A Câmara Municipal de Natal realizará, no dia 6 de novembro, às 18h30, no Plenário Érico Hackradt, uma Sessão Solene de entrega do Título de Cidadão Natalense ao ex-presidente da Casa, Dickson Nasser, natural do município de Macaíba, no Rio Grande do Norte.
A homenagem é uma iniciativa do vereador Daniel Santiago (PP), subscrita por diversos vereadores, inclusive o presidente Ériko Jácome, como forma de reconhecer sua relevante contribuição à história do Legislativo natalense e ao desenvolvimento da cidade.
Com uma trajetória pública marcada por dedicação, liderança e compromisso com o serviço público, Dickson Nasser foi vereador de 1989 a 2012 e presidiu a Câmara Municipal de Natal em dois mandatos consecutivos, entre 2007 e 2010, período em que se destacou pela modernização administrativa e pela valorização dos servidores da Casa.
Além da atuação parlamentar, exerceu cargos de destaque na administração municipal, como presidente do Iprevinat (Instituto de Previdência dos Servidores Municipais de Natal) e secretário de Assuntos Parlamentares. Também esteve à frente da Federação das Câmaras Municipais do Rio Grande do Norte (Fecam/RN), presidindo a entidade entre 2007 e 2010, quando ampliou o diálogo entre os Legislativos municipais e fortaleceu o papel institucional das câmaras no interior do estado.
Dickson Nasser está à frente do grupo político com mais longa atuação na Câmara Municipal de Natal, tendo seu filho, Dickson Júnior, exercido três mandatos consecutivos, encerrados em 2024, e atualmente representado pelo vereador Daniel Santiago, que cumpre seu primeiro mandato.
“Dickson Nasser é parte viva da história política de Natal. Sua experiência e o trabalho dedicado à Câmara Municipal deixaram marcas profundas de respeito, compromisso e espírito público. Esta homenagem é um reconhecimento merecido a quem tanto contribuiu para o fortalecimento do Poder Legislativo”, destacou o vereador Daniel Santiago.
A solenidade contará com a presença de familiares, amigos, ex-colaboradores, autoridades e parlamentares.
O blogueiro Rony Holanda firma estar passando por dias difíceis e psicologicamente afetado por um caso de violência que envolve o secretário municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito de Mossoró, Walmary Costa. Rony entrou com uma ação na justiça denunciando ter sido agredido pelo secretário na sede do órgão.
O caso aconteceu há duas semanas e, desde então, o blogueiro afirma não conseguir esquecer o ocorrido. “Eu sempre me vejo naquela situação, em vários momentos do meu dia a dia, não sai da minha cabeça aquele momento, uma situação que eu não desejo a ninguém passar por isso. Algo muito difícil pra mim, que fui buscar uma informação simples e ser tratado daquela forma.”, relata.
Rony relata que a agressão acorreu em um segundo momento em que ele esteve na secretaria em busca de informações sobre o pagamento do auxílio-fardamento dos guardas municipais de Mossoró. “Já tinha ido na sexta-feira e não encontrei o secretário, sendo atendido pelo seu chefe de gabinete. E quando voltei na segunda e fiquei parado por trás do carro do secretário o esperando para cobrar as informações, fui surpreendido com uma gravata do chefe de gabinete do secretário (Walmary), que me imobilizou, sendo que o secretário me deu vários tapas na cabeça e no pescoço”, descreve.
Segundo o blogueiro, na ocasião, além das agressões físicas, o secretário também arremessou o seu celular contra a parede. Sem o aparelho, Rony falou com o jornal Diário do RN por meio do celular da mãe dele.
O blogueiro questiona o silêncio do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, que não emitiu qualquer posicionamento sobre o ocorrido. “Foi algo absurdo. Uma secretaria deveria ser um local do povo, de cidadania, para escutar a população e não um local de tortura.”, indaga.
Rony agora aguarda o desenrolar do caso nos tribunais. “O que eu quero é justiça. Se tratam a imprensa dessa forma, imagine a população.”, conclui.
Em nota publicada após o caso, a Secretaria Municipal de Segurança Pública, Defesa Civil, Mobilidade Urbana e Trânsito disse que Rony “tentou invadir salas que contêm dados confidenciais de segurança pública, relacionados ao Centro Integrado de Operações de Trânsito e Segurança Pública (CIOTS) e acessou uma área restrita, além de ter desacatado profissionais do órgão. O blogueiro nega as afirmações e diz que a nota “é mentirosa”.
O jornal Diário do RN entrou em contato com o secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Mossoró, Wilson Fernandes, para solicitar um posicionamento do prefeito Allyson Bezerra, mas não teve resposta até o fechamento desta edição.
O presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), o potiguar Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, prestou depoimento nesta segunda-feira (3) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, em Brasília, em uma sessão marcada por constrangimentos e pela desmoralização do depoente diante das perguntas do relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
Abraão Lincoln, que obteve habeas corpus preventivo do ministro Alexandre de Moraes (STF) para permanecer em silêncio sobre fatos que pudessem incriminá-lo, foi confrontado com uma série de questionamentos sobre sua trajetória política e jurídica. Gaspar fez um apanhado da vida do presidente da CBPA.
As perguntas diretas e incisivas deixaram o potiguar visivelmente acuado. Alfredo Gaspar também destacou o principal ponto da investigação atual: o número alarmante de mortos incluídos nas listas de descontos associativos vinculados à CBPA. “Há cerca de 40 mil mortos incluídos como filiados ativos”, frisou o relator, observando que esse número é recordista entre as entidades investigadas.
O relator lembrou inclusive a prisão de Abraão em 2015, em Porto Alegre: “O senhor já foi preso alguma vez?”, iniciou o relator. Diante do silêncio, prosseguiu: “Em 2015, Vossa Senhoria passou alguns meses guardado na penitenciária central de Porto Alegre. Pode me dizer o motivo da prisão? Essa prisão foi decorrente da cobrança de propina? Propina relacionada a licenças de pesca artesanal falsas?”. Abraão limitou-se a dizer que o caso “ainda está sob investigação” e que “não há condenação”.
Em meio aos questionamentos na CPMI, Gaspar ainda citou registros de visitas de Abraão Lincoln ao Palácio do Planalto, em julho e agosto, para reuniões com a ministra Gleisi Hoffmann e outros dirigentes sindicais de federações ligadas à Confederação, tratando da Medida Provisória 1303, que altera regras do seguro-defeso.
Mesmo com o direito de permanecer calado, Abraão respondeu pontualmente, tentando se desvincular das suspeitas. “Está sob investigação, mas não tenho nenhuma condenação”, ou “prefiro permanecer em silêncio”, repetiu em mais de uma ocasião. Inclusive, quando questionado sobre ligações com Antônio Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, e outros personagens ligados à investigação.
Em sua fala inicial, Abraão Lincoln tentou sustentar a legitimidade da confederação. Afirmou que a CBPA “nasceu de uma dissidência de doze federações históricas” e que hoje reúne 21 federações e quase mil entidades de base em todo o país. “Estamos aqui para dizer a vocês que existimos. Nossas instituições existem”, disse o dirigente, tentando rebater críticas sobre a estrutura física da entidade, descrita pela Controladoria-Geral da União (CGU) como uma “pequena sala comercial”, com apenas uma secretária e sem condições técnicas para atender mais de 360 mil associados.
Apesar da tentativa de defesa, o depoimento foi dominado pelas acusações levantadas pela CPMI e pela Polícia Federal. A CBPA é apontada como um dos eixos centrais da chamada Operação Sem Desconto, que investiga desvios de mais de R$ 220 milhões em benefícios previdenciários de aposentados e pensionistas. Segundo a PF, a confederação teria firmado convênios fraudulentos com o INSS, multiplicando artificialmente o número de filiados para obter repasses de recursos.
Relatórios da CGU e da Polícia Federal indicam que, embora a entidade não tivesse filiados em 2022, ela firmou acordo com o INSS e, em 2023, já contabilizava mais de 340 mil associados, movimentando R$ 57,8 milhões. Nos três primeiros meses de 2024, o número saltou para 445 mil, com faturamento de R$ 41,2 milhões. O documento também associa o tesoureiro da CBPA, Gabriel Negreiros, ex-candidato a vereador em Natal e considerado braço direito de Abraão Lincoln, aparece nos inquéritos como responsável financeiro da organização. Abraão Lincoln Ferreira, o presidente da CBPA, é ex-líder do Republicanos no Rio Grande do Norte e candidato a deputado federal em 2018. Ambos são investigados por suposta falsificação de filiações em massa e pagamento de propina a servidores do INSS.
A sessão foi acompanhada de forma atenta pelos membros da CPMI, que apura o esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários e suspeitas de corrupção no INSS. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), manteve o tom institucional, mas o clima entre os parlamentares evidenciou a gravidade das acusações que cercam o dirigente potiguar.
