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“CUIDADO, ISSO ACONTECEU COMIGO E PODE ACONTECER COM VOCÊ TAMBÉM”

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Primeiro contato com um profissional médico aconteceu em uma UPA e todo tratamento seguiu pela rede pública de saúde em Natal – Foto: Reprodução

“A doença não me abalou! Porque eu acho que a vida está em primeiro lugar”, desabafou um homem de 57 anos, após um câncer de pênis. Em entrevista exclusiva ao Diário do RN, ele pediu para não ser identificado e compartilhou um relato da própria história, além de alertar os homens a buscar conhecer as formas de prevenção e não tratar a temática como tabu.

O paciente relatou que sempre teve boas condições de saúde durante a vida. Porém, em 2022, tudo mudou. “Quando eu era criança, eu tive fimose e não fiz a cirurgia, e nunca tive problemas com isso. Mas certo dia, o meu membro apresentou um inchaço e eu pensei que não era nada e que logo ia passar, até um dia que começou a sangrar e eu fiquei louco. Na hora, liguei para o SAMU e, após receber as orientações do que fazer, busquei atendimento médico”.

Ele confidenciou que o primeiro contato com um profissional foi com uma médica na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Satélite e não se sentiu confortável para deixar ela examinar, pois era uma coisa muito íntima e estava com vergonha e por isso solicitou que viesse um médico, pois ele estaria mais à vontade. “Após ser examinado pelo doutor, ele me alertou de que poderia ser algo grave e me encaminhou para o Walfredo Gurgel onde fiz a biopsia. Após 15 dias, recebi o diagnóstico do câncer e foi um choque. Mas aceitei e, na minha cabeça, o que importava era buscar o tratamento adequado”, comentou.

Aceitação
Após diagnóstico oficial, ele foi encaminhado para o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL/UFRN) para realizar a amputação e, mais uma vez, teve que abandonar a vergonha já que lá é um Hospital Escola e ele seria acompanhado por alunos e alunas.

“O médico chegou para mim e me perguntou se eu sabia o que era o meu diagnóstico? E eu disse que sabia! Ele logo me perguntou como eu estava em relação à cirurgia de amputação? Olhei para ele e disse que estava tranquilo, porque eu acho que a vida vem em primeiro lugar e eu tenho Deus no meu coração, e já tinha dois filhos e não tinha motivos para me desesperar, já que eu iria continuar vivo. Tive que viver a minha realidade” afirmou o paciente.

Vida pós-cirurgia
Questionado pela reportagem como foi o processo pós-cirúrgico e as principais mudanças que ocorreram na vida dele, o paciente respondeu que foi tudo muito tranquilo, pois ele recebeu os cuidados adequados e, principalmente, o apoio dos familiares e amigos.

“A minha recuperação foi ótima e rápida! Quando eu cheguei em casa alguns amigos vieram com piadinhas a respeito da minha masculinidade, mas eu falei sério com eles, e disse: cuidado, isso que aconteceu comigo pode acontecer com vocês também, vocês têm que se cuidar”, alertou.
Em relação à vida conjugal, o paciente afirmou ser feliz com a companheira. “Após o procedimento, nosso matrimônio ficou ainda mais forte e seguimos felizes. Continuo tendo a possibilidade de ser pai e ainda sinto prazer quando estamos juntos na intimidade”, esclareceu.


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