GONÇALVES CRITICA JOSÉ AGRIPINO SOBRE DITADURA NO BRASIL: “ESTÁ SE LIXANDO”

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A alegada falta de liberdade de expressão é um dos principais argumentos da direita brasileira para validar a afirmação de que o país vive uma “ditatura da toga”, onde punições desproporcionais são impostas pelo Judiciário a quem vai de encontro ao Governo Lula e ao STF.

O ex-senador José Agripino, presidente do União Brasil no RN, maior partido de centro do país, não concorda que existe uma ditadura no Brasil. Pelo contrário, a liderança afirma que existe hoje divergências comuns a todo regime democrático, em que os lados políticos podem expressar suas insatisfações.

Entretanto, para filiados e representantes do PL potiguar, o ex-senador, que fez parte do regime ditatorial no país entre 1964 e 1985, só tem essa visão porque ainda não foi vítima da ditadura atual.

“A partir do momento, sem dúvida, que ele começar a criticar o Governo ou criticar as ações de ministros do STF, que usurpam a função do Poder Legislativo, que não respeitam o devido processo legal, o Estado Democrático de Direito, muito provavelmente ele será outro perseguido político”, afirma o deputado federal Sargento Gonçalves (PL), um dos que participaram de movimento no Congresso Nacional, na semana passada, incluindo a obstrução da pauta e ocupação da mesa diretora da Câmara Federal, pernoitando no local pela inclusão das pautas de anistia aos presos do 8 de janeiro, PEC do Foro Privilegiado e pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes.

De acordo com Sargento Gonçalves, em conversa com o Diário do RN, o posicionamento de Agripino é uma característica do centrão, de “pouco se lixar” para o problema dos outros: “Para quem não faz oposição ao Governo, tudo parece estar dentro da normalidade, sobretudo a turma do centro. Geralmente é aquela história: pouca farinha meu pirão primeiro; estão pouco se lixando para o problema dos outros”.

O deputado do PL avalia que se trata de uma “democracia relativa”. “Se você concorda com o ministro Alexandre Moraes, com outros ministros da Suprema-Corte, com o governo, ou desgoverno, do PT, naturalmente, você não vai ser um perseguido. Agora, se você decidir ocupar uma posição de oposição, uma das características dos regimes ditatoriais é a perseguição dos opositores”, disse o deputado.

Já o presidente do PL em Natal, Coronel Hélio, avalia que o aliado do União Brasil acredita que o país vive em normalidade, o que ele discorda.

“Acredito que a percepção do Senador seja a mesma do presidente do Senado Davi Alcolumbre. O presidente do Senado afirmou que nem com 81 assinaturas aceitaria o pedido de impeachment.

Ou seja, para o Presidente do Senado, que é do União Brasil, todos os presos do 8/1 devem continuar presos e as penas aplicadas foram justas”, diz o Coronel Hélio, em entrevista ao Diário do RN.

Para o pré-candidato ao Senado, a posição do PL, que ele acompanha, é diferente. “Apenas desejo a pacificação através do impeachment do Ministro Alexandre de Moraes e anistia ampla geral e irrestrita. Para mim, a pacificação só virá com a Anistia e com o impeachment”, afirmou.

O coronel, entretanto, não acredita que o posicionamento divergente entre o presidente do União Brasil e o defendido pelo PL possa afetar a relação das duas siglas no Rio Grande do Norte, e tampouco o projeto de formação de frente ampla da oposição potiguar unindo a direita e o Centro.

“São coisas distintas. Existe o cenário nacional e o estadual. Precisamos olhar por prismas diferentes. Será uma decisão do senador Rogério Marinho e do grupo já consolidado, dentre eles o senador Styvenson Valentim (PSDB) e Paulinho Freire (União Brasil)”, defendeu Coronel Hélio.
Na semana passada, Agripino avaliou, em entrevista ao Diário do RN, que a democracia que o país vive permite as divergências que estão ocorrendo, que “são próprias do regime democrático”.

“Não tem ditadura, não vejo ditadura nenhuma, eu vejo um conflito de poderes que se respeitam.

Pelo contrário, o Poder Judiciário tem a sua posição e é respeitada, o Poder Legislativo tem a sua posição, está com conflitos internos e é respeitado, e o Executivo também. A democracia do Brasil está pleníssima”, opinou o ex-senador.

José Agripino, em 1979, aos 34 anos, iniciou sua carreira política ao ser indicado por Lavoisier Maia ao regime militar para assumir a prefeitura de Natal. Em 1985, foi o primeiro governador eleito pelo PDS – Partido Democrático Social, herdeiro direto da Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de sustentação dos militares no Congresso – a romper com a legenda, apoiar Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, contra Paulo Maluf, que era do PDS. Passaram 40 anos desde então.


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MINISTRO ANUNCIA INVESTIMENTOS NO PORTO E SERQUIZ ELOGIA FÁTIMA BEZERRA

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A governadora Fátima Bezerra e o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciaram um conjunto de investimentos estratégicos no Porto de Natal, na manhã de segunda-feira (11), no Terminal Marítimo de Passageiros de Natal. Segundo as autoridades, o objetivo é modernizar o terminal, garantir maior segurança e ampliar a capacidade operacional, com impactos diretos no desenvolvimento econômico, na geração de empregos e no escoamento da produção potiguar.

O presidente da FIERN, Roberto Serquiz, elogiou os trabalhos da governadora Fátima Bezerra: “Ela vem trabalhando na pauta da indústria. A lei da política industrial, superimportante, não é uma política pública de governo, e sim de Estado. O que a governadora está enviando para a Assembleia e à apreciação dos deputados é exatamente o que permitirá que as potencialidades do Rio Grande do Norte, em diversas regiões e com uma economia diversificada, possam ser organizadas e priorizadas.”

Entre as ações previstas estão a dragagem do canal de acesso ao porto, o lançamento do edital para a instalação dos dolfins de atracação na Ponte Newton Navarro e a assinatura da ordem de serviço para a reforma de armazéns e galpões logísticos.

Durante a cerimônia, também será assinado o termo de compromisso para a execução do projeto e implantação do Porto Verde, no município de Caiçara do Norte. A iniciativa será viabilizada por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) e contempla estudos técnicos para o desenvolvimento logístico sustentável do Estado. O empreendimento inclui soluções para energia eólica offshore, produção de hidrogênio verde e uso industrial diversificado, alinhando-se às diretrizes ambientais e à transição energética global.

Nos últimos três anos, o Rio Grande do Norte movimentou mais de 23,4 milhões de toneladas em cargas, sendo 14,6 milhões via portos públicos e 10,4 milhões por terminais autorizados. De acordo com o governo, os investimentos totalizam R$ 130 milhões.


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FAUSTÃO É EXTUBADO E SEGUE INTERNADO, CONFIRMA ASSESSORIA DO APRESENTADOR

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Fausto Silva, o Faustão, se recupera bem e foi extubado neste sábado (9), segundo a assessoria de imprensa do apresentador.

As informações foram divulgadas pelo jornalista Flavio Ricco, do portal Leo Dias. Depois de duas cirurgias de transplante na última semana, de fígado e rim, o apresentador recebeu visitas de seus três filhos  — Lara, João e Rodrigo — neste domingo (10), dia dos pais.

O apresentador está internado no Einstein Hospital Israelita, na capital paulista, desde o dia 21 de maio deste ano devido a uma infecção bacteriana aguda, conforme o boletim médico divulgado na noite de quinta-feira (7).

A infecção foi caracterizada como “sepse” pelos médicos, quando há um conjunto de manifestações graves no paciente que podem levar a disfunção dos órgãos — potencialmente fatal.

A sepse acontece quando o corpo reage de forma exagerada a uma infecção. Há liberação de substâncias químicas que desencadeiam uma inflamação generalizada capaz de danificar seus próprios tecidos e órgãos.

*Com informações da CNN


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MORRE MIGUEL URIBE, PRÉ-CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA COLÔMBIA BALEADO DURANTE DISCURSO

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O senador e pré-candidato à presidência da Colômbia Miguel Uribe, vítima de um atentado em junho durante comício em Bogotá, morreu nesta segunda-feira (11) após mais de dois meses lutando pela vida, afirmou sua esposa, Maria Claudia Tarazona.

Uribe, de 39 anos, era senador de oposição ao atual governo e um dos favoritos na corrida eleitoral colombiana. O senador também era neto de um ex-presidente e filho de uma jornalista sequestrada e assassinada pelo Cartel de Medellín. Além da esposa, Miguel Uribe deixa um filho. 

O senador foi baleado duas vezes na cabeça e uma na perna na noite de 7 de junho enquanto discursava em um evento de rua na capital colombiana, em meio ao crescimento de atos políticos visando as próximas eleições presidenciais na Colômbia, marcadas para março de 2026. 

O atentado a Uribe foi o primeiro de uma onda de ataques ocorridos na Colômbia nos últimos meses e reviveram o fantasma da violência política no país dos anos 1990. Na época, três candidatos à presidência foram assassinados durante a campanha eleitoral.

