O vereador do município de Tibau, Nildo Luz, fez uma acusação séria contra a gestão da prefeita Lidiane Marques. Em pronunciamento no Plenário da Câmara Municipal de Tibau, na sessão ordinária dessa quarta-feira (13), o parlamentar afirmou que “uma quadrilha foi formada em Tibau para desviar dinheiro público com arrumadinho em Mossoró.”.
De acordo com dados do Portal da Transparência da Prefeitura Municipal de Tibau, até esta quinta-feira (14), o pequeno município de 5.382 habitantes (IBGE), localizado a 323 quilômetros de Natal, arrecadou mais de R$ 21 milhões somente com repasses de royalties, e quase mais de R$ 45 milhões no total no período.
Nildo Luz questiona o destino desses recursos. “Tibau hoje é o município mais rico do Rio Grande do Norte, mas Tibau não tem um aparelho de raios-X, não faz um ultrassom, não tem uma creche em tempo integral, não tem uma quadra de esporte, não tem nem carro do município, é tudo sucateado.”, indaga, acrescentando que quem é contra “a gestão ladrona que tá aí, a gestão que desvia o dinheiro público, a gestão que rouba descaradamente”, é tachado de doido.
O vereador faz um apelo para que o Ministério Público “tome conta de Tibau”. “Não é brincadeira não, Tibau é tão atrasado que nem o SUS funciona. As pessoas clamam por cirurgias, as pessoas estão morrendo em nosso município.”, lamenta.
Não é a primeira vez que o destino dos recursos arrecadados pelo Município de Tibau é questionado. Em 2024, o então vereador João de Edgar abordou que de janeiro de 2021 a abril de 2024, no primeiro governo de Lidiane Marques, a Prefeitura de Tibau havia arrecadado R$ 320 milhões, sem ser possível visualizar a sua aplicação. “Digamos que entre todos os gastos do município, incluindo a folha de pagamento dos funcionários e todas as demais despesas, a gestão tenha utilizado R$ 150 milhões, o que já é um valor considerável, ao longo desses 40 meses. A questão que se coloca é: onde foram parar os outros R$ 170 milhões?”, indagou, à época.
A Reportagem do Jornal Diário do RN tentou contato com Lidiane Marques, por meio de mensagem no perfil dela no Instagram e da empresa que faz assessoria de comunicação do Município, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição.
A Câmara Municipal de Natal voltou a ser palco de embate político com a proposta da vereadora Thabatta Pimenta (PSOL) de conceder o Título Honorífico de Cidadão Natalense ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A parlamentar justifica a indicação pelos “relevantes serviços prestados à democracia, ao Estado de Direito e à defesa da Constituição Federal”, ressaltando a atuação do ministro no combate à desinformação e na garantia da integridade do processo eleitoral. Como antecedente, ela lembra que, em 2 de fevereiro de 2017, a Assembleia Legislativa do RN concedeu a Moraes o Título de Cidadão Norte Riograndense, reconhecimento à sua trajetória como constitucionalista e ao papel desempenhado na crise do sistema prisional potiguar.
No plenário, Thabatta reagiu às críticas e defendeu a prerrogativa de apresentar honrarias, fazendo um paralelo com homenagens já aprovadas a figuras da direita. “A visão que o vereador tem não é a minha visão. Da mesma forma que o vereador votou a favor do título de Bolsonaro aqui nesta Casa, eu votei contra. Da mesma forma, é legítimo eu querer dar o título de cidadã natalense a Alexandre de Moraes. É a minha prerrogativa. Se vai ser aprovado ou não, aí é cada um”, disse.
Ela se refere ao vereador Leo Souza (UB) utilizou a palavra em plenário para repudiar a proposta.
Em discurso, chamou Moraes de “autocrata” e afirmou que a Câmara não deveria sequer admitir a tramitação do título. “Como defensor da democracia, eu sou contra qualquer autocrata. E esta Casa, se permitir qualquer homenagem ao autocrata que é Alexandre de Moraes, estará dando passos contrários ao dever desta Casa, que é defender a democracia”, declarou.
Para ele, a proposição “não deveria nem chegar ao plenário”: “As comissões mesmo deveriam já tirar isso aí, porque definitivamente Alexandre de Moraes não faz nada para o benefício da democracia do Brasil, avalie para Natal, para o povo natalense”.
Em meio à discussão, Thabatta também criticou o que considera um duplo padrão: “A partir da hora que esta Casa abre todos os parentes possíveis, nuances, para dar título de cidadã natalense a Bolsonaro, a Nikolas, a Michelle, eu também posso colocar uma proposição de dar a honraria a quem eu quiser”. A vereadora afirmou ainda que seu trabalho tem escopo amplo, para além de pautas identitárias: “Nesses seis meses, fui a que mais propus projetos de lei nesta Casa. […] Não é só sobre LGBT ou pessoas com deficiência, como diziam que eu ia me resumir. É sobre gente”.
Quem também se manifestou foi o vereador Subtenente Eliabe (PL), autor do título de Cidadão Natalense ao ex-presidente Jair Bolsonaro, homenagem aprovada sob intensa controvérsia. Ao Diário do RN, ele disse: “Sou contra, mas respeito a iniciativa da vereadora. Vou me posicionar em plenário respeitando o regimento”.
Eliabe invocou as regras internas para sustentar seu ponto: “A concessão de título de cidadania é prerrogativa do vereador, […] desde que observados os requisitos”. E emendou a crítica política: “O que me causa estranheza é que a parlamentar em questão não respeita o direito dos demais vereadores. Inclusive tentou impedir a concessão do título ao ex‑presidente Bolsonaro, que tem, comprovadamente, relevantes serviços prestados a Natal. Um ministro que não respeita o devido processo legal e que representa uma grave ameaça à democracia”.
No bojo da polarização, Thabatta também protocolou moção de aplausos ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL), justificando o gesto pelo papel que atribui ao parlamentar no episódio que resultou na prisão domiciliar de Jair Bolsonaro. O movimento adiciona uma camada de polêmica ao clima já tensionado sobre o tema. A moção foi negada.
A proposta de título a Alexandre de Moraes seguirá a tramitação regimental nas comissões antes de eventual votação em plenário. A solenidade de entrega, caso aprovada, será definida posteriormente.
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN), por meio da Promotoria da Saúde, está investigando a gestão do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra, por negar cirurgias ginecológicas a centenas de mulheres.
Um Procedimento de Notícia de Fato foi instaurado após a denúncia do Conselheiro Municipal de Saúde de Mossoró, Luiz Avelino da Silva, apontando a suspensão das cirurgias e uma fila de espera com mais de mil mulheres.
Em entrevista exclusiva ao Jornal Diário do RN nesta quarta-feira (13), o Promotor de Justiça da 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Mossoró/RN, Rodrigo Pessoa de Morais, informou que a Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró não prestou esclarecimentos dentro do prazo de cinco dias úteis após ser oficiada, sendo o ofício reiterado para um novo prazo que está transcorrendo.
Segundo o Promotor, caso as informações solicitadas não sejam encaminhadas, a Promotoria vai adotar as medidas legais, entre as possibilidades está um mandado de busca e apreensão contra a Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró. “São várias medidas de forma que a gente tenha as observações e as informações no tocante à fila e aos procedimentos que precisam ser realizados.”, declarou, reforçando que, “na verdade, a Secretaria já deveria ter respondido o primeiro (ofício)”.
De acordo com a denúncia de Luiz Avelino da Silva, as cirurgias foram suspensas por falta de pagamento ao Hospital Maternidade Almeida Castro, da Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e Infância de Mossoró (Apamim).
A inadimplência da gestão Allyson Bezerra contrasta com gastos de milhões de reais dos cofres da Prefeitura de Mossoró com seguidos eventos nos meses de junho, julho e agosto de 2025. O descaso com a saúde das mossoroenses pode ser comprovado também com o desperdício de recursos destinados pelo Governo Federal justamente para a realização de cirurgias eletivas.
Segundo a vereadora Marleide Cunha, a gestão Allyson está deixando de utilizar recursos do Programa Agora Tem Especialistas – Componente Cirurgias – e já perdeu parte do valor pactuado.
Dos R$ 441.501,00 previstos, R$ 115.813,48 já foram repactuados para os municípios de Serra do Mel e Areia Branca.
A parlamentar acrescentou que o plano aprovado para Mossoró previa a realização de 281 procedimentos no Hospital Maternidade Almeida Castro, incluindo histerectomias, colecistectomias, hernioplastias, miomectomias, laqueaduras, hemorroidectomias, entre outros. No entanto, nenhuma cirurgia foi realizada até o momento. “Gente, nós estamos perdendo recursos, as mulheres estão necessitando das cirurgias, correndo o risco de morte e Mossoró sem utilizar os recursos que vêm do Governo Federal.”, denunciou Marleide.
A Reportagem do Jornal Diário do RN entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde de Mossoró solicitando um posicionamento sobre o não envio de informações ao MPRN, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição.