A CPMI do INSS deve votar, nas próximas semanas, requerimentos de quebra de sigilo bancário e fiscal de Abraão Lincoln, abrangendo o período entre 2019 e 2025, além de detalhamentos sobre movimentações financeiras e contratos da CBPA. O caso, segundo o relator, “é um retrato de como organizações fantasmas têm saqueado o sistema previdenciário brasileiro, à custa de aposentados e pensionistas”.
O vereador Daniel Valença (PT) negou que a manifestação realizada na última sexta-feira (31), em frente ao shopping Midway Mall, em Natal, tenha tido como pauta o “fim da polícia” ou a “desmilitarização da polícia”, como mostram vídeos divulgados nas redes sociais. Segundo ele, o ato, convocado por ele e pela vereadora Brisa Bracchi (PT), teve como objetivo denunciar a chacina ocorrida no Rio de Janeiro e cobrar investigação sobre a ação que deixou 117 mortos civis e quatro policiais.
“A pauta do ato era contra a chacina de Cláudio Castro, não contra a polícia militar. Inclusive, quatro policiais morreram, um com 40 dias de polícia civil, graças à irresponsabilidade e ao eleitoralismo do governador do PL. Com certeza, não era sobre o fim da polícia”, afirmou Valença ao Diário do RN.
O vereador destacou ainda que o debate proposto pelo movimento é sobre a apuração dos fatos e a necessidade de discutir publicamente os rumos da política de segurança pública no país. “O que está em questão é que houve uma chacina e as pessoas estão exigindo que haja uma investigação transparente, isenta, sobre se houve execuções ou não, e que se abra um debate sobre se esse caminho muda ou não a situação de violência que o povo está submetido não só no Rio de Janeiro, mas em todas as comunidades do país”, disse Valença à reportagem.
A vereadora Brisa Bracchi se pronunciou durante o ato, conforme postagem em suas redes sociais, afirmando que o modelo de segurança pública adotado no país é insustentável e tem como consequência o extermínio da população negra e periférica. Em suas divulgações sobre o movimento, não há qualquer abordagem sobre o fim da polícia.
“Esse não é um modelo de segurança pública possível. Esse é um modelo político de extermínio da juventude negra, dos negros e favelados. Uma política de combate ao crime organizado de verdade vai no financiamento do crime, nos centros financeiros do crime organizado. Não sobe a favela atirando e matando, jorrando sangue como aconteceu essa semana”, declarou.
Brisa afirmou ainda que o momento é de transformar a dor em luta e de reafirmar o papel do movimento negro e dos defensores dos direitos humanos. “Nós precisamos ter noção e consciência do tamanho do desafio. O movimento negro unificado tem muita força, tem muita potência. Nós temos uma ancestralidade que sobreviveu à escravidão, que resistiu a momentos muito mais difíceis da história deste país”, completou.
A deputada federal Natália Bonavides também esteve presente ao ato. A reportagem do Diário do RN entrou em contato com a assessoria da parlamentar, mas não teve retorno.
O ato, que reuniu alguns militantes de movimentos sociais e representantes do movimento negro, reforçou a cobrança por apuração independente sobre as mortes no Rio de Janeiro e reacendeu o debate sobre a condução das políticas de segurança no país e no Estado.
Apesar do objetivo claro da manifestação, reforçado por Daniel e Brisa, vídeos que circulam nas redes sociais mostram que, em dado momento, manifestantes gritam em coro: “Não acabou, tem que acabar. Eu quero o fim da Polícia Militar”. Vale destacar que as imagens não mostram a presença de nenhum dos parlamentares (Daniel, Brisa ou Natália) no momento desta reivindicação.
Após a controversa Operação Contenção no Rio de Janeiro, que mobilizou o debate nacional sobre o combate à organização criminosa Comando Vermelho e a letalidade policial, as diferentes visões sobre a segurança pública ecoaram na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. O Diário do RN ouviu novos posicionamentos dos deputados Luiz Eduardo (SD) e Francisco do PT (PT), que divergem sobre a situação carioca.
O deputado Luiz Eduardo alinhou-se à tese de que a ação policial no Rio de Janeiro representa um esforço legítimo para retomar o controle de áreas dominadas pelo crime organizado, destacando a falta de apoio federal como um agravante. “Vemos a polícia combatendo o narcoterrorismo, sem apoio do governo federal”, afirmou o parlamentar.
Para ele, a motivação da megaoperação foca na liberdade aos cidadãos, transcendendo a simples repressão. “O estado [do Rio] está trabalhando para retomar territórios perdidos, para devolver a liberdade da população, que é a maior vítima dessa guerra”, pontuou.
Ao avaliar o Rio Grande do Norte, o deputado opositor do PT reconheceu os avanços, mas manteve uma postura de cautela, frisando que os desafios ainda são enormes e afetam diretamente o cotidiano da população.
“A segurança do RN ainda tem sérios problemas para serem resolvidos, refletindo diretamente na qualidade de vida da população. A violência urbana, o tráfico de drogas e a falta de estrutura das forças policiais são desafios constantes”, detalhou, apesar de reconhecer os investimentos do Governo do Estado em efetivo e tecnologia.
“Apesar dos esforços do governo em ampliar o efetivo e investir em tecnologia, os resultados ainda são limitados. A carência de políticas públicas eficazes e de oportunidades sociais agrava a situação. É necessário um trabalho conjunto entre Estado e sociedade para alcançar uma segurança realmente duradoura”, concluiu Luiz Eduardo.
Já o deputado Francisco do PT reafirmou sua linha de crítica ao modelo de confronto de alta letalidade adotado no Rio de Janeiro. Para ele, o resultado da operação indica mais uma postura de marketing político do que eficácia real no combate ao crime: “O saldo com tantas mortes, segundo especialistas, indica que a operação foi mais uma ação espetaculosa do que uma ação êxitosa de combate ao crime”, sentenciou.
O parlamentar lamentou as consequências humanitárias e sociais da Operação Contenção, destacando a falta de estratégia de longo prazo: “Além das vidas de policiais e civis, ainda expôs a população das comunidades a riscos de mais mortes, causou pânico e impactou a cidade de várias formas, inclusive na mobilidade. O que ficou nítido foi a falta de planejamento e de inteligência, inclusive para garantir a ocupação de territórios controlados pelo crime e sufocar financeiramente tais organizações criminosas”, ressaltou o líder do governo na Assembleia.
Em contraste com o cenário fluminense, Francisco do PT destacou os avanços do Rio Grande do Norte, atribuindo o sucesso a uma gestão integrada e à parceria com o Governo Federal.
“No RN, temos assistido a avanços nesta área. Saímos da posição de um dos Estados mais violentos do país para ocupar a posição de quarto estado menos violento. Isso é fruto de um trabalho muito integrado de nossos setores de segurança nas mais diversas áreas e também de uma importante parceria com o governo federal e outras instituições”, celebrou o deputado do PT.
Ele finalizou destacando sua atuação parlamentar na área: “Temos projetos aprovados para a segurança das mulheres vítimas de violência, de combate aos crimes de pedofilia e requerimentos solicitando melhorias para a segurança de modo geral. Além disso, temos destinado emendas parlamentares para a área da segurança pública”, concluiu Francisco.
Retranca: Coronel Araújo alerta para batalha integrada Em meio ao debate gerado sobre a crise no Rio de Janeiro, o secretário de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social do Rio Grande do Norte, Coronel Francisco Araújo, reforçou a estratégia de atuação integrada no combate à criminalidade local e apresentou números que consolidam a queda de diversos crimes no Estado do RN, embora admita que a batalha contra as organizações criminosas é contínua.
“Todos os esforços de todas as instituições de segurança pública estão sendo feitos para enfrentamento à criminalidade e à violência”, assegurou o secretário em conversa com o Diário do RN, ressaltando o trabalho em conjunto. Ele frisou a “abnegação dos homens e mulheres que compõem a força de segurança e que trabalham de forma integrada” com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Guardas Municipais. O secretário citou, como exemplo da sinergia, operações recentes realizadas em parceria com a Polícia da Paraíba e a Polícia Federal, que “fortalece o trabalho de inteligência, fortalecendo as investigações”.
Os dados consolidados pela Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (COINE) da SESED confirmam a redução em crimes patrimoniais no período de janeiro a setembro de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. A queda é notável em diversas frentes: roubos de veículos (-34,7%), assaltos em via pública (-34%), assaltos a estabelecimentos comerciais (-31,6%) e roubos a residências (-34,6%). O combate aos roubos e furtos de celulares também teve um impacto significativo, com redução de 30,7% nos roubos e 6,5% nos furtos.
Apesar da consolidação da queda na criminalidade patrimonial, a SESED registrou um aumento nos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs), que saltaram de 565 para 653 casos no mesmo período de comparação (janeiro a setembro de 2024/2025), um acréscimo de 15,6%. Contudo, o Coronel Araújo mantém o otimismo: “A expectativa da SESED é de fechar o ano de 2025 com redução no índice de mortes violentas, mantendo a queda que vem se consolidando nestes últimos sete anos”, finalizou.