Desde o atentado, Uribe estava internado no Fundação Santa Fé de Bogotá. Ele estava à beira da morte e foi estabilizado após diversas cirurgias e intervenções. No entanto, Uribe “regrediu à condição crítica devido a um episódio de hemorragia no sistema nervoso central”, segundo boletim do hospital no sábado (9). Ele foi submetido a uma cirurgia de emergência e precisou voltar a ser sedado, segundo o hospital.

“O mal destrói tudo, mataram a esperança. Que a luta de Miguel seja uma luz que ilumine o caminho correto da Colômbia”, lamentou o ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, líder do partido Centro Democrático, ao qual Uribe era filiado.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, exigiu justiça após a confirmação da morte de Uribe. “Os Estados Unidos se solidarizam com sua família e com o povo colombiano, tanto no luto quanto na exigência de justiça contra os responsáveis”, escreveu Rubio no X.

Trajetória

Miguel Uribe Turbay tinha 39 anos e era senador e pré-candidato à presidência da Colômbia. Uribe foi o parlamentar mais votado nas eleições de 2022.

Miguel Uribe é filho de Diana Turbay, que foi sequestrada e assassinada em 1991 por narcotraficantes que trabalhavam para Pablo Escobar, quando Uribe tinha apenas cinco anos. O caso foi retratado no livro “Notícias de um Sequestro”, do escritor e jornalista colombiano Gabriel García Márquez, que foi laureado pelo Nobel de Literatura em 1982 pelo conjunto de sua obra.

Miguel faz parte do partido de direita Centro Democrático, liderado por Álvaro Uribe. Apesar do sobrenome semelhante, os dois políticos não possuem laços familiares.

Contudo, Miguel Uribe é neto de Julio César Turbay Ayala, que foi presidente da Colômbia de 1978 a 1982.

Ataque

O ataque aconteceu durante um evento de campanha em um parque no bairro Fontinbón, em Bogotá.

Homens armados atiraram pelas costas do político, segundo um comunicado do partido de Uribe, o Centro Democrático. Imagens que circulam nas redes sociais mostram Uribe coberto de sangue e sendo socorrido por apoiadores.

A Procuradoria-Geral, responsável pela investigação do atentado, informou que o senador foi atingido por dois tiros e que outras duas pessoas também ficaram feridas. No local do ataque, um adolescente de 15 anos foi apreendido com uma arma de fogo.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, ordenou a abertura de investigações sobre o caso.

O governo colombiano condenou o ataque:

“O Governo Nacional condena de forma categórica e veemente o ataque que recentemente visou o Senador Miguel Uribe Turbay. Este ato de violência constitui um atentado não apenas à integridade pessoal do senador, mas também à democracia, à liberdade de pensamento e ao exercício legítimo da política na Colômbia”, diz a publicação no X.

“Um ato de violência inaceitável”, escreveu o partido Centro Democrático.

Em nota, o Itamaraty lamentou o episódio e disse que o governo brasileiro repudia “qualquer forma de violência”.

“O governo brasileiro condena firmemente o ataque contra o senador Miguel Uribe Turbay, em Bogotá, na Colômbia, no final da tarde de ontem (7). O Brasil saúda a pronta detenção do suspeito pelas autoridades colombianas e confia na plena apuração do caso”, disse o Itamaraty, em comunicado.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, também condenou o atentado: “Os Estados Unidos condenam nos termos mais fortes possíveis a tentativa de assassinato do senador colombiano Miguel Uribe, que foi baleado em Bogotá neste sábado”.

Nos últimos 50 anos, ocorreram três atentados fatais contra candidatos presidenciais na Colômbia. Em 1989, Luiz Carlos Galán, que disputava as eleições pelo Partido Liberal Colombiano; em 1990, contra Bernardo Jaramillo Ossa e Carlos Pizarro Leongómez, fora as tentativas de assassinato do ex-presidente colombiano Álvaro Uribe.

*Com informações do g1


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ATAQUE DE ISRAEL EM GAZA MATA CINCO JORNALISTAS DA AL JAZEERA

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Um bombardeio israelense em Gaza matou cinco jornalistas da Al Jazeera, conforme anunciou a emissora. De acordo com o comunicado, as vítimas foram dois correspondentes e três cinegrafistas. O ataque, que deixou ao todo sete mortos, foi direcionado a uma tenda para jornalistas do lado de fora do portão principal do hospital da Cidade de Gaza e ocorreu neste domingo (10).

Entre os mortos, está o jornalista Anas Al-Sharif, de 28 anos. Segundo a emissora, o correspondente cobria amplamente o norte de Gaza. Na nota, a Al Jazeera citou o fato dela ter denunciado recentemente o exército de Israel por “campanha de incitação” contra seus correspondentes na Faixa de Gaza, incluindo, principalmente, Al-Sharif.

Além dele, também foram mortos o correspondente Mohammed Qreiqeh e os cinegrafistas Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa.

Em uma publicação no X (antigo Twitter), o exército israelense acusou, sem provas, Al-Sharif de ser líder de uma célula do grupo Hamas e de ter lançado ataques com foguetes contra civis e tropas do exército israelense.

A Al Jazeera negou veementemente as acusações e, em julho, a Relatora Especial da Organização das Nações Unidas para a Liberdade de Opinião e Expressão, Irene Khan, afirmou estar “profundamente alarmada” pelas repetidas acusações feitas pelo exército israelense contra Al-Sharif.

“As preocupações com a segurança de Al-Sharif são bem-fundadas, pois há evidências crescentes de que jornalistas em Gaza têm sido alvejados e mortos pelo exército israelense com base em alegações não comprovadas de que eram terroristas do Hamas”, afirmou a relatora da ONU.

Segundo a Al Jazeera, o exército de Israel já matou mais de 200 jornalistas desde o início dos bombardeios. Ainda em julho, a agência de notícias francesa AFP emitiu um comunicado alertando para a situação de seus correspondentes em Gaza, os quais sofrem graves quadros de desnutrição que, em alguns casos, os impediam de trabalhar.

Em uma última mensagem escrita em 6 de abril com o objetivo de ser publicada no dia de sua eventual morte, Al-Sharif escreveu que “apesar da dor, nunca hesitei em transmitir a verdade como ela é, sem distorção ou deturpação, na esperança de que Deus testemunhasse aqueles que se calaram, aqueles que aceitaram a nossa morte e aqueles que nos sufocaram.”

Na publicação, ele também expressou a tristeza de deixar a esposa, Bayan, e de não ver os filhos, Salah e Sham, crescerem.

*Com informações da AFP e da Al Jazeera


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UM FILHO COM MEDO, MAS CHEIO DE CORAGEM: HENRIQUE RELEMBRA DITADURA MILITAR

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O ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, avaliou como “uma das noites mais tristes da história do Congresso Nacional” os acontecimentos que marcaram esta semana em Brasília, especialmente a noite e madrugada entre quarta-feira (06) e quinta-feira (07). Em conversa com o Diário do RN, ele criticou a radicalização, defendeu o respeito ao resultado das urnas e destacou a importância da imprensa livre, afirmando que “a democracia vai vencer tudo isso”.

As declarações acontecem no ápice de uma crise que tomou conta do Legislativo entre terça e quinta-feira. Na terça (5), o Congresso foi palco de um protesto de parlamentares bolsonaristas que, com fitas adesivas sobre a boca, acusaram censura e cerceamento da liberdade de expressão. No mesmo dia, a pauta do plenário foi tomada por debates acalorados e tentativas de acelerar projetos de interesse político do bolsonarismo. Na quarta (6) e na madrugada desta quinta (7), o clima se agravou. Sessões prolongadas durante a noite e manobras regimentais expuseram uma disputa de poder entre Câmara e Senado, com parlamentares assumindo temporariamente funções das mesas diretoras.

“Eu estive lá por 44 anos. Onze mandatos. Fui presidente da Câmara. Fui líder de bancada por sete anos seguidos, vice-líder por 12. Vivi a ditadura com muito aprendizado. E quando vejo a Câmara de ontem, aquele espetáculo deles sentarem à mesa, atravessarem a noite, usurparem o poder do presidente do Senado, do presidente da Câmara… Que casa do povo brasileiro é esta?

Que parlamento é este? Eu pensei que era para discutir segurança nacional, a isenção do imposto de renda até cinco salários mínimos, a crise climática, mas não, é uma coisa insana e absurda! ”, pontua Henrique.

O ex-deputado disse nunca ter enfrentado algo semelhante quando comandou a Casa, lembrando apenas de um incidente com a invasão de indígenas, resolvido com interrupção da sessão e diálogo. Para ele, o momento é grave e marcado pela “polarização e radicalização” de ambos os lados.

“Critico os dois extremos. A esquerda precisa reconhecer que não ganhou sozinha. Foi ao segundo turno com muita dificuldade, e quem decidiu foi o centro democrático, que optou pela democracia. O povo brasileiro não quer isso, quer paz, quer respeito”, afirmou.

O pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que é uma das exigências da oposição, é considerado por Alves como uma articulação apenas para satisfazer setores radicais e mobilizar a militância da extrema direita. No entanto, não deverá ser concretizado.

“Pode ter 41, 51 ou 81 assinaturas, Davi Alcolumbre não vai pautar. Essa extrema direita quer o impeachment de Moraes, tirar Lula, derrubar ministros, anistia plena, geral e irrestrita como se o país não tivesse leis! ”, observa.