Apesar da crise, Allyson não demite ninguém ao trocar cúpula da Saúde de Mossoró
Almir Mariano não foi demitido, apenas trocou de secretaria – Foto: Reprodução
A crise na saúde pública de Mossoró fez o prefeito Allyson Bezerra trocar toda a cúpula da Secretaria Municipal de Saúde. Mas não houve demissão, apenas realocação de cargos. O agora ex-secretário municipal de Saúde, Almir Mariano, foi retribuído pelo desempenho com uma nova Secretaria. Ele agora é o titular da Secretaria Municipal de Programas e Projetos Estratégicos. Quem reassumiu a Saúde foi Morgana Dantas, que havia sido substituída justamente por Mariano, e ocupava, até então, o cargo de secretária-adjunta da Secretaria Municipal de Assistência Social, Cidadania e Juventude. Os demais integrantes da cúpula da Saúde também foram realocados. Francisco Caio Bezerra de Queiroz deixou o cargo de Diretor Executivo de Planejamento e Gestão da Saúde e foi nomeado Diretor Executivo de Projetos de Engenharia e Infraestrutura Urbana. Rayssa Lorena de Carvalho Costa deixou a diretoria Financeira da Saúde para se tornar assessora técnica na Secretaria Municipal de Administração. Eduardo Medeiros Borges permaneceu no cargo de Chefe de Gabinete, trocando apenas a Saúde pela Secretaria Municipal de Programas e Projetos Estratégicos, acompanhando Mariano.
A deputada federal Carla Dickson (UB) está em fase de conversas para deixar o partido e se filiar ao PL, legenda comandada nacionalmente por Valdemar Costa Neto e que abriga o ex-presidente Jair Bolsonaro. A mudança, segundo ela, está prevista para abril do próximo ano, respeitando o prazo regulamentar da Justiça Eleitoral que garante a troca de legenda sem risco de perda do mandato, a chamada janela partidária. A decisão, ainda não tomada, segundo ela, envolve cálculos eleitorais e análise sobre a viabilidade de reeleição diante das nominatas de cada partido para a eleição proporcional, além da questão ideológica.
“Primeiro, que o meu discurso não é de União Brasil, e segundo que eu posso virar esteira de luxo no União Brasil. E eu posso ser esteira de luxo também no PL. Posso, porque nós temos dois grandes deputados, só que eu tenho mais chance de lutar por uma cadeira no PL”, analisou a parlamentar em entrevista ao Diário do RN.
No PL, Carla destaca que enfrentaria uma concorrência de nomes fortes, mas avalia que o cenário é menos desfavorável do que no União Brasil. “Eu tenho um Girão aí, que é o cabeça de chapa, que vai puxar bastante voto, e o Sargento Gonçalves, que também tem mandato como eu e atua no mesmo segmento que eu, que é o segmento evangélico”, aponta. Ela reconhece, contudo, que hoje estaria “por último” nessa corrida e que a ausência de emendas parlamentares, por ter assumido o mandato apenas no início deste ano, em substituição a Paulinho Freire (UB), que deixou a Câmara para assumir a Prefeitura de Natal, é um fator de desvantagem.
“Estou juntando os cacos da minha liderança. A gente teve nesse meio termo uma eleição municipal, então a turma tende a se pulverizar, mas graças a Deus, devagarzinho a gente está trazendo”, afirmou, citando como exemplo os projetos de defesa dos direitos da pessoa com autismo que vem apresentando na Câmara dos Deputados, e que, segundo ela, têm garantido retorno político e satisfação pessoal.
Carla reforça que sua saída do União Brasil não é uma questão pessoal ou de descontentamento com dirigentes, mas de “sobrevivência política”. “É ruim ter que sair de um lugar que você gosta, mas não porque você quer. É sobrevivência política”, declarou.
A deputada revelou que já conversou com Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e com o senador José Agripino, presidente estadual do União Brasil, além de lideranças potiguares como Paulinho Freire, Allyson Bezerra, João Maia, Benes Leocádio e Robinson Faria. Essas reuniões, segundo ela, discutiram cenários e possibilidades de viabilizar sua permanência no União Brasil. No entanto, Carla enfatiza que ainda não conversou com o presidente nacional do União Brasil, Antônio de Rueda, e que a decisão final será tomada somente após esse diálogo.
Apesar de afirmar que “ama” o União Brasil e não tem problemas internos, Carla admite desconforto com o cenário eleitoral da legenda. “Quando a gente faz os cálculos, as coisas ficam um pouquinho complexas pro meu lado. O União Brasil hoje está me deixando um pouco desconfortável, porque hoje, com certeza, a União faz três [vagas], que não sou eu: Benes [Leocádio, UB], Robinson [Faria, PP] e João Maia (PP). Os meninos, maravilhosos, têm anos na minha frente de experiência. E a quarta vaga, ainda vou ter que disputar, provavelmente, com a Nina [Souza, UB]”, explicou.
Carla também reconhece maior afinidade política com o PL e com a base bolsonarista na Câmara.
“Caminho muito mais hoje com a oposição, com o pessoal do PL, do que com o União Brasil. Eu tenho alinhamento bom com Michelle. Conheci, finalmente, Valdemar. Gente boa, simples. Eu quero sair de cabeça erguida, deixando uma porta aberta. E se for para ficar, ficar, mas com eles entendendo que a minha postura é de direita e eu não abro mão disso. E se Bolsonaro for candidato à presidente, eu vou fazer campanha para ele. E se ele mandar, ou Michelle, ou Tarcísio, eu vou ficar com o candidato da direita”, afirmou.
Por outro lado, Carla não esconde a insatisfação com declarações de figuras importantes do bloco de centro-direita, como o senador Ciro Nogueira (PP), que defendeu a punição de parlamentares que participaram da ocupação da Mesa Diretora da Câmara. “É ruim estar no partido em que um dos dirigentes tem essa questão de querer até punir gente do partido”, avaliou.
Nesse contexto, ela insere o presidente estadual do União Brasil, senador José Agripino, quanto ao diagnóstico sobre a democracia no Brasil. “Ele é um homem que está na política há muitos anos e tem um respeito muito grande em Brasília. E temos opiniões divergentes. Eu acredito, sim, que nós estamos vivendo uma ditadura, a ditadura da toga, o que o Alexandre de Moraes vem fazendo. Não é aquela fase horrível que foi a ditadura militar, mas é um outro tipo de ditadura”, afirmou.
A denúncia de cobrança de propina pela Prefeita de Parnamirim, professora Nilda Cruz (SDD), repercutiu na sessão plenária desta quarta-feira (13), na Câmara Municipal. O vereador Jonas Godeiro (Avante) foi um dos parlamentares que questionaram o que classificou de “problemática” relacionado ao contrato firmado entre a prefeitura e a Afim Clinic Ltda, bem como irregularidades da empresa, como falta de alvará de funcionamento. Para ele, é necessária a abertura de uma Comissão Especial de Investigação (CEI) para que os vereadores possam apurar os indícios de corrupção na Prefeitura de Parnamirim.
“Essa denúncia é muito grave, porque mostra a sede no pote por parte da gestão, por parte da prefeita. Então a gente precisa realmente tentar elucidar os fatos, buscar, ouvir a ex-funcionária, analisar o contrato, como a gente já está fazendo. A gente solicitou à gestão municipal, com um requerimento”, afirmou Godeiro em conversa com o Diário do RN, que garantiu que até a próxima semana a bancada da oposição deverá trabalhar em busca das assinaturas necessárias para abrir a investigação.
“Vamos aguardar que alguns vereadores possam assinar. A gente precisa de sete assinaturas e nós vamos atrás para poder protocolar essa CPI lá na Câmara Municipal”, disse Godeiro. A bancada oposicionista só possui quatro parlamentares em Parnamirim.
O vereador Thiago Fernandes (PP) foi o autor do requerimento de informação, citado pelo vereador Jonas, protocolado nesta terça-feira (12). O parlamentar oficializou, na verdade, pedido que já estava pronto desde a semana passada. O Requerimento nº 224 de 2025 é datado de 08 de agosto e solicita à prefeita informações sobre o contrato objeto da denúncia de cobrança de propina.
“O presente requerimento solicita à Senhora Prefeita Municipal, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, o envio das seguintes informações e documentos relativos ao Contrato nº 084/2025, referente ao Processo Administrativo n° 20.431/2025: (…) Cópia do contrato firmado com a empresa Afim Clinic Ltda, bem como eventuais termos aditivos; Relatório detalhado dos serviços efetivamente prestados até a presente data, com respectivas comprovações (notas fiscais, relatórios técnicos, registros de atendimentos, etc.); Critérios utilizados para escolha da contratada, com destaque para a motivação da dispensa de licitação e a compatibilidade dos preços praticados com os valores de mercado; e identificação do responsável técnico da empresa contratada e do servidor público designado como fiscal do contrato”, detalha o documento, que foi aprovado pela Casa e enviado ao Executivo nesta quarta-feira.
Thiago repercutiu, na sessão plenária desta quarta-feira (13), a informação publicada pelo Diário do RN e alerta para a necessidade de respostas à população de Parnamirim. Durante pronunciamento, ele relembrou cobrança de propina a prestadores de serviços que estavam com os pagamentos atrasados, denúncia que foi divulgada no primeiro semestre em Parnamirim. Ele também conversou com o Diário do RN.
“Desde o momento que soubemos dos trâmites para a contratação desses serviços, achamos muito suspeito o valor exorbitante de meio milhão. Para piorar, a aquisição dessa parceria entre a Prefeitura e essa empresa foi feita com dispensa de licitação, então ninguém sabe quais as relações e intenções verdadeiras das partes”, levanta Fernandes à reportagem.
