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ADVERSÁRIOS DE FÁTIMA TÊM DNA DO PRÓPRIO GOVERNO

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QUEM VAI DISPUTAR O GOVERNO COM FÁTIMA? FOTO: EVERTON DANTAS

O ano eleitoral vai aproximando e o desenho do pleito de 2022 ainda é um rabisco sem forma nítida identificável.
Uma coisa é certa: Fátima Bezerra é candidata à reeleição.
A dúvida: Com quem ela vai disputar?
Essa dúvida nasce justamente porque ainda não apareceu um adversário definido com força eleitoral, amparo partidário e vontade de ir à luta.
O principal e aparentemente mais forte adversário da governadora é o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo, cortejado pela oposição para ser candidato a governador, mas nutre uma imensa vontade de ser candidato a senador na chapa de Fátima.
Essa situação deixa o quadro confuso. Não é para menos. O principal suposto adversário não quer ser adversário, mas aliado com direito a lugar na chapa majoritária.
Caso Fátima aceite a composição com o filho de Agnelo, fere de morte a já combalida e sem rosto oposição potiguar.
Outros nomes surgem ou tentam plantar a semente da viabilidade eleitoral no cenário político.
O empresário Haroldo Azevedo passou dois anos viajando e concedendo entrevistas em que se apresentava como o nome novo e confiável para ser senador. Depois de percorrer quase 20 mil km RN adentro, Haroldo olhou para o espelho e se descobriu candidato a governador.
A partir daí, teve que mudar o rumo do discurso e se fazer chegar ao eleitorado como opção viável para o governo do Estado. Ajustou o tom e passou a cobrar de Fátima algo que desconhecia até dois meses atrás, em que seu próprio filho exercia um cargo de secretário adjunto no secretariado de Fátima. O DNA governista não impede um discurso duro de oposicionista, mas fica carente de consistência e credibilidade.
O presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, também tenta se viabilizar como candidato a senador de Fátima ou governador contra ela.
Outro caso de DNA governista que não emplaca como opositor. Afinal, Ezequiel faz parte da bancada do governo na Assembleia, usufrui das poucas benesses que a atual gestão dispõe, emplacou apadrinhados em cargos na administração e é desconhecido um discurso do seridoense denunciando ou combatendo algo do governo Fátima Bezerra. Dessa forma, uma possível candidatura de oposição já nasce desfigurada.
Deputado federal mais votado do RN, Benes Leocádio votou em Fátima no segundo turno de 2018 e até manteve parceria político-administrativa com o governo. Foi lançado candidato da oposição pelo ministro Rogério Marinho, que precisava de um nome para compor a chapa majoritária como candidato a governador, para que ele pudesse explicitar seu desejo de ser candidato a senador. Não vingou. Benes não se viabilizou e foi abandonado pelas ‘forças de oposição’.
Fiquemos apenas nesses quatro exemplos de dificuldade que a oposição tem de encontrar um nome genuinamente oposicionista para combater a reeleição da governadora. Mas não basta ser oposição de verdade. É preciso ter consistência eleitoral e respaldo político. Não está fácil encontrar esse nome.
Nesse caso, o ano de 2021 foi encerrado sem um desenho nítido do palanque eleitoral da oposição para 2022. Começamos o novo ano com o quadro praticamente da mesma forma.
Afinal, a oposição que se apresenta hoje é fake ou fraca, o que de certa forma facilita a vida da governadora, que não dispõe de grande e tranquila aceitação popular, mas lidera as pesquisas e é beneficiada pelo fracionamento da oposição.
O ano eleitoral começou. E com ele, as conversas serão turbinadas para que saiam das especulações e se transformem em situações mais concretas no rumo das definições.


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