Henrique também rechaçou a anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, outro projeto motivador da pressão dos bolsonaristas no movimento deflagrado nesta semana. Henrique concorda que os processos que estão em curso seguem os trâmites democráticos e defende a postura de Alexandre de Moraes.

“[Pedir anistia] É uma violência à lei. Já há processos em curso, provas registradas, direito de defesa garantido. Não dá para simplesmente zerar tudo. O Brasil não pode perder sua seriedade perante o mundo, sua Constituição, sua tradição. Não é possível vivermos isso. Falam muito do Alexandre de Moraes, mas cada um deveria pensar: se não fosse ele, será que hoje não teríamos uma ditadura militar? Todo mundo sabe que houve tentativa de golpe, que começou entre 15 e 20 de dezembro. Dois militares não aceitaram, o plano recuou. Iria vir o golpe, o 8 de janeiro foi o desabafo, o desespero”, analisa.

O ex-presidente da Câmara avaliou ainda o papel dos atuais líderes do Legislativo, dizendo que Hugo Motta “está cercado de pressão, mas como nordestino, vai se safar”, e que Davi Alcolumbre é mais experiente e “trata com mais tranquilidade” a crise.

José Agripino
Durante conversa com o Diário do RN, Henrique fez elogios a declarações do ex-senador José Agripino Maia, seu adversário histórico.

“É inegável o talento político, a inteligência e a experiência humana do ex-senador José Agripino. Fui aprendendo a compreender, com temperança e fraternidade. Ele e Garibaldi fazem falta no cenário federal. O que ele estaria fazendo hoje no Congresso, articulando, costurando, construindo. Mas não temos mais os Agripinos nem os Garibaldis no Congresso Nacional”, lamenta, relembrando também o primo e outrora aliado Garibaldi Alves Filho (MDB), ex-senador e ex-governador.

Ele se refere à fala do ex-senador publicada no Diário do RN nesta quinta-feira (07). Segundo Agripino, ‘não tem ditadura no Brasil, há um conflito de poderes que se respeitam. Pelo contrário, o Poder Judiciário tem a sua posição e é respeitada, o Poder Legislativo tem a sua posição, está com conflitos internos e é respeitado, e o Executivo também. A democracia do Brasil está pleníssima”.

Rogério Marinho
Questionado sobre a postura do senador Rogério Marinho (PL), líder da oposição no Senado, e um dos principais agitadores da mobilização pelo impeachment de Alexandre de Moraes, pela anistia e pela PEC do foro privilegiado, Henrique não se referiu diretamente a ele. Entretanto, em tom de lamento, relembrou a postura do avô de Marinho, e a disputa saudável contra Aluízio Alves.

“Djalma Marinho, uma pessoa tão respeitável… Meu pai foi candidato a governador contra ele, um encontro respeitado, profundamente respeitado, não se fazia uma crítica, uma disputa limpa, correta, voto a voto. Foi adversário do meu pai, Aluízio, e eu o enfrentei politicamente depois. Mas sempre com respeito”, relembra.

Reiterando que é preciso respeitar o resultado das eleições, Henrique relembra seu pai, Aluízio Alves e Ullysses Guimarães: “Temos que aceitar as derrotas e aprender com elas. Quem viveu a ditadura, mesmo à distância, precisa deixar claro: ditadura nunca mais. Temos que ter ódio e nojo da ditadura”.


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HENRIQUE AVALIA OCUPAÇÃO: “A NOITE MAIS TRISTE DA HISTÓRIA DO CONGRESSO”

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O ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, avaliou como “uma das noites mais tristes da história do Congresso Nacional” os acontecimentos que marcaram esta semana em Brasília, especialmente a noite e madrugada entre quarta-feira (06) e quinta-feira (07). Em conversa com o Diário do RN, ele criticou a radicalização, defendeu o respeito ao resultado das urnas e destacou a importância da imprensa livre, afirmando que “a democracia vai vencer tudo isso”.

As declarações acontecem no ápice de uma crise que tomou conta do Legislativo entre terça e quinta-feira. Na terça (5), o Congresso foi palco de um protesto de parlamentares bolsonaristas que, com fitas adesivas sobre a boca, acusaram censura e cerceamento da liberdade de expressão. No mesmo dia, a pauta do plenário foi tomada por debates acalorados e tentativas de acelerar projetos de interesse político do bolsonarismo. Na quarta (6) e na madrugada desta quinta (7), o clima se agravou. Sessões prolongadas durante a noite e manobras regimentais expuseram uma disputa de poder entre Câmara e Senado, com parlamentares assumindo temporariamente funções das mesas diretoras.

“Eu estive lá por 44 anos. Onze mandatos. Fui presidente da Câmara. Fui líder de bancada por sete anos seguidos, vice-líder por 12. Vivi a ditadura com muito aprendizado. E quando vejo a Câmara de ontem, aquele espetáculo deles sentarem à mesa, atravessarem a noite, usurparem o poder do presidente do Senado, do presidente da Câmara… Que casa do povo brasileiro é esta?

Que parlamento é este? Eu pensei que era para discutir segurança nacional, a isenção do imposto de renda até cinco salários mínimos, a crise climática, mas não, é uma coisa insana e absurda! ”, pontua Henrique.

O ex-deputado disse nunca ter enfrentado algo semelhante quando comandou a Casa, lembrando apenas de um incidente com a invasão de indígenas, resolvido com interrupção da sessão e diálogo. Para ele, o momento é grave e marcado pela “polarização e radicalização” de ambos os lados.

“Critico os dois extremos. A esquerda precisa reconhecer que não ganhou sozinha. Foi ao segundo turno com muita dificuldade, e quem decidiu foi o centro democrático, que optou pela democracia. O povo brasileiro não quer isso, quer paz, quer respeito”, afirmou.

O pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que é uma das exigências da oposição, é considerado por Alves como uma articulação apenas para satisfazer setores radicais e mobilizar a militância da extrema direita. No entanto, não deverá ser concretizado.

“Pode ter 41, 51 ou 81 assinaturas, Davi Alcolumbre não vai pautar. Essa extrema direita quer o impeachment de Moraes, tirar Lula, derrubar ministros, anistia plena, geral e irrestrita como se o país não tivesse leis! ”, observa.

Henrique também rechaçou a anistia ampla aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro, outro projeto motivador da pressão dos bolsonaristas no movimento deflagrado nesta semana. Henrique concorda que os processos que estão em curso seguem os trâmites democráticos e defende a postura de Alexandre de Moraes.

“[Pedir anistia] É uma violência à lei. Já há processos em curso, provas registradas, direito de defesa garantido. Não dá para simplesmente zerar tudo. O Brasil não pode perder sua seriedade perante o mundo, sua Constituição, sua tradição. Não é possível vivermos isso. Falam muito do Alexandre de Moraes, mas cada um deveria pensar: se não fosse ele, será que hoje não teríamos uma ditadura militar? Todo mundo sabe que houve tentativa de golpe, que começou entre 15 e 20 de dezembro. Dois militares não aceitaram, o plano recuou. Iria vir o golpe, o 8 de janeiro foi o desabafo, o desespero”, analisa.

O ex-presidente da Câmara avaliou ainda o papel dos atuais líderes do Legislativo, dizendo que Hugo Motta “está cercado de pressão, mas como nordestino, vai se safar”, e que Davi Alcolumbre é mais experiente e “trata com mais tranquilidade” a crise.

José Agripino
Durante conversa com o Diário do RN, Henrique fez elogios a declarações do ex-senador José Agripino Maia, seu adversário histórico.

“É inegável o talento político, a inteligência e a experiência humana do ex-senador José Agripino. Fui aprendendo a compreender, com temperança e fraternidade. Ele e Garibaldi fazem falta no cenário federal. O que ele estaria fazendo hoje no Congresso, articulando, costurando, construindo. Mas não temos mais os Agripinos nem os Garibaldis no Congresso Nacional”, lamenta, relembrando também o primo e outrora aliado Garibaldi Alves Filho (MDB), ex-senador e ex-governador.

Ele se refere à fala do ex-senador publicada no Diário do RN nesta quinta-feira (07). Segundo Agripino, ‘não tem ditadura no Brasil, há um conflito de poderes que se respeitam. Pelo contrário, o Poder Judiciário tem a sua posição e é respeitada, o Poder Legislativo tem a sua posição, está com conflitos internos e é respeitado, e o Executivo também. A democracia do Brasil está pleníssima”.

Rogério Marinho
Questionado sobre a postura do senador Rogério Marinho (PL), líder da oposição no Senado, e um dos principais agitadores da mobilização pelo impeachment de Alexandre de Moraes, pela anistia e pela PEC do foro privilegiado, Henrique não se referiu diretamente a ele. Entretanto, em tom de lamento, relembrou a postura do avô de Marinho, e a disputa saudável contra Aluízio Alves.

“Djalma Marinho, uma pessoa tão respeitável… Meu pai foi candidato a governador contra ele, um encontro respeitado, profundamente respeitado, não se fazia uma crítica, uma disputa limpa, correta, voto a voto. Foi adversário do meu pai, Aluízio, e eu o enfrentei politicamente depois. Mas sempre com respeito”, relembra.