Ele afirma que observa “grandes indícios” de corrupção na gestão Nilda: “A gestão, desde que entrou, fala em uma dívida gigantesca deixada pela antiga. Entretanto, vem assumindo gastos e fazendo contratações milionárias que aparentam um cenário bem diferente do divulgado. É algo que precisa ser verificado, mas estamos observando grandes indícios”.
O vereador Michael Diniz (PL) defende que a investigação através da Comissão de Investigação deve ser feita. Ele cita outros fatores “estranhos da gestão” como a falta de limite de remanejamento de recursos e a total falta de transparência na gestão Nilda.
“A Prefeitura está sendo levada de uma maneira muito estranha. Vemos várias falhas e denúncias. Por exemplo, temos hoje uma Prefeitura sem limite de remanejamento e essas denúncias de corrupção conforme vêm avançando, além de falta transparência por parte da Prefeitura”, finalizou.
O presidente da Câmara de Vereadores de Parnamirim, vereador César Maia (MDB), também foi procurado pela reportagem, mas não respondeu ao contato até o fechamento desta edição. A prefeita Nilda também não respondeu.
“A gente precisa ter como candidato uma pessoa que tenha sangue nos olhos, que tenha coragem de fazer e de falar”. A afirmação é do deputado estadual Tomba Farias ao avaliar o cenário político eleitoral para 2026 no Rio Grande do Norte. Embora enxergue nomes com potencial eleitoral como o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias, e o prefeito de Mossoró, Alysson Bezerra, o parlamentar diz ter plena convicção que as forças de centro-direita vão caminhar unidas em torno do senador Rogério Marinho (PL) como candidato ao governo do Rio Grande do Norte nas eleições do próximo ano.
Apesar de reconhecer que Rogério Marinho é um nome que tem condições de abraçar um projeto político a nível nacional em 2026, o líder do PL na Assembleia Legislativa destaca que o Rio Grande do Norte necessita de um governador com perfil resolutivo que ele atribui a Rogério Marinho.
“Os problemas do Rio Grande do Norte são muito maiores do que a gente pensa. As pessoas cobram de Rogério adotar uma postura de mais carisma, mas essas pessoas têm que entender que ele é um nome preparado para tirar o estado do atraso”, defendeu.
As declarações foram dadas em entrevista ao jornalista Diógenes Dantas, na Rádio Mix FM, onde Tomba Farias também disse confiar que os grupos de centro-direita vão caminhar unidos nas eleições de 2026. “É preciso que isso aconteça, para mudar o cenário de um estado que tem déficit de pagamento de precatórios, atraso no pagamento de médicos e fornecedores e que se encontra em um buraco muito grande. Rogério Marinho, que é capacitado para ter um diálogo com o Tribunal de Justiça, com a Assembleia Legislativa, Ministério Público e tem trânsito em Brasília”, explicou.
O parlamentar também falou sobre questões nacionais e avalia que o episódio da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro não trará impacto negativo nas eleições 2026. “Caso Bolsonaro continue inelegível, as forças de centro-direita têm grandes nomes para a disputa presidencial, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é do Republicanos mas poderia vim para o PL. Tem também Ronaldo Caiado (União Brasil), entre outros”.
O contrato nº 084/2025 foi firmado no dia 03 de julho, por dispensa de licitação emergencial. De acordo com o documento, pelo valor de R$ 576 mil, a empresa Afim Clinic Ltda firma com a Prefeitura de Parnamirim a prestação de serviço de fornecimento de psiquiatras para atender as unidades do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPS i), Centro de Atenção Psicossocial Adulto (CAPS II) e Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD III) pelo período de seis meses, entre 04 de julho e 31 de dezembro de 2025. Entretanto, dividido pelo período de vigência do contrato, o valor mensal de R$ 96 mil precisará ser repartido, não somente entre os Centros de Atenção Psicossocial, mas também com valores que podem variar de R$ 10 mil a R$ 20 mil que iriam direto para a prefeita Nilda Cruz.
A denúncia foi feita por uma ex-funcionária da Afim, que esteve na redação do Diário do RN e apresentou provas documentais do fato. Patrícia, nome fictício criado por ela temer represálias, foi demitida pelo dono da empresa, Franklin Ferreira, após questionar a forma obscura como a contratação foi firmada. Ela saiu sob ameaça de destruição da imagem dela e de fechar as portas para a profissional no mercado de trabalho.
“Tira o repasse dos médicos e a clínica fica com um pouco, sendo que do que a clínica fica, ainda tem que tirar uma parte para a prefeita. Desse dinheiro por mês ele tem que dar R$ 10 mil ou 20 mil”, relata Patrícia, sobre o valor mensal que seria repassado à prefeita Nilda por este contrato.
Pela denúncia, que já foi feita ao Ministério Público, Patrícia afirma que a prefeita pediu inicialmente R$ 20 mil, mas chegaram ao acordo de R$ 10 mil.
Patrícia conta que antes mesmo de qualquer fechamento contratual, envio de orçamento ou publicação do contrato emergencial no Diário Oficial, ela foi encaminhada para a busca de médicos psiquiatras e visitas aos CAPs para conhecer a estrutura. “Eu não tinha nem enviado o orçamento para lá, mas ele falou: ‘não se meta nessa parte, porque já está tudo ok. E não pode expor para ninguém, porque ninguém pode saber dessa tratativa”, conta Patrícia, sobre diálogo que teve com Franklin Ferreira, proprietário da Afim Clinic. Segundo ela, o seu patrão alegava tratativas “direto com Rogério Gurgel”, o então secretário Municipal de Saúde de Parnamirim.
Ela acrescenta na denúncia, a utilização, por parte de Rogério Gurgel, da estrutura do Município para fins particulares. “Aí começou a vir os pedidos estranhos: ‘Eu preciso que você consiga médico para filha do secretário da saúde, Rogério Gurgel’. Ele disse que eu teria que conseguir uma médica mastologista, porque a clínica lá não tinha essa especialidade, eu falei, mas a procura é baixa aqui na clínica para essa especialidade, mas eu tinha que conseguir uma médica para a filha dele. Um atendimento particular, mas ele falou que não era para cobrar”, conta.
Rogério Gurgel hoje é secretário Municipal de Políticas Públicas.
A prefeita Nilda também teria aproveitado a estrutura da secretaria de Saúde para promover evento da vereadora Rafaella Cruz, sua filha. De acordo com Patrícia, cerca de nove especialidades médicas foram disponibilizadas pela Prefeitura para realização do projeto “Gabinete nos bairros”, no dia 19 de julho.
Segundo Patrícia, a Prefeitura de Parnamirim teria prometido o contrato a uma outra empresa, mas somente para garantir uma documentação complementar que justificasse a concorrência do fictício processo licitatório. “O sr Franklin sempre pedindo que eu não falasse nada e sempre indo em reuniões com a prefeita”, explicou.
Entretanto, a Afim, de acordo com Patrícia, não tinha documentações regulares, como o Alvará de funcionamento da empresa, documento básico. Em meio às tratativas, a empresa teve que buscar regularização em paralelo para fechar o contrato que já estava informalmente acertado diretamente com a prefeita Nilda Cruz.
Os acertos, de acordo com ela, surgiram da amizade que existe entre a prefeita Nilda Cruz e Franklin Ferreira. “É uma amizade bem antiga. Em todas as inaugurações da clínica ela está presente. Ela é muito amiga dele. Já existia essa relação. Ela foi na posse dele na CDL porque ele tomou posse recentemente como diretor de eventos. Já ouvi falar que ele chegou a investir na campanha dela”, disse.
Ameaçada, Patrícia resolveu levar os documentos com provas ao Ministério Público, onde registrou denúncia, inclusive relacionadas a outros envolvimentos supostamente ilícitos de Franklin Ferreira.
“Eu tenho todas as provas, provas concretas, prints de falsificação de assinatura, coisas pesadas.
Ele deveria ser investigado. Um paciente morreu por negligência dele, que impedia atendimento, porque o home care passa pelo SESAP, para aprovação. E eu tenho muita coisa. Então ele já tem esse histórico de ser pagador de propina. E agora ele tem essa facilidade da prefeita”, dispara.
Prefeita Nilda Cruz no dia da assinatura do contrato com Afim Clinic / Proprietário da empresa, Franklin Ferreira, assina contrato com prefeitura – Foto: Reprodução
Saúde mental e autismo Além deste contrato, Patrícia explica que o grupo já vem programando o crescimento do esquema dentro dessa estrutura.
“A prefeita disse que vai abrir os aditivos para entrar neurologia neste contrato e ele [Franklin] entrar junto com o marido dela para fazer outros projetos dentro da Prefeitura, como o ABA, tudo que é voltado à saúde mental, autismo”, denunciou.
O ABA é abordagem terapêutica que utiliza princípios da psicologia comportamental em tratamentos, como do autismo. Para este tipo de projeto, existem financiamentos federais.
Aos 26 anos, Ivan Baron já percorreu uma trajetória marcada por ativismo, enfrentamento ao capacitismo e presença nos principais espaços de discussão sobre direitos humanos no país. Agora, ele vislumbra dar um novo passo: disputar uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte em 2026. Em entrevista ao Diário do RN, o jovem potiguar revelou que tem dialogado com partidos e acredita que chegou o momento de as pessoas com deficiência ocuparem espaços de poder com legitimidade.
“Eu já me considero um sujeito político pela minha vivência. Agora estou estudando as possibilidades com muita responsabilidade. Se for para concorrer, será com propósito coletivo.
