e programas de segurança alimentar voltados a cerca de 21 mil famílias em situação de vulnerabilidade social na capital potiguar.
Encaminhado pela gestão municipal na quarta-feira (14), o projeto foi aprovado em regime de urgência, em dois turnos, durante a sessão ordinária. A matéria recebeu 24 votos favoráveis entre os 29 parlamentares presentes, com três abstenções – Daniel Valença (PT), Matheus Faustino (União Brasil) e Samanda Alves (PT) – e duas ausências, das vereadoras Brisa Bracchi (PT) e Thabatta Pimenta (Psol).
O prefeito Paulinho Freire comemorou a aprovação na Casa Legislativa, com elevada adesão dos parlamentares e reforçou a representatividade do projeto para a cidade, tendo em vista que trará mais dignidade para as famílias natalenses.
“Foi muito importante para Natal a aprovação desse projeto. A parceria com o Banco Mundial e o Natal Integra são um marco na política social da nossa cidade e vão mudar a vida de milhares de famílias, modernizando toda a rede de assistência, garantindo mais dignidade e oportunidades.
Com esses recursos, nós vamos fazer uma verdadeira transformação socioassistencial na capital.
São ações e entregas como essa que mostram que nossa gestão tem uma preocupação legítima com as pessoas. E mostra ainda, que na colaboração entre o Executivo e o Legislativo, quando Natal trabalha unida, quem ganha é o povo”, declarou.
Durante a sessão, o vice-líder do governo na Câmara e relator do projeto, vereador Kleber Fernandes (Republicanos), se declarou favorável e defendeu a importância do financiamento para o fortalecimento das políticas sociais do município. “Este projeto promove uma transformação profunda na infraestrutura social da cidade. É uma iniciativa que reflete o compromisso do prefeito Paulinho Freire com uma Natal mais justa, moderna e humana”, afirmou.
O vereador Léo Sousa (Republicanos) também ressaltou a relevância do projeto e enfatizou a seriedade do Banco Mundial na condução de financiamentos dessa natureza.
“Esses equipamentos vão promover o fim do ‘apartheid social’ de Natal. E lembro aqui que o Banco Mundial não é um ‘puxadinho’ onde se faz qualquer coisa, talvez seja uma das instituições mais sérias e fiscalizadoras que há no país. Para acontecer um empréstimo desse não é ‘alavantu’, há projeto, há diálogo e há comprovação de contrapartida que, pelo que fiquei sabendo, o município de Natal já se comprometeu”, disse.
O parlamentar também destacou que o montante não será repassado de uma única vez, mas de forma gradual, conforme o avanço das etapas previstas.
“Não vão ser cinquenta milhões livres entrando de uma vez como muitos estão pensando. Natal vai cumprir etapas e esses projetos vão acontecer de acordo com o tempo que está sendo planejado”, completou.
Com a aprovação, o projeto segue agora para sanção do Executivo e posterior tramitação junto ao Banco Mundial, que deverá realizar as análises técnicas e contratuais antes da liberação dos recursos.
SOBRE O NATAL INTEGRA O Natal Integra promete transformar a forma de atendimento às famílias em situação de vulnerabilidade na capital potiguar. Com investimento de US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões na cotação atual), sendo 80% provenientes de financiamento do Banco Mundial (BIRD) e 20% de contrapartida do município.
Com o objetivo de sanar o déficit da estrutura sócio assistencial do município, o Natal Integra prevê a construção de 78 novos equipamentos de assistência, incluindo três cidades sociais, que centralizarão serviços como Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Conselhos Tutelares, centros de capacitação, cozinhas comunitárias e áreas de lazer. O projeto tem até cinco anos para ser implementado em sua totalidade
Por outro lado, o investimento não se limita à construção de estruturas físicas. O projeto inclui ações voltadas à tecnologia, integração entre os serviços, capacitação de equipes e acompanhamento de indicadores de segurança alimentar, empregabilidade e geração de renda, de acordo com a secretária de Trabalho e Assistência Social, Nina Souza.
“Não estamos falando só de construir prédios, esse projeto vai muito além, estamos falando de tirar as pessoas do estado de vulnerabilidade para que possam ir para o mercado de trabalho e ter dignidade”, ressaltou.
O vice-governador Walter Alves está na China em uma missão oficial, com agendas produtivas “para abrir novas portas do desenvolvimento do Rio Grande do Norte e fortalecer parcerias com um dos maiores mercados do mundo”, segundo declarou em postagem em suas redes sociais.
Nos próximos dias, o grupo se reúne com o embaixador da China, em Pequim, para tratar de assuntos importantes para o Rio Grande do Norte, principalmente com relação às energias renováveis offshore, onshore e também sobre minérios. “Os chineses têm muito interesse hoje nos minérios que a gente já manda para cá, no atum, nas potencialidades do nosso Estado, da fruticultura que já mandamos para cá o melão, a melancia, a manga, o mamão. Então, essas potencialidades serão tratadas junto com o embaixador”
A agenda inclui ainda a visita a três empresas, entre elas, a Sunny, uma grande empresa que está entre os quatro maiores players do mundo hoje e tem interesse de se instalar no Rio Grande do Norte. “Vamos estar também com a Street, que é a empresa CPFL, a Street é uma empresa forte, já atua no Rio Grande do Norte, já tem alguns projetos em andamento, com relação a energias renováveis, a eólica principalmente, e também vamos estar com a Dahua, que é uma grande empresa, uma das maiores empresas chinesas, com relação à segurança, com relação à modernidade, à tecnologia, então é uma agenda positiva para o Rio Grande do Norte. A gente está plantando para colher lá na frente”
Canton Fair 2025 A Feira do Cantão (Canton Fair) é um dos maiores eventos do calendário comercial global, com 25 mil expositores de mais de 200 países, apresentando o que há de mais avançado em tecnologia, equipamentos industriais e soluções inteligentes.
Além do vice-governador, a comitiva potiguar conta com mais de 40 pessoas entre empresários, prefeitos e secretários de Estado.
A prefeita de Pau dos Ferros, Marianna Almeida destacou a importância da missão para atrair investimentos. “Vim trazer projetos importantes para investimento na nossa Pau dos Ferros.
Trouxe aqui um projeto que tem o respaldo da EMATER e que visa produzir óleo do caroço do algodão e amendoim em grão. Mais do que um investimento essa é uma oportunidade de cooperação que une potencial agrícola, estrutura logística e visão de futuro conectando Pau dos Ferros ao mercado global, especialmente a China”
A Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDEC) está representada pelo titular da pasta, Alan Silveira, abrindo diálogo para atrair investimentos, ampliar as exportações e fortalecer parcerias internacionais nas áreas de tecnologia, energias renováveis, indústria e inovação.