Reiterando que é preciso respeitar o resultado das eleições, Henrique relembra seu pai, Aluízio Alves e Ullysses Guimarães: “Temos que aceitar as derrotas e aprender com elas. Quem viveu a ditadura, mesmo à distância, precisa deixar claro: ditadura nunca mais. Temos que ter ódio e nojo da ditadura”.


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IELMO MARINHO DESVALORIZA EDUCAÇÃO E NÃO REPASSA O MÍNIMO EXIGIDO PELA LEGISLAÇÃO

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Dados recentes divulgados pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE-RN) acenderam o alerta sobre a situação dos investimentos em educação nos municípios do interior potiguar. De acordo com o Painel de Fiscalização da Educação, atualizado neste primeiro semestre, diversas prefeituras não estão cumprindo os percentuais mínimos exigidos por lei para aplicação de recursos na área.

O município de Ielmo Marinho é um dos casos destacados. Segundo o levantamento, após quatro meses do início do ano letivo, a prefeitura investiu apenas 18,15% da receita proveniente de impostos na educação, valor bem abaixo dos 25% exigidos constitucionalmente. A situação fere diretamente a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a Constituição Federal.

Outro ponto crítico está no uso dos recursos do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). A legislação determina que no mínimo 70% desses recursos devem ser destinados à remuneração dos profissionais da educação básica em efetivo exercício, porém, em Ielmo Marinho, o percentual aplicado até agora foi de 63,47%, também abaixo do mínimo legal.


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DR. TADEU ACUMULA QUASE R$ 12 MILHÕES EM DÍVIDAS EM CAICÓ EM 06 MESES DE 2025

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O Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO) do primeiro semestre de 2025 revelou um cenário preocupante nas finanças da Prefeitura de Caicó, sob a gestão do prefeito Dr. Tadeu.

Em apenas seis meses, a atual administração municipal empenhou R$ 202.973.426,91, liquidou R$ 130.838.865,52 e pagou efetivamente apenas R$ 118.843.605,39.

A diferença entre o valor liquidado e o valor efetivamente pago gerou um acúmulo de R$ 11.995.260,00 em restos a pagar, ou seja, compromissos assumidos com fornecedores e prestadores de serviços que não foram honrados até o final do semestre.

Contudo, o problema não é novo. O relatório orçamentário referente a 2024, último ano do primeiro mandato do prefeito Dr. Tadeu, também aponta um déficit fiscal significativo. Naquele período, foram empenhados R$ 256.743.888,96, liquidados R$ 249.457.202,35 e pagos R$ 239.712.024,04, uma diferença de R$ 9.745.178,31 em despesas liquidadas, mas não pagas.

Despesa com pessoal ultrapassa limite legal
Outro dado que chama atenção na gestão municipal em Caicó é a despesa com pessoal. No segundo bimestre de 2025, a Prefeitura ultrapassou o limite prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, comprometendo 54,01% da receita corrente líquida com gastos em pessoal. O valor consolidado chegou a cerca de R$ 138 milhões.

Esse percentual está acima do limite recomendado de 54%, o que indica pressão financeira elevada sobre as contas públicas e reduz a margem para investimentos e pagamento de outras despesas essenciais.


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AGOSTO LILÁS TERÁ AÇÕES DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER E ACOLHIMENTO

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O Agosto Lilás é uma campanha nacional de conscientização e enfrentamento à violência contra a mulher. A programação em Natal foi lançada nesta quarta-feira (06), com uma cerimônia realizada no Salão Nobre do Palácio Felipe Camarão. Coordenada pela Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres (Semul), a iniciativa prevê, ao longo do mês, uma série de ações de formação, mobilização social, atividades culturais e articulação da rede de atendimento — com destaque para a realização do 4º Fórum da Rede de Atendimento à Mulher Vítima de Violência de Natal. Este ano, o evento tem como tema “Denunciar é um direito. Acolher é um dever de todos”, reforçando a importância do engajamento coletivo no combate à violência de gênero.

Durante o lançamento, o prefeito Paulinho Freire destacou a atuação permanente da gestão municipal no enfrentamento contínuo à violência contra a mulher. “Essa é uma causa que exige nosso compromisso permanente. A nossa gestão tem ampliado suas ações para além do mês de agosto, com campanhas de conscientização e fortalecimento da rede de apoio. Casos como o de Juliana, que chocaram a cidade recentemente, mostram que precisamos continuar atuando com firmeza na prevenção e no acolhimento. Nada justifica a violência, e é dever de todos garantir que as vítimas tenham acesso à denúncia e ao suporte necessário”, afirmou.

Em sua fala, o prefeito também destacou os equipamentos públicos disponíveis no município para oferecer acolhimento às mulheres em situação de risco: “Em Natal, contamos com estruturas como o Centro de Referência Elizabeth Nasser, a Patrulha Maria da Penha e a Casa Abrigo Clara Camarão, que oferecem atendimento gratuito, sigiloso e humanizado. Esses equipamentos são fundamentais para garantir que nenhuma mulher esteja sozinha diante da violência. ”

A secretária da Semul, Andrea Dias, destacou o papel central da campanha e o olhar atento da Prefeitura com a vida das mulheres: “Agosto é um mês de mobilização nacional, que marca os 19 anos da Lei Maria da Penha e destaca o enfrentamento à violência contra as mulheres. Sob a liderança sensível e comprometida do prefeito Paulinho Freire, Natal tem avançado com seriedade na estruturação das políticas públicas para as mulheres. ”

A vice-prefeita Joanna Guerra ressaltou a importância de garantir a presença feminina nos espaços de poder como forma de transformação social: “Como vice-prefeita, sinto a responsabilidade de abrir caminhos para que outras mulheres possam ocupar espaços de liderança, com voz ativa e participação real. Não há democracia plena sem igualdade de gênero.

Uma sociedade só é verdadeiramente livre quando as mulheres têm autonomia para viver, decidir e liderar. ”

Representando a Associação de Moda Potiguar, Débora Souza falou sobre a necessidade de manter acesa a chama da conscientização durante todo o ano: “A luta contra a violência não se limita ao mês de agosto, ela precisa acontecer o ano inteiro. Casos como os de Juliana, Anália e Zaira mostram que essa realidade ainda persiste e que não podemos deixar essa chama se apagar. ”

Compondo a frente de honra do evento, também estiveram presentes a vereadora e presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Mulher, Brisa Bracchi; a deputada estadual Cristiane Dantas, da Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa; a doutora Fátima Soares, representando o Tribunal de Justiça; e a vereadora licenciada e atual secretária municipal da Semtas, Nina Souza.


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DO MARCO DE TOUROS AOS DIAS ATUAIS, 524 ANOS DE RIO GRANDE DO NORTE

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Câmara Cascudo, maior cajueiro do mundo, bordados do Seridó, camarão, sal. Nesta quinta-feira, 7 de agosto, o Rio Grande do Norte celebra 524 anos com muitas referências, histórias para contar e também muitos desafios. “Uma multiplicidade muito grande de atividades. É um estado em termos territoriais relativamente pequeno, mas grande na diversidade de riquezas. Um ponto geográfico importante, no contexto do mapa do Brasil e da América do Sul”, afirmou Alberto Cortez, integrante do quadro diretivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte.

O profissional está há anos no órgão que é responsável por zelar coleções museológicas, documentais e bibliográficas referentes à história e cultura do estado, “historicamente (RN) começou com a cana de açúcar, em seguida, o adentramento nas terras interiores, que eu destacaria aqui pelo mérito, o Seridó Potiguar”. A região possui características culturais e geográficas únicas se comparadas a outras sendo bastante procurada pelo turismo gastronômico, de eventos, esportes, além de ser reconhecida pela Unesco fazendo parte do Geoparque Seridó, que se refere às potencialidades geológicas. “Diz-se até que existe uma cultura do Seridó. A pecuária, por exemplo, foi importantíssima no desenvolvimento, não só do território norte-rio-grandense, mas como também foi uma atividade que deu suporte significativo à zona canavieira, de produção de cana de açúcar”, explicou.

“Nós ainda hoje somos os grandes produtores de camarão e sal do Brasil. E temos Macau, aquela maravilha de cidade, e Areia Branca, que se destacam como produtores de sal. E em pontos diversos do interior do estado, você vê a ocorrência de minerais. Currais Novos, por exemplo, com a extração do ouro e scheelita”, detalhou. Para ele, o Rio Grande do Norte tem amplas possibilidades de se destacar no atual cenário socioeconômico nacional e internacional. “temos boas escolas, e escola é fundamental para isso”.

Ele finalizou destacando as potencialidades como a energia solar e eólica. “Nós temos que acreditar que o estado, dentro de mais alguns anos, será mais próspero, desenvolvido. O Rio Grande do Norte merece ser feliz.”

Porquê 7 de agosto?
A data, aprovada no dia 30 de maio de 2000, estabelecida pela Lei estadual 7.831, remete ao dia em que o Marco de Touros, símbolo da colonização portuguesa, foi implantado no Rio Grande do Norte, em 7 de agosto de 1501, segundo explicam os historiadores, o que coloca o estado como o primeiro ponto efetivo de colonização portuguesa, uma vez que o marco em Porto Seguro só teria sido colocado aproximadamente dois anos depois.

