O senador Rogério Marinho (PL) teria participado de uma reunião secreta com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça no dia 2 de novembro do ano passado, no Palácio do Planalto. O encontro, ocorrido logo após a derrota de Bolsonaro para o presidente Lula (PT) no segundo turno das eleições gerais de 2022, no dia 30 de outubro, foi revelada por documentos constantes na CPMI dos Atos Golpistas, ou CMPI do 8/1, do Congresso Nacional.
A presença do senador nas reuniões conta em um dos 71 e-mails que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Jonathas Coelho, esqueceu de apagar definitivamente. Durante as investigações, foi descoberto que os ex-ajudantes do ex-presidente excluíram mais de 17,3 mil e-mails funcionais de suas caixas de entradas, mas não das suas pastas das lixeiras das respectivas contas.
Foi em uma série dessas mensagens que a CMPI teve acesso à tentativa do tenente-coronel Mauro Cid, coordenador-geral dos ajudantes de ordem, que aparece o e-mail da ex-assessora do gabinete pessoal da Presidência, Maria Farani, sobre a tentativa de venda de um Rolex por US$ 60 mil – o equivalente a R$ 292 mil. Já na lixeira de Osmar Crivelatti, atual servidor de apoio ao ex-presidente, que tem o e-mail falando das pedras preciosas recebidas por Bolsonaro em uma viagem de campanha em outubro de 2022, para Teófilo Otoni (MG).
A reunião que Rogério Marinho teria participado no dia 2 de novembro, feriado nacional de Finados, começou com ele, Bolsonaro e o ministro André Mendonça (indicado pelo ex-presidente) como um café da manhã que, meia hora depois, contou com a presença também do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira e do general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice-presidente na chapa do ex-presidente. A agenda pública da Presidência não registrou compromisso oficial para Bolsonaro naquele dia.
Kassio Nunes Marques, ministro do STF indicado por Bolsonaro, também é citado como participante de reuniões secretas no Alvorada após a vitória de Lula. No dia 1º de novembro, ele esteve com Jorge Oliveira, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) também indicado por Bolsonaro para o cargo, o então ministro da Justiça Anderson Torres, o senador Flávio Bolsonaro e Ciro Nogueira.
ROGÉRIO NÃO RESPONDE
Procurado pela reportagem do Diário do RN nesta terça-feira (15) para falar sobre a reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ministro do STF e membros do alto escalão da gestão federal anterior, o senador Rogério Marinho não respondeu às mensagens e perguntas encaminhadas por aplicativo. Sua assessoria de comunicação também não foi localizada.