O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou, nesta sexta-feira (6), que irá levar a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso ao plenário da Casa. Com a medida, Lira desrespeita o resultado da votação da matéria na comissão especial, em que sofreu derrota por 23 votos a 11.
O anúncio foi feito em pronunciamento oficial do deputado na tarde desta sexta (6). A medida de levar a matéria ao plenário, ignorando o decidido pelo colegiado, já era ventilada nos bastidores.
Lira alegou que a decisão é para garantir a “tranquilidade das próximas eleições”. “Para que possamos trabalhar em paz até janeiro de 2023 vamos levar, sim, a questão do voto impresso para o plenário, onde todos os parlamentares eleitos pela urna eletrônica vão decidir”, enfatizou.
Lira defendeu que o “voto impresso está pautando o Brasil” e tensiona o Parlamento. “Não é justo com o país e com a Câmara. Avançamos em muitas questões, atualizando e modernizando a legislação e retirando da gaveta projetos que estavam represados a muito tempo. O Brasil sempre teve pressa e o momento atual é ainda de maior urgência”, disse.
Na avaliação do presidente da Câmara, apenas o plenário permitirá uma “decisão inquestionável e suprema”.
“Infelizmente assistimos nos últimos dias um tensionamento, quando a corda puxada com muita força leva os poderes para além dos seus limites. A Câmara sempre se pauta pelo cumprimento do regimento e pela defesa da expressão máxima da democracia”, completou.
Ainda hoje, a comissão especial deverá votar relatório contrário à aprovação da PEC. O novo relator designado é o deputado Raul Henry (MDB-PE). O nome do parlamentar pernambucano foi escolhido depois que o deputado Junior Mano (PL-CE) declinou do convite para apresentar um parecer contrário.
*Informações do Metrópoles.