Não quero ser só mais um nome, quero representar uma causa, uma luta”, afirmou à reportagem.
Ivan acredita que a presença de uma pessoa com deficiência no Legislativo estadual pode ser simbólica e transformadora. “A gente também quer falar de cultura, de educação, de segurança pública, de saúde. A nossa pauta não é só dor. Representatividade com legitimidade passa por isso: ver alguém com deficiência num espaço de poder é o que dá força para que outras pessoas também possam chegar lá”, disse.
O ativista que subiu a rampa do Palácio do Planalto ao lado de Luís Inácio Lula da Silva e outras representatividades da sociedade dia 1º de janeiro de 2023, durante solenidade de posse do presidente da República, ainda não tem definição sobre partido ou cargo, mas as conversas estão em curso, especialmente com legendas do campo progressista. “Já recebi convite do PSD, PDT e PSOL”, afirma, explicando que ainda não tomou decisão, já que acredita que a escolha deve ser coletiva, “trabalhada e estudada”.
Questionado, informa que ainda não recebeu convite do PT: “O PT, por enquanto, não me fez convite direto, apesar das especulações nos bastidores, não houve conversa formal”, disse.
Ivan Baron vive com paralisia cerebral decorrente de uma meningite viral que contraiu aos três anos de idade, após uma intoxicação alimentar. Hoje, formado em pedagogia e atuando como professor, ele se tornou referência nas redes sociais na defesa dos direitos das pessoas com deficiência e na luta contra o preconceito.
Ele demonstra preferência por disputar uma vaga de deputado estadual por considerar que essa atuação mais próxima do cotidiano potiguar pode ser mais efetiva para as causas que defende.
“Sinto que preciso cuidar do estado de pertinho, sonho de mudar a realidade. A própria bandeira do anticapacitismo, nosso estado já foi número 1 em pessoas com deficiência, mas nunca existiu uma política de forma combativa. Por exemplo, na área da educação inclusiva, profissionais reais de apoio a crianças com deficiência, autistas; na saúde, a área de acessibilidade comunicacional para o atendimento a pessoas com deficiência, e também lazer, porque a gente também não fala só sobre nossas dores, cultura é essencial”, avalia.
Sobre o cenário político atual, Baron critica o extremismo da direita e defende que a população tenha consciência na hora do voto. “Infelizmente, a gente está vendo uma escalada da intolerância. Tem deputado querendo apagar conquistas e transformar o Congresso num ringue ideológico. É preciso atenção para não retrocedermos”, alertou.
Para as eleições majoritárias de 2026, Ivan já tem seus apoios definidos: é entusiasta da reeleição do presidente Lula (PT), da continuidade do governo do RN com Cadu Xavier (PT) como sucessor de Fátima Bezerra (PT), e da permanência da senadora Zenaide Maia (PSD) no Senado e eleição da governadora na Casa Legislativa. Ele, no entanto, ressalta que seu voto é baseado em ideais.
“Não voto por partido, voto por projetos. Concordo com elas em muitas coisas, mas também tenho críticas. O importante é estar alinhado com quem defende os direitos das pessoas”, concluiu.
Posse no Conselho Nacional marca novo capítulo na trajetória de Ivan Baron
Ivan Baron com Lula: “Sou um jovem potiguar, ativista, defensor da inclusão” – Foto: Reprodução
Dias antes da entrevista, realizada quinta-feira (07), Ivan Baron tomou posse como conselheiro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável da Presidência da República, conhecido como Conselhão. A nomeação foi recebida com entusiasmo por Ivan, que vê no cargo uma oportunidade de contribuir com propostas concretas para o país.
“Fiquei muito feliz. Ser indicado por uma secretaria da Presidência e reconhecido como alguém que pode contribuir com o Brasil mostra que nossa luta está sendo ouvida, que de fato a voz da juventude, a voz das pessoas com deficiência está conseguindo espaços institucionais, principalmente em espaços de decisão. Eu quero levar a voz potiguar para Brasília”, disse.
No Conselho, Ivan pretende participar ativamente dos grupos temáticos voltados aos movimentos sociais e à comunicação. Uma de suas prioridades será a defesa da assistência social, em especial o BPC, e o fortalecimento da política pública voltada para pessoas com deficiência. “Quero contribuir com ideias para que o BPC seja mais valorizado e enxergado como parte do desenvolvimento econômico brasileiro, e não como um custo”, explicou.
Questionado sobre quem é Ivan Baron, ele responde com simplicidade e firmeza: ““A primeira imagem que muita gente tem de mim é a de um jovem paralisado, sem voz, sem força. Todos os dias eu preciso provar o contrário. E provo, com orgulho. Sou um jovem potiguar, ativista, defensor da inclusão — não só das pessoas com deficiência, mas de todas as pessoas que não cabem nos padrões. Parece utopia, mas é esse sonho que me faz aco
O senador Styvenson Valentim (PSDB) voltou a afirmar, nas redes sociais, que constrói hospitais no Rio Grande do Norte com recursos de suas emendas parlamentares, declaração que contraria a realidade legal e os próprios dados das instituições beneficiadas. Agora, usa o termo “construir” em destaque e letras garrafais, como forma de deboche, já que não pode sequer enviar emendas de construção para estas entidades. Em nova publicação feita no último fim de semana em um de seus perfis no Instagram, o parlamentar escreveu: “Nossas emendas parlamentar (sic) usamos para CONSTRUIR HOSPITAIS DESSE PORTE.
Localizado em Mossoró não servirá apenas para a população desse município, mas de toda uma região. Todos do Oeste potiguar serão beneficiados. Uma obra orçada em aproximadamente 90 milhões de reais que terei a honra e o compromisso de custeá-la com recursos do nosso mandato (emendas parlamentar). Se um dia você teve dúvidas do pra que servia um político (senador ou deputado federal) agora você consegue ver a utilidade de uma boa política. Por que não fizeram antes? Sim, sim e sim eu senador Styvenson Valentim CONSTRUO hospitais pelo RN todo”.
A narrativa, repetida há meses pelo senador, já foi desmentida por entidades como a Liga Norte-Riograndense Contra o Câncer e a Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer, responsáveis pelas obras citadas em seus discursos. Ambas confirmaram ao Diário do RN, em diferentes ocasiões, que, por serem instituições privadas, só podem receber emendas de custeio ou para compra de equipamentos, nunca para construção de unidades de saúde, ainda que tenham parte do atendimento destinada ao SUS.
As emendas enviadas por Styvenson são de custeio, destinadas a despesas como medicamentos, folha de pagamento e serviços. Segundo as Ligas, a estratégia é utilizar esses recursos para aliviar o orçamento e, com a economia, investir em obras com recursos próprios.
O Relatório Anual de 2023 da Liga Norte-Riograndense deixa claro que a construção do Hospital do Seridó, em Currais Novos, foi viabilizada com recursos provenientes da economia obtida pelo pagamento de despesas correntes custeadas por duas emendas de bancada, e não individuais, indicadas por Styvenson. O valor foi de R$ 29,1 milhões.
O mesmo vale para o Hospital da Liga em Mossoró. O mesmo que ele ressaltou na postagem do último fim de semana que construiu com R$ 90 milhões. O Portal da Transparência do município mostra que a obra, orçada inicialmente em R$ 80 milhões, recebeu R$ 33,4 milhões via Fundo Municipal de Saúde, dos quais apenas R$ 8 milhões vieram de emendas do senador, também de custeio.
No caso do Hospital Oncológico Infantil, em Natal, os dados são ainda mais claros: o relatório da Liga não aponta recursos parlamentares de Styvenson para a construção. A maior parte do financiamento veio do Ministério Público do Trabalho, que destinou R$ 22,3 milhões provenientes de ações trabalhistas para a execução da obra e aquisição de equipamentos.
Mesmo após reconhecer em transmissões ao vivo que a lei impede destinação de emendas de construção para instituições privadas, o senador mantém publicações em que se apresenta como “o construtor” das unidades. Em diversas ocasiões, usa o discurso para alfinetar adversários, acusando-os de “tomar obras dos outros” e “não fazer nada”.
Críticas frequentes à governadora Fátima Bezerra (PT) aparecem nas mesmas postagens, como no episódio em que desdenhou da entrega de licenciamento ambiental para o Hospital da Liga em Mossoró, afirmando que a documentação foi custeada com recursos de suas emendas, ignorando que o Governo do Estado foi responsável pela doação do terreno para a instituição.
Além disso, embora o histórico mostre que Styvenson tenha destinado milhões em emendas de custeio para entidades filantrópicas de saúde no RN, os recursos são, em muitos casos, de bancada, aprovados com a participação de outros parlamentares. A insistência do senador segue como peça central de sua estratégia de comunicação política, sem qualquer transparência com seu eleitor.
O medo de retaliação do prefeito Allyson Bezerra está silenciando os servidores públicos municipais de Mossoró. A Reportagem do Jornal Diário do RN tem encontrado enormes dificuldades para encontrar servidores dispostos a falar sobre os problemas existentes na estrutura pública da segunda maior cidade do Estado do Rio Grande do Norte, por um único motivo: medo.
“A gestão Alisson é muito perigosa. Eu tenho mais de duas décadas de serviço público, nunca fui tão desrespeitada.”, relata uma servidora sob a condição de anonimato.