O ex-prefeito de Natal e pré-candidato ao Governo, Álvaro Dias (Republicanos) traçou um prognóstico desfavorável para a ascensão do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), como uma “terceira via” na eleição de 2026. Na leitura de Álvaro, Allyson está perigosamente posicionado entre as forças da direita e da esquerda, correndo o risco de ser “espremido” e não alcançar o segundo turno. O alerta do ex-prefeito resgata a memória da disputa do ano passado em Natal para prever o destino de quem tenta fugir dos extremos. A análise foi feita em entrevista concedida ao Diário do RN.
“Com toda certeza vai haver dois polos que vão se aglutinar mais em torno desses dois candidatos, o candidato de direita e o candidato de esquerda”, afirmou Dias, traçando o mapa da disputa. Álvaro Dias se movimenta no cenário político em busca de garantir a aglutinação das forças da direita e extrema direita para a próxima eleição estadual. Ele acredita que o grupo deverá definir entre ele próprio e o senador Rogério Marinho (PL) como representante do grupo, que também tem Styvenson Valentim e Paulinho Freire como aliados.
O pré-candidato reconheceu a postura de centro adotada por Bezerra, mas alertou que a polarização irá forçar o prefeito a se posicionar de forma mais clara, o que pode ser um complicador para a sua estratégia.
“Um exemplo como esse nós temos recentemente e podemos relembrar que vai ser um caso que pode muito bem se coadunar nesse contexto se Allyson mantiver a candidatura. Você viu quando o Carlos Eduardo, quando começou a eleição de 2024, eu disse, Carlos Eduardo não vai nem para o segundo turno. E ele ficou fora do segundo turno justamente por causa disso”, recordou.
A chave do problema, na visão de Álvaro Dias, está na incapacidade da candidatura de centro de resistir à força gravitacional dos polos estabelecidos: “Houve uma aglutinação de forças de um lado e do outro e ele [Carlos Eduardo] ficou no meio. E aí realmente ele não foi nem para o segundo turno. E é o que pode realmente acontecer com a candidatura de Allyson se ele realmente mantiver essa candidatura. Pode não ir nem para o segundo turno”, enfatizou.
O ex-prefeito de Natal concluiu que a única forma de Allyson Bezerra superar esse risco é se conseguir um apoio amplo e coeso de outras forças políticas, evitando a dispersão em um ambiente polarizado.
“Se ele não conseguir aglutinar outras forças em torno da sua candidatura, a situação permanecer na forma que se encontra pode ser que aí haja uma polarização e aí a polarização realmente deixa quem está no centro, numa situação de maior dificuldade, que foi o que aconteceu com o Carlos Eduardo”, finalizou Álvaro Dias.
Álvaro, sobre 2026: “Nós temos que extirpar o PT do Estado”
Além de analisar o cenário de polarização, o ex-prefeito Álvaro Dias aproveitou a entrevista ao Diário do RN para deixar claro o principal objetivo que une o grupo de oposição no Rio Grande do Norte: a derrubada do projeto político do Partido dos Trabalhadores no Estado.
“Nós temos de extirpar o PT do governo do Estado do Rio Grande do Norte”, sentenciou Álvaro Dias. Ele acusou a administração petista de ter levado o estado ao retrocesso, afetando diretamente os serviços essenciais.
“Atrasou o nosso Estado, dificultou a vida da população, trouxe o caos para a educação, para a saúde e para a segurança também”, declarou Dias. Na visão de Dias, o desempenho negativo da governadora será o principal motor do debate eleitoral.
“Acredito que o que vai ser debatido em cada estado é a situação real do Estado. Por exemplo, o desgoverno da professora Fátima Bezerra é algo que não vai ficar de forma nenhuma longe do debate. Vai ser o foco, a atenção”, afirmou.
Ele desafiou a governadora a apresentar resultados concretos após quase oito anos no poder.
“Fátima Bezerra atrasou o Rio Grande do Norte. Foi o pior governo da história. Ela não tem uma obra sequer, depois de quase oito anos de governo, para mostrar ao povo”, afirmou.
O ex-prefeito destacou que a alta reprovação da governadora, que, segundo ele, atinge 68%, torna o projeto de reeleição petista inviável. “É muito difícil. Ela realmente vai ter dificuldade e nós não vamos permitir que o PT eleja o governador do Estado”, prometeu.
Ele garantiu que a união da oposição é o caminho para o sucesso. “Tanto eu como Rogério, como Styvenson e como Paulinho fazemos parte de um grupo. Esse grupo entende que o desgoverno de Fátima Bezerra não pode perdurar no Rio Grande do Norte. Nós temos de derrotar o candidato que for apoiado pelo atual governo. E vamos conseguir isso”.
Enquanto o prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) avança no cenário estadual como pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Norte, sendo visto por alguns como a “terceira via” de centro, a vereadora mossoroense Marleide Cunha (PT) contrapõe essa narrativa com um ataque direto à gestão municipal e à forma como o gestor constrói sua popularidade. Em entrevista exclusiva, Marleide Cunha afirmou que o RN não conhece a verdadeira face do prefeito, que estaria usando uma forte máquina midiática para construir uma imagem “completamente falsa”.
“O povo do Rio Grande do Norte não conhece realmente quem é Allyson Bezerra. Ele consegue construir uma imagem positiva, uma imagem de pessoa humilde, que é um bom gestor em Mossoró, através da mídia, de uma produção muito forte, técnica, midiática, e que o povo acaba sendo enganado através dessa imagem que ele construiu, que é uma imagem completamente falsa. A realidade de Mossoró não é nada do que é apresentado nos vídeos, nos blogs que ele consegue patrocinar, inclusive com dinheiro público”, denunciou a vereadora.
Marleide Cunha questiona as áreas essenciais da cidade que, segundo ela, são cheias de falhas não mostradas pela gestão municipal.
“A realidade de Mossoró é triste na saúde, é um caos completo na saúde […] A educação? Ele cria os programas, que são programas eleitoreiros, depois esquece esses programas, as escolas sem estruturas, professores adoecidos. Essa é a realidade de Mossoró”, disparou, complementando que a propaganda sobre a climatização das escolas se trata de uma mentira.
Ela ainda criticou o descaso com as estruturas de conhecimento, colocando o projeto “Mossoró Cidade Educação” como uma verdadeira farsa: “O que acontece em Mossoró é que não tem biblioteca nas escolas, tem depósito de livros […] A biblioteca municipal também está em estado deplorável: não tem os materiais, não tem um computador lá”.
Outra grave acusação da vereadora foi a “retirada de direitos” e a “perseguição a professores sem precedentes”. Ela descreveu o rigor punitivo aplicado aos servidores, comparando a situações incomuns na administração pública. A crítica estendeu-se à gestão financeira, apontando que a imagem de obras e infraestrutura é custeada por um endividamento que onera o município.
“Tudo que ele divulga, que constrói em infraestrutura, aquilo não é real, pelo montante de recursos que recebeu”, diz Marleide, que informou que a gestão Allyson Bezerra recebeu mais de R$ 224 milhões em empréstimos e já pagou mais de R$ 34 milhões somente em juros, o que, para ela, é reflexo de um trabalho focado na mídia e em festas “enquanto o povo sofre”.
Vereadora afirma que articulação com Zenaide é a tática de “enganar” o eleitor de Lula
Questionada pela reportagem sobre a aproximação de Allyson Bezerra com a senadora Zenaide Maia (PSD), alinhada ao presidente Lula (PT), a vereadora petista viu uma estratégia eleitoral clara, mas de pouca sustentação.
“Ele quer fazer com que o eleitor de Lula veja uma conexão dele também com a Zenaide e Lula. Eu penso isso, porque Allyson fica em cima do muro para enganar as pessoas. Ele não diz a posição dele”, analisou Marleide.
A vereadora ressaltou que a “prática” do prefeito em Mossoró o desvincula de qualquer projeto democrático, descrevendo-o como uma pessoa “autoritária, uma pessoa antidemocrática que não respeita o diálogo”. Para ela, a aliança com Zenaide é uma “troca de interesses”, onde o prefeito tenta “capturar os votos do eleitor de Lula” com base em sua popularidade nas redes sociais, enquanto Zenaide busca capitalizar votos através dessa mesma popularidade.
“Nos dedicamos muito nos últimos meses a esse tema, buscamos de todas as formas uma resposta satisfatória para as inúmeras famílias atípicas que estão enfrentando problemas com as operadoras, como negativas de atendimento e tratamento. Infelizmente, não chegamos a essa resposta, e agora vamos encaminhar o relatório ao Ministério Público, com uma série de recomendações”, afirmou o relator da Comissão Especial de Inquérito (CEI) dos Planos de Saúde da Câmara Municipal de Natal, vereador Tércio Tinoco, durante a apresentação do relatório final, nesta quarta-feira (29). Foram investigadas as empresas Humana Saúde, Unimed e Hapvida.