História e números
A história potiguar remonta à ocupação indígena pré-colonial, seguida por invasões estrangeiras, principalmente de franceses e holandeses. Tornou-se capitania em 1535, província em 1822 com a independência do Brasil, e estado em 1889 com a proclamação da república. Sua posição geográfica estratégica — o ponto mais próximo da Europa e da África no continente sul-americano — lhe confere relevância geopolítica e econômica. O litoral de aproximadamente 400 km atrai turismo e investimentos, enquanto a produção de sal, concentrada no semiárido do litoral norte, representa mais de 95% da produção nacional. Na bandeira do Brasil, o RN é simbolizado pela estrela Shaula, da constelação de Escorpião.

O Rio Grande do Norte, está localizado no extremo nordeste do Brasil, e é um dos 27 estados da federação, com área de 52.809,6 km², pouco maior que a Costa Rica e dividido em 167 municípios. Faz fronteira com o Oceano Atlântico ao norte e leste, a Paraíba ao sul e o Ceará a oeste. Com população superior a 3,3 milhões de habitantes, destaca-se na Região Nordeste por possuir o segundo melhor IDH, a maior renda per capita e a melhor expectativa de vida do Norte-Nordeste, com média de 76 anos.


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“CÚMPLICES DO GOLPE”, DIZ DEPUTADO MINEIRO SOBRE OPOSIÇÃO POTIGUAR

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Já passa de 48 horas a ocupação dos deputados na Câmara Federal e no Senado em movimento pró-Bolsonaro. A mobilização, liderada por parlamentares da oposição, busca paralisar as votações como forma de protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o descumprimento de medidas restritivas.

Para o deputado Fernando Mineiro (PT-RN), a atuação da oposição não apenas remete ao passado recente, mas reitera o alinhamento com o que ele chama de “projeto golpista”.

“Mais do que cúmplices do golpe de 8/01/23, são membros ativos que buscam a retomada do golpe que fracassou. É a tentativa de continuidade do movimento golpista. Colocam o interesse da família Bolsonaro acima dos interesses do país. Querem proteger Bolsonaro do julgamento e, para isso, articulam ações antipatrióticas contra a economia nacional e tentam paralisar o parlamento”, disse.

Mineiro ressaltou que a obstrução impede o avanço de matérias consideradas essenciais: “A paralisação do Congresso objetiva impedir aprovação de projetos importantes para a sociedade brasileira como a isenção do Imposto de Renda, a PEC da Segurança, a taxação BBB (bets, bancos e bilionários), o Plano Nacional de Educação, entre outros”, completou.

A deputada Natália Bonavides (PT-RN) também criticou duramente o movimento. Ela ressalta que o movimento da oposição faz a opção por um nome em detrimento de milhões de brasileiros.

“A movimentação da oposição, quando tenta travar a pauta e obstruir o trabalho do Congresso, tem um único objetivo: salvar o seu líder, Jair Bolsonaro. Eles se juntaram para pedir que Bolsonaro tenha o direito de descumprir decisões judiciais. Quem pede anistia nesse caso quer que aqueles que tentaram contra a democracia e que planejaram a morte do presidente Lula não sejam punidos por esses crimes. Eles escolheram Bolsonaro no lugar do Brasil”, afirmou.

Segundo a parlamentar, a decisão do STF foi um marco de que não há imunidade absoluta no país: “Ao determinar a prisão, o STF mostrou que ninguém está acima da lei no nosso país e que Jair Bolsonaro não pode fazer o que bem quer, sem responder pelos seus atos”.

Deputados potiguares que usaram vendas na boca defendem “a paz”

Dos oito deputados federais da bancada potiguar, três integraram o protesto que iniciou nesta terça-feira (5) com fitas adesivas nas bocas, em um ato simbólico contra o que denominam de censura: Sargento Gonçalves (PL), General Girão (PL) e Carla Dickson (UB). Deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pernoitaram no plenário da Câmara, em Brasília, na noite de terça (5) e madrugada de quarta (6), se revezando em turnos, para protestar contra a prisão de Bolsonaro e pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

O deputado General Girão avalia que o movimento que o Brasil acompanha hoje iniciou em 2023.

“Importante destacar que estamos sendo desrespeitados desde a perda do mandato do deputado Deltan Dallagnol e da prisão do deputado Daniel Silveira. Mais recentemente, fomos desrespeitados com a quebra da nossa votação em relação ao IOF. É mais do que claro que o STF tem extrapolado as competências que a ele cabem”, afirma o parlamentar, que cobra do presidente da Câmara Federal, Hugo Motta (Republicanos) o cumprimento de compromisso firmado quando se candidatou ao cargo.

“Na Câmara, o projeto da anistia ampla, geral e restrita era um compromisso básico do deputado Hugo Mota. Após eleito, ele falhou com a promessa. São diversos pontos que nos levam à obstrução das Mesas no Congresso. Indiscutivelmente, as injustiças cometidas contra Bolsonaro aqueceram essas relações institucionais. É um absurdo!”, protesta o parlamentar.

O parlamentar defendeu que o direito à pauta seja equilibrado. Ele faz um paralelo entre os projetos apresentados pelo governo e base governista e os que são defendidos pela oposição.

“A base do governo Lula tem o direito de pautar as suas demandas livremente, são votadas democraticamente e decididas como tem que ser. Por que as nossas pautas não podem? Estamos protestando! Não podemos ser desrespeitados dessa forma”, afirmou.

O deputado Sargento Gonçalves, que pernoitou no Congresso, afirma que a liberdade é o mote do contexto e pauta prioritária no momento.

“Não existe pauta mais prioritária que a Liberdade do povo brasileiro. Por este motivo, a pauta prioritária, neste momento, é a Anistia, pela Câmara Federal, e o Impeachment do Ministro Alexandre de Moraes, pelo Senado. O país precisa de pacificação e apresentamos um ‘pacote de paz’: Impeachment do Moraes, anistia ampla, geral e irrestrita aos perseguidos políticos, e a PEC do fim do foro privilegiado”, explicou Gonçalves.

“Me diz do que adianta a Câmara Federal, com 513 deputados, e o Senado, com 81 senadores, aprovar um projeto de lei, como foi o caso do PDL que sustou o aumento do IOF, e um único ministro do STF derrubar a decisão. Que democracia é essa?”, questionou o parlamentar.

Para a deputada Carla Dickson, sua participação no protesto se trata de lutar pela vida de inocentes: “O gabinete de Alexandre de Moraes criou provas falsas que permitiram a prisão, julgamento e condenação em massa (o que é proibido pela legislação brasileira) inclusive de pessoas que nem estavam na Esplanada em 8 de janeiro. Sete pessoas já morreram após esse período, vítimas dessa aberração jurídica. Penas desproporcionais estão sendo constantemente aplicadas”, protesta em conversa com o Diário do RN.

A parlamentar concorda com a cobrança a Hugo Motta e defende que a oposição está em seu direito quando obstrui a pauta no Congresso.

“A obstrução é um instrumento legal quando se faz necessário que pautas urgentes sejam priorizadas. Assim a esquerda fez no movimento Lula Livre e a então senadora, e agora governadora Fátima, daqui do RN, fez o mesmo quando queria chamar atenção para suas pautas.

Chegou a comer quentinha na mesa diretora do Senado. Nossa pauta é urgente e o Presidente Hugo Motta vem nos enrolando desde que assumiu a Câmara”, complementa.


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“NÃO TEM DITADURA NO BRASIL; NÃO VEJO DITADURA NENHUMA”, DIZ JOSÉ AGRIPINO AGRIPINO

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“Eu fui o primeiro dos governadores a romper com o meu partido e apoiei o candidato de Aluízio Alves, apoiei o candidato do adversário e depois de mim vieram todos os outros governadores.

Tancredo fez maioria no colégio eleitoral e ganhou a eleição”. Essa é “a história curta” que o ex-senador José Agripino (UB) relembra, em conversa com o Diário do RN, sobre sua presença e participação no processo de redemocratização do país. Ele, que em 1979, aos 34 anos, iniciou sua carreira política ao ser indicado por Lavoisier Maia ao regime militar para assumir a prefeitura de Natal.

O rompimento que Agripino se refere foi em 1985, quando ele foi o primeiro governador eleito pelo PDS – Partido Democrático Social, herdeiro direto da Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de sustentação dos militares no Congresso – a romper com a legenda, apoiar Tancredo Neves no Colégio Eleitoral, contra Paulo Maluf, que era do PDS. Foi um dos fundadores da Frente Liberal, grupo dissidente do governo Figueiredo que indicou José Sarney vice de Tancredo. Mais tarde, o grupo formaria o PFL – Partido da Frente Liberal, pelo qual disputou todas as eleições seguintes, a exceção de 2010, quando o PFL mudou de nome para DEM. A chapa Tancredo e Sarney foi eleita indiretamente, mas o mineiro não chegou a tomar posse e Sarney assumiu o governo e em seguida presidiu a primeira eleição direta para presidente depois da redemocratização. O pleito ocorreu em 1989 e Fernando Collor venceu Lula no segundo turno.
Passados 40 anos, ele avalia a situação que o Brasil vive e não concorda com um dos principais argumentos levados pela oposição, de que o país vive uma ditadura.