Outro servidor, que já chegou a denunciar problemas na gestão municipal, não quer mais aparecer. “Eu gostaria de me preservar, pois já me desgastei demais”, declara, também anonimamente. Segundo este servidor, “muitos servidores têm receio de falar com medo de perseguição e represálias por parte da gestão municipal.”.
A servidora citada na reportagem reforça que se trata de “uma gestão perseguidora, mesquinha” e dispara: “Allyson é o pior gestor que já passou para os servidores”.
Ex-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindserpum), a vereadora Marleide Cunha usa o plenário da Câmara Municipal de Mossoró com frequência para denunciar as perseguições de Allyson, no pronunciamento mais recente, se referiu aos professores readaptados. “Esses profissionais sofreram cortes absurdos em seus salários. Foram 10 dias descontados de seus contracheques, referentes ao recesso escolar, um direito garantido.
Isso é perseguição, é desumanidade!”, se pronunciou. A parlamentar acrescentou que “dizer que Mossoró é cidade educação enquanto maltrata seus servidores é mentir descaradamente ao povo.”
Segundo o Sindserpum, os casos de denúncias de perseguição são inúmeros. No entanto, a maioria dos servidores não se dispõe a falar por medo. Um servidor com contrato temporário chegou a ser demitido após denunciar problemas estruturais em uma escola, mas foi readmitido no dia seguinte “para não ocasionar desgaste para gestão”.
A Reportagem do Jornal Diário do RN entrou em contato com o secretário municipal de Comunicação Social da Prefeitura de Mossoró, Wilson Fernandes, para solicitar um posicionamento de Allyson Bezerra sobre as denúncias de perseguição, mas ele não respondeu as mensagens até o fechamento desta edição.
Enquanto esbanja riqueza com a realização de seguidos eventos que consomem milhões de reais dos cofres públicos, o prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (UB), está deixando centenas de mulheres sem cirurgias ginecológicas.
De acordo com o Conselheiro Municipal de Saúde de Mossoró, Luiz Avelino da Silva, já são mais de mil mulheres que integram a fila de espera por cirurgias eletivas ginecológicas. No último dia 24 de julho, o conselheiro denunciou o descaso de Allyson Bezerra com a saúde dessas mulheres à 1ª Promotoria de Justiça da Comarca de Mossoró.
No dia 31 dezembro de 2024, a fila de espera contava com 793 solicitações de cirurgias. Número que continuou crescendo nos mais de sete meses de 2025. “Acredito que a fila de espera hoje é de mais de mil mulheres. Desde janeiro desse ano que o Conselho Municipal de Saúde tem se reunido várias vezes com o secretário municipal de saúde, pedindo que fizesse uma força tarefa para botar essas cirurgias na ordem, sem fila. Só que até hoje a gente não tem nenhuma resposta de quando a secretaria de saúde vai fazer essas cirurgias”, critica Avelino, que até momento, não recebeu nenhuma manifestação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) sobre o caso.
Allyson Bezerra, que ainda no ano passado criticou a governadora Fátima Bezerra (PT) por calote a prestadores de serviços da saúde, entre eles, médicos obstetras, naquela ocasião anunciou pagamento dos profissionais para não paralisar partos em Mossoró. Entretanto, fora do marketing das redes sociais, o pré-candidato ao Governo do RN, ignora o problema das mulheres mossoroenses.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde negou que as cirurgias ginecológicas realizadas pela Prefeitura de Mossoró estejam paralisadas. Segundo a Secretaria, os procedimentos seguem sendo feitos normalmente no Hospital São Luiz.
O conselheiro Luiz Avelino tratou a nota da Secretaria Municipal de Saúde como mentirosa. “Esse (secretário) é mentiroso igualmente ao prefeito (Allyson)”, tachou.
Na fila de espera está Vanusa Moura, de 52 anos. Ele recebeu o encaminhamento para fazer uma cirurgia de histerectomia há mais de um ano e quatro meses, no dia 11 de abril de 2024, e desde então, espera ansiosa pelo procedimento que vai reduzir as suas dores. “Já fui várias vezes na secretaria de saúde e dizem que está suspensa. Sinto muita dor no pé da barriga. Eu menstruo de três em três meses e quando menstruo é muito, com coágulos de sangue, com começo até de hemorragia. É um sofrimento”, relata.
Tendo como renda o Benefício de Prestação Continuada em razão de uma deficiência que paralisou parte do seu corpo, Vanusa conta que já gastou mais de mil reais em exames, “oitocentos só com a ressonância”, que precisarão ser feitos novamente caso a cirurgia seja marcada. “Fico muito triste. Eu queria fazer a cirurgia, mas não tem como”, complementa.
Eliene Valentim é mais uma mulher mossoroense que aguarda há vários meses e que já esteve na Secretaria Municipal de Saúde várias vezes em busca do seu procedimento cirúrgico, mas sem resposta positiva. “Eles (secretaria) só fazem dizer que tem que aguardar que está esperando liberar”, revela.
Conforme a denúncia de Luiz Avelino, a Maternidade Almeida Castro, da Associação de Assistência e Proteção à Maternidade e Infância de Mossoró (Apamim), suspendeu as cirurgias por falta de pagamento da gestão Allyson Bezerra.
A Reportagem do Jornal Diário do RN entrou em contato com o Hospital São Luiz e com a Interventora da Apamim, Larizza Queiroz, mas não teve respostas até o fechamento desta edição.
A governadora Fátima Bezerra e o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciaram um conjunto de investimentos estratégicos no Porto de Natal, na manhã de segunda-feira (11), no Terminal Marítimo de Passageiros de Natal. Segundo as autoridades, o objetivo é modernizar o terminal, garantir maior segurança e ampliar a capacidade operacional, com impactos diretos no desenvolvimento econômico, na geração de empregos e no escoamento da produção potiguar.
O presidente da FIERN, Roberto Serquiz, elogiou os trabalhos da governadora Fátima Bezerra: “Ela vem trabalhando na pauta da indústria. A lei da política industrial, superimportante, não é uma política pública de governo, e sim de Estado. O que a governadora está enviando para a Assembleia e à apreciação dos deputados é exatamente o que permitirá que as potencialidades do Rio Grande do Norte, em diversas regiões e com uma economia diversificada, possam ser organizadas e priorizadas.”
Entre as ações previstas estão a dragagem do canal de acesso ao porto, o lançamento do edital para a instalação dos dolfins de atracação na Ponte Newton Navarro e a assinatura da ordem de serviço para a reforma de armazéns e galpões logísticos.
Durante a cerimônia, também será assinado o termo de compromisso para a execução do projeto e implantação do Porto Verde, no município de Caiçara do Norte. A iniciativa será viabilizada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) e contempla estudos técnicos para o desenvolvimento logístico sustentável do Estado. O empreendimento inclui soluções para energia eólica offshore, produção de hidrogênio verde e uso industrial diversificado, alinhando-se às diretrizes ambientais e à transição energética global.
Nos últimos três anos, o Rio Grande do Norte movimentou mais de 23,4 milhões de toneladas em cargas, sendo 14,6 milhões via portos públicos e 10,4 milhões por terminais autorizados. De acordo com o governo, os investimentos totalizam R$ 130 milhões.
A alegada falta de liberdade de expressão é um dos principais argumentos da direita brasileira para validar a afirmação de que o país vive uma “ditatura da toga”, onde punições desproporcionais são impostas pelo Judiciário a quem vai de encontro ao Governo Lula e ao STF.
O ex-senador José Agripino, presidente do União Brasil no RN, maior partido de centro do país, não concorda que existe uma ditadura no Brasil. Pelo contrário, a liderança afirma que existe hoje divergências comuns a todo regime democrático, em que os lados políticos podem expressar suas insatisfações.
Entretanto, para filiados e representantes do PL potiguar, o ex-senador, que fez parte do regime ditatorial no país entre 1964 e 1985, só tem essa visão porque ainda não foi vítima da ditadura atual.
“A partir do momento, sem dúvida, que ele começar a criticar o Governo ou criticar as ações de ministros do STF, que usurpam a função do Poder Legislativo, que não respeitam o devido processo legal, o Estado Democrático de Direito, muito provavelmente ele será outro perseguido político”, afirma o deputado federal Sargento Gonçalves (PL), um dos que participaram de movimento no Congresso Nacional, na semana passada, incluindo a obstrução da pauta e ocupação da mesa diretora da Câmara Federal, pernoitando no local pela inclusão das pautas de anistia aos presos do 8 de janeiro, PEC do Foro Privilegiado e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com Sargento Gonçalves, em conversa com o Diário do RN, o posicionamento de Agripino é uma característica do centrão, de “pouco se lixar” para o problema dos outros: “Para quem não faz oposição ao Governo, tudo parece estar dentro da normalidade, sobretudo a turma do centro. Geralmente é aquela história: pouca farinha meu pirão primeiro; estão pouco se lixando para o problema dos outros”.
O deputado do PL avalia que se trata de uma “democracia relativa”. “Se você concorda com o ministro Alexandre Moraes, com outros ministros da Suprema-Corte, com o governo, ou desgoverno, do PT, naturalmente, você não vai ser um perseguido. Agora, se você decidir ocupar uma posição de oposição, uma das características dos regimes ditatoriais é a perseguição dos opositores”, disse o deputado.
Já o presidente do PL em Natal, Coronel Hélio, avalia que o aliado do União Brasil acredita que o país vive em normalidade, o que ele discorda.