Durante o evento, a SEDEC tem apresentado o potencial econômico do RN, destacando oportunidades em hidrogênio verde, energia eólica onshore e offshore, mineração sustentável e tecnologia da informação e comunicação, setores estratégicos para o desenvolvimento e a reindustrialização do Brasil.
A Prefeitura de Natal anunciou um projeto inovador na área de assistência social. Com investimento de US$ 50 milhões (cerca de R$ 270 milhões na cotação atual), sendo 80% provenientes de financiamento do Banco Mundial (BIRD) e 20% de contrapartida do município, o Natal Integra – Desenvolvimento Social e Econômico Integrado do Município de Natal promete transformar a forma de atendimento às famílias em situação de vulnerabilidade na capital potiguar.
Em entrevista ao programa 12 em Ponto, da 98 FM, nesta quarta-feira, 15 de outubro, a secretária municipal de Assistência Social, Nina Souza, detalhou os objetivos e o impacto do projeto, que deve beneficiar mais de 200 mil pessoas. “Hoje, a assistência social de Natal monitora mais de cento e cinquenta mil famílias. São mais de duzentos e trinta mil pessoas dentro desse arcabouço de todas as unidades”, afirmou.
Segundo Nina, um dos desafios iniciais da gestão foi a falta de infraestrutura própria da Secretaria. “Com a envergadura que tem a Secretaria de Assistência Social no município de Natal, não ter prédios próprios foi um choque. Temos 45 equipamentos, só dois são próprios, os outros são alugados. São mais de quatro milhões por ano que vão por ralo com aluguéis”, revelou.
Com o objetivo de sanar o déficit da estrutura socioassistencial do município, o Natal Integra prevê a construção de 78 novos equipamentos de assistência, incluindo três cidades sociais, que centralizarão serviços como Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Conselhos Tutelares, centros de capacitação, cozinhas comunitárias e áreas de lazer. “A cidade social é um local onde vários equipamentos de assistência são colocados. A pessoa não precisa se deslocar de um lado para outro; ela vai ter todo o suporte no mesmo espaço”, explicou a secretária.
Por outro lado, o investimento não se limita à construção de estruturas físicas. O projeto inclui ações voltadas à tecnologia, integração entre os serviços, capacitação de equipes e acompanhamento de indicadores de segurança alimentar, empregabilidade e geração de renda. “Não estamos falando só de construir prédios, esse projeto vai muito além, estamos falando de tirar as pessoas do estado de vulnerabilidade para que possam ir para o mercado de trabalho e ter dignidade”, ressaltou.
A secretária também destacou a representatividade do Banco Mundial para o projeto Natal Integra. “O Banco Mundial é uma instituição extremamente rígida, correta, muito organizada e articulada, então, uma instituição como essa abrir portas para uma capital fazer todo um projeto para assistência social é inédito, porque sempre se busca recurso para outras atividades, nunca para os vulneráveis”, destacou.
O cronograma prevê cinco anos para a execução total do projeto, desde a liberação dos recursos até a conclusão das obras. “Tudo certinho, tudo dando certo, com a tramitação correta, cinco anos”, detalhou Nina Sousa.
Falta de repasses do Governo Federal Apesar do valor elevado do projeto, Nina explicou que a maior parte da assistência social em Natal é financiada pelo município. “Noventa e oito por cento dos recursos que mantêm a assistência de Natal vem da fonte municipal. Investimos mais de doze milhões em alimentos e quase cinco milhões em unidades de longa permanência”, destacou.
Ela criticou ainda a falta de repasse do Governo Federal: “Este ano, o governo federal deixou de repassar 354 milhões para assistência social e segurança alimentar. Enquanto isso, as prefeituras estão tirando a população do mapa da fome”, afirmou.
Combate à fome e atenção à vulneráveis Além do Natal Integra, a secretaria lançou recentemente o programa Alimenta Natal, voltado para o combate à fome, com recursos próprios e apoio de emendas parlamentares. O programa atua em mais de 20 comunidades, oferecendo mais de 4 mil refeições semanais. Paralelamente, cozinhas comunitárias distribuem refeições para cerca de 100 pessoas diariamente, com previsão de expansão para outros bairros da cidade.
“Aqui, não se trata apenas de dar o prato de comida. As pessoas são monitoradas: verificamos a saúde, a educação das crianças e as encaminhamos para capacitação e acesso ao mercado de trabalho”, explicou a secretária.
A atuação da secretaria também inclui atendimento a pessoas em situação de rua, com acolhimentos 24 horas, albergues e centros Pop. Nina ressalta o cuidado necessário no trabalho com essas populações: “É muito meticuloso. Você não pode agir de forma coercitiva, então precisa conscientizar e dialogar com outras instituições para atuar dentro da legalidade”.
Críticas oposicionistas Ao ser questionada pelo jornalista Túlio Lemos sobre críticas da oposição ao alto valor do empréstimo para a secretaria gerida por ela, que também é esposa do prefeito Paulinho Freire, Nina foi firme na resposta: “Cada um se mede por sua régua. Quem disso usa, disso cuida. Já ouviu esses ditados? Pois é, essa é a resposta que eu dou”, disse, rebatendo comentários mencionados pelo jornalista.
A secretária também respondeu à questionamento sobre interferir diretamente na gestão. “Paulinho é o maestro. Ele é quem coordena a equipe, mas o nosso governo é do povo de Natal. E um ponto importante é que temos quase cinquenta por cento de mulheres participando da gestão”.
Planos políticos para 2026 Sobre as eleições de 2026, Nina revelou sua pré-candidatura à deputada federal, mas destacou que ainda está focada na secretaria. “Estou tão concentrada nessas coisas da gestão que não me mexi para a candidatura. Vou começar a ‘correr atrás do prejuízo’, a partir de março, quando sair da secretaria”, afirmou.
O ano de 2025 vai chegado ao seu final e as articulações políticas com vistas à formação das chapas para 2026 começam a ganhar contornos mais definidos. Embora não haja publicização de alguns acordos fechados e composições políticas feitas, as chapas estão em processo de arrumação. Exemplo disso, é a aliança da senadora Zenaide Maia, do PSD, com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, do União Brasil.
A aliança, que hoje conta somente com o prefeito e a senadora, teria o reforço do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, que passaria a compor a chapa majoritária na condição de segundo candidato a senador, completando a chapa oposicionista que já tem Allyson candidato a governador, e a senadora Zenaide Maia candidata à reeleição.