Encerrando meses de oitivas, análises e mediações com operadoras e órgãos fiscalizadores, a CEI, presidida pelo vereador Kleber Fernandes (Republicanos), concluiu os trabalhos sem uma solução imediata, mas com a aprovação de um conjunto de recomendações que será encaminhado ao Ministério Público do Estado, ao Procon Natal e à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O objetivo é garantir o atendimento integral, contínuo e individualizado de crianças e adolescentes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na rede privada de saúde.
Entre as principais medidas sugeridas, o relatório assegura que todas as terapias prescritas por médicos assistentes sejam ofertadas sem interrupções e em horários compatíveis com a rotina escolar dos pacientes, evitando prejuízos ao desenvolvimento.
O texto também recomenda ações para coibir reduções arbitrárias de horas de terapia determinadas por auditorias internas das operadoras, prática considerada ilegal por contrariar prescrições médicas e ferir direitos do consumidor e da pessoa com deficiência.
Outra recomendação é a avaliação de reparação por danos morais coletivos e individuais, incluindo a fixação de indenizações com caráter pedagógico e preventivo, diante de condutas reiteradas de operadoras que descumprem obrigações contratuais e legais.
O relatório também propõe a replicação do modelo de atuação da CEI junto a outras empresas do setor, consolidando um novo padrão de regulação e fiscalização local, baseado na cooperação institucional e na efetividade dos direitos fundamentais.
Segundo o presidente da CEI, vereador Kleber Fernandes, o relatório consolida um trabalho técnico e propositivo, com foco na resolução dos problemas identificados. “A CEI cumpriu seu papel de forma técnica, responsável e resolutiva. Não se tratou apenas de apontar falhas, mas de construir soluções em parceria com os órgãos de fiscalização e com o setor privado, para garantir o direito à saúde de crianças com TEA. Essa atuação integrada precisa ser permanente”, destacou.
Trajetória
Tércio Tinoco: “Buscamos de todas as formas uma resposta satisfatória para as inúmeras famílias atípicas” – Foto: Elpidio Júnior
A CEI dos Planos de Saúde foi instalada em junho, após o aumento das denúncias de negativas de cobertura, descredenciamento de clínicas e interrupções nos tratamentos. O colegiado foi composto pelos vereadores Kleber Fernandes, Tércio Tinoco, Daniel Santiago, Thabata Pimenta e Herbeth Sena, tendo como suplentes Robson Carvalho, Luciano Nascimento e Tony Henrique.
Desde o início, a comissão se propôs a investigar se as operadoras estavam cumprindo a legislação e garantindo o tratamento integral previsto em lei.
Em setembro, a Humana Saúde foi convocada para uma reunião que discutiria a assinatura de um termo de cooperação com o Procon Natal, mas não compareceu. A ausência levou a comissão a deliberar pela solicitação de condução coercitiva dos representantes da empresa. No mesmo encontro, a Unimed participou e apresentou respostas às demandas dos vereadores, assumindo compromissos como ampliar a rede credenciada, abrir novas salas de atendimento e ajustar a cobrança de coparticipações.
Com a conclusão das investigações, a Câmara de Natal encerra um processo que resultou em propostas de ação e fortalecimento das políticas públicas de proteção aos consumidores. “Esse relatório é um marco na defesa dos direitos dos consumidores e das pessoas com deficiência. A Câmara de Natal mostrou que pode agir com firmeza, mas também com responsabilidade institucional e sensibilidade social”, concluiu Kleber Fernandes.
A deputada federal Natália Bonavides (PT) reagiu com ataques ao Diário do RN após a publicação de reportagem que noticiou declarações da vereadora natalense Camila Araújo (União Brasil) sobre o uso de recursos de emendas parlamentares destinados pela deputada à Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Em nota e também em publicações nas redes sociais, como tentativa de descredibilizar a imprensa e restringir o livre exercício do jornalismo, Natália acusou o jornal de “mentir”, “manipular informação” e agir com “intenção sensacionalista”.
A matéria publicada pelo Diário do RN nesta terça-feira (28) relatou, com base em declarações públicas da vereadora, que Camila Araújo levantou suspeitas, incluindo de lavagem de dinheiro, sobre a aplicação de R$ 20 milhões em obras de reforma e construção de estações de trem em Natal. O texto, porém, foi explícito ao afirmar que a vereadora não apresentou provas nem indícios concretos que sustentassem a acusação, e que não especificou quem estaria envolvido na suposta irregularidade. A reportagem também informou que o jornal tentou contato com Camila para pedir esclarecimentos e que não houve resposta até o fechamento da edição.
Apesar da transparência do conteúdo, quando procurada, a deputada direcionou sua reação contra o jornal, e não à vereadora que fez a denúncia. Natália classificou as declarações como “totalmente mentirosas e sem fundamento”, mas desconsidera que as declarações são de Camila Araújo e não do Diário. O que a parlamentar petista chama de “uma capa mentirosa” e “sem checagem” nada mais é do que a publicação dos questionamentos da vereadora, não são questionamentos do Diário.
Ao contrário do que a deputada sugere, a reportagem não endossou as falas da vereadora. Limitou-se a noticiar o episódio e a questionar justamente a falta de evidências, preservando o princípio básico do jornalismo de registrar o fato público e oferecer espaço para todas as partes.
Ao afirmar, em outro trecho da nota, que o jornal está a serviço da direita, Bonavides também ignora que o Diário do RN tem histórico de cobertura plural e crítica a todos os espectros políticos. No mesmo dia em que trouxe o conteúdo sobre as declarações de Camila Araújo, o jornal destacou na capa a agenda da governadora Fátima Bezerra (PT) com Guilherme Boulos (PSOL), além de, dias antes, publicar uma matéria positiva sobre a própria Natália, citada em pesquisa como uma das parlamentares mais lembradas do Estado para as eleições do ano que vem.
Em vez de confrontar diretamente as acusações da vereadora, origem da controvérsia, a deputada voltou-se contra o veículo que cumpriu seu papel de informar. Essa reação, marcada por tom de intimidação, representa uma tentativa de cercear o trabalho da imprensa e de deslegitimar o direito à liberdade de expressão, valor fundamental numa democracia.
A continuidade das obras nas estações de trem termina em segundo plano, conforme texto emitido pela deputada federal. Ela esclarece, em um dos oito parágrafos: “Direcionamos R$ 8,3 milhões para em emendas de bancada para a construção de estações de trem nos bairros Cidade da Esperança, Quintas, Planalto, Potengi e no conjunto Nova Natal. Recursos que vão servir para melhorar a vida do povo da nossa capital. Como sempre, o que norteia as ações do nosso mandato é a garantia de melhorias para a vida do povo potiguar. São obras que estão em andamento, como confirma a própria Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), e que seguem os trâmites normais para a sua realização”.
As obras mencionadas fazem parte de um pacote de intervenções da CBTU, iniciado em fevereiro de 2024. O investimento total é de cerca de R$ 20 milhões, incluindo recursos de emenda parlamentar de Natália Bonavides. O projeto prevê a reforma e ampliação de seis estações, Capitão-Mor Gouveia, Soledade, Baraúna, João Medeiros Filho, Nova Natal e Cidade Satélite, além da revitalização de estruturas antigas, como a Estação da Ribeira, e a recuperação de vagões.
Pacientes que esperam há, até, mais de um ano por cirurgias em Mossoró vão ter que esperar por vários outros meses para, possivelmente, serem atendidos. É que a gestão do prefeito Allyson Bezerra apresentou uma proposta ao Conselho Municipal de Saúde para acabar com a fila de espera em, no mínimo, oito meses.
De acordo com a proposta, a promessa é realizar 300 cirurgias por mês para atender as 2.262 pessoas que esperam por procedimentos cirúrgicos. Conforme dados apresentados pela Secretaria Municipal de Saúde, são 1.307 cirurgias ginecológicas e 955 cirurgias gerais.
A proposta foi rejeitada por unanimidade pelo Conselho Municipal de Saúde, que defende a realização de mutirão para agilizar os atendimentos. O Conselho estabeleceu prazo de 15 dias para a Prefeitura de Mossoró renovar os contratos com as prestadoras de serviço e criar um mutirão para atender o máximo de pessoas de forma urgente.
Além disso, o conselheiro do segmento usuário, Luiz Avelino Silva, enviou ofício ao promotor de justiça da 1 Promotoria da Comarca de Mossoró, Rodrigo Pessoa de Morais, para que seja celebrado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Município, estabelecendo prazos para zerar a fila de espera. “O pedido leva em conta a gravíssima situação de paralisação das cirurgias eletivas em Mossoró.”, argumenta o conselheiro.
Além de rejeitada, a proposta da gestão Allyson é vista com desconfiança. Fontes que atuam no setor de saúde afirmam que dificilmente o Município conseguiria realizar 300 cirurgias por mês com apenas dois prestadores habilitados: Apamim e Hospital São Luiz.
