Em meio a um verdadeiro tiroteio de mensagens gerando réplicas e tréplicas por conta de seu estilo, o presidente Bolsonaro dormiu na noite de ontem com uma derrota e uma vitória, obtidas com resultados das votações na Câmara dos Deputados. Embora a derrota tenha sido muito mais dolorida que os louros da vitória e, assim, tenha feito o presidente perder o seu sono.
A vitória bolsonarista tem o tempero do Rio Grande do Norte com a ação determinada do ministro Fábio Faria, das Comunicações, que atuou de maneira eficiente junto aos seus colegas deputados (ele está licenciado) para a aprovação do projeto que visa a privatização da empresa estatal, os Correios. Muito buchicho rolou, na tentativa de barrar a privatização, mas a votação terminou por dar a Bolsonaro a vitória desta quarta-feira, 5.
A derrota sofrida por Bolsonaro foi a pior. Ele tem sido intransigente na defesa do voto auditável, com a impressão do resultado para posterior conferência, se necessário. Aliás, a palavra intransigente é insignificante na medida em que o presidente Bolsonaro defende o voto auditável. Bolsonaro tem até passado de seus limites, inclusive com ameaças às autoridades eleitorais.
O voto impresso ou auditável, como queiram chamar, trouxe sérias consequências para o presidente Bolsonaro além da derrota sofrida na Câmara dos Deputados. Trouxe para o presidente uma queda-de-braço com resultados inimagináveis frente aos homens de toga no Tribunal Superior Eleitoral (STE) e também no Superior Tribunal Federal (STF).
Com essa derrota e a marca da intensa “briga” com os homens de toga neste início do mês de agosto, o humor do presidente Bolsonaro poderá se tornar cada vez mais ácido.