O Rio Grande do Norte registrou um aumento de 13,03% de nascimentos de bebês prematuros em 2020, uma porcentagem maior que a média nacional, que é aproximadamente 11%. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap/RN) e foram analisados pelo Instituto Santos Dumont (ISD). O Brasil está na lista dos 10 países com maior quantidade de partos prematuros. No mundo inteiro, 1 em cada 10 bebês nasce prematuro.
Os dados da Sesap/RN também demonstram que a porcentagem de nascimentos prematuros no Rio Grande do Norte só aumentou desde 2017, e a região que engloba Mossoró e outros 13 municípios é a que mais registra bebês nascidos antes do tempo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o bebê é prematuro quando nasce antes da 37ª semana de gestação. Segundo a preceptora médica ginecologista obstetra do ISD, Sandrégenes Maia, é possível que o número de nascimentos prematuros tenha crescido por conta do acompanhamento pré-natal inadequado, juntamente com as restrições causadas pela pandemia de Covid-19.
“Com a pandemia, as mulheres grávidas sentiram medo de sair de casa. O pré-natal acabou sendo ainda mais prejudicado. Além disso, um pré-natal inadequado e a ausência de equipes de profissionais completas nas Unidades Básicas de Saúde, podem ter contribuído para esse aumento. Nós alertamos que o pré-natal é o momentos mais importante da gestação, pois é quando conseguimos diagnosticar alterações maternas e fetais que exigem, muitas vezes, um acompanhamento mais próximo, algumas medidas intervencionistas e tratamento em tempo oportuno para evitar complicações, como o parto prematuro e suas consequências, dentre elas a mortalidade infantil que tem como principal causa no Brasil, a prematuridade”. explica a médica.
Os riscos para a saúde de uma criança nascida prematura envolvem questões como problemas de desenvolvimento, ganho de peso inadequado, como obesidade, anemia, sedentarismo, maior vulnerabilidade para infecções, deficiências motoras, etc.
Uma das formas de superar as dificuldades trazidas pelo nascimento prematuro é o chamado Método Canguru, que mantém o bebê próximo à mãe, uma técnica que aumenta o vínculo afetivo, promove o relaxamento, reduz o estresse e as dores do bebê, reduz o risco de infecção hospitalar e contribui para o controle térmico.
“O Método Canguru está entre as melhores intervenções para melhorar as chances de sobrevivência de um bebê prematuro ou com baixo peso ao nascer, especialmente em países de baixa renda. A Unidade de Neonatologia do Hospital José Pedro Bezerra, obedecendo todos os protocolos de segurança e combate a pandemia de Covid-19, segue promovendo separação zero, mantendo mãe e bebê prematuro juntos, oferecendo o que de há de melhor na assistência à gestante e recém-nascido de alto risco,” esclarece a Dra. Tereza Ribeiro, médica pediatra neonatologista e Coordenadora do Método Canguru no RN.
O nascimento prematuro é evitável e para isso, deve ser realizado um acompanhamento pré-natal adequado.
Por Ascom Instituto Santos Dumont