Quem revelou a informação foi o jornalista Saulo Spinelli, durante o programa 12 em Ponto, na 98 FM, que uma fonte com trânsito no PSD e na Federação União Progressista, havia garantido que o convite teria sido feito pelo casal Jaime Calado e Zenaide Maia, comandantes do PSD no RN, com o aval do prefeito Allyson Bezerra, que deverá ser candidato a governador pela Federação que junta o União Brasil, comandado pelo ex-senador José Agripino e o PP, liderado no Estado pelo deputado federal João Maia.
BASTIDORES O ex-prefeito Carlos Eduardo já havia confidenciado a interlocutores que teve uma conversa com o prefeito de São Gonçalo, Jaime Calado, marido da senadora Zenaide e que teria havido convite para ele ser vice de Allyson na chapa de governador ou ser o segundo senador ao lado de Zenaide.
Agora, a informação reforça que já teria havido aceitação por parte de Carlos Eduardo para disputar o Senado, cargo que já disputou no pleito de 2022 como o senador de Fátima pelo PDT e o eleito foi Rogério Marinho, do PL. Naquele ano, Rogério foi eleito com 708.351 votos, ou 41,85% dos votos válidos, superando Carlos Eduardo, que obteve 565.235 votos (33,40%), e Rafael Motta (PSB), que ficou com 385.275 votos (22,76%).
Nesse caso, a chapa considerada independente seria o agrupamento das famílias Maia e Alves, ambas comandando os três partidos que dão sustentação política ao nome do prefeito Allyson Bezerra.
PRIMEIRA ELEIÇÃO Em 2018, Allyson Bezerra foi eleito deputado estadual pelo Solidariedade e recebeu 20.228 votos, o que correspondeu a 1,20% dos votos válidos. Em 2020, foi candidato pela primeira vez a prefeito de Mossoró e ganhou a eleição contra Rosalba Ciarlini Rosado. Num pleito apertado, Allyson obteve 65.297 votos, correspondente a 47,52% dos votos e a ex-senadora e ex-governadora Rosalba Ciarlini obteve 59.034 votos, ou 42,96%, o que representou uma maioria de apenas 6.263 votos (4,56%), num eleitorado de 145.751 votos.
Durante a campanha em Mossoró, Allyson fez vários discursos contra as chamadas oligarquias que dominaram a política estadual e também a Capital do Oeste, numa referência aos Rosados, que dominaram por décadas a política de Mossoró.
Agora, seus principais apoiadores são oriundos da oligarquia Maia, que vem na política estadual desde os anos 1970. José Agripino, que preside o partido de Allyson, entrou na política como prefeito biônico de Natal, indicado pela ditadura militar e cumpriu mandato de 15 março de 1979 a 15 de maio de 1982, quando saiu da Prefeitura para disputar o governo do RN e saiu vitorioso contra Aluízio Alves. Agripino alcançou 389.924 votos (57,58%) e Aluízio obteve 283.572 votos (41,88%), o que representou uma das maiores vitórias eleitorais, especialmente pelo fato de que Agripino nunca havia disputado uma eleição e venceu o maior líder popular do Estado com uma maioria de 106.352 votos.
APOIOS A Federação em que está o União Brasil tem também o PP, presidido pelo deputado João Maia, que foi eleito pela primeira vez em 2006 pelo PL, quando obteve 193.296 votos; em 2010 foi reeleito pelo PR com uma votação de 217.854 votos. Em 2014 foi candidato a vice-governador na chapa de Henrique Alves e foi derrotado por Robinson Faria, que venceu o pleito com 54,42%, correspondente a 877.268 votos e Henrique ficou em segundo, com 734.801 votos, ou 45%, o que representou uma maioria de 142.467 votos.
Em 2018, João Maia voltou a ser eleito deputado federal pelo PR com 93.505 votos e em 2022 foi reeleito pelo PL com 104.254 votos. Recentemente, deixou o PL e assumiu o PP no RN e a esposa de João Maia é Shirley Targino, que foi prefeita de Messias Targino e atualmente é secretária na gestão Allyson Bezerra, em Mossoró. O outro partido que forma a aliança com Allyson é o PSD, da senadora Zenaide Maia, irmã do deputado João Maia.
Em 2018, Zenaide foi eleita senadora na chapa em que Fátima foi governadora e obteve 660.315 votos (22,69%), ficando atrás de Styvenson Valentim, que foi o campeão de votos para o Senado naquele pleito com 745.827 votos, ou 25,63%. Foi nessa eleição em que Zenaide e Styvenson se elegeram para as duas vagas de senador que dois ex-governadores foram derrotados: Geraldo Melo, que obteve 382.249 votos (13,14% e Garibaldi Filho, que ficou com 376.199 (12,93%).
Caso Carlos Eduardo aceite ser o segundo senador da chapa, será a representação de parte da oligarquia Alves, que também vem na política desde os anos 1960, com a eleição do patriarca Aluízio Alves. Carlos Eduardo é filho de Agnelo Alves, que por sua vez é irmão de Aluízio e tio de Garibaldi Filho, e este último já governou o Estado por dois mandatos e foi senador da República também em duas oportunidades.
Portanto, podemos ter uma chapa com Alves e Maia unidos em torno da candidatura de Allyson Bezerra, que se elegeu deputado estadual e prefeito de Mossoró sem sobrenome político ou influência. O discurso contra as oligarquias ou famílias tradicionais da política potiguar estaria prejudicado pela formação da chapa e pelos apoios partidários que hoje amparam sua pré-candidatura ao governo do Estado.
O ex-deputado federal Rafael Motta, que se recupera do grave acidente de kitesurf sofrido em agosto, reafirmou que seus planos políticos seguem inalterados: disputar uma vaga na Câmara Federal em 2026. Em entrevista ao Diário do RN, ele disse que “o projeto continua o mesmo desde antes do acidente” e que o episódio serviu para fortalecer seus objetivos.
“Já tinha um projeto de retornar à política, tentar voltar a deputado federal. Aceitar que não tenho controle de tudo só fortaleceu meus objetivos”, afirmou.
Mesmo em recuperação, Rafael tem mantido conversas com diferentes partidos e lideranças políticas do Estado. O ex-deputado confirmou que vem dialogando com o presidente estadual do PP, João Maia, e com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), ambos integrantes da federação que reúne PP e União Brasil. A aproximação com o grupo, segundo ele, ocorre de forma natural.
