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março 18, 2025


USUÁRIOS RELATAM DIFICULDADES NO AGENDAMENTO PARA EMISSÃO DA CIN

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O agendamento para emissão do novo documento de identificação, a Carteira de Identidade Nacional (CIN), tem sido um problema enfrentado por muitas pessoas que moram em Natal e reclamações de quem está precisando desse serviço são frequentes. O Diário do RN ouviu relatos de pessoas que estão há até quase três meses tentando conseguir um horário no sistema do Instituto Técnico-Científico de Perícia (ITEP).

As queixas são não só pela indisponibilidade de vagas, mas também sobre o site do agendamento (agendamento.itep.rn.gov.br) ficar “fora do ar” e acerca da lentidão no atendimento via WhatsApp – exclusivo para agendamento para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

De acordo com a estudante universitária Ana Fernandes, há aproximadamente dois meses que ela tenta marcar um horário para a emissão de CIN para ela, a mãe e uma sobrinha. Diante da rotina lotada, com estágio e estudos, a intenção da jovem conseguir solicitar seu novo documento durante as férias de verão; mas não foi possível conseguir uma vaga nem para si e nem para seus familiares.

“Particularmente, passei duas semanas ininterruptas indo cedinho entre 7 e 8 horas. Ficava ‘acampando’, e a sensação que você tem é que todos os computadores do mundo são mais rápidos do que o seu, porque eles dizem que é a partir das 8 horas, mas em dois minutos todas as vagas que estavam disponíveis somem”, diz.

Ela conta que, especificamente no próprio caso, a necessidade do novo documento se dá porque o Registro Geral que possui vai completar dez anos de emissão em breve, e já está sendo rejeitado em alguns locais.

“A minha primeira via, fiz quando eu tinha 11 anos. E aí eu precisei resolver uma situação bancária, e até mesmo na faculdade, e já estavam me cobrando que a identidade é muito antiga.

Ela é praticamente já dada como inválida”, relata Ana.

A estudante reclama que às vezes é impossível até mesmo acessar o site para verificar a disponibilidade de vagas, pois, com certa frequência, encontra o endereço indisponível. “O site do ITEP é bem ruinzinho; às vezes ele dá uma caída, fica fora do ar”, afirma.

Outra queixa da jovem é a modalidade de agendamento exclusiva para pessoas com TEA, via WhatsApp. Ela afirma que o atendimento é muito lento. “Foi um sofrimento para conseguir retorno”.

Já a estudante Isabella Ribeiro afirma que está desde o fim de dezembro – ou seja, quase três meses – com a mesma dificuldade. “Em janeiro ou fevereiro, já cheguei a acessar [o site do agendamento] praticamente todos os dias”, diz a jovem, cujo documento antigo já não é mais aceito. A principal preocupação dela é não conseguir fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“Não tenho ideia de como vou me inscrever este ano para o Enem; não sei se vai ser aceita a minha atual porque já está velha. (…) Talvez eu entre na faculdade, e não sei como vai ser se não aceitarem minha identidade velha, porque não consigo fazer a nova”, lamenta.

O designer gráfico Fábio Santos conta que está tentando conseguir uma vaga há mais de duas semanas. Ele afirma que vai precisar fazer uma viagem e pode não conseguir porque seu documento atual, o qual já tem há muitos anos, pode não ser aceito pela empresa de transporte.

“Entro todos os dias no site para tentar agendar”, ressalta.

Diretor afirma que o ITEP opera com sua capacidade máxima

Segundo o diretor do ITEP, Marcos Brandão, são disponibilizadas, diariamente, às 8h da manhã, 120 vagas em cada Central de Natal – Zona Sul, Zona Norte e Alecrim –, o que totaliza 360 horários de atendimento para solicitação da CIN. Ele explica que, atualmente, não há como aumentar a quantidade de vagas.

“No momento, estamos atendendo com a nossa capacidade máxima em todas as Centrais do Cidadão. Ressaltando que o ITEP não tem ingerência sobre a Central do Cidadão, logo, o ITEP utiliza a máxima estrutura disponibilizada pelas Centrais”, afirma.

Quanto às falhas no site, Brandão diz que foram feitos ajustes e que a ferramenta de agendamento está “em pleno funcionamento” desde 20 de fevereiro. “Com o intuito de melhorar o serviço oferecido para a população, o site do agendamento foi desenvolvido pelo próprio ITEP e lançado no dia 17 de fevereiro. Devido a problemas operacionais, nos dois primeiros dias foram necessários alguns ajustes, o que acarretou instabilidade no sistema. No entanto, desde o dia vinte de fevereiro, o site encontra-se em pleno funcionamento”.

Questionado sobre a demora no atendimento exclusivo para pessoas com TEA, o diretor afirma que desconhece esse problema. “Com relação à Sala Acolhe, cujo atendimento é feito pelo WhatsApp, nós sempre informamos as datas mais próximas disponíveis (…) Ao entrar em contato, as datas serão sugeridas ao cidadão, que poderá escolher de acordo com a sua disponibilidade. Até o momento, nunca tivemos reclamação por falta de vagas no agendamento da Sala Acolhe”.