Atualmente, o número de procedimentos realizado é insignificante diante da fila de espera e dos novos pacientes que surgem diariamente. De acordo com dados do sistema DATASUS do Ministério da Saúde, o Hospital São Luiz, realizou apenas 127 cirurgias em 12 meses, entre julho de 2024 e junho de 2025, uma média de pouco mais de 10 por mês.
O ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSD), afirmou que não descarta dialogar com o pré-candidato ao governo do Rio Grande do Norte, Rogério Marinho (PL). O presidente do PL no RN é adversário ideológico do PSD de Zenaide Maia, partido ao qual Carlos é filiado e que compõe a base do Governo Lula. A declaração do ex-prefeito de Natal foi feita durante entrevista ao programa Repórter 98, da rádio 98 FM Natal, nesta segunda-feira (27), e marca um tom de abertura política em meio à polarização que tem dividido o cenário potiguar.
“O próximo ano é o ano que a gente vai sentar na mesa e vamos construir as alianças. Agora, nesse tempo, não se impede de conversar, de dialogar, de ver alternativas e tudo mais, porque ninguém vai chegar também. O Rogério Marinho não morde, né? Até para saber se há convergências e divergências. Eu acho que há muito mais divergências, mas se quiser dialogar, eu estou aberto”, afirmou Carlos Eduardo.
Segundo ele, o diálogo com diferentes campos políticos não significa abandono de suas convicções de centro-esquerda, mas demonstra equilíbrio e disposição para buscar consensos.
“Se quiser dialogar, eu estou aberto. Eu não sou o dono da verdade, eu não sou dessa polarização improdutiva, que bota de lado, escanteia os problemas brasileiros e fica nas agressões verbais e físicas até”, completou.
Sendo cogitado pelo PT como nome ao Senado – conforme citou em entrevista a presidente estadual da sigla, Samanda Alves – Carlos Eduardo avaliou que a atual polarização nacional empurrou o Partido dos Trabalhadores (PT) para uma posição de “extrema esquerda”. Ele afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito com uma frente ampla de centro-esquerda, mas teria, segundo ele, “dado uma guinada à esquerda” após a vitória, atitude que interpreta como “equívoco político”.
“Agora deu uma guinada para a esquerda, especialmente com a escolha de Guilherme Boulos para o ministério. Essa sinalização é claramente para a extrema esquerda”, afirmou o ex-prefeito.
As críticas ao PT ocorrem paralelamente ao alinhamento que afirma estar mantendo com o PSD.
Carlos Eduardo reafirmou sua permanência no partido liderado no estado pela senadora Zenaide Maia, que articula candidatura a governador do parceiro político Allyson Bezerra (UB). O ex-prefeito disse que já colocou seu nome à disposição da legenda para as eleições de 2026.
“O fato de eu estar nas pesquisas até para o Senado é importante para o partido, porque o ano que vem, na hora do vamos ver, o PSD pode apresentar nomes com representatividade política e eleitoral”, observou, citando a pesquisa DataVero, que o aponta entre os nomes mais competitivos para o Senado e o governo estadual.
O ex-prefeito também comentou a aproximação entre Zenaide Maia e Allyson Bezerra, que têm participado juntos de eventos públicos. Para Carlos Eduardo, a parceria ainda é de caráter administrativo, mas pode evoluir para o campo político. “Eles têm uma parceria administrativa, e isso pode, naturalmente, convergir para uma parceria política. Se marchar para isso, não será surpresa”, disse.
Além das movimentações internas no PSD, Carlos Eduardo revelou que tem mantido conversas preliminares com outras lideranças políticas, entre elas o presidente estadual do MDB, Walter Alves, que compõe a base governista, e o presidente do União Brasil, José Agripino Maia. Segundo ele, os diálogos têm caráter exploratório, sem decisões concretas até o momento.
Com José Agripino, Carlos Eduardo contou que o ex-senador demonstrou entusiasmo com a eventual candidatura do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), ao governo do Estado, projeto que se alinha com o PSD. “Falamos sobre os cenários. O senador Agripino está muito entusiasmado com a candidatura de Allyson, porque está vendo o resultado da administração dele em Mossoró se refletir na intenção de voto para governador”, afirmou.
Já sobre o encontro com Walter Alves, que deverá assumir o governo do estado em 2026, quando a governadora Fátima Bezerra (PT) deve se desincompatibilizar para disputar o Senado, o ex-prefeito disse ter tratado sobre metas partidárias. “Walter foi muito claro ao dizer que o objetivo dele é fazer uma grande bancada estadual e eleger de um a dois federais. Não tratamos de candidatura majoritária”, relatou.
Carlos Eduardo destacou ainda que as definições partidárias nacionais, especialmente as posições de MDB, PSD e outros partidos de centro, terão papel decisivo na formação das alianças estaduais em 2026. “Essas alianças na eleição presidencial terão reflexos muito fortes nos estados”, disse.
A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) reforça, em suas declarações e nas redes sociais, a sintonia com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Vice-líder do governo no Senado e relatora de políticas estratégicas, como o novo Mais Médicos, Zenaide preserva o discurso de lealdade e compromisso com o projeto nacional do presidente. Apesar disso, no Rio Grande do Norte, a senadora segue caminho cada vez mais divergente do da governadora Fátima Bezerra (PT), principal liderança do sistema governista estadual e do mesmo partido de Lula.
Mesmo com o cenário de distanciamento local, Zenaide evita qualquer sinal de rompimento com Lula. O tom das suas manifestações públicas reforça o alinhamento com o projeto nacional do presidente. Nesta segunda-feira (27), aniversário de Lula, escreveu nas redes sociais: “Seguimos juntos e conte comigo para contribuir com mais saúde e ações que cheguem diretamente para o povo”.
Candidata à reeleição, no cenário local, segue com as articulações para viabilizar projeto próprio com o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), nome da direita que desponta como potencial candidato ao governo do Estado em 2026 e que representa a oposição à governadora petista. A senadora tem apostado nessa aliança para consolidar uma terceira via no Rio Grande do Norte.
No Senado, ela continua sendo uma voz ativa em defesa das pautas sociais e dos programas do Planalto. No Rio Grande do Norte, por outro lado, constrói uma base política própria, aliada a Allyson Bezerra, com intuito de repetir a estratégia que adotou nas eleições municipais de 2024, quando o PSD, partido presidido por ela no Estado, marchou em caminhos diferentes dos do PT do RN. Jaime Calado, seu marido pediu exoneração do cargo de secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e disputou a prefeitura de São Gonçalo do Amarante contra o próprio PT.
A senadora acredita que é possível manter o elo com o presidente e, ao mesmo tempo, trilhar um caminho político próprio no Estado. Em Brasília, continua a defender o governo; no Rio Grande do Norte, busca consolidar uma força alternativa à hegemonia do PT.
Os vereadores de Natal aprovaram, em votação definitiva nesta terça-feira (28), o Projeto de Lei Complementar nº 15/2025, que autoriza a Prefeitura a conceder subsídio tarifário ao sistema de transporte público coletivo da capital. Encaminhado pelo Poder Executivo, o texto foi aprovado sem emendas e estabelece um aporte financeiro de até 40% do custo operacional do sistema a partir de 2026, com o objetivo de conter o valor da tarifa e estimular o uso do transporte coletivo.
A proposta foi debatida em sessão, marcada pela divergência entre parlamentares da base e da oposição. O subsídio, segundo o Executivo, será uma ferramenta para reduzir o impacto do custo operacional sobre o valor pago pelos usuários, equilibrando as contas do sistema e permitindo a modernização da frota.
Durante a votação, uma emenda apresentada pela vereadora Samanda Alves (PT) foi rejeitada pelo plenário. A proposta previa que o subsídio fosse concedido mediante contrapartidas obrigatórias das empresas operadoras, como a manutenção de 100% da frota, a regularidade das linhas e a criação de uma tarifa social. “Apresentamos emenda para garantir o subsídio, mas com exigências mínimas como manutenção de 100% da frota, regularidade das linhas e tarifa social”, afirmou a parlamentar, ao criticar a decisão da Casa de não acatar as condições sugeridas.
Do lado do governo, o vice-líder da bancada, Kleber Fernandes (Republicanos), defendeu que as contrapartidas mencionadas já estão contempladas no processo licitatório que será aberto para o transporte público. Segundo ele, o edital da nova concessão deverá definir critérios claros para a renovação da frota, a retomada de linhas suspensas e a integração com o transporte alternativo operado pelas empresas vencedoras. “Para garantir todos esses investimentos, não podemos permitir que o custo resulte em aumento da tarifa ao usuário e por isso a necessidade de aprovarmos esse subsídio”, explicou o parlamentar.
A votação teve cinco votos contrários, sendo das vereadoras Samanda Alves (PT), Brisa Bracchi (PT) e Daniel Valença (PT), de Thabatta Pimenta (PSOL) e de Matheus Faustino (União). Apesar das críticas, a maioria dos vereadores entendeu que a aprovação do subsídio é um passo necessário para dar viabilidade financeira ao sistema e permitir o avanço da licitação do transporte coletivo, segundo afirma o Executivo Municipal.
