
Próximo do presidente Jair Bolsonaro, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, foi indagado acerca das ações e falas do governo em relação a medidas de enfrentamento à pandemia. O principal foco da audiência foi a cloroquina e a rejeição à autorização de importação da vacina Sputnik.
Barra Torres também confirmou a tentativa governamental de alterar, por meio de um decreto presidencial, a bula da hidroxicloroquina, com objetivo de ampliar o seu uso para no tratamento da Covid. Ele afirmou que não saberia dizer quem foi o autor original da proposta, mas que percebeu uma “mobilização” por parte da imunologista Nise Yamaguchi, presente em uma reunião no Palácio do Planalto. “Documento foi comentado pela Nise, o que provocou reação até pouco deseducada (da parte dele), de falar que aquilo não poderia ser, só quem pode modificar bula de medicamento é a agência, mas desde que solicitado pelo detentor do registro do medicamento”, comentou.
O presidente da Anvisa também declarou ser contra a indicação da droga contra o coronavírus. Ele destacou que o medicamento não tem eficácia comprovada para tratar a doença.
Ao ser indagado pela senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) se o presidente da Anvisa concorda com aglomerações e participação em eventos, em clara alusão a participação do presidente Bolsonaro a passeio motociclístico no último domingo, Barra Torres ressaltou que “não estive neste evento e sou contra qualquer tipo de aglomeração”. O contra-almirante da Marinha ainda disse que é a favor dos procedimentos sanitários, tal como o uso de máscaras e álcool em gel.
Próximos depoimentos
- Fabio Wajngarten (quarta-feira, 12.05)
- Presidente da Pfizer no Brasil (quinta-feira, 13.05)
- Ernesto Araújo (terça-feira, 18.05)
- General Eduardo Pazuello (quarta-feira, 19.05)