Atendimento no interior
De acordo com Marcos Brandão, todos os dias também são abertas vagas para as 24 Centrais do Cidadão do estado – em Alexandria, Apodi, Assú, Caicó, Canguaretama, Caraúbas, Ceará Mirim, Currais Novos, João Câmara, Lajes, Macau, Macaíba, Mossoró Estação, Mossoró Rodoviária, Nova Cruz, Parelhas, Parnamirim, Patu, Pau dos Ferros, Santa Cruz, São Gonçalo do Amarante, São José de Mipibu, São Miguel e São Paulo do Potengi – e, ao total, são disponibilizadas 874 todos os dias.


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CARLA DICKSON: “ELEIÇÃO DE CADU XAVIER SERIA UMA TRAGÉDIA PARA O RN”

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Uma das representantes do União Brasil na bancada potiguar, a deputada federal Carla Dickson (UB) sonha com uma frente de direita para a chapa majoritária no Rio Grande do Norte para a disputa de 2026. A parlamentar, que voltou à Câmara dos Deputados após a posse do deputado Paulinho Freire (UB) como prefeito de Natal, é uma das defensoras do bolsonarismo e opositora da governadora Fátima Bezerra (PT). Ela avalia como um erro a continuidade da atual gestão no Estado.

“Se ele [Cadu] será o candidato de Fátima eu não sei, mas é o nome dele que está em pauta e ele mesmo tem se apresentado como disposto a dar continuidade ao atual governo, o que seria uma tragédia para o Rio Grande do Norte. É exatamente isso que o povo não quer mais, nem o Estado aguenta”, afirma ao Diário do RN.

Para Dickson, a permanência do atual grupo político no poder agravaria os problemas do Estado.

“A falta de planejamento, organização, austeridade e plano de governo, nos deixaram no fundo do poço”, ressalta.

“Como profissional o que sei é que ele [Cadu] é um técnico concursado do Estado que foi nomeado pela atual governadora como secretário da Fazenda, com a função de arrecadar, e do planejamento, com a função de planejar. E uma coisa é fato, nessa atual gestão existem inúmeras lacunas e buracos deixando a desejar, se a culpa é dele ou da governadora, não tenho como saber”, avalia.

O que ela classifica como “um caos completo no serviço público” não deve, de acordo com Dickson, continuar. Por isso, a parlamentar defende a mudança através de uma chapa de consenso formada pela união da mesma aliança que elegeu Paulinho Freire em Natal.

“Para mim, a chapa ideal deve ser próximo do que tivemos em Natal na última eleição com a união de toda a direita. Que nome que vai ser? Não sei. A direita se junta toda e dali sai o nome de consenso para governo do Estado, para vice-governador e os dois candidatos ao Senado. Essa para mim é a chapa majoritária dos sonhos, uma grande frente de direita”, frisa.

Oiticica
Além do cenário estadual, Carla Dickson ampliou suas críticas ao governo federal. “A avaliação que eu faço dos dois governos é a mesma mostrada nas pesquisas. Ou seja, é exatamente a opinião da grande massa da população. Estão ambos no caminho errado e nos levando ao fundo do poço. Falta credibilidade e falta cumprir as promessas de campanha. Estamos vendo dois estelionatos eleitorais”, diz.

Entre a falta de obras e ações dos governos estadual e federal citada pela deputada, a inauguração da barragem de Oiticica pelo Governo Lula, na próxima quarta-feira (19), foi assunto lembrado por ela. De acordo com Carla Dickson, a obra já foi totalmente entregue por Bolsonaro.

“Se a gente for para o Rio Grande do Norte, qual a grande obra foi entregue pelo governo Fátima? Nenhuma. Estão dizendo aí que finalmente vão inaugurar o Oiticica, que já foi totalmente entregue pelo governo Bolsonaro e faltava apenas a parte que cabia ao Estado. Vale ressaltar que vai fazer três anos que Bolsonaro saiu do governo. Ou seja, o governo Fátima, que está na véspera de campanha, agora que vai entregar uma obra que já estava entregue”, afirmou.

Ela também criticou o atendimento na rede de saúde estadual. “O CRI [Centro de Reabilitação Infantil] está com a infraestrutura pedindo socorro e diariamente nossas crianças atípicas precisam enfrentar filas enormes para serem atendidas. Já existe uma falta grande de profissionais e, para piorar, o único geneticista que tinha na rede estadual pediu para sair porque não aguentou. Aí a gente vê o Walfredo Gurgel com problemas e outras unidades também de saúde lotadas de problemas. É um caos”, completa.

Sobre o governo federal, a parlamentar afirmou que a gestão Lula não estaria atendendo às demandas do país. “Para mim, a impressão é que até hoje o palanque não foi desfeito pelo governo Lula e o governo ainda não começou. Eles seguem muito preocupados em combater a direita, em combater Bolsonaro e esqueceram o foco no país. Eles simplesmente esqueceram de governar o Brasil”.

