Boa parte da classe política do RN não está preocupada com a situação de saúde dos potiguares. Está mesmo de olho na eleição do próximo ano. Justamente por isso, há tanta divergência em relação ao que fazer para conter a Pandemia.
São pressões de segmentos, grupos, instituições… Tudo dentro da legitimidade democrática de buscar alternativas para seus pares e tentar voltar à normalidade o mais rápido possível. O problema é o que fazer diante das pressões.
O prefeito de Natal, Álvaro Dias, é favorável à flexibilização do comércio e dos serviços de forma mais abrangente. Para fazer valer sua vontade, foi à Justiça para impor termos de seu decreto, que divergia do decreto do Governo do Estado.
A governadora Fátima Bezerra tem sido mais precavida; ouve mais a área técnica do Comitê Científico. Foi duramente criticada por manter restrições. Não aguentou a pressão. Cedeu e flexibilizou o decreto oficial.
Pouco tempo depois do ‘libera’ quase geral, o que se viu foi o aumento no número de casos graves da doença, a superlotação dos hospitais e o clamor por leitos de UTI para tentar salvar vidas.
Agora, diante da gravidade da situação, representantes do Ministério Público, chegam a criticar a posição da Prefeitura de Natal em relação à Pandemia e cobram medidas mais duras de enfrentamento à doença mortal.
Enquanto tivermos políticos que se preocupam com aplausos fáceis, não teremos medidas sérias de combate, tratamento e convivência com essa situação atípica que vivemos.
O combate à Pandemia não pode ter partido político. Senão, a morte provocada pela irresponsabilidade, vai ter ficha de filiação partidária e o nome do gestor como carrasco no atestado de óbito.