A erupção do vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, durante este domingo (19), obrigou a retirada de aproximadamente 5 mil pessoas e destruiu cerca de 100 casas, informaram autoridades na manhã de hoje (20).
Essa é a primeira erupção nas Ilhas Canárias em 50 anos. Ontem, a lava foi lançada a centenas de metros de altura, atingindo casas e florestas e levando rocha derretida em direção ao Oceano Atlântico.
“A lava está seguindo para o litoral e o dano será material. De acordo com especialistas, há cerca de 17 milhões a 20 milhões de metros cúbicos de lava”, afirmou o presidente regional, Ángel Victor Torres, em entrevista à rádio Cadena Ser.
Até o momento, nenhuma morte foi registrada, no entanto, o vulcão ainda estava ativo nesta segunda. Autoridades disseram esperar não ter que retirar mais ninguém. Segundo o vulcanólogo Nemesio Pérez, mortes são improváveis, contanto que ninguém se comporte de forma irresponsável.
Possibilidade de efeitos no Brasil
Desde que o nível de alerta do vulcão Cumbre Vieja foi classificado como amarelo, muito se falou sobre a possibilidade de uma erupção impactar a costa brasileira. No entanto, de acordo com especialistas da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), são baixas as chances disso ocorrer.
O professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP), Marcelo Assumpção, destacou que para que um tsunami atinja o Brasil, a atividade vulcânica precisa ser excepcional para chegar ao ponto de derrubar parte da ilha, causando um grandioso deslizamento no sentido do mar.
A explicação foi reforçada pelo coordenador do Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Aderson Nascimento, que afirmou ser muito baixa a chance do fenômeno acontecer. “A atividade vulcânica na região das Canárias é comum e é monitorada. Na região do Atlântico, não existe nenhum sistema alerta de tsunami porque o risco é baixíssimo para isso ocorrer”, disse.
*Com informações da Agência Brasil e da Rede Sismográfica Brasileira