Nesta sexta-feira (15) a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), foi destaque no site e redes sociais da Marie Claire Brasil. No convite à matéria, no instagram, o texto já revela as pautas que guiam a entrevista com a governadora: o fato de ser, atualmente, a única mulher chefe do poder executivo estadual e sua sexualidade.
“Já seria muito se Fátima Bezerra fosse a única governadora em exercício no Brasil – o que ela, em pleno 2021, impressionantemente, é. Mas Fátima desafia um tanto mais o establishment nacional e vive, sem nunca ter omitido isso, como uma mulher que ama mulheres. Fato escancarado, sem que lhe fosse indagado, no fatídico 2 de julho, por causa da saída do armário de outro político. Nesta entrevista, a primeira que a gestora do Rio Grande do Norte concede depois que seu nome foi parar nos trend topics do Twitter, ela reafirma suas posições e diz que estado nenhum engata o progresso sem a diversidade, a educação e o combate à violência de gênero como bússola”, diz o texto de apresentação.
A matéria traz em destaque o dia em que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), afirmou que era gay e, consequentemente, o nome de Fátima foi parar entre os assuntos mais comentados do Twitter, após a fala do ex-deputado federal Jean Wyllys: “que destaque foi dado por essa mesma imprensa ao fato de Fátima Bezerra, governadora do Rio Grande do Norte e aliada desde sempre da comunidade LGBTQIAP+, ser lésbica? Nenhum”.
No período a governadora se posicionou sobre o comentário, afirmando que: “Na minha vida pública ou privada, nunca existiram armários”.
Na entrevista à Marie Claire foi desbravado um pouco da vida pessoal de Fátima. Focando em sua sexualidade, e questionada se já sofreu preconceito, ela é firme ao dizer “sofri não, continuo sofrendo. Sei muito bem o que é a extensão dessa dor, como ela pode ser cruel. Ainda mais hoje, nesses tempos, com esse fenômeno das máquinas fraudulentas de mentira, calúnia e difamação”, afirmou.
Tentando saber um pouco mais da intimidade da governadora, é colocado em pauta assuntos como a aceitação da família e se ela possui companheira. Fátima prefere não adentrar no assunto.
“É que preferia contar do que estou fazendo como governadora. Não me leve a mal, não estou fugindo da pergunta. Não posso falar só por mim. E, veja, não estou falando da minha companheira porque nem tenho companheira”, esclareceu.
Sobre ser a única mulher a governar um estado, ela agradece os potiguares pela confiança e afirma que isso é um fato que merece reflexão por parte da população brasileira. “Ser a única mulher é motivo de muita reflexão, de perguntar por que em 27 estados da federação só há uma governadora. O que é isso?”, indagou.
A reportagem ainda destaca o passado de Fátima, o início de sua vida política e, claro, sua história de vida.
Filha de uma parteira e de um agricultor que mais tarde se tornou comerciante de colchões, Fátima nasceu na pequena Nova Palmeira, na Paraíba, em maio de 1955. Migrou ainda adolescente para a capital do Rio do Grande do Norte para estudar e fugir da seca de 1970. Foi a primeira dos cinco irmãos a entrar na faculdade. Cursou pedagogia porque queria ser professora – e foi, por anos.
A entrevista, na íntegra, está no site da Marie Claire Brasil.