Ciro Nogueira deve deixar de ser visto pelo presidente do Senado como um colega e passará a ser encarado como emissário de um potencial adversário político
Por O Antagonista
Ao escancarar as portas do Palácio do Planalto para Ciro Nogueira, Jair Bolsonaro também tenta “mandar recado” a Rodrigo Pacheco.
Pacheco foi eleito presidente do Senado no início deste ano com o apoio do Planalto, mas agora aparece como possível presidenciável — Gilberto Kassab não esconde mais de ninguém o desejo de filiá-lo ao PSD e lançá-lo em 2022.
Bolsonaro estava ouvindo de aliados que era preciso “assumir o leme” no Senado, onde a CPI da Covid deverá funcionar, pelo menos, até outubro. Colocar o presidente do PP no “coração do governo” foi uma forma de tentar “controlar” o Senado, da mesma forma como a Câmara parece estar controlada por meio de Arthur Lira, também do PP.
A relação do mineiro Pacheco com Ciro — assim como com qualquer outro senador — é “normal”, sem rusgas. Com a confirmação do senador piauiense na Casa Civil, porém, a tendência é a de que Ciro passe a ser encarado não mais como um colega, obviamente, mas como alguém escolhido para fazer o jogo de um potencial adversário político.