“Acredito que a percepção do Senador seja a mesma do presidente do Senado Davi Alcolumbre. O presidente do Senado afirmou que nem com 81 assinaturas aceitaria o pedido de impeachment.
Ou seja, para o Presidente do Senado, que é do União Brasil, todos os presos do 8/1 devem continuar presos e as penas aplicadas foram justas”, diz o Coronel Hélio, em entrevista ao Diário do RN.
Para o pré-candidato ao Senado, a posição do PL, que ele acompanha, é diferente. “Apenas desejo a pacificação através do impeachment do Ministro Alexandre de Moraes e anistia ampla geral e irrestrita. Para mim, a pacificação só virá com a Anistia e com o impeachment”, afirmou.
O coronel, entretanto, não acredita que o posicionamento divergente entre o presidente do União Brasil e o defendido pelo PL possa afetar a relação das duas siglas no Rio Grande do Norte, e tampouco o projeto de formação de frente ampla da oposição potiguar unindo a direita e o Centro.
“São coisas distintas. Existe o cenário nacional e o estadual. Precisamos olhar por prismas diferentes. Será uma decisão do senador Rogério Marinho e do grupo já consolidado, dentre eles o senador Styvenson Valentim (PSDB) e Paulinho Freire (União Brasil)”, defendeu Coronel Hélio. Na semana passada, Agripino avaliou, em entrevista ao Diário do RN, que a democracia que o país vive permite as divergências que estão ocorrendo, que “são próprias do regime democrático”.
“Não tem ditadura, não vejo ditadura nenhuma, eu vejo um conflito de poderes que se respeitam.
Pelo contrário, o Poder Judiciário tem a sua posição e é respeitada, o Poder Legislativo tem a sua posição, está com conflitos internos e é respeitado, e o Executivo também. A democracia do Brasil está pleníssima”, opinou o ex-senador.
José Agripino, em 1979, aos 34 anos, iniciou sua carreira política ao ser indicado por Lavoisier Maia ao regime militar para assumir a prefeitura de Natal. Em 1985, foi o primeiro governador eleito pelo PDS – Partido Democrático Social, herdeiro direto da Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de sustentação dos militares no Congresso – a romper com a legenda, apoiar Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, contra Paulo Maluf, que era do PDS. Passaram 40 anos desde então.
O ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, avaliou como “uma das noites mais tristes da história do Congresso Nacional” os acontecimentos que marcaram esta semana em Brasília, especialmente a noite e madrugada entre quarta-feira (06) e quinta-feira (07). Em conversa com o Diário do RN, ele criticou a radicalização, defendeu o respeito ao resultado das urnas e destacou a importância da imprensa livre, afirmando que “a democracia vai vencer tudo isso”.
As declarações acontecem no ápice de uma crise que tomou conta do Legislativo entre terça e quinta-feira. Na terça (5), o Congresso foi palco de um protesto de parlamentares bolsonaristas que, com fitas adesivas sobre a boca, acusaram censura e cerceamento da liberdade de expressão. No mesmo dia, a pauta do plenário foi tomada por debates acalorados e tentativas de acelerar projetos de interesse político do bolsonarismo. Na quarta (6) e na madrugada desta quinta (7), o clima se agravou. Sessões prolongadas durante a noite e manobras regimentais expuseram uma disputa de poder entre Câmara e Senado, com parlamentares assumindo temporariamente funções das mesas diretoras.
“Eu estive lá por 44 anos. Onze mandatos. Fui presidente da Câmara. Fui líder de bancada por sete anos seguidos, vice-líder por 12. Vivi a ditadura com muito aprendizado. E quando vejo a Câmara de ontem, aquele espetáculo deles sentarem à mesa, atravessarem a noite, usurparem o poder do presidente do Senado, do presidente da Câmara… Que casa do povo brasileiro é esta?
Que parlamento é este? Eu pensei que era para discutir segurança nacional, a isenção do imposto de renda até cinco salários mínimos, a crise climática, mas não, é uma coisa insana e absurda! ”, pontua Henrique.
O ex-deputado disse nunca ter enfrentado algo semelhante quando comandou a Casa, lembrando apenas de um incidente com a invasão de indígenas, resolvido com interrupção da sessão e diálogo. Para ele, o momento é grave e marcado pela “polarização e radicalização” de ambos os lados.
“Critico os dois extremos. A esquerda precisa reconhecer que não ganhou sozinha. Foi ao segundo turno com muita dificuldade, e quem decidiu foi o centro democrático, que optou pela democracia. O povo brasileiro não quer isso, quer paz, quer respeito”, afirmou.
O pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que é uma das exigências da oposição, é considerado por Alves como uma articulação apenas para satisfazer setores radicais e mobilizar a militância da extrema direita. No entanto, não deverá ser concretizado.
“Pode ter 41, 51 ou 81 assinaturas, Davi Alcolumbre não vai pautar. Essa extrema direita quer o impeachment de Moraes, tirar Lula, derrubar ministros, anistia plena, geral e irrestrita como se o país não tivesse leis! ”, observa.
Henrique também rechaçou a anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, outro projeto motivador da pressão dos bolsonaristas no movimento deflagrado nesta semana. Henrique concorda que os processos que estão em curso seguem os trâmites democráticos e defende a postura de Alexandre de Moraes.
“[Pedir anistia] É uma violência à lei. Já há processos em curso, provas registradas, direito de defesa garantido. Não dá para simplesmente zerar tudo. O Brasil não pode perder sua seriedade perante o mundo, sua Constituição, sua tradição. Não é possível vivermos isso. Falam muito do Alexandre de Moraes, mas cada um deveria pensar: se não fosse ele, será que hoje não teríamos uma ditadura militar? Todo mundo sabe que houve tentativa de golpe, que começou entre 15 e 20 de dezembro. Dois militares não aceitaram, o plano recuou. Iria vir o golpe, o 8 de janeiro foi o desabafo, o desespero”, analisa.
O ex-presidente da Câmara avaliou ainda o papel dos atuais líderes do Legislativo, dizendo que Hugo Motta “está cercado de pressão, mas como nordestino, vai se safar”, e que Davi Alcolumbre é mais experiente e “trata com mais tranquilidade” a crise.
José Agripino Durante conversa com o Diário do RN, Henrique fez elogios a declarações do ex-senador José Agripino Maia, seu adversário histórico.
“É inegável o talento político, a inteligência e a experiência humana do ex-senador José Agripino. Fui aprendendo a compreender, com temperança e fraternidade. Ele e Garibaldi fazem falta no cenário federal. O que ele estaria fazendo hoje no Congresso, articulando, costurando, construindo. Mas não temos mais os Agripinos nem os Garibaldis no Congresso Nacional”, lamenta, relembrando também o primo e outrora aliado Garibaldi Alves Filho (MDB), ex-senador e ex-governador.
Ele se refere à fala do ex-senador publicada no Diário do RN nesta quinta-feira (07). Segundo Agripino, ‘não tem ditadura no Brasil, há um conflito de poderes que se respeitam. Pelo contrário, o Poder Judiciário tem a sua posição e é respeitada, o Poder Legislativo tem a sua posição, está com conflitos internos e é respeitado, e o Executivo também. A democracia do Brasil está pleníssima”.
Rogério Marinho Questionado sobre a postura do senador Rogério Marinho (PL), líder da oposição no Senado, e um dos principais agitadores da mobilização pelo impeachment de Alexandre de Moraes, pela anistia e pela PEC do foro privilegiado, Henrique não se referiu diretamente a ele. Entretanto, em tom de lamento, relembrou a postura do avô de Marinho, e a disputa saudável contra Aluízio Alves.
“Djalma Marinho, uma pessoa tão respeitável… Meu pai foi candidato a governador contra ele, um encontro respeitado, profundamente respeitado, não se fazia uma crítica, uma disputa limpa, correta, voto a voto. Foi adversário do meu pai, Aluízio, e eu o enfrentei politicamente depois. Mas sempre com respeito”, relembra.
Reiterando que é preciso respeitar o resultado das eleições, Henrique relembra seu pai, Aluízio Alves e Ullysses Guimarães: “Temos que aceitar as derrotas e aprender com elas. Quem viveu a ditadura, mesmo à distância, precisa deixar claro: ditadura nunca mais. Temos que ter ódio e nojo da ditadura”.
O ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, avaliou como “uma das noites mais tristes da história do Congresso Nacional” os acontecimentos que marcaram esta semana em Brasília, especialmente a noite e madrugada entre quarta-feira (06) e quinta-feira (07). Em conversa com o Diário do RN, ele criticou a radicalização, defendeu o respeito ao resultado das urnas e destacou a importância da imprensa livre, afirmando que “a democracia vai vencer tudo isso”.
As declarações acontecem no ápice de uma crise que tomou conta do Legislativo entre terça e quinta-feira. Na terça (5), o Congresso foi palco de um protesto de parlamentares bolsonaristas que, com fitas adesivas sobre a boca, acusaram censura e cerceamento da liberdade de expressão. No mesmo dia, a pauta do plenário foi tomada por debates acalorados e tentativas de acelerar projetos de interesse político do bolsonarismo. Na quarta (6) e na madrugada desta quinta (7), o clima se agravou. Sessões prolongadas durante a noite e manobras regimentais expuseram uma disputa de poder entre Câmara e Senado, com parlamentares assumindo temporariamente funções das mesas diretoras.