“Não tem ditadura, não vejo ditadura nenhuma, eu vejo um conflito de poderes que se respeitam.

Pelo contrário, o Poder Judiciário tem a sua posição e é respeitada, o Poder Legislativo tem a sua posição, está com conflitos internos e é respeitado, e o Executivo também. A democracia do Brasil está pleníssima”, opina o ex-senador.

Segundo ele, a democracia que o país vive permite as divergências que estão ocorrendo, que “são próprias do regime democrático”. O senador reitera que “há divergências fortes”, mas que são “respeitados os poderes individuais dos poderes”.

“É um direito democrático da oposição. Democracia se faz com o governo e com a oposição. A oposição tem os seus instrumentos e o governo tem os seus instrumentos, é o confronto de opiniões que tem que ser respeitado como é respeitado no regime democrático pleno, que é o que a gente está vivendo”, avalia Agripino, sobre o movimento de obstrução da pauta que a oposição vem realizando desde esta terça-feira (05), no Congresso Nacional.

Parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que classificam a decretação da prisão domiciliar do líder político como “perseguição política” e “abuso de autoridade”, ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Além do bloqueio da pauta e de uso de vendas na boca e nos olhos para caracterização de “censura”, exigem pautas prioritárias para votação nas casas legislativas, como anistia, derrubada do foro privilegiado e revogação da prisão de Bolsonaro.

De acordo com Agripino, a prisão do ex-presidente também se configura parte do processo democrático, dando ao réu todo o direito que cabe ao devido processo legal.

“É a decisão da Justiça. A decisão final não é individual, é colegiada, com base em fatos que tem todo o direito de existir e ele tem todo o direito de se defender. E quem vai julgá-lo ao final é um colegiado”, avalia.

O União Brasil, partido que Agripino preside no Rio Grande do Norte e que ocupa quatro ministérios no Governo Lula, junto com o PP – partido com o qual forma a federação União Progressista – anunciou nesta quarta-feira (06) que orientou os parlamentares de suas legendas a não registrarem presença em plenário, caso haja sessão de votação na Câmara e no Senado.

“Medida de Trump é inaceitável”
José Agripino também discorda da taxação imposta pelos Estados Unidos ao Brasil, principalmente por razões políticas.

“Isso é uma coisa inadmissível, não tem cabimento você querer impor opiniões ideológicas com pressões no campo econômico aí extrapola o limite do aceitável. A percepção que a gente tem é que está se impondo uma orientação política ideológica através da pressão econômica”.


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GUAMARÉ PERDE QUASE R$ 50 MILHÕES EM RECEITAS NO 1º SEMESTRE DE 2025

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Dados oficiais do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte (TCE-RN), extraídos do Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) referente ao primeiro semestre de 2025, revelam uma preocupante redução nas receitas da Prefeitura Municipal de Guamaré.

Segundo o levantamento, entre janeiro e junho deste ano, o município arrecadou R$ 108.807.636,19, montante quase R$ 50 milhões inferior ao registrado no mesmo período de 2024, quando a arrecadação somou R$ 156.844.185,52. A variação negativa representa uma queda de 30,6% na receita orçamentária semestral.

Além da retração significativa nas receitas, o cenário se agrava diante da previsão orçamentária fixada para o exercício de 2025, que foi de R$ 219.578.000,00. Com apenas 49,5% do valor previsto arrecadado até o fim do primeiro semestre, a execução orçamentária aponta para um possível déficit ao longo do exercício financeiro, caso não haja recuperação no segundo semestre.

O RREO é um instrumento exigido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e tem por finalidade garantir transparência e controle social sobre a execução das finanças públicas, sendo publicado bimestralmente pelos entes federativos.

Documento oficial do TCE revelam receita recebida pela Prefeitura de Guamaré no primeiro semestre de 2025
Portal do TCE também mostra valor superior em mais de R$ 50 milhões recebidos pelo município em 2024

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SINDICATO DOS SERVIDORES DENUNCIA CALOR NAS SALAS DE AULA DE MOSSORÓ

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O que poderia ser um benefício se tornou um grande problema. A instalação de centrais de ar em escolas sem a estrutura necessária deixou alunos de Mossoró no calor.

A Prefeitura de Mossoró prometeu conforto com a climatização de todas as unidades de ensino sob sua gestão, mas em muitas delas não foi o que ocorreu. A falta de estrutura elétrica e também física está impedindo que muitos alunos estudem em salas climatizadas. Pelo contrário, além de não terem acesso às centrais de ar, eles perderam até os ventiladores que seriam substituídos pelos novos equipamentos.

Foi o caso da Escola Municipal José Benjamin, localizada no bairro Planalto 13 de Maio, na zona leste de Mossoró, na região da UPA do Alto de São Manoel, que está com o seu funcionamento afetado desde o início do ano eletivo 2025 em decorrência de problemas na rede de energia e na estrutura das salas de aula.

“A Escola teve constantes quedas no fornecimento de energia, afetando o funcionamento dos equipamentos elétricos e a rotina diária da unidade. ”, relata um professor sob a condição de anonimato por temer represálias da gestão do prefeito Allyson Bezerra.

Somente no último dia 28 de julho, os problemas com o funcionamento da energia elétrica foram resolvidos com a instalação de um novo quadro de energia e substituição da fiação.

“Foram meses suspendendo às aulas uma vez por semana porque colocaram as centrais de ar sem trocar a fiação. ”, declara uma professora, também sob a condição de anonimato.

E os problemas ainda não foram todos sanados. “O serviço não foi feito da forma correta, algumas salas não foram feitas as vedações dos cobogós e janelas, afetando o funcionamento das centrais de ar e prejudicando a climatização do ambiente. ”, crítica o professor.

O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Mossoró (Sindserpum) afirma que cerca de 90% das escolas não têm estrutura adequada para receber as centrais de ar. “Muitas escolas estão em prédios antigos, com fiação antiga que não comporta a instalação das centrais de ar.”, declara a entidade por meio da assessoria de imprensa.

A Reportagem do Diário do RN entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Educação para ter um posicionamento sobre os problemas citados na matéria, mas não teve retorno até o fechamento desta edição.


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JURISTA ANALISA PRISÃO DE BOLSONARO: “SE FOSSE UM RÉU COMUM, JÁ ESTARIA PRESO”

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A decretação da prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL) nesta semana, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, acentuou ainda mais o embate entre o ex-presidente e o Supremo Tribunal Federal, ao mesmo tempo em que amplia o desconforto diplomático entre o Brasil e os Estados Unidos. A medida foi analisada pelo advogado e professor Olavo Hamilton, que considera haver mais de um fundamento jurídico para a decretação da prisão preventiva, mas observa que o ministro optou por medidas cautelares escalonadas ao invés de enviar o ex-presidente diretamente para uma cadeia pública.

“Se fosse um juiz de primeiro grau e um réu comum que não fosse um político proeminente como é Bolsonaro, já estaria preso em uma cadeia pública, porque teria se enquadrado em mais de um embasamento técnico jurídico legal para a prisão preventiva”, avaliou.

Olavo Hamilton explicou que a prisão domiciliar imposta agora é uma resposta à reincidência no descumprimento das medidas impostas anteriormente por Moraes. Segundo ele, houve ao menos três episódios claros de violação das cautelares e qualquer um deles já justificaria uma prisão preventiva.

“Ficou muito evidente que Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro, por meio de Eduardo, estavam nos Estados Unidos da América, diligenciando no sentido de aplicar sanções ao Brasil e ao magistrado, em razão do processo que corre sobre o golpe de Estado. Esse tipo de situação onde você pressiona o magistrado ou busca prejudicar o magistrado para reverter uma situação jurídica que lhe é desfavorável, é caso de prisão preventiva. Hoje a regra é: se cabe uma prisão preventiva, o juiz deve analisar se existe alguma medida cautelar que possa ser aplicada, que tenha o mesmo efeito da preventiva, ou seja, prevenir que o réu continue praticando aqueles atos”, explicou.

Hamilton relembra que, inicialmente, Moraes aplicou uma cautelar que proibia Bolsonaro de incitar desordem nas redes sociais. Diante do descumprimento, novas medidas foram impostas:
“Bolsonaro descumpriu a primeira medida cautelar, que era no sentido de se abster de promover desordem, a postar nas redes sociais incentivando que as pessoas pressionassem o Poder Judiciário brasileiro. Na medida em que ele descumpriu, Alexandre busca uma nova medida cautelar, que, na opinião dele, seria suficiente – que foi o uso de tornozeleira e determinar que ele se recolhesse em casa depois de determinado horário, às 18h, e nos finais de semana”.

Mesmo assim, houve novo descumprimento: “Mais uma vez, a prisão preventiva poderia ter sido decretada, mas, mais uma vez, Alexandre de Moraes optou por uma medida cautelar diversa da prisão preventiva, que seria o recolhimento em uma penitenciária — aliás, em uma cadeia pública. E aí a medida foi a prisão domiciliar”, afirmou.