“Tive conversa com Allyson, um amigo que tenho há um certo tempo. É um cara que admiro como gestor público, como prefeito. João também foi amigo meu enquanto deputado federal, e fez o convite para a gente participar do PP. Mas é um momento ainda de análise”, disse.
Apesar da proximidade com o PP, Rafael Motta não descarta um retorno ao campo da esquerda, nem uma aproximação com o PT. O ex-deputado, que disputou o Senado em 2022 pelo PSB e em 2024 disputou a prefeitura de Natal, em oposição à governadora Fátima Bezerra (PT), fez questão de destacar o respeito e o carinho que mantém por lideranças petistas.
“Tenho muitas amizades no PT. O embate que houve foi de campanha. Natália [Bonavides], inclusive, me ligou, estava super preocupada. Falei com ela e com a governadora, que demonstrou muita alegria por eu estar me recuperando. É uma pessoa por quem tenho um carinho especial”, contou.
Rafael destacou que mantém posição de centro-esquerda e não descarta alianças com o PT ou com partidos progressistas: “Ainda há muito tempo. O prazo é longo, então tem que analisar o cenário. Mas continuo com minha posição de centro-esquerda”.
nome técnico Ao comentar o quadro estadual e os nomes já postos para a sucessão de 2026, o ex-deputado fez elogios tanto a Allyson Bezerra quanto a Cadu Xavier, secretário de Planejamento e pré-candidato ao governo pelo PT.
“Tenho um grande apreço por Allyson, uma pessoa técnica, engenheiro, assim como eu. Cadu é uma pessoa técnica, entra governo, sai governo, e ele continua justamente pela técnica dele. O Estado tem uma situação complicada, mas ele tem dado o esforço máximo para resolver algumas questões do Rio Grande do Norte”, afirmou.
Para Rafael, é justamente o perfil técnico, que ele afirma que os dois pretensos candidatos têm, que o futuro governo precisará para conduzir o Estado. “Falta talvez um olhar mais técnico. E falta o governo federal chegar com mais força, mais apoio ao nosso Estado. Essas dificuldades vêm de décadas. Enquanto a Paraíba, o Ceará e Pernambuco atraem investimentos, o Rio Grande do Norte precisa buscar mais empresas, cuidar melhor do porto, do escoamento, trazer mais voos e turistas”, pontuou.
Se o diálogo com o centro e a esquerda está aberto, a direita está fora do radar de Rafael Motta. O ex-deputado foi categórico ao comentar nomes como o senador Rogério Marinho (PL) e o ex-prefeito Álvaro Dias.
“Sobre Rogério Marinho, não há a menor possibilidade de acompanhá-lo. Nenhuma. Porque não acredito. Acho que o trabalho dele dificultou a vida do trabalhador brasileiro e do aposentado.
Não o vejo como um grande senador. Proximidade e afinidade política são zero com ele”, declarou.
Sobre Álvaro, ponderou: “Não tenho rivalidade, mas também não vejo afinidade política. Tivemos parceria em alguns momentos, por algumas questões não houve tanto sucesso. É uma pessoa técnica, foi prefeito de Natal, teve aprovação e fez o sucessor. Mas acho pouco provável caminhar com nomes da extrema direita”.
Rafael Motta: “Fui salvo no Walfredo. Foi o SUS que me devolveu a vida”
O ex-deputado relembrou ao Diário do RN o acidente de kitesurf que quase lhe custou a vida, em agosto, na Praia do Forte, em Natal. Ele sofreu fraturas na coluna, no esterno e no antebraço, além de uma lesão no brônquio, e foi submetido a cirurgia de emergência no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel.
“Fui salvo no Walfredo, foi o SUS que me deu a vida. Tenho uma dívida muito grande com a saúde pública e quero devolver em forma de gratidão, porque não tem palavra nem gesto que pague você ter uma vida de volta”, disse.
Rafael destacou o papel dos profissionais do Walfredo Gurgel. “Se eu tivesse ido para outro hospital, talvez fosse uma história diferente. O Walfredo tem dificuldades, mas é um equipamento que resolve. Os médicos, enfermeiros e técnicos se dedicam com amor. Foi o hospital que salvou a minha vida.”
Após dias em coma induzido, Rafael foi transferido para São Paulo, onde passou por cirurgias na coluna e no esterno. “Por um milímetro, não fiquei paraplégico”, contou. Hoje, com 19 parafusos, nove placas e duas hastes, ele diz ter fé renovada e um novo propósito: atuar pela saúde pública.
O senador e presidente do PL no Rio Grande do Norte, Rogério Marinho (PL), falou sobre o endividamento do Estado e afirmou que a situação fiscal atual é resultado de “falta de planejamento e de gestão” da administração petista. Pré-candidato ao Governo do RN em 2026, Marinho avaliou os dados do Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN), que apontam uma dívida consolidada líquida de R$ 6,29 bilhões, conforme publicado pelo Diário do RN nesta terça-feira (14), e disse que o problema “não é o tamanho da dívida, é a ausência de governo”.
“O endividamento crescente do Rio Grande do Norte é um retrato da falta de planejamento e de gestão do atual governo do PT. Herdar um Estado com mais de R$ 6 bilhões em dívidas seria, sem dúvida, um grande desafio, mas não é impossível de enfrentar”, declarou, se colocando como nome disposto a assumir a missão de administrar o problema.
De acordo com o levantamento do TCE, com dados enviados pelo Governo do RN ao órgão, o valor da dívida aumentou R$ 1,8 bilhão desde 2019, início do primeiro mandato da governadora Fátima Bezerra (PT). O total, que soma R$ 3,2 bilhões em dívidas contratuais e R$ 2,49 bilhões em empréstimos, cresceu mais de 260% em relação a 2018, último ano da gestão anterior.
Para Rogério Marinho, o cenário reflete uma condução equivocada das contas públicas e a ausência de planejamento estratégico. O senador ressaltou que, em sua avaliação, o Estado perdeu capacidade de investimento e dinamismo econômico nos últimos anos, justamente por falta de foco administrativo.
“É possível reorganizar as contas, investir em infraestrutura e devolver a confiança da população com responsabilidade fiscal. O que falta ao RN hoje é justamente isso: gestão, prioridade e compromisso com quem produz e gera emprego”, afirmou.
Marinho, que foi ministro do Desenvolvimento Regional no governo de Jair Bolsonaro, tem defendido o retorno de uma política de parcerias com o setor privado e investimentos estruturantes, e afirmou que pretende conduzir um governo com base em critérios técnicos.