“Eu estive lá por 44 anos. Onze mandatos. Fui presidente da Câmara. Fui líder de bancada por sete anos seguidos, vice-líder por 12. Vivi a ditadura com muito aprendizado. E quando vejo a Câmara de ontem, aquele espetáculo deles sentarem à mesa, atravessarem a noite, usurparem o poder do presidente do Senado, do presidente da Câmara… Que casa do povo brasileiro é esta?
Que parlamento é este? Eu pensei que era para discutir segurança nacional, a isenção do imposto de renda até cinco salários mínimos, a crise climática, mas não, é uma coisa insana e absurda! ”, pontua Henrique.
O ex-deputado disse nunca ter enfrentado algo semelhante quando comandou a Casa, lembrando apenas de um incidente com a invasão de indígenas, resolvido com interrupção da sessão e diálogo. Para ele, o momento é grave e marcado pela “polarização e radicalização” de ambos os lados.
“Critico os dois extremos. A esquerda precisa reconhecer que não ganhou sozinha. Foi ao segundo turno com muita dificuldade, e quem decidiu foi o centro democrático, que optou pela democracia. O povo brasileiro não quer isso, quer paz, quer respeito”, afirmou.
O pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que é uma das exigências da oposição, é considerado por Alves como uma articulação apenas para satisfazer setores radicais e mobilizar a militância da extrema direita. No entanto, não deverá ser concretizado.
“Pode ter 41, 51 ou 81 assinaturas, Davi Alcolumbre não vai pautar. Essa extrema direita quer o impeachment de Moraes, tirar Lula, derrubar ministros, anistia plena, geral e irrestrita como se o país não tivesse leis! ”, observa.
Henrique também rechaçou a anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, outro projeto motivador da pressão dos bolsonaristas no movimento deflagrado nesta semana. Henrique concorda que os processos que estão em curso seguem os trâmites democráticos e defende a postura de Alexandre de Moraes.
“[Pedir anistia] É uma violência à lei. Já há processos em curso, provas registradas, direito de defesa garantido. Não dá para simplesmente zerar tudo. O Brasil não pode perder sua seriedade perante o mundo, sua Constituição, sua tradição. Não é possível vivermos isso. Falam muito do Alexandre de Moraes, mas cada um deveria pensar: se não fosse ele, será que hoje não teríamos uma ditadura militar? Todo mundo sabe que houve tentativa de golpe, que começou entre 15 e 20 de dezembro. Dois militares não aceitaram, o plano recuou. Iria vir o golpe, o 8 de janeiro foi o desabafo, o desespero”, analisa.
O ex-presidente da Câmara avaliou ainda o papel dos atuais líderes do Legislativo, dizendo que Hugo Motta “está cercado de pressão, mas como nordestino, vai se safar”, e que Davi Alcolumbre é mais experiente e “trata com mais tranquilidade” a crise.
José Agripino Durante conversa com o Diário do RN, Henrique fez elogios a declarações do ex-senador José Agripino Maia, seu adversário histórico.
“É inegável o talento político, a inteligência e a experiência humana do ex-senador José Agripino. Fui aprendendo a compreender, com temperança e fraternidade. Ele e Garibaldi fazem falta no cenário federal. O que ele estaria fazendo hoje no Congresso, articulando, costurando, construindo. Mas não temos mais os Agripinos nem os Garibaldis no Congresso Nacional”, lamenta, relembrando também o primo e outrora aliado Garibaldi Alves Filho (MDB), ex-senador e ex-governador.
Ele se refere à fala do ex-senador publicada no Diário do RN nesta quinta-feira (07). Segundo Agripino, ‘não tem ditadura no Brasil, há um conflito de poderes que se respeitam. Pelo contrário, o Poder Judiciário tem a sua posição e é respeitada, o Poder Legislativo tem a sua posição, está com conflitos internos e é respeitado, e o Executivo também. A democracia do Brasil está pleníssima”.
Rogério Marinho Questionado sobre a postura do senador Rogério Marinho (PL), líder da oposição no Senado, e um dos principais agitadores da mobilização pelo impeachment de Alexandre de Moraes, pela anistia e pela PEC do foro privilegiado, Henrique não se referiu diretamente a ele. Entretanto, em tom de lamento, relembrou a postura do avô de Marinho, e a disputa saudável contra Aluízio Alves.
“Djalma Marinho, uma pessoa tão respeitável… Meu pai foi candidato a governador contra ele, um encontro respeitado, profundamente respeitado, não se fazia uma crítica, uma disputa limpa, correta, voto a voto. Foi adversário do meu pai, Aluízio, e eu o enfrentei politicamente depois. Mas sempre com respeito”, relembra.
Reiterando que é preciso respeitar o resultado das eleições, Henrique relembra seu pai, Aluízio Alves e Ullysses Guimarães: “Temos que aceitar as derrotas e aprender com elas. Quem viveu a ditadura, mesmo à distância, precisa deixar claro: ditadura nunca mais. Temos que ter ódio e nojo da ditadura”.
Dados recentes divulgados pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE-RN) acenderam o alerta sobre a situação dos investimentos em educação nos municípios do interior potiguar. De acordo com o Painel de Fiscalização da Educação, atualizado neste primeiro semestre, diversas prefeituras não estão cumprindo os percentuais mínimos exigidos por lei para aplicação de recursos na área.
O município de Ielmo Marinho é um dos casos destacados. Segundo o levantamento, após quatro meses do início do ano letivo, a prefeitura investiu apenas 18,15% da receita proveniente de impostos na educação, valor bem abaixo dos 25% exigidos constitucionalmente. A situação fere diretamente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a Constituição Federal.
Outro ponto crítico está no uso dos recursos do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). A legislação determina que no mínimo 70% desses recursos devem ser destinados à remuneração dos profissionais da educação básica em efetivo exercício, porém, em Ielmo Marinho, o percentual aplicado até agora foi de 63,47%, também abaixo do mínimo legal.
O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do primeiro semestre de 2025 revelou um cenário preocupante nas finanças da Prefeitura de Caicó, sob a gestão do prefeito Dr. Tadeu.
Em apenas seis meses, a atual administração municipal empenhou R$ 202.973.426,91, liquidou R$ 130.838.865,52 e pagou efetivamente apenas R$ 118.843.605,39.
A diferença entre o valor liquidado e o valor efetivamente pago gerou um acúmulo de R$ 11.995.260,00 em restos a pagar, ou seja, compromissos assumidos com fornecedores e prestadores de serviços que não foram honrados até o final do semestre.
Contudo, o problema não é novo. O relatório orçamentário referente a 2024, último ano do primeiro mandato do prefeito Dr. Tadeu, também aponta um déficit fiscal significativo. Naquele período, foram empenhados R$ 256.743.888,96, liquidados R$ 249.457.202,35 e pagos R$ 239.712.024,04, uma diferença de R$ 9.745.178,31 em despesas liquidadas, mas não pagas.
Despesa com pessoal ultrapassa limite legal Outro dado que chama atenção na gestão municipal em Caicó é a despesa com pessoal. No segundo bimestre de 2025, a Prefeitura ultrapassou o limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, comprometendo 54,01% da receita corrente líquida com gastos em pessoal. O valor consolidado chegou a cerca de R$ 138 milhões.
Esse percentual está acima do limite recomendado de 54%, o que indica pressão financeira elevada sobre as contas públicas e reduz a margem para investimentos e pagamento de outras despesas essenciais.
Já passa de 48 horas a ocupação dos deputados na Câmara Federal e no Senado em movimento pró-Bolsonaro. A mobilização, liderada por parlamentares da oposição, busca paralisar as votações como forma de protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o descumprimento de medidas restritivas.
Para o deputado Fernando Mineiro (PT-RN), a atuação da oposição não apenas remete ao passado recente, mas reitera o alinhamento com o que ele chama de “projeto golpista”.
“Mais do que cúmplices do golpe de 8/01/23, são membros ativos que buscam a retomada do golpe que fracassou. É a tentativa de continuidade do movimento golpista. Colocam o interesse da família Bolsonaro acima dos interesses do país. Querem proteger Bolsonaro do julgamento e, para isso, articulam ações antipatrióticas contra a economia nacional e tentam paralisar o parlamento”, disse.
Mineiro ressaltou que a obstrução impede o avanço de matérias consideradas essenciais: “A paralisação do Congresso objetiva impedir aprovação de projetos importantes para a sociedade brasileira como a isenção do Imposto de Renda, a PEC da Segurança, a taxação BBB (bets, bancos e bilionários), o Plano Nacional de Educação, entre outros”, completou.
A deputada Natália Bonavides (PT-RN) também criticou duramente o movimento. Ela ressalta que o movimento da oposição faz a opção por um nome em detrimento de milhões de brasileiros.
“A movimentação da oposição, quando tenta travar a pauta e obstruir o trabalho do Congresso, tem um único objetivo: salvar o seu líder, Jair Bolsonaro. Eles se juntaram para pedir que Bolsonaro tenha o direito de descumprir decisões judiciais. Quem pede anistia nesse caso quer que aqueles que tentaram contra a democracia e que planejaram a morte do presidente Lula não sejam punidos por esses crimes. Eles escolheram Bolsonaro no lugar do Brasil”, afirmou.
