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POTIGUAR SOBRE VENEZUELA: “DITADURA SEMPRE VAI SER PIOR PARA AS MULHERES”

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“Uma ditadura sempre vai ser pior para as mulheres”. A crítica é da advogada natalense Izabela Patriota, se referindo ao regime de Nicolás Maduro, na Venezuela. Diretora de Relações Internacionais do LOLA Brasil, organização não governamental que promove ideais liberais e libertários de mulheres ao redor do mundo, Iza falou ao Diário do RN após a Comissão Interamericana de Direitos Humanos atender solicitação feita pelo grupo e determinar à Venezuela que garanta a integridade física de uma ativista de oposição, presa no dia 6 de agosto.

A comissão, órgão da Organização de Estados Americanos (OEA), também pede que a Venezuela informe se a ativista está sob custódia do Estado e as circunstâncias em que se encontra.

A potiguar contou que a ONG ingressou com pedido de medida cautelar para a soltura de Maria Oropeza, de 30 anos, presa pelo regime de Nicolás Maduro “sem qualquer processo legal ou justificativa oficial”. Segundo o LOLA Brasil, Oropeza trabalha para a líder oposicionista María Corina Machado e também tem sido uma voz ativa no LOLA contra o regime de Maduro.

Importante dizer que o LOLA Brasil tem atuação em mais de 47 países. No Brasil, são mais de 900 ativistas presentes em 14 estados. Destas, 13 mulheres estão na capital potiguar.

“O LOLA é uma organização não governamental, cuja missão é atrair mulheres liberais, liberalismo clássico, ideologia. E treinar mulheres nessa ideologia. Então, a Maria Oropeza é oposição ao governo Maduro lá na Venezuela. E a Maria trabalha para a María Corina Machado.

Maria continuou fazendo manifestações, falando contra uma dor, contra a fraude das eleições etc.

No dia 6 de agosto ela foi sequestrada pelo regime do Maduro, sem mandado, sem nada, sem nenhuma base, e ela foi enviada para o Helicóide, que é aquela prisão de tortura, a maior da América Latina, que tem lá em Caracas. Os familiares dela não sabiam do paradeiro dela por mais de 30 horas. Então o LOLA, nós, a organização, entramos com um pedido na Comissão Interamericana de Direitos Humanos e já recebemos uma resposta favorável, e a Venezuela vai ter que se manifestar a respeito disso”, relatou.

A ditadura e o controle da imprensa
Além de chamar a atenção para a prisão, Iza Patriota também falou sobre a situação na Venezuela, em particular sobre o controle que a ditadura impôs à imprensa naquele país. Para a advogada potiguar, a Venezuela tem um caso claro de ditadura que vai acontecendo aos poucos.

“Ela não acontece simplesmente do dia para a noite. Tudo começou com as pequenas regulações do Chávez, agora nos anos 2000. Quando ele começou a regular a imprensa venezuelana e fechou vários veículos de imprensa privados e tornou a imprensa 100% de caráter estatal. Então, a gente vê certas movimentações no Brasil dessa natureza, tentando limitar a liberdade de expressão nas redes sociais. A gente tem que sempre lutar contra isso. A situação da Venezuela é uma ditadura que levou décadas, desde a entrada de Chávez, até chegar no nível que se encontra hoje.

Mulheres esmagadas
“Quais são as principais análises que eu faço? É exatamente isso, como uma ditadura sempre vai ser pior para as mulheres. Por exemplo, agora com a María Corina, porque foram vários outros opositores que foram para a cadeia, até chegar a María Corina, a liderança dela, passaram vários outros, e o Maduro não apenas tornou ela inelegível, tornou o sistema dele inelegível. Isso demonstra como ele esmaga totalmente as mulheres”, acrescentou Iza.

Iza Patriota
Dra. Iza Patriota é advogada formada pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com mestrado em Direito Constitucional na Universidade de Brasília (UnB) e doutora em Direito Econômico e Economia Política na Universidade de São Paulo (USP). Iza é Diretora de Relações Internacionais no LOLA Brasil. Também já foi pesquisadora no Cato Institute e fellow no Mercatus Center, afiliada a George Mason University.

LOLA protesta contra Maduro
A LOLA pretende realizar manifestações na próxima sexta (6), quando a prisão de Maria Oropeza completa um mês. Os protestos deverão ocorrer em diversos países, inclusive em frente à Casa Branca, em Washington (EUA). No Brasil, estão previstas manifestações no Paraná e no Rio de Janeiro.

Brasil só reconhecerá resultado se dados desagregados forem divulgados

O Brasil só vai reconhecer o resultado das eleições na Venezuela se a Suprema Corte do país divulgar dados desagregados das urnas. “Essa será a posição defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante ligação com os presidentes Gustavo Petro (Colômbia) e López Obrador (México)”, diz matéria da CNN.

Há quatro dias, o presidente Lula reiterou que não reconhece a reeleição de Nicolás Maduro e voltou a cobrar transparência na divulgação das atas das seções eleitorais. Matéria do G1 afirma que o presidente venezuelano “terá de arcar com as consequências do gesto dele”.

O líder brasileiro comentou a crise no país vizinho durante entrevista para uma rádio da Paraíba.

Lula afirmou não ter “relação ideológica” com chefes de Estado e destacou que não cabia à Suprema Corte do país dar o parecer sobre as atas de votação, que até o momento não foram divulgadas.


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