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O MARKETING DA FAROFA

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FOTO: REPRODUÇÃO

A descoberta do marketing e seu cabedal de táticas e estratégias pelo universo político transformou o conteúdo e a forma das campanhas eleitorais e também a condução dos rumos da gestão pública: tanto no campo legislativo como no executivo.

Inicialmente, o marketing político aparecia como um verdadeiro instrumento mágico que possibilitaria a salvação da lavoura das mais variadas matizes de políticos. Daí, o surgimento nas casas legislativas das famosas bancadas. E essas, tem-se para todos os gostos: dos evangélicos ao pessoal da bala, passando por setores sequer imaginados pelos simples eleitores, que na verdade, esperam e desejam dos seus representantes melhorias concretas e perceptíveis em sua vida cotidiana.

O marketing, ao longo da sua trajetória no campo político, passou a ser utilizado para muitas finalidades que não, e exclusivamente, a tarefa de estruturar a comunicação para o objetivo final do político: vencer a eleição e apresentar de maneira clara e eficiente resultados de gestões e com isso, conquistar a fidelidade do eleitorado.

Esses desvirtuamentos de foco e objetivo acabaram provocando absurdos em muitas situações e transformando para pior a realidade entre os políticos e os eleitores, colocando o marketing como alvo fácil para aproveitadores de plantão, sem falar nos charlatões que vendem ilusões como se estratégias fossem.

A eleição de 2018, em particular, pode ser observada sob essa ótica que aqui apresento. A disseminação de notícias falsas, o impulsionamento de informações distorcidas e a utilização de robôs para levar a desinformação à população como forma de construir opiniões como estratégia de marketing, não só prejudicou a percepção das pessoas com a realidade dos fatos, como implementou um modelo danoso de se fazer campanha. Quem perdeu na verdade foi a democracia.

A partir de então, criou-se um ambiente favorável para o surgimento das mais esdruxulas ações travestidas de tática de marketing. Nem sempre isso vai dar o resultado esperado. Um bom exemplo disso, e bem recente, é a cena deprimente provocada pelo presidente Bolsonaro ao divulgar como uma estratégia de querer “aparecer” um homem simples, do povo, comendo frango com farofa, de maneira mal educada e desrespeitosa com as pessoas mais simples.

A humildade não significa falta de educação. Muito pelo contrário. Tanto que a ideia brilhante dos tais estrategistas do presidente provocou o efeito inverso, ou seja, a repulsa das pessoas que não aceitam a má educação e os maus modos atribuídos as pessoas do povo, como originalmente idealizado.

O marketing da farofa de Bolsonaro revela a face mais descolada da realidade que se espera de um planejamento estratégico que pretende construir, posicionar e consolidar a imagem de um político próximo ao povo. Está claro desde o início desse governo que o marketing válido para Bolsonaro e sua trupe é o escárnio com a população e, principalmente, o destilar do ódio, a desinformação, o desrespeito difundidos pelo tal gabinete do ódio e amplificada por uma verdadeira horda de seguidores que na verdade, querem mesmo é confundir e não esclarecer.

O que Bolsonaro tem feito é jogar farofa no ventilador e desrespeitar o Brasil.

E isso, decididamente, não é marketing.

Sobre o Marketing da Farofa

No último domingo domingo, 30, o presidente Jair Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada e aproveitou para dar um passeio de moto ao lado do filho, o vereador Carlos, do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos e de seus assessores.

Bolsonaro seguiu para o Jardim Botânico, onde parou para comer um churrasco em uma tenda. Na imagem, é possível ver o presidente de botas, comendo a refeição com as mãos, com uma quantidade considerável de farofa derrubada na calça e no chão.

A imagem, no entanto, causou polêmica nas redes sociais. De um lado, apoiadores apontaram humildade por parte do presidente. Do outro, internautas acusaram o líder do Executivo de “cena montada” para autopromoção diante das eleições presidenciais. Segundo internautas, com a imagem, o presidente pretende passar uma imagem de “povão”.

O vídeo foi compartilhado por assessores diretos como o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que apagou o post após a má repercussão, e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

Com informações do Saiba Mais


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