“Se tivermos uma equipe técnica competente, uma visão de Estado e a coragem de tomar decisões necessárias, vamos colocar o Rio Grande do Norte de volta nos trilhos. O problema não é o tamanho da dívida, é a ausência de governo”, finalizou.
A declaração do senador se opõe ao posicionamento do secretário de Fazenda e pré-candidato do sistema governista, Carlos Eduardo Xavier (PT), que defende a atual situação fiscal, afirmando que o próximo gestor herdará um Estado “infinitamente melhor” do que o recebido em 2019.
A situação financeira do Rio Grande do Norte, como principal tônica da campanha eleitoral de 2026 expõe o tom que deve dominar a disputa eleitoral de 2026: o embate entre o legado fiscal do governo Fátima Bezerra e a crítica oposicionista ao aumento da dívida.
O posicionamento de Rogério Marinho reforça o discurso que o PL tem consolidado no Estado. O partido, que vem estruturando sua presença política com novos apoios e articulações regionais, tem usado a pauta econômica como principal eixo de confronto com o Governo do PT.
O secretário de Fazenda e pré-candidato do sistema governista ao Governo do Rio Grande do Norte, Carlos Eduardo Xavier (PT), reagiu às críticas sobre o aumento da dívida pública estadual e afirmou que o próximo governador ou governadora encontrará um Estado “infinitamente melhor” do que o que a atual gestão recebeu em 2019.
De acordo com o Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN), repassado pelo próprio Governo do Estado ao órgão, a Dívida Consolidada Líquida do Rio Grande do Norte chegou a R$ 6,29 bilhões em agosto deste ano, o equivalente a um aumento de R$ 1,8 bilhão desde o início da administração da governadora Fátima Bezerra (PT), em 2019, quando o total era de R$ 4,46 bilhões.
A realidade financeira do Estado se torna um componente decisivo na corrida eleitoral de 2026. A menos de um ano da sucessão, o Rio Grande do Norte entra no ciclo eleitoral com um dado incontornável: o próximo governador ou governadora começará o mandato sob o peso de uma dívida bilionária.
Mesmo diante dos números, Cadu Xavier, que anda em pré-campanha eleitoral mostrando disposição de sentar na cadeira do Executivo estadual, justificou o cenário. Segundo ele, parte significativa desse montante vem de precatórios originados de gestões passadas, referentes a descumprimentos de direitos de servidores e atrasos acumulados.
“Esses processos estavam tramitando na Justiça e se transformaram em precatórios na nossa gestão”, disse.
O secretário afirmou ainda que o atual governo reverteu um quadro de colapso fiscal e administrativo herdado de 2018: “Não sou eu que estou dizendo, são os fatos. A gente vivia numa terra onde os salários estavam atrasados, onde o Estado se comprometia com gasto de pessoal de 66%. Hoje estamos na casa dos 55% e devemos entregar o governo na casa dos 54%”, declarou.
Cadu também citou fatores externos que, segundo ele, reduziram a capacidade de arrecadação dos Estados, como as leis complementares 192 e 194, que alteraram a tributação sobre combustíveis, energia e telecomunicações. “Mesmo no meio desse processo, a situação hoje é infinitamente melhor do que era antes, do ponto de vista fiscal e administrativo”, complementou.
O pré-candidato ressaltou ainda avanços em áreas como segurança pública, estradas, saúde, educação e agricultura familiar, mencionando a criação dos Institutos Estaduais de Educação Profissional (IERNs) e reformas em mais de 100 escolas. Para ele, há uma enorme distância entre a situação contábil do estado entre 2018 e o momento atual.
“Quem receber o Estado em 2027 vai encontrar uma situação muito melhor do que aquela que nós recebemos — com o servidor com quatro folhas em atraso, consignados atrasados, fornecedores atrasados. Era um verdadeiro caos. Naquela época o Estado não tinha nem contabilidade. Nem esses relatórios que hoje a oposição usa para nos atacar eram possíveis, porque nem eram fidedignos. A nossa contabilidade era a pior do país. Hoje é a quinta melhor. A realidade é completamente diferente”, garante.
Com trajetória técnica e perfil de gestor, Carlos Eduardo Xavier é secretário desde o primeiro mandato de Fátima (PT) e tem sido o porta-voz da defesa do legado fiscal da atual administração.
O cenário das finanças no Rio Grande do Norte tende a se consolidar como um dos temas centrais da disputa eleitoral do próximo ano.
Thabata Pimenta: “Dívida do RN é fruto de décadas de má gestão”
A pré-candidata ao Governo do Estado, vereadora Thabatta Pimenta (PSOL) afirmou que a dívida bilionária do Rio Grande do Norte é resultado de “um acúmulo histórico de más gestões, falta de planejamento e decisões equivocadas” que se estende por várias administrações. Para ela, o endividamento atual não é responsabilidade exclusiva de um governo, mas de um modelo de gestão que priorizou o imediatismo em detrimento de políticas estruturantes.
“Essa situação não surgiu de um dia para o outro, é consequência de administrações que comprometeram a capacidade de investimento do Estado e prejudicaram serviços essenciais, como saúde, educação e segurança”, afirmou.
A parlamentar, que tem defendido um discurso de renovação administrativa e foco em resultados, propõe renegociar a dívida de forma inteligente e investir em medidas de austeridade e eficiência fiscal, sem abrir mão da responsabilidade social. “Precisamos reverter esse quadro por meio da renegociação da dívida, do combate ao desperdício e da aplicação eficiente dos recursos públicos”, declarou.
Thabata destacou ainda que pretende conduzir um governo pautado pela transparência e pela credibilidade: “Nosso foco deve ser resgatar a confiança do Estado, atrair investimentos e garantir que o dinheiro do povo volte a trabalhar pelo povo, com justiça, desenvolvimento e oportunidades para todos os potiguares”.
O Diário do RN tentou, ainda, conversar sobre o desafio das finanças estaduais com os pré-candidatos ao Governo do RN, Álvaro Dias (Republicanos), Allyson Bezerra (UB) e Carlos Eduardo Alves (PSD), mas não obteve retorno até o fechamento da edição.
A deputada federal Carla Dickson (União Brasil) admitiu, por meio de nota enviada à imprensa, que mentiu ao afirmar ter solicitado uma carta de anuência para deixar o partido e se filiar ao PL, legenda comandada no Estado pelo senador Rogério Marinho. A confissão veio quatro dias depois de a própria parlamentar, em discurso acalorado durante evento do PL em Mossoró, ter declarado que o pedido havia sido “negado” pela direção do União Brasil. A assessoria de Carla enviou nota reconhecendo que nenhum pedido foi protocolado, uma forma diplomática de confirmar que a declaração feita no palanque foi, no mínimo, inventada.