Com essa decisão, o Executivo conclui o conjunto de medidas consideradas essenciais para a reestruturação do transporte público. Além do subsídio, já foram aprovados o Projeto de Lei nº 811/2025, que renova a isenção do ISS para as empresas do setor, e o Projeto de Lei nº 812/2025, que revoga as permissões atuais do transporte opcional, estabelecendo um regime transitório até a assinatura dos novos contratos de concessão.
O projeto aprovado pela Câmara faz parte de um plano mais amplo da Prefeitura de Natal para reformular completamente o sistema de transporte coletivo, cuja licitação vem sendo discutida há mais de uma década. O subsídio tarifário, segundo técnicos da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU), deverá assegurar equilíbrio financeiro e previsibilidade às futuras concessionárias, além de impedir reajustes bruscos no preço das passagens.
O subsídio também busca corrigir distorções do modelo atual, em que o custo integral do sistema recai sobre o usuário. Com o novo formato, a Prefeitura passará a compartilhar parte dos custos, criando condições para que as empresas possam operar com mais estabilidade e oferecer um serviço de melhor qualidade — incluindo ônibus com ar-condicionado, acessibilidade e tecnologia embarcada.
licitação do transporte De acordo com a STTU, a licitação do transporte público está em fase final de ajustes e deve ser lançada ainda em 2025, após análise da Procuradoria-Geral do Município e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RN). O edital prevê concessão por 15 anos, ampliação da frota (de cerca de 350 para 424 veículos) e criação de novas linhas, passando de 54 para 85. Também está prevista a exigência de idade máxima de 12 anos para os veículos, redução do tempo médio de espera e integração plena entre ônibus e transporte alternativo.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) tenta há quase três meses reunir informações sobre a demanda por cirurgias eletivas em Mossoró, mas sem sucesso. Motivo é que a gestão do prefeito Allyson Bezerra está ignorando os despachos da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Mossoró/RN solicitando tais informações.
A caminhada do MPRN, para saber quantas pessoas estão na fila de espera por cirurgias eletivas na segunda maior cidade do Rio Grande do Norte, começou no dia 25 de julho, quando o Promotor de Justiça Rodrigo Pessoa instaurou uma Notícia de Fato e emitiu o despacho inaugural à secretária municipal de Saúde, Morgana Dantas, para apurar a paralisação das cirurgias, conforme denunciado pelo Conselheiro Municipal de Saúde de Mossoró, Luiz Avelino da Silva. Na oportunidade, ela negou que as cirurgias estavam suspensas.
No dia 18 de agosto, o Promotor emitiu novo despacho, solicitando a relação completa dos pacientes que se encontram na fila de espera para a realização de cirurgias eletivas e ginecológicas em Mossoró, além da Unidade Hospitalar responsável, a quantidade e o tipo de procedimentos cirúrgicos ofertados diariamente para cada especialidade mencionada. Desta vez, Morgana respondeu de forma incompleta e com dados falsos, afirmando realizar 20 procedimentos cirúrgicos por semana, sendo 10 de cirurgia geral e 10 de ginecologia e obstetrícia. No entanto, o DIÁRIO DO RN apurou que o número real passa longe da média informada. De acordo com dados do sistema DATASUS do Ministério da Saúde, o Hospital São Luiz, apontado por Morgana como Unidade Hospitalar responsável pelos procedimentos, realizou apenas 127 cirurgias em 12 meses, entre julho de 2024 e junho de 2025, uma média de pouco mais de 10 por mês.
Após mentir ao MPRN, a secretária ignorou mais três despachos emitidos em 26 de agosto, 17 de setembro e 10 de outubro, sempre reiterando o pedido de informações. No último, Rodrigo Pessoa determinou a entrega pessoal do despacho à Morgana.
Apesar de ter falado na possibilidade de adotar outras medidas legais, incluindo um mandado de busca e apreensão contra a Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró, o Promotor de Justiça, por enquanto, tem insistido em reiterar o pedido de informações.
“Já é rotina da Promotoria, quando o órgão não apresenta resposta, já é de praxe da gente fazer a reiteração do expediente duas vezes. Não respondendo, o promotor adota as providências. ”, argumentou a assessoria da 1ª Promotoria.
Dados como o quantitativo de cirurgias já realizadas no período recente; número atualizado de pacientes em fila de espera para os referidos procedimentos; e informações sobre os critérios de priorização e agendamento adotados também foram solicitados para 261ª Reunião Ordinária do Conselho Municipal de Saúde de Mossoró, mais, igualmente, sem resposta até momento.
Enquanto isso, quem está na fila de espera continua sendo castigado pela gestão do prefeito Allyson Bezerra. É o caso de Vanusa Moura, de 52 anos, que já entrou para o vigésimo mês de espera por uma cirurgia de histerectomia. “Já me chamaram para os exames, mas ainda não marcaram a data para fazer a cirurgia. Disseram que ligava para informar. ”, relata ao Diário do RN.
A Reportagem do Jornal Diário do RN solicitou um posicionamento à Secretaria Municipal de Comunicação Social da Prefeitura de Mossoró, mas não teve resposta até o fechamento desta edição.
A movimentação da vereadora licenciada e secretária de Assistência Social de Natal, Nina Souza, em possível direção ao PL, pode mudar novamente o rumo político da deputada federal Carla Dickson (União Brasil). O cenário que se desenha é carregado de ironia política: foi justamente a pré-candidatura de Nina à Câmara Federal pelo União Brasil que levou Carla a buscar um novo abrigo partidário. Agora, ambas podem acabar no mesmo destino.
Há cerca de duas semanas, o ex-prefeito de Natal e pré-candidato ao Governo do Estado, Álvaro Dias (Republicanos), anunciou apoio público ao projeto de Nina, que já conta também com a parceria do vereador Ériko Jácome, realocado para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa em dobradinha com a secretária. O grupo de Álvaro, atualmente no Republicanos, tem conversado sobre uma migração conjunta para o PL, o mesmo partido que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro e que deve se tornar o principal polo da direita no Rio Grande do Norte.
A entrada de Nina no PL, no entanto, pode reembaralhar as cartas. Carla Dickson já havia admitido, em entrevista ao Diário do RN, que o motivo de sua possível saída do União Brasil era justamente o desconforto eleitoral dentro da nominata.
“Primeiro, que o meu discurso não é de União Brasil, e segundo que eu posso virar esteira de luxo no União Brasil. E eu posso ser esteira de luxo também no PL. Posso, porque nós temos dois grandes deputados, só que eu tenho mais chance de lutar por uma cadeira no PL”, avaliou a deputada ao Diário do RN, durante entrevista em agosto.
Carla explicou que sua desfiliação deve ocorrer em abril de 2026, durante a janela partidária, prazo legal para a troca de legenda sem risco de perda do mandato. A deputada afirma que chegou a pedir, informalmente, anuência ao presidente nacional do União, Antonio Rueda, mas não obteve autorização.
No cálculo eleitoral da parlamentar, o União Brasil hoje teria pelo menos três nomes à frente na disputa pela Câmara dos Deputados: Benes Leocádio, Robinson Faria e João Maia, deixando a quarta vaga em disputa direta com Nina Souza. “O União Brasil hoje está me deixando um pouco desconfortável, porque hoje, com certeza, a União faz três [vagas], que não sou eu (…). E a quarta vaga, ainda vou ter que disputar, provavelmente, com a Nina”, disse na ocasião.
No PL, por outro lado, Carla avalia que a disputa também seria acirrada, mas com chances ligeiramente melhores. Lá, ela teria de enfrentar nomes como General Girão, considerado “cabeça de chapa”, e o Sargento Gonçalves, ambos também ligados ao segmento evangélico.
Ainda assim, ela reconhece que hoje estaria em desvantagem por ter assumido o mandato apenas neste ano, após a saída de Paulinho Freire, que assumiu a Prefeitura de Natal.
O movimento partidário de Nina e Carla ocorre num momento de possível mudanças do União Brasil no estado. A provável filiação do senador Styvenson Valentim deve mudar a correlação de forças internas. Styvenson e Paulinho Freire são aliados do grupo de Rogério Marinho (PL) e Álvaro Dias, enquanto o presidente estadual da legenda, José Agripino Maia, trabalha pela viabilização da candidatura do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, ao governo em 2026, em via alternativa, já que não há sinais de acordos entre o prefeito de Mossoró e as lideranças da direita para a antes almejada união da oposição.
A vereadora natalense Camila Araújo (União Brasil) levantou suspeita sobre a aplicação de R$ 20 milhões em emendas parlamentares da deputada federal Natália Bonavides (PT) destinada à reforma e construção de estações de trem em Natal. A acusação foi feita em vídeo publicado no Instagram, de discurso proferido na Câmara Municipal, onde Camila questiona a transparência e a finalidade dos recursos.