O professor também comentou as pressões internacionais promovidas pelo ex-presidente Donald Trump contra o Brasil, em represália ao avanço dos processos judiciais contra Bolsonaro. A análise de Olavo Hamilton revela que o momento vivido pelo país é de risco institucional concreto, em que a insistência de Bolsonaro em desafiar o Judiciário coloca à prova os limites da paciência legal. Ao mesmo tempo, o movimento internacional de apoio político promovido por Trump acirra tensões diplomáticas, ameaça o comércio internacional e testa os pilares da soberania nacional.

“O Brasil é um Estado soberano e tem um Judiciário independente do Executivo. A relação de Donald Trump com o Brasil deve ser uma relação com o Executivo, uma relação diplomática com o Executivo. Jamais poderia ser uma relação direta com o Poder Judiciário ou uma relação direta com o Poder Executivo, tensionando resolver um problema que é típico do Poder Judiciário”, disse.

O advogado Daniel Victor faz avaliação na mesma linha ao Diário do RN. Sob a ótica legal, destacou que o descumprimento reiterado das medidas cautelares justificaria, por si só, a decretação da prisão preventiva. Para ele, a resposta da Justiça tem sido, até aqui, cautelosa.

“Segundo a legislação penal, as medidas cautelares são substitutivas à prisão preventiva.

Portanto, apenas podem ser aplicadas, em tese, quando estiverem presentes os requisitos que também permitem o encarceramento do réu durante o curso do processo”, disse.

Daniel afirma que tanto na decisão que impôs as medidas cautelares iniciais quanto na que determinou a prisão domiciliar, o Supremo Tribunal Federal reconhece que Bolsonaro está atrapalhando a instrução criminal, ao tentar coagir o magistrado responsável pelo processo. Para o jurista, as atitudes do ex-presidente seriam, em qualquer outro caso, suficientes para justificar a prisão preventiva.

“Qualquer cidadão leigo, analisando as medidas cautelares impostas no processo, independentemente de concordar ou não com as restrições estabelecidas, verifica que houve o descumprimento reiterado, justificando a conversão em prisão. Qualquer outro réu já estaria preso há mais tempo, diante da quantidade de agressões já perpetradas pelo réu no curso dessa ação penal”, reitera.

“cautelares são excessivas”, avalia Marcos Araújo
Enquanto parte da comunidade jurídica avalia que há fundamentos sólidos para as medidas impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), há também quem questione sua constitucionalidade. Para o advogado e doutor em Direito Constitucional Marcos Araújo, as medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, inclusive a prisão domiciliar, “não têm guarida no direito constitucional” e ultrapassam os limites do devido processo legal.

Araújo argumenta que as medidas aplicadas por Moraes não se enquadram nos objetivos legais previstos no artigo 319 do Código de Processo Penal, que são impedir novos crimes, evitar destruição de provas ou intimidação de testemunhas e prevenir fuga do acusado.

“Essas medidas cautelares de cerceamento e impedimento de utilização de redes sociais e de dar entrevista não têm guarida no Direito Constitucional e nem no processo penal. Postar em redes sociais não é ação típica de uma fuga. Eu acho que é uma cautelar que foge dos critérios”, analisa Araújo.

Araújo considera a prisão domiciliar uma medida desproporcional. Ele recorda inclusive outro episódio polêmico envolvendo restrição à liberdade de expressão.

“Essa prisão auxiliar de Bolsonaro, eu acredito como excesso. A Suprema Corte vai ter que revisitar esse tema no futuro. Assim como foi uma vez, quando o ministro Luiz Fux deu uma liminar para impedir que Lula desse entrevista quando estava preso. Era um absurdo. A prisão era corporal, não do direito de fala, do direito de opinião”, reflete.

Já ao comentar o contexto internacional, com as ações de Donald Trump para pressionar o Governo brasileiro e o Judiciário, Marcos Araújo classifica como uma “intromissão patética”.


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NINA CONFIRMA: “SOU PRÉ-CANDIDATA A FEDERAL” E PREGA UNIÃO DA OPOSIÇÃO

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A secretária de Assistência Social de Natal e vereadora licenciada, Nina Souza (União Brasil), confirmou oficialmente sua pré-candidatura à Câmara dos Deputados nas eleições de 2026. Em entrevista ao Diário do RN, Nina detalhou a construção da sua campanha, os apoios que vem costurando no interior e na capital, e reafirmou que sua missão neste ciclo eleitoral é representar o Rio Grande do Norte no Congresso Nacional.

“Eu tenho esse desejo de ajudar o Estado lá em Brasília. Eu ajudo mais Natal e os municípios com emendas, com articulação política. A gente precisa de uma voz firme em Brasília”, afirmou.

Dentro deste entendimento, Nina descarta qualquer possibilidade de candidatura a vice-governadora, como é especulado em algumas rodas. Questionada se estaria ao lado de Rogério ou Allyson, ela respondeu: “Eu não vou ser vice. Com todo o respeito que eu tenho aos dois. Todo mundo vai marchar juntos, mas eu preciso ajudar o Estado e eu ajudo mais Natal e os municípios com emendas, com articulação política em Brasília”, afirmou, afastando, também a especulação do seu nome ao Senado federal. “Muito remoto isso. Política não se pode dizer que nada é impossível, em termos de grupo, se for construído, mas o meu projeto é federal”, reafirmou.

Reforçando que “todo mundo vai marchar juntos”, Nina evitou preferência por um dos nomes. Da parte dela, o apoio vai para o que for escolhido pelo grupo para representar a oposição.
“Vai ter um só candidato, e eu vou estar com esse um. Os três, Rogério, Allyson e Álvaro, são maravilhosos”, ressaltou Nina.

No dia 28 de julho, a Federação União Progressista realizou uma reunião para articulação eleitoral de 2026. Reunindo lideranças dos partidos União Brasil e PP, como José Agripino (UB), Paulinho Freire (UB), Allyson Bezerra (UB0, Benes Leocádio (UB), João Maia (PP), Robinson Faria (PP) e Carla Dickson (UB), a reunião tratou de uma rodada de negociação entre Rogério Marinho (PL) e Allyson Bezerra, tendo Paulinho como interlocutor. A ideia é desfazer arestas e unificar a oposição em torno de um só nome.

Com dois mandatos como vereadora, Nina se licenciou da Câmara em janeiro de 2025 para comandar uma das pastas mais sensíveis da gestão municipal e, agora, deve dar mais um passo mais ousado na sua carreira política. Na construção de sua viabilização à Câmara Federal, Nina Souza relembra que já testou sua força fora de Natal em 2018, quando foi candidata a deputada estadual e obteve 21.300 votos, sem estrutura. Segundo ela, a base de apoio está sendo formada com diálogo e respeito às lideranças.

“A gente já tem uns prefeitos que já estão conversando, a gente não quantificou, mas acho que a gente vai sair com uma base boa. Vamos conversar um por um”, disse.

Nina afirmou que a nominata da federação União Brasil/PP está praticamente definida. Segundo ela, o União já tem um quadro sólido: “Hoje temos João Maia, Robinson Faria, Benes Leocádio, eu, Carla [Dickson] e [Mateus] Faustino. Somos seis. Tanto o União como o PP estão em busca de outros nomes, especialmente mulheres”.

A vereadora informa que até agora o partido não foi informado sobre qualquer intenção da saída de Carla Dickson dos quadros do União Brasil, mesmo sob rumores de negociação com o PL. “Não existe isso. Foi fake news. Carla não deu nenhuma sinalização de que vai sair da União”.

A candidatura vem sendo construída com aliados. Na capital, a principal dobradinha será com o também vereador Érico Jácome (PP), um dos principais aliados de Paulinho Freire, que deverá disputar vaga na Assembleia Legislativa, conforme anunciou em evento nesta semana, ao lado da própria Nina.

“A maior é com o Ériko, com quem tenho oito anos de trabalho na Câmara. Mas é claro que não dá para federal ter só um candidato a estadual. Temos Adjuto, Kerginaldo, outros nomes fortes aqui que devem caminhar com a gente”, avaliou.

Críticas ao PT
Nina fez duras críticas ao Partido dos Trabalhadores e, especialmente, à deputada federal Natália Bonavides (PT). Segundo ela, a parlamentar tem deixado a capital desassistida em repasses federais. “É muito fácil botar mais que ela. Ela quase não bota emenda para Natal. Pouco demais o que ela bota. Ela poderia fazer muito mais”.

Nina garante que, se eleita, será uma voz comprometida com os interesses da cidade: “Claro que tenho que ajudar Natal. São quase 800 mil habitantes. Tenho que colocar pelo menos o que o Girão bota, porque hoje o deputado federal que mais coloca emenda para Natal é ele”, lembrou.

Misoginia: “Querem descredenciar minha candidatura”
Em tom de desabafo, Nina Souza também denunciou o que classificou como ataques misóginos contra sua pré-candidatura: “Estão fazendo um negócio feio comigo… ficam fazendo misoginia o tempo todo, querendo descredenciar a minha candidatura, o apoio do meu marido a mim, como se eu fosse qualquer coisa”.

Ela acusa setores que se dizem defensores da presença feminina na política de promoverem ataques nos bastidores: “Uns camaradas que se dizem defensores das mulheres e fazem safadeza comigo por trás. Está feio”, alerta.