“A Deputada Carla Dickson não protocolou oficialmente nenhum documento de desfiliação, porém, em conversa informal com a nacional do partido, a deputada foi informada que não seria assinado sua carta de anuência”, diz o texto, sem nominar com quem, da direção nacional do partido a deputada teria conversado e quando teria ocorrido essa conversa.
O comunicado tenta amenizar o constrangimento ao afirmar que a parlamentar mantém “grande admiração e carinho” por José Agripino e que a desfiliação “conforme já antecipado pelo Senador José Agripino, ocorrerá no período apropriado, respeitando a legislação eleitoral”. A fala do presidente do União Brasil foi feita ao Diário do RN, em publicação desta terça-feira (14).
Na prática, a nota oficial desmonta o principal enredo do discurso que Carla havia feito dias antes, o de uma deputada “impedida” de ingressar no PL por resistência do seu atual partido. O episódio, que começou como ato de entusiasmo político, terminou com um desmentido e uma confissão de mentira.
No evento de filiação do novo presidente do PL Mossoró, Jorge do Rosário, na última sexta-feira (10), Carla afirmou diante de uma plateia repleta de lideranças bolsonaristas: “Infelizmente, a minha carta de anuência foi negada pelo meu atual partido e eu não posso estar de fato e de direito no PL, mas eu já caminho no plenário da Câmara com a oposição, com o PL. Já sou de coração e eu quero vocês tudinho na minha festa de filiação”.
A fala foi recebida com aplausos puxados pelo próprio Rogério Marinho, além do presidente do PL Mossoró, Jorge do Rosário, deputados estaduais e federais da sigla, pré-candidatos ao Senado e vereadores da região. Em tom de entusiasmo, Carla completou o discurso dizendo que estava “como uma soldada” do senador e declarou apoio à sua pré-candidatura ao Governo do Estado.
A empolgação do palanque durou pouco. Em entrevista ao Diário do RN, o presidente estadual do União Brasil, José Agripino, negou que a deputada tenha sequer feito o pedido de anuência mencionado no evento.
“Não, nem foi pedida, nem foi atendida, nem nada. Ela tem uma janela, ela não precisa da anuência. Se ela é candidata a deputada federal, ela terá uma janela assegurada pela lei na época oportuna”, afirmou o ex-senador.
A cena expôs também a pressa da deputada em se alinhar ao grupo de Rogério Marinho, de olho na eleição de 2026, e o desconforto crescente dentro do União Brasil potiguar. José Agripino classificou uma eventual saída como “indesejada”, mas admitiu que a decisão caberá a ela. “Não é desejável, mas ela é dona dos caminhos dela”, finalizou.
O novo presidente do PL em Mossoró, Jorge do Rosário, afirmou que considera “clara” a pré-candidatura do senador Rogério Marinho ao Governo do Rio Grande do Norte em 2026. A declaração foi dada mesmo diante da confirmação da filiação do ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), ao partido, movimento que é parte do seu desejo de disputar o cargo pelo PL.
“Ficou claro na sexta-feira que Rogério é o pré-candidato ao governo”, disse Jorge. “O que se tem, no momento, é isso que está posto: uma vaga, essa parceria com o Styvenson, e aí tem a segunda vaga. Publicamente, tem o Coronel Hélio, tem Babá Pereira, e agora está chegando, dizendo que vai se filiar ao PL, o ex-prefeito Álvaro Dias”, disse o dirigente partidário.
Questionado se Álvaro poderia ser o nome do partido ao governo, o presidente do diretório mossoroense foi categórico: “Para mim, o candidato é Rogério, não tem o que discutir, não”.
Sobre a composição da chapa majoritária, Jorge avaliou que as definições ainda devem demorar.
Para ele, o processo eleitoral está em fase inicial. “Acho que ainda não chegou a se discutir isso, porque a gente ainda tem um pouco menos de um ano para as convenções. Até lá, essas conversas vão se ampliar. Tem a questão nacional que, querendo ou não, interfere nesse processo. Então, tem muita coisa pra acontecer”, afirma.
Jorge reconhece a competitividade do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), e embora considere precoce avaliar o cenário, endossa fala do líder Rogério Marinho sobre o prefeito de Mossoró: “Eu vou repetir as palavras do senador Rogério Marinho, no Rota 22, numa entrevista em Natal. Perguntaram sobre isso e ele disse: ‘É possível [a frente ampla]. Me apoiando, dá tudo certo”.
O presidente do PL Mossoró diz achar que é certa a fragmentação da direita no RN, em vez da união: “Eu não acredito, pessoalmente. Eu penso que teremos três, quatro chapas disputando”.
Sobre o momento atual da pré-campanha, Jorge chama a atenção para as incertezas, já que o cenário ainda está em aberto. “Nós temos Allyson, que não disse que é candidato, mas todo mundo diz que ele é. Temos o senador Rogério Marinho, que disse que é pré-candidato, mas algumas pessoas dizem ‘ah, pode ser que ele não seja’. E tem Cadu já em pré-campanha, e muita gente da imprensa dizendo que o candidato é Walter. As especulações mudam o tempo todo”.
À frente do PL mossoroense, cargo que assumiu oficialmente em evento na última sexta-feira (10), em Mossoró, Jorge afirmou que sua missão é estruturar a legenda no município e fortalecer a sigla em outras cidades do Oeste. O evento de filiação teve a presença de lideranças estaduais e regionais da legenda, como Rogério Marinho e os deputados federais General Girão, Carla Dickson (UB) e Sargento Gonçalves, o estadual Coronel Azevedo.
“Rogério me convidou com essa perspectiva de ser presidente e organizar o partido não só em Mossoró, mas também nas outras cidades do Oeste. É um partido que tem essa militância orgânica, tem muitos simpatizantes, e a gente tem essa missão de aumentar, de tornar o partido cada vez mais forte. Essa é a minha missão, e é isso que eu vou fazer”, garante Jorge.
O presidente do União Brasil no Rio Grande do Norte, José Agripino, negou, em conversa com o Diário do RN, que a deputada federal Carla Dickson (União Brasil) tenha solicitado carta de anuência para deixar o partido e se filiar ao PL, sigla do senador Rogério Marinho. A declaração ocorre após a parlamentar afirmar publicamente, durante evento do PL na última sexta-feira (10), em Mossoró, que teve o pedido de desfiliação negado.