“Nós estamos acompanhando obras inacabadas que têm causado transtornos aos natalenses, oriundas de uma emenda impositiva do mandato da deputada federal Natália Bonavides. Até hoje a gente não sabe para o que está acontecendo e qual é a real finalidade. Você passa e não vê a obra acontecendo”, afirmou.
Foi no mesmo vídeo que Camila chegou a sugerir a possibilidade de lavagem de dinheiro. “É considerável, senhores, que estamos diante de uma possibilidade, supostamente, de estar havendo uma lavagem de dinheiro. Estou trazendo isso à baila porque é algo que tem me causado preocupação, tem me deixado intrigada e eu trago aqui pra que os senhores também possam provocar este debate”, declarou a parlamentar.
A fala, no entanto, não especifica quem estaria envolvido na suposta irregularidade, se a própria deputada Natália, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), responsável pelas obras, ou outro ente público. Também não há, até o momento, apresentação de provas ou indícios concretos que sustentem a acusação.
As obras mencionadas por Camila fazem parte de um pacote de intervenções da CBTU, iniciado em fevereiro de 2024, com previsão de conclusão até julho de 2025. O investimento total é de cerca de R$ 20 milhões, incluindo recursos de emenda parlamentar de Natália Bonavides. O projeto prevê a reforma e ampliação de seis estações, Capitão-Mor Gouveia, Soledade, Baraúna, João Medeiros Filho, Nova Natal e Cidade Satélite, além da revitalização de estruturas antigas, como a Estação da Ribeira, e a recuperação de vagões.
O Diário do RN entrou em contato com a vereadora Camila Araújo para obter respostas sobre quem estaria cometendo a lavagem de dinheiro apontada por ela, e quais os indícios para a acusação, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), confirmou presença na posse do novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos (PSOL), marcada para esta quarta-feira (29) no Palácio do Planalto, em Brasília. O convite partiu do próprio Boulos, em ligação telefônica divulgada nas redes sociais da governadora, que compartilhou o vídeo do diálogo em tom amistoso e político.
Na conversa, Boulos afirma que o convite será formalizado pela Presidência, mas que quis se antecipar. Do outro lado da linha, Fátima reage com entusiasmo e garante que fará todo o esforço para estar presente. “Sua trajetória, sua história o credencia pra dar uma grande contribuição ao presidente Lula, pra fazer avançar esse projeto de desenvolvimento nacional, com geração de emprego, melhoria de renda da classe trabalhadora e mais direitos para o nosso povo”, declarou.
Boulos retribuiu as palavras da governadora com um gesto de parceria política e pessoal. “Você vai ter, além de um companheiro, um amigo e um ajudante aqui no Palácio”, disse o novo ministro, evidenciando a boa relação entre os dois e o alinhamento de pautas sociais.
Fátima destacou, ao publicar o vídeo, que o convite simboliza o fortalecimento da ligação entre o governo federal e o Nordeste, e afirmou que a presença de Boulos na Secretaria-Geral “reforça a conexão do governo Lula com os movimentos populares e a democracia participativa”.
A nomeação de Guilherme Boulos para o cargo foi oficializada na semana passada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deputado federal por São Paulo e um dos principais líderes da esquerda contemporânea, Boulos iniciou sua trajetória política no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do qual se tornou uma das vozes mais reconhecidas. Candidato à Presidência da República em 2018 e à Prefeitura de São Paulo em 2020, sempre alinhado às pautas sociais e progressistas, ele é considerado uma figura estratégica dentro do campo político que sustenta o governo Lula.
A escolha de Boulos para o comando da Secretaria-Geral tem sido interpretada como uma estratégia do Planalto para reforçar os laços com os movimentos sociais e ampliar o diálogo com as periferias e as bases populares, segmentos que foram fundamentais para a vitória de Lula em 2022. A pasta é responsável pela interlocução entre o governo federal e a sociedade civil, além de coordenar ações de comunicação e mobilização institucional.
Com a posse de Boulos, o governo busca também consolidar pontes políticas e sociais que possam sustentar a agenda de desenvolvimento e inclusão, especialmente em um contexto de preparação para as eleições de 2026. A presença de Fátima Bezerra na cerimônia reforça essa intenção de articulação nacional, colocando o Rio Grande do Norte entre os estados com maior afinidade política e institucional com o Governo Federal.
A cerimônia está prevista para as 16h no Salão Nobre do Palácio do Planalto, e deve reunir ministros, governadores, parlamentares e representantes de movimentos sociais. Para o governo Lula, a chegada de Boulos à Esplanada dos Ministérios é mais do que uma nomeação: é um gesto simbólico de reencontro com as origens populares que marcaram a história recente do PT.
Nos bastidores da política, 2026 é “logo ali”. Lideranças e partidos se movimentam e grupos buscam alinhamento de interesses para a definição de chapas majoritárias e formação de nominatas para a eleição proporcional. Por outro lado, o mais recente levantamento do Instituto DataVero para o Diário do RN revela um distanciamento do eleitorado sobre o tema, faltando ainda um ano para o pleito, que tem o primeiro turno marcado para o dia 04 de outubro.
A pesquisa divulgada nesta quinta-feira (23), mostrou que na sondagem espontânea quase 74% dos entrevistados responderam não saber em quem votariam para o Governo do Rio Grande do Norte, se as eleições fossem hoje.
Já o levantamento estimulado trouxe o prefeito de Mossoró liderando com folga. Allyson Bezerra foi citado por 27,22% dos entrevistados. O senador Rogério Marinho aparece na segunda colocação, mas está tecnicamente empatado, dentro da margem de erro de 3%, com os ex-prefeitos de Natal Carlos Eduardo (12,72%) e Álvaro Dias (7,95%) e a vereadora Thabatta Pimenta (7,81%). O pré-candidato governista, secretário Cadu Xavier, aparece com 4,11%. Considerando a margem de erro de 3%, para mais ou para menos, Cadu também está tecnicamente empatado com Thabatta Pimenta e Álvaro Dias.
No recorte desta sexta-feira (24), o Diário do RN traz o levantamento sobre a preferência do eleitorado na disputa para a Assembleia Legislativa e Câmara Federal, confirmando o quanto eleitores ainda se mantêm alheios à corrida eleitoral, principalmente em relação ao pleito proporcional.
DEPUTADO ESTADUAL
Nélter Queiroz foi o primeiro para estadual – Foto: ReproduçãoGaleno Torquato ficou na segunda colocação – Foto: ReproduçãoTomba pontuou em terceiro lugar na pesquisa – Foto: Reprodução
Perguntados “Se a eleição fosse hoje, em quem você votaria para Deputado Estadual? ”, 77,95% dos entrevistados responderam “Não sabe”. Outros 5,50% responderam “Nenhum”.
Entre os nomes citados para uma vaga na Assembleia Legislativa, o primeiro nome a aparecer é o do deputado estadual Nelter Queiroz (1,26%), seguido pelos também deputados Galeno Torquato (1,19%), Tomba Farias (1,13%), Francisco do PT (0,79%) e Adjuto Dias (0,66%). Entre os cinco, quatro são oposição, enquanto Francisco do PT é o líder do Governo na Casa.
Entre os ‘novatos’ que não têm mandato, o primeiro nome que aparece é o do ex-prefeito de Nova Cruz Flávio de Beroi, seguido pelo ex-prefeito de Ceará-Mirim Júlio César. Ambos deixaram o mandato no executivo no final do ano passado, elegeram os respectivos sucessores e pontuaram para deputado com 0,66%. Já o deputado Kleber Rodrigues foi citado por 0,60% dos entrevistados.
O ex-prefeito de Assu Doutor Gustavo, que já teve o pai, Ronaldo Soares, e o irmão, George Soares, exercendo mandato na Assembleia, foi citado por 0,46% dos entrevistados.
O ex-deputado Getúlio Rêgo, que chegou a exercer 10 mandatos na Assembleia Legislativa e pretende retornar ao Palácio José Augusto no próximo ano, foi citado por 0,46% do eleitorado; assim como o deputado Luiz Eduardo que foi prefeito de Maxaranguape e exerce seu primeiro mandato, também apareceu com 0,46%.
A deputada Eudiane Macedo, o deputado Gustavo Carvalho e o senador Styvenson Valentim aparecem com 0,40%. Oito nomes completam a lista com 0,33% das intenções cada: o prefeito de Mossoró Allyson Bezerra, que já foi deputado e deverá ser candidato a governador em 2026; o vereador mossoroense Cabo Deivison, por coincidência, líder da oposição a Allyson na Câmara de Mossoró; os deputados Coronel Azevedo, Cristiane Dantas e Doutor Bernardo; o ex-deputado e atual conselheiro do TCE George Soares, e os deputados Neilton Diógenes e Ubaldo Fernandes.
DEPUTADO FEDERAL
Benes é o segundo colocado para federal – Foto: ReproduçãoJuninho Alves é o novato melhor posicionado – Foto: Reprodução
Quando perguntados sobre a intenção de voto para a Câmara Federal, o número de indecisos é ainda maior. 83,44% dos entrevistados responderam “Não sabe” e 6,56% “Nenhum”.