Segundo a parlamentar, a decisão do STF foi um marco de que não há imunidade absoluta no país: “Ao determinar a prisão, o STF mostrou que ninguém está acima da lei no nosso país e que Jair Bolsonaro não pode fazer o que bem quer, sem responder pelos seus atos”.
Deputados potiguares que usaram vendas na boca defendem “a paz”
Dos oito deputados federais da bancada potiguar, três integraram o protesto que iniciou nesta terça-feira (5) com fitas adesivas nas bocas, em um ato simbólico contra o que denominam de censura: Sargento Gonçalves (PL), General Girão (PL) e Carla Dickson (UB). Deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pernoitaram no plenário da Câmara, em Brasília, na noite de terça (5) e madrugada de quarta (6), se revezando em turnos, para protestar contra a prisão de Bolsonaro e pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O deputado General Girão avalia que o movimento que o Brasil acompanha hoje iniciou em 2023.
“Importante destacar que estamos sendo desrespeitados desde a perda do mandato do deputado Deltan Dallagnol e da prisão do deputado Daniel Silveira. Mais recentemente, fomos desrespeitados com a quebra da nossa votação em relação ao IOF. É mais do que claro que o STF tem extrapolado as competências que a ele cabem”, afirma o parlamentar, que cobra do presidente da Câmara Federal, Hugo Motta (Republicanos) o cumprimento de compromisso firmado quando se candidatou ao cargo.
“Na Câmara, o projeto da anistia ampla, geral e restrita era um compromisso básico do deputado Hugo Mota. Após eleito, ele falhou com a promessa. São diversos pontos que nos levam à obstrução das Mesas no Congresso. Indiscutivelmente, as injustiças cometidas contra Bolsonaro aqueceram essas relações institucionais. É um absurdo!”, protesta o parlamentar.
O parlamentar defendeu que o direito à pauta seja equilibrado. Ele faz um paralelo entre os projetos apresentados pelo governo e base governista e os que são defendidos pela oposição.
“A base do governo Lula tem o direito de pautar as suas demandas livremente, são votadas democraticamente e decididas como tem que ser. Por que as nossas pautas não podem? Estamos protestando! Não podemos ser desrespeitados dessa forma”, afirmou.
O deputado Sargento Gonçalves, que pernoitou no Congresso, afirma que a liberdade é o mote do contexto e pauta prioritária no momento.
“Não existe pauta mais prioritária que a Liberdade do povo brasileiro. Por este motivo, a pauta prioritária, neste momento, é a Anistia, pela Câmara Federal, e o Impeachment do Ministro Alexandre de Moraes, pelo Senado. O país precisa de pacificação e apresentamos um ‘pacote de paz’: Impeachment do Moraes, anistia ampla, geral e irrestrita aos perseguidos políticos, e a PEC do fim do foro privilegiado”, explicou Gonçalves.
“Me diz do que adianta a Câmara Federal, com 513 deputados, e o Senado, com 81 senadores, aprovar um projeto de lei, como foi o caso do PDL que sustou o aumento do IOF, e um único ministro do STF derrubar a decisão. Que democracia é essa?”, questionou o parlamentar.
Para a deputada Carla Dickson, sua participação no protesto se trata de lutar pela vida de inocentes: “O gabinete de Alexandre de Moraes criou provas falsas que permitiram a prisão, julgamento e condenação em massa (o que é proibido pela legislação brasileira) inclusive de pessoas que nem estavam na Esplanada em 8 de janeiro. Sete pessoas já morreram após esse período, vítimas dessa aberração jurídica. Penas desproporcionais estão sendo constantemente aplicadas”, protesta em conversa com o Diário do RN.
A parlamentar concorda com a cobrança a Hugo Motta e defende que a oposição está em seu direito quando obstrui a pauta no Congresso.
“A obstrução é um instrumento legal quando se faz necessário que pautas urgentes sejam priorizadas. Assim a esquerda fez no movimento Lula Livre e a então senadora, e agora governadora Fátima, daqui do RN, fez o mesmo quando queria chamar atenção para suas pautas.
Chegou a comer quentinha na mesa diretora do Senado. Nossa pauta é urgente e o Presidente Hugo Motta vem nos enrolando desde que assumiu a Câmara”, complementa.
“Eu fui o primeiro dos governadores a romper com o meu partido e apoiei o candidato de Aluízio Alves, apoiei o candidato do adversário e depois de mim vieram todos os outros governadores.
Tancredo fez maioria no colégio eleitoral e ganhou a eleição”. Essa é “a história curta” que o ex-senador José Agripino (UB) relembra, em conversa com o Diário do RN, sobre sua presença e participação no processo de redemocratização do país. Ele, que em 1979, aos 34 anos, iniciou sua carreira política ao ser indicado por Lavoisier Maia ao regime militar para assumir a prefeitura de Natal.
O rompimento que Agripino se refere foi em 1985, quando ele foi o primeiro governador eleito pelo PDS – Partido Democrático Social, herdeiro direto da Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de sustentação dos militares no Congresso – a romper com a legenda, apoiar Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, contra Paulo Maluf, que era do PDS. Foi um dos fundadores da Frente Liberal, grupo dissidente do governo Figueiredo que indicou José Sarney vice de Tancredo. Mais tarde, o grupo formaria o PFL – Partido da Frente Liberal, pelo qual disputou todas as eleições seguintes, a exceção de 2010, quando o PFL mudou de nome para DEM. A chapa Tancredo e Sarney foi eleita indiretamente, mas o mineiro não chegou a tomar posse e Sarney assumiu o governo e em seguida presidiu a primeira eleição direta para presidente depois da redemocratização. O pleito ocorreu em 1989 e Fernando Collor venceu Lula no segundo turno. Passados 40 anos, ele avalia a situação que o Brasil vive e não concorda com um dos principais argumentos levados pela oposição, de que o país vive uma ditadura.
“Não tem ditadura, não vejo ditadura nenhuma, eu vejo um conflito de poderes que se respeitam.
Pelo contrário, o Poder Judiciário tem a sua posição e é respeitada, o Poder Legislativo tem a sua posição, está com conflitos internos e é respeitado, e o Executivo também. A democracia do Brasil está pleníssima”, opina o ex-senador.
Segundo ele, a democracia que o país vive permite as divergências que estão ocorrendo, que “são próprias do regime democrático”. O senador reitera que “há divergências fortes”, mas que são “respeitados os poderes individuais dos poderes”.
“É um direito democrático da oposição. Democracia se faz com o governo e com a oposição. A oposição tem os seus instrumentos e o governo tem os seus instrumentos, é o confronto de opiniões que tem que ser respeitado como é respeitado no regime democrático pleno, que é o que a gente está vivendo”, avalia Agripino, sobre o movimento de obstrução da pauta que a oposição vem realizando desde esta terça-feira (05), no Congresso Nacional.
Parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que classificam a decretação da prisão domiciliar do líder político como “perseguição política” e “abuso de autoridade”, ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Além do bloqueio da pauta e de uso de vendas na boca e nos olhos para caracterização de “censura”, exigem pautas prioritárias para votação nas casas legislativas, como anistia, derrubada do foro privilegiado e revogação da prisão de Bolsonaro.
De acordo com Agripino, a prisão do ex-presidente também se configura parte do processo democrático, dando ao réu todo o direito que cabe ao devido processo legal.
“É a decisão da Justiça. A decisão final não é individual, é colegiada, com base em fatos que tem todo o direito de existir e ele tem todo o direito de se defender. E quem vai julgá-lo ao final é um colegiado”, avalia.
O União Brasil, partido que Agripino preside no Rio Grande do Norte e que ocupa quatro ministérios no Governo Lula, junto com o PP – partido com o qual forma a federação União Progressista – anunciou nesta quarta-feira (06) que orientou os parlamentares de suas legendas a não registrarem presença em plenário, caso haja sessão de votação na Câmara e no Senado.
“Medida de Trump é inaceitável” José Agripino também discorda da taxação imposta pelos Estados Unidos ao Brasil, principalmente por razões políticas.
“Isso é uma coisa inadmissível, não tem cabimento você querer impor opiniões ideológicas com pressões no campo econômico aí extrapola o limite do aceitável. A percepção que a gente tem é que está se impondo uma orientação política ideológica através da pressão econômica”.
Dados oficiais do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE-RN), extraídos do Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) referente ao primeiro semestre de 2025, revelam uma preocupante redução nas receitas da Prefeitura Municipal de Guamaré.
Segundo o levantamento, entre janeiro e junho deste ano, o município arrecadou R$ 108.807.636,19, montante quase R$ 50 milhões inferior ao registrado no mesmo período de 2024, quando a arrecadação somou R$ 156.844.185,52. A variação negativa representa uma queda de 30,6% na receita orçamentária semestral.
Além da retração significativa nas receitas, o cenário se agrava diante da previsão orçamentária fixada para o exercício de 2025, que foi de R$ 219.578.000,00. Com apenas 49,5% do valor previsto arrecadado até o fim do primeiro semestre, a execução orçamentária aponta para um possível déficit ao longo do exercício financeiro, caso não haja recuperação no segundo semestre.
O RREO é um instrumento exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e tem por finalidade garantir transparência e controle social sobre a execução das finanças públicas, sendo publicado bimestralmente pelos entes federativos.
Documento oficial do TCE revelam receita recebida pela Prefeitura de Guamaré no primeiro semestre de 2025Portal do TCE também mostra valor superior em mais de R$ 50 milhões recebidos pelo município em 2024