“Eu só posso efetivamente fazer a minha festa de filiação na janela partidária. Infelizmente, a minha carta de anuência foi negada pelo atual partido. E eu não posso estar de fato e de direito no PL”, disse Carla durante o ato, no qual declarou apoio ao projeto do partido bolsonarista e à pré-candidatura de Rogério Marinho ao Governo do Estado.
José Agripino retrucou: “Não, nem foi pedida, nem foi atendida, nem nada”, respondeu ao Diário.
“Ela tem uma janela, ela não precisa da anuência. Se ela é candidata a deputada federal, ela terá uma janela assegurada pela lei na época oportuna. Ela terá a janela própria daqui a poucos meses, se decidir sair do União Brasil”, lembrou.
O dirigente classificou uma eventual saída da deputada como indesejada, mas reconheceu que a decisão caberá a ela: “Não é desejável, mas ela é dona dos caminhos dela”.
União e PSD Agripino também comentou a recente declaração, em entrevista, de apoio do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSD), à senadora Zenaide Maia (PSD), aliada política do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, que é do partido de Agripino. A aproximação reforça a expectativa de que as duas legendas atuem juntas na formação de uma terceira via nas eleições de 2026. Questionado sobre o gesto de Carlos Eduardo, Agripino desconversou.
“Tem alguma novidade em Carlos Eduardo declarar apoio à correligionária dele, que, por um acaso, tem uma relação administrativa antiga com Allyson Bezerra?”, questionou ele, reforçando ideia já exposta por ele em entrevistas anteriores de que a relação entre Allyson e Zenaide não é política, mas administrativa.
Perguntado se a perspectiva de Carlos Eduardo dispor seu nome pelo provável partido aliado pode significar formação de chapa Allyson-Zenaide-Carlos Eduardo, Agripino prefetiu não se adiantar: “Isso está reservado ao futuro”.
O ex-senador sequer confirma a pré-candidatura de Allyson Bezerra aa governador do RN. Apesar do protagonismo crescente do prefeito mossoroense e da agenda intensa pelo interior, o presidente do União Brasil evita confirmar oficialmente a pretensão de Allyson ao Governo do Estado.
“Ele tem o direito de andar por onde quiser”, resumiu Agripino, ao ser questionado se as movimentações do gestor configuram uma pré-campanha.
Evento em João Câmara Durante a conversa, o ex-senador também comentou o evento realizado pelo União Brasil em João Câmara, no fim de semana, promovido pela Fundação Índigo, braço de formação política da legenda. Segundo ele, o encontro reuniu lideranças políticas, empresariais e comunitárias da região para debater o futuro econômico do Rio Grande do Norte, com foco especial no potencial do Mato Grande como polo de energia renovável.
“O que interessa mais é a discussão do Estado e das perspectivas. A Fiern fez um primoroso diagnóstico, e depois se manifestaram as lideranças. Eu falei, deixando claríssimo que aquele era um movimento em favor do Rio Grande do Norte, patrocinado pela Fundação Índigo do União Brasil”, disse.
Agripino destacou o papel histórico de João Câmara como “capital do Mato Grande” e centro da produção de energia eólica no estado, mas lamentou a falta de investimentos recentes.
“João Câmara hoje é a capital da energia alternativa, no caso, a eólica. Agora parou no tempo, porque nada mais foi feito. O Mato Grande é a grande esperança com o polo do hidrogênio verde”, afirmou.
Segundo José Agripino, o encontro contou com prefeitos, vereadores e lideranças locais, sem citar nomes. Segundo Agripino, antes do evento, Allyson Bezerra participou de atividades em comunidades da região — o que o ex-senador tratou como parte da rotina do gestor. “Ele tem o direito de andar na rua”, reforçou.
O novo Relatório de Gestão Fiscal (RGF) do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN) expõe um retrato preocupante das finanças potiguares: a dívida consolidada líquida do Rio Grande do Norte chegou a R$ 6,29 bilhões – R$ 6.342.196.943,49 – em agosto de 2025, penúltimo ano da gestão da governadora Fátima Bezerra (PT). No início do seu primeiro mandato, em 2019, o montante era de R$ 4,46 bilhões. O aumento é de cerca de R$ 1,8 bilhão no período.
Segundo o TCE, o total é composto por R$ 3,2 bilhões – R$ 3.208.653.936,49 – em dívidas contratuais e R$ 2,49 bilhões – 2.491.175.376,83 – em empréstimos, além de outros compromissos de longo prazo. O indicador revela o acúmulo de obrigações que o Estado tem com credores, bancos e instituições financeiras, incluindo operações de crédito.
Se comparado a 2018, quando o Rio Grande do Norte registrava R$ 1,75 bilhão em dívidas, o crescimento é superior a 260% em sete anos, refletindo tanto o histórico de desequilíbrio das contas públicas quanto o aumento das operações de crédito nos dois mandatos de Fátima.
O cenário financeiro do Estado se torna um componente decisivo na corrida eleitoral de 2026. A governadora Fátima Bezerra deve renunciar em abril do próximo ano para disputar o Senado, deixando o comando do Executivo nas mãos do vice-governador Walter Alves (MDB), que concluirá o mandato.
A transição de gestão ocorre em meio a um quadro de aperto fiscal, com alto comprometimento da receita com pessoal, dívidas renegociadas e dependência de transferências federais, sem contar o déficit na previdência. A situação coloca em evidência o desafio dos pré-candidatos que já se movimentam para suceder o atual grupo político.
O fato é que, a menos de um ano da sucessão, o Rio Grande do Norte entra no ciclo eleitoral com um dado incontornável: o próximo governador ou governadora começará o mandato sob o peso de uma dívida bilionária, que já se tornou o maior desafio estrutural das finanças públicas potiguares desde 2018.
Entre os nomes citados até agora estão Cadu Xavier (PT), o senador Rogério Marinho (PL), líder da oposição bolsonarista no Estado; Álvaro Dias (Republicanos), ex-prefeito de Natal, e Allyson Bezerra (UB), prefeito de Mossoró.
Nos bastidores, aliados do governo defendem que o aumento da dívida reflete investimentos estruturantes e recomposição de passivos herdados de gestões anteriores, especialmente da crise fiscal deixada em 2018, quando o Estado acumulava salários atrasados e precatórios sem cobertura orçamentária. Já os opositores argumentam que o endividamento acelerado demonstra falta de planejamento e gestão e compromete a capacidade de investimento nos próximos anos.
