O Brasil completou, neste sábado (17), seis meses do início da vacinação contra a Covid-19 com 15,7% da sua população completamente imunizada com as duas doses da vacina ou com a dose única. A primeira dose da CoronaVac aplicada no país foi em uma enfermeira de São Paulo, logo após a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o uso emergencial da vacina em janeiro. Desde então, mais de 120 milhões de doses desta e de outras vacinas contra a Covid-19 foram aplicadas nos braços dos brasileiros em meio ano de campanha nacional de imunização.
O advogado e arquiteto Carlos Emerenciano enviou ao Blog Tulio Lemos um artigo em que faz projeções do processo de imunização no Brasil.
Veja na íntegra:
ARTIGO POR CARLOS EMERENCIANO: SEIS MESES DE VACINAÇÃO
O Brasil completa hoje seis meses de vacinação contra a Covid-19.
Vou fazer uma breve análise desse período a partir de 2 dados arredondados: aplicamos até hoje 120 milhões de doses e chegamos a 15% da população brasileira de totalmente vacinados.
Análise de um leigo para leigos.
Vamos estabelecer uma data futura para fazer projeções: 17 de dezembro, daqui a exatos cinco meses.
Os estudiosos projetam que para alcançarmos a imunidade coletiva, precisamos aplicar mais 200 milhões de doses. Seriam 320 milhões de vacinas ao todo. 160 milhões de brasileiros totalmente imunizados (sem considerar que a janssen imuniza completamente com apenas 1 dose).
Em seis meses, aplicamos 120 milhões de doses. 20 milhões de doses por mês. Precisamos dobrar esse ritmo de vacinação nos próximos 5 meses. Aplicar 40 milhões de doses por mês para alcançar a tão almejada imunidade coletiva.
Se formos fazer a análise a partir dos 15% de totalmente imunizados até agora, o desafio parece bem maior. Para chegar a 75% de totalmente imunizados em 17 de dezembro, precisamos imunizar um número 4 vezes maior de imunizados até agora. 60% em cinco meses. 12% da população a cada mês.
Como diria Cazuza, “o tempo não para”. Estamos, felizmente, apresentando redução significativa nas curvas de contágio e mortes, apesar de termos ainda um número muito alto de óbitos (não dá para se conformar com mais de mil mortes por dia).
Temos que nos preparar para os novos desafios, principalmente a contenção da variante Delta, responsável pelo aumento de casos na Europa e EUA. A nossa principal arma é a vacina!
Estamos diante de desafios e os caminhos nos levam a resultados completamente distintos. O negacionismo e o “negocionismo” nos levam à morte. A vacinação, a solidariedade, o investimento em ciência, o cuidado com o próximo, salvarão vidas.
Por Carlos Emerenciano, Arquiteto e Advogado