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GOVERNO DO RN APOIA MEDIDAS PARA ENFRENTAR “TARIFAÇO” E SUGERE SOLUÇÕES

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“Nós, governadores do Nordeste, nos colocamos à disposição do governo federal para enfrentar a situação e, se necessário, adotar ações emergenciais para apoiar exportadores, incluindo crédito e compras governamentais”, a afirmação é da governadora do RN, Fátima Bezerra, ao participar da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República, em Brasília, nesta terça-feira (05). A chefe do Executivo potiguar também elogiou a conduta do Governo Federal em buscar saídas para o tarifaço anunciado pelo Governo dos Estados Unidos que pretende impor taxação de 50% nos produtos exportados pelo Brasil para aquele país.

Fátima Bezerra destacou ainda que o RN e os demais estados da região Nordeste serão mais atingidos nos setores da fruticultura, pescado, mel, sal, minérios. “Em nossa região estes segmentos são muito importantes para a economia e empregam muita gente. Precisamos de medidas que possam excluir a ameaça de desemprego e garantir o sustento de milhares de trabalhadores, suas famílias e empresas. Medidas que permitam expandir e diversificar a inserção internacional dos produtos potiguares e nordestinos”

O secretário estadual da Fazenda, Cadu Xavier, acompanhou a governadora na reunião do Conselho que também teve a participação dos governadores do Piauí, Bahia, Maranhão, Pernambuco e de representantes do Ceará e Alagoas. Como presidente do Consórcio Nordeste, Rafael Fonteles, governador do Piauí, reforçou a necessidade de buscar saídas para o tarifaço e a união dos governadores dos estados do Nordeste em apoio ao Governo Federal.

Já o presidente Lula falou sobre um plano de contingência para proteger os trabalhadores e empresas brasileiras. “Vamos adotar um plano de contingência. Vamos recorrer a todas as medidas cabíveis para defender nossos interesses. Já atuávamos para fortalecer nosso comércio exterior, desde 2023 voltamos a nos relacionar com o mundo, com países de todas as religiões, credos e origens, abrimos novos mercados. Seguiremos independentes, com liberdade para negociar com todos. O Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável é a cara do povo brasileiro que constrói nossa realidade de forma compartilhada com todos os seguimentos da sociedade para criar um país rico e sustentável, um mundo de paz, mais solidário e menos desigual, livre das crises ambiental e climática”.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo federal está dando a atenção necessária à medida do governo dos EUA que desconhece 200 anos de boas relações entre os dois países. Haddad registrou a importância do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável para a economia e afirmou que foram elaborados cinco projetos de Lei para serem votados no Congresso tratando da política de crédito e financiamento. Citou também a reforma tributária e a transformação digital. “O Brasil é grande demais para ser colônia ou satélite de alguém. Na transformação ecológica vamos produzir aqui painéis solares, baterias, equipamentos para energia limpa. Somos amigos de todos os países do mundo e queremos mais parcerias concretas e com benefícios mútuos, diferente do tarifaço. Acreditamos no multilateralismo e na soberania nacional”.


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RUAS DE MOSSORÓ SÃO “ENGOLIDAS” POR BURACOS E POPULAÇÃO FALA EM DESCASO

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Trafegar e até entrar em casa se tornou um desafio em várias ruas da cidade de Mossoró. Várias vias foram “engolidas” por buracos e a espera por serviços de recuperação já dura anos, sem qualquer iniciativa da Prefeitura de Mossoró. O descaso atinge a região que mais cresceu na cidade na última década.

É o caso da Rua Antônia Maria Monteiro, no Conjunto Bosque dos Pássaros 2, no bairro Alto do Sumaré, localizado na zona leste de Mossoró, nas proximidades da antiga base da Petrobras, atual sede da Brava Energia. O morador Vanderlei Pereira afirma que a buraqueira começou há anos e nunca foi executado qualquer serviço de recuperação da rua. “Comprei essa casa há oito anos e há mais de dois moro nela, sempre com essas péssimas condições da rua. ”, afirma.

Os buracos estão espalhados pelo Bosque dos Pássaros 2 e tomaram conta também das ruas do Bosque dos Pássaros 1 que, igualmente, nunca receberam qualquer serviço, nem mesmo a operação tapa-buraco. Todas as ruas apresentam problema, mas a situação é mais alarmante na Rua Asa Branca, onde em diversos trechos a pavimentação asfáltica e até o paralelepípedo sumiram, dando lugar a grandes poças de lama.

No bairro Bom Jesus, o que ainda resta do asfalto esburacado divide espaço com pedregulho, barro e lama – Foto: Reprodução

Na mesma região, uma das principais vias de ligação entre o Sumaré e o Bom Jesus também virou cenário de abandono. As ruas Zeus, no Monte Olimpo, e Manoel Balbino, no Bom Jesus, se conectam e foram tomadas por buracos. “Desde o começo do conjunto novo que fizeram que aqui é só buraco. ”, relata o borracheiro Francisco Vieira, que acrescenta que o bairro caiu no esquecimento da classe política. “Os candidatos só se lembram da gente aqui quando é tempo de política, aí eles andam aqui. ”, alfineta.

O comerciante José Barbosa Junior tem uma loja de material de construção na Manoel Balbino e já perdeu a conta de há quanto tempo espera por serviços de recuperação da rua. “É a rua todinha cheia de buraco, todo canto aqui é só buraco. ”, declara. Quase em frente à sua loja, a rua sumiu. Para amenizar a situação, os próprios moradores estão preenchendo os buracos com entulhos de obras.

A operação tapa-buraco até passou pela região recentemente, mas o serviço não atendeu nem a Avenida Jardim América em sua totalidade. Quem passa pela via pode observar buracos abertos ao lado de outros que foram fechados há pouco tempo no mesmo setor.

A Reportagem do Diário do RN entrou em contato com a Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal de Infraestrutura da Prefeitura de Mossoró e questionou se havia alguma previsão para realização de serviços nas ruas citadas na matéria. Não houve qualquer retorno até o fechamento desta edição.


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MAIOR PARTIDO DO RN AMPLIA ESPAÇO NA GESTÃO E MOSTRA SUA FORÇA POLÍTICA

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O MDB, maior partido do Rio Grande do Norte em número de prefeitos, vices e vereadores, consolidou nesta segunda-feira (4) mais espaço no Governo do Estado com a posse de novos gestores indicados pelo vice-governador Walter Alves, presidente da sigla. A posse dos novos emedebistas no governo marca mais do que uma ampliação administrativa: simboliza uma mudança no equilíbrio político da gestão Fátima Bezerra, que caminha para uma transição pactuada com o MDB. A movimentação reforça a força política da legenda, que deve assumir o comando do Executivo em março de 2026, quando a governadora Fátima Bezerra (PT) deixará o cargo para disputar o Senado.

Tomaram posse nesta segunda o ex-prefeito de Lagoa Nova e ex-presidente da Femurn, Luciano Santos, na Secretaria Extraordinária de Assuntos Federativos; e o engenheiro Sérgio Rodrigues, na presidência da CAERN. Há cerca de duas semanas, o ex-prefeito de Apodi, Alan Silveira, foi nomeado secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico do RN. Os três cargos ampliam a presença do MDB na gestão estadual, que nos últimos seis anos se limitava à Secretaria de Recursos Hídricos, comandada por Paulo Varella.

O avanço do MDB na estrutura do Governo é interpretado como um reconhecimento do peso político do partido e de sua importância estratégica para o projeto político de Fátima e do PT em 2026. O partido é o principal aliado dos petistas no Rio Grande do Norte e, nacionalmente, integra a base de apoio do presidente Lula.

Com cerca de 45 prefeituras, 30 vice-prefeituras e aproximadamente 300 vereadores, o MDB já era a maior força partidária do Estado em termos municipais. Com a provável filiação do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB), o número de prefeitos deve ultrapassar 60, e o partido se tornará ainda mais robusto em capilaridade e poder de articulação nos municípios.

Além do domínio nos municípios, o partido se articula para crescer também na Assembleia Legislativa. Hoje, o MDB tem apenas um deputado estadual, mas o projeto político de Walter Alves e Ezequiel Ferreira mira um salto para até sete cadeiras, ultrapassando o PL, que atualmente lidera com seis parlamentares. A estratégia inclui atrair nomes de peso de outras siglas, como Dr. Bernardo (PSDB), Ubaldo Fernandes (PSDB), Kleber Rodrigues (PSDB), Galeno Torquato (PSDB), Hermano Morais (PV) e Eudiane Macedo (PV), muitos deles com base em regiões estratégicas do Estado.

O redesenho da composição política tem data e efeito práticos. Com a desincompatibilização de Fátima Bezerra prevista para março de 2026, Walter Alves assume o Governo do Estado e ganha protagonismo institucional. Nos bastidores, ele deverá entregar a presidência estadual do MDB a Ezequiel, que deverá assumir o comando da legenda com a missão de ampliar a bancada e consolidar a presença do partido na sucessão estadual.

O cenário coloca o MDB numa posição estratégica para os próximos ciclos eleitorais. Com o comando simultâneo do Executivo estadual e da Assembleia Legislativa, e o controle sobre a maior malha de prefeitos e vereadores, o partido se torna um fiel da balança nas eleições de 2026, com peso suficiente para definir quem será o próximo governador ou governadora do RN.


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