Com a dívida ultrapassando R$ 6,3 bilhões e um cenário de arrecadação pressionado, quem assumir o governo em 2026 herdará um Estado financeiramente limitado, com espaço fiscal reduzido para novos investimentos. O quadro exigirá renegociação de débitos, revisão de contratos e, possivelmente, cortes em despesas de custeio.
O discurso da responsabilidade fiscal tende a se misturar à narrativa política de legado. Para o grupo governista, a gestão Fátima deixará uma máquina administrativa reorganizada e salários em dia; para a oposição, o Estado será entregue em estado de caos, com mais dívidas e menos capacidade de investimento.
A retirada da Medida Provisória (MP) 1303 da pauta da Câmara dos Deputados provocou reações entre os parlamentares do PT potiguar. Para os deputados Fernando Mineiro (PT) e Natália Bonavides (PT), a decisão da maioria da Casa representou uma derrota para o país e um retrocesso nas políticas de justiça fiscal defendidas pelo governo Lula. A deputada afirma que a derrubada da MP significa a vitória dos super-ricos e uma derrota para a população.
“A derrubada da MP da taxação das bets, bilionários e bancos não é uma derrota do governo Lula, é uma derrota do Brasil. Menos recursos pra saúde, educação e segurança. Enquanto Lula propõe o Imposto de Renda Zero pra aliviar o bolso do povo, a direita defende o 1% mais rico. Quem votou pela derrubada dessa medida provisória votou para defender os mais ricos e deu as costas para o povo brasileiro”, disse.
A MP previa novas regras de tributação sobre aplicações financeiras e setores de alta rentabilidade, como casas de apostas, bilionários e bancos digitais. O texto foi retirado da pauta por 251 votos a 193, o que levou à sua caducidade, ou seja, a perda de validade sem análise de mérito. Do Rio Grande do Norte, Benes Leocádio (União), Carla Dickson (União), General Girão (PL), João Maia (PP), Robinson Faria (PP) e Sargento Gonçalves (PL) votaram pela retirada.
Fernando Mineiro (PT) e Natália Bonavides (PT) votaram para manter a medida.
O deputado Fernando Mineiro reforçou o mesmo tom crítico. Em entrevista ao Diário do RN, destacou que a decisão da maioria da Câmara favoreceu interesses concentrados.
“Lamentavelmente, a maioria da Câmara ficou do lado das bets, bancos e bilionários. Em vez de proteger a maioria da população, esses parlamentares optaram para manter os privilégios desses setores. A atitude deles não prejudica o presidente Lula; prejudica a população”, declarou.
Nas redes sociais, Mineiro também criticou o comportamento dos colegas. “Os mesmos que aprovaram a PEC da Bandidagem e querem anistia para os golpistas, hoje tiraram a possibilidade de taxar patrimônios de bilionários, bets e bancos digitais. O resultado disso? Um prejuízo bilionário, que pode afetar diretamente os serviços públicos e programas sociais. Importante você saber quem votou para proteger os super-ricos e quem votou a favor do povo brasileiro.
Pense nisso e dê o troco no momento certo”, escreveu.
A MP 1303 era uma alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e previa arrecadação estimada entre R$ 15 bilhões e R$ 17 bilhões em 2026, além de R$ 10,3 bilhões em 2025. Sem sua aprovação, o governo precisará buscar novas formas de cobrir o rombo de mais de R$ 30 bilhões nas contas públicas em 2026 e cerca de R$ 14 bilhões ainda neste ano, em pleno período pré-eleitoral.
Mesmo após alterações feitas pelo relator Carlos Zarattini (PT-SP), que retirou o aumento de tributação sobre apostas esportivas e manteve isenções de LCI e LCA após acordo para aprovar a pauta, a proposta não avançou. Com a decisão, setores como o agronegócio, as casas de apostas e grandes fortunas foram poupados de novas cobranças fiscais, contrariando a estratégia do governo de ampliar a base de arrecadação com foco nos super-ricos.
Segundo o economista Ricardo Valério, que conversou com o Diário do RN, a resposta do governo deveria vir com o corte nas emendas parlamentares.
“Caberia ao Governo Federal, até para poder dar reciprocidade aos deputados, fazer o corte justamente no orçamento destinado às emendas parlamentares. Eles cortaram os R$ 17 bi, que seriam tirados das bets, dos bancos e das grandes fortunas. Até porque são mais de 55 bilhões de reais, tirar 17 milhões dos deputados é apropriado, já que foram eles que criaram essa situação muito incômoda para o orçamento da União”, avaliou.
Gonçalves: “Vitória do brasileiro que não aguenta mais pagar tanto imposto”
Entre os parlamentares potiguares que votaram pela retirada da Medida Provisória 1303 da pauta da Câmara dos Deputados, o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN) comemorou o resultado e criticou duramente o governo Lula. Segundo ele, a MP representava uma tentativa do Partido dos Trabalhadores para ampliar a carga tributária no país.
“O PT, quando não está mentindo, está taxando o povo brasileiro. A verdade é que a MP 1303 era mais uma proposta do governo Lula para a criação de mais dez impostos”, afirmou o parlamentar.
Para Gonçalves, ao Diário do RN, o texto não atingiria apenas bancos e grandes fortunas, como defende a base do governo, mas teria impacto direto sobre trabalhadores e aposentados. “O governo do PT mente descaradamente tentando enganar o povo. Dizem que os impostos criados iriam atingir apenas bancos e bilionários. Mentira! Um trabalhador que decide guardar cinquenta ou cem reais por mês na poupança teria o rendimento taxado. Uma professora que paga previdência complementar também seria atingida. Esses são apenas dois exemplos de quem seria prejudicado”, argumentou.
O deputado também criticou o relator da proposta, Carlos Zarattini (PT-SP), por ter reduzido a tributação sobre as casas de apostas no parecer apresentado antes da retirada da pauta. “O próprio governo foi quem propôs a redução de impostos sobre as bets, não sei para atender a que interesse”, disse.
Para Sargento Gonçalves, a derrubada da MP foi uma vitória contra o aumento de tributos. “O governo do PT já enviou mais de trinta propostas de criação ou aumento de taxas e tributos. Além disso, a reforma tributária do PT fará com que o brasileiro pague o maior IVA do mundo, algo em torno de 28%. Graças a Deus, conseguimos derrotar essa proposta. Foi uma vitória do brasileiro que não aguenta mais pagar tanto imposto”, concluiu.
O Diário do RN também tentou contato com os deputados General Girão (PL), Carla Dickson (UB), Benes Leocádio (UB), João Maia (PL) e Robinson Faria (PL), mas não obteve retorno até o fechamento da edição.