O nome mais citado foi o da deputada federal Natália Bonavides que já afirmou o desejo de renovação do mandato legislativo. Ela aparece com 1,66% das intenções, seguida pelo também deputado e candidato à reeleição Benes Leocádio que teve 0,86%.
O terceiro nome é de um novato, o ex-prefeito de Caraúbas, Juninho Alves que alcançou 0,79% das intenções. Já a vereadora de Natal, Thabatta Pimenta aparece com 0,66%; seguida por Styvenson Valentim com 0,60%.
Os deputados João Maia e Fernando Mineiro aparecem com 0,53% 3 0,46%, respectivamente. A secretária de ação social de Natal, Nina Souza, já declarou interesse na disputa por uma cadeira na Câmara e foi citada por 0,40% dos entrevistados. Quem também alcançou 0,40% das intenções foi o ex-prefeito de Currais Novos, Odon Junior.
O deputado Sargento Gonçalves também tem 0,40%.
O deputado General Girão tem 0,33%.
O ex-deputado Rafael Motta, que já afirmou que mantém conversas partidárias e pretende retornar à Câmara Federal em 2026, aparece com 0,20%.
Cinco nomes seguem com 0,13%: o ex-prefeito de Natal Álvaro Dias, os deputados estaduais Cristiane Dantas e Dr Bernardo. O ex-deputado Fabio Faria e seu pai, o ex-governador e atual detentor de mandato de deputado federal Robinson Faria.
Outros cinco nomes aparecem com 0,7%: o presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln; o ex-vereador de Natal e ex-deputado estadual Albert Dickson. Albert é casado com a deputada federal Carla Dickson, que assumiu o mandato após a renúncia do então deputado Paulinho Freire, atual prefeito de Natal.
Ex-prefeito de Natal diz que ainda não definiu se disputará as eleições de 2026, apesar de figurar entre os nomes mais lembrados para Governo e Senado.
Nesta quinta-feira (23), o Diário do RN, em parceria com o Instituto DataVero, divulgou os números da pesquisa de intenção de votos para as eleições de 2026 no Rio Grande do Norte. O levantamento apontou vantagem do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil), na disputa pelo Governo do Estado.
No cenário estimulado, quando os nomes dos pré-candidatos são apresentados, 27,22% dos entrevistados declararam apoio a Allyson Bezerra. Em seguida apareceram Rogério Marinho (13,58%), Carlos Eduardo (12,72%), Álvaro Dias (7,95%) e Thabatta Pimenta (7,81%). Cadu Xavier registrou 4,11%. Já 10,07% dos entrevistados não souberam ou não responderam, enquanto 16,56% afirmaram que não votariam em nenhum dos nomes apresentados.
No cenário espontâneo, quando não foram oferecidas opções, 73,97% responderam que “não sabem” em quem votariam para governador, se as eleições fossem hoje. Allyson Bezerra apareceu com 12,78%, seguido por Styvenson Valentim (3,77%), Fátima Bezerra (2,85%), Cadu Xavier (2,32%), Rogério Marinho (2,05%), Álvaro Dias (0,66%) e Carlos Eduardo (0,33%).
Para o Senado, o levantamento mostrou vantagem do senador Styvenson Valentim (PSDB), pré-candidato à reeleição, com 33,97% das intenções de voto na pesquisa estimulada. Em seguida, apareceram Fátima Bezerra (17,02%), Zenaide Maia (9,47%), Álvaro Dias (8,48%) e Carlos Eduardo (8,41%).
No recorte referente ao segundo voto para o Senado, Styvenson também lidera, com 15,70%. Zenaide Maia aparece com 14,04%, Álvaro Dias com 12,58%, Carlos Eduardo com 10,60%, Fátima Bezerra com 8,48%, Coronel Hélio com 5,03% e Babá Pereira com 1,13%. Outros 12,78% não souberam ou não responderam, e 19,67% afirmaram que não votariam em nenhum nome.
Mencionado entre os mais citados para os dois cargos, Governo e Senado, o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PSD), destacou a satisfação em ter seu nome lembrado na pesquisa, mas afirmou que ainda não decidiu se será candidato em 2026.
“Eu fiquei muito feliz com o resultado da pesquisa. Eu creio que isso é o reconhecimento pelo trabalho que realizei ao longo da vida pública e que, naturalmente, isso se projeta nos números para o Governo e para o Senado. Quero dizer que continuo pedindo que meu nome fique sendo avaliado para o Governo e para o Senado pelos institutos, mas decisão sobre candidatura só vamos ter no próximo ano, que é o ano eleitoral”, declarou Carlos Eduardo.
A reportagem do Diário do RN também procurou os demais nomes citados na pesquisa, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
O levantamento DataVero ouviu 1.510 eleitores em todas as regiões do Estado entre os dias 18 e 20 de outubro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais e o nível de confiança, de 95%.
No recorte dos cenários, considerando possíveis definições entre os grupos políticos para o pleito de 2026, o Datavero simulou quatro situações e perguntou ao eleitor “Se as eleições para Governador do Rio Grande do Norte fossem hoje, em qual destes nomes você votaria?”.
Em uma disputa entre Allyson Bezerra, Álvaro Dias e Cadu Xavier, o prefeito de Mossoró amplia sua margem com a preferência de 34,70% dos entrevistados. O ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias, tem 18,54% e o secretário Cadu Xavier 6,89%. Não souberam ou não responderam à pergunta 12,05%. 27,81% responderam “Nenhum”.
Sendo a disputa entre Allyson Bezerra, Rogério Marinho e Cadu Xavier, o prefeito de Mossoró tem a preferência de 35,43% dos entrevistados. O senador Rogério Marinho, tem 20,20% e o secretário Cadu Xavier 6,23%. Não souberam ou não responderam à pergunta 11,92%. 26,23% responderam “Nenhum”.
Em um cenário com Allyson Bezerra, Carlos Eduardo e Álvaro Dias, o prefeito de Mossoró tem a preferência de 35,17% dos entrevistados. O ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo tem 16,36% e o também ex-prefeito Álvaro Dias é o terceiro com 12,72%. Não souberam ou não responderam à pergunta 10,99%. 24,77% responderam “Nenhum”.
O último cenário apresentou aos entrevistados os nomes de Allyson Bezerra, Álvaro Dias e Thabatta Pimenta. O prefeito de Mossoró aparece com 36,16% das intenções de voto. Em segundo, o ex-prefeito Álvaro Dias tem 16,42% e, em terceiro, Thabatta tem 10,60% Não souberam ou não responderam à pergunta 10,99%. 25,83% responderam “Nenhum”.
Styvenson e Fátima seriam os eleitos para o Senado
Assim como acontece com relação ao Governo do Estado, mais de 70% dos entrevistados mostraram não ter nenhum nome escolhido para o Senado Federal que nas próximas eleições terá duas vagas em disputa para o RN.
Segundo levantamento do Instituto DataVero, divulgado nesta quinta-feira (23) pelo Diário do RN, 76,56% não souberam ou não responderam em quem votariam para Senador, se as eleições fossem hoje. 4,24% responderam “nenhum”.
Entre os nomes citados na pesquisa espontânea, o senador Styvenson Valentim aparece em primeiro com 10,86%, seguido pela governadora Fátima Bezerra com 4,37%. A terceira mais citada é a senadora Zenaide Maia, com 1,85%.
Outros nomes citados aparecem com menos de 1% como o senador Rogério Marinho, os ex-prefeitos de Natal Álvaro Dias e Carlos Eduardo, o presidente da Femurn Babá Pereira, além do prefeito Allyson Bezerra, o ex-senador José Agripino, Bispo Paulo, Coronel Hélio, Garibaldi Alves, o ex-deputado Rafael Motta e a ex-governadora Rosalba Ciarlini.
Styvenson Valentim lidera disputa ao Senado no primeiro e segundo voto O cenário estimulado da disputa para o senado mostra ampla vantagem do senador Styvenson Valentim, pré-candidato a reeleição, quando os entrevistados foram perguntados sobre a opção para primeiro voto. Styvenson alcança 33,97%, seguido pela governadora Fátima Bezerra com 17,02%. Zenaide Maia aparece com 9,47%; Álvaro Dias com 8,48% e Carlos Eduardo com 8,41%.
Coronel Hélio tem 2,85% e Babá Pereira 0,79%. Não souberam ou não responderam 6,36%.
12,65% responderam “Nenhum”.
SEGUNDO VOTO Com relação ao segundo voto para o Senado, Styvenson Valentim se mantém em primeiro, embora com uma margem menor, com 15,70%. Zenaide Maia tem 14,04%; Álvaro Dias 12,58%; Carlos Eduardo 10,60%; Fátima Bezerra 8,48%; Coronel Hélio 5,03%; Babá Pereira 1,13%. Não souberam ou não responderam 12,78%. 19,67% responderam “Nenhum”.