Defesa da anistia
Carla Dickson comentou como extremamente necessários os atos em defesa da anistia para presos pelos eventos de 8 de janeiro de 2023. A deputada comparou a situação com outros casos na Justiça.

“A gente vê pessoas condenadas por corrupção, como por exemplo a esposa do Sérgio Cabral no Rio de Janeiro, conseguindo prisão domiciliar porque tinha filhos menores, e a gente não consegue ver essa mesma situação sendo aplicada a várias mulheres que estão presas desde o 8 de janeiro”, comenta.

Para ela, a mobilização em torno da anistia pode ser um marco na política nacional. “A anistia vai ser o início de um processo para acordar o quarto poder do Brasil, que é o povo. Ele já não está mais acreditando nem nesse atual governo, muito menos no nosso Judiciário, no nosso STF, que deveria ser o guardião da Constituição Federal”, finaliza a deputada.


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HENRIQUE ALVES FOMENTOU CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DE OITICICA PARA O RN

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Após mais de sete décadas de espera, a Barragem de Oiticica, localizada em Jucurutu, região Seridó do Rio Grande do Norte, será oficialmente inaugurada nesta quarta-feira (19), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do Ministro da Integração Nacional, Waldez Góes. A obra, que teve início em 2013 durante o governo de Dilma Rousseff, e representa um marco na segurança hídrica da região do Seridó, teve o então presidente da Câmara Federal, o potiguar Henrique Alves, como figura central para viabilizar o antigo projeto.

A concepção da Barragem de Oiticica remonta a 1951, quando a ideia de sua construção começou a ser discutida. Contudo, décadas se passaram sem que o projeto fosse efetivamente concretizado. Henrique Alves conversou com o Diário do RN e relembra os desafios enfrentados ao longo dos anos.

“Desde 1951 que nasceu a ideia e o sonho da Barragem de Oiticica, naquela Jucurutu, se falava, mas não acontecia. Em 2013, depois de tantas vezes começar e parar, Dilma presidente, e mais uma vez a obra não conseguia prosseguir”, recorda Alves.

Em 2013, terceiro ano de mandato, durante uma visita da então presidente Dilma Rousseff a Natal, o deputado estadual Nelter Queiroz expressou a frustração com as constantes interrupções na construção da barragem. Henrique Alves, presente na ocasião, reforçou a importância do empreendimento para a região.

“Ela vem a Natal, o deputado Nelter comparece a uma solenidade de entregas de máquinas e, eu ao lado de Dilma, deputado Nelter relata o fato, a tristeza, a decepção. Parava, começava, parava.

Aí ele pede nova ordem de serviço. Eu ao lado, sairia com ela, e reforcei o pedido do deputado.

Mas logo depois, expliquei a importância das Oiticicas, cobrei mesmo. Eu presidente da Câmara, correto com seu Governo, tinha força e argumento. Ela chegou em Brasília, voltei a ela e consegui a nova ordem de serviço! A Barragem voltou!”, detalha o ex-deputado, em tom de comemoração.

Inicialmente sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), Henrique Alves articulou a transferência da gestão da obra para o governo do Rio Grande do Norte, na época gerido por Rosalba Ciarlini, visando maior agilidade e eficiência.

“E depois a obra com o Dnocs, até indicado do RN, mas decidi transferir para o Governo Rosalba, mais de perto, pagar, fiscalizar e cobrar. O Ministério da Integração não queria. Em Brasília eu teria total acesso. Conhecedor das demoras e pressões outras, insisti. Saiu do Dnocs, foi para o Governo do RN diretamente agir e resolver. Os recursos o Dnocs repassava para o Estado. E assim foi, a obra seguiu, e na quarta-feira a esperança será realizada!”, exalta Alves.

Henrique se refere ao termo de compromisso que estabeleceu a migração de responsabilidade da construção da barragem das Oiticicas do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) para o Governo do Estado, assinado no dia 1º de abril de 2013. Na época, o Dnocs nacional era dirigido por um potiguar, o engenheiro Emerson Fernandes.

Esforço coletivo
Em meio a disputa pela autoria da obra, consequência da polarização política estabelecida hoje no Brasil, o ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara reitera que a disputa é um “absurdo” e que está acima disso: “Absurdo! Digo que todos fizeram! Vitória do RN! Estou acima disso!”, destaca Henrique Alves.

Alves destaca que a conclusão da barragem é resultado de um esforço coletivo, envolvendo diversos atores políticos ao longo dos anos.

“Muitos ajudaram nos recursos, emendas; deputados, senadores e os presidentes acrescentavam.

Todos eles! Agora, o presidente Lula concluiu. Alegria e emoção, água e vida, nosso RN e o seu desenvolvimento. O homem do campo esperou tanto, mas venceu! Obrigado presidente Lula! Na quarta é festa de paz e justiça para o RN!”, celebra o ex-parlamentar.

Enquanto a obra foi viabilizada no Governo Dilma Roussef e será entregue no Governo Lula, os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro utilizam as redes sociais para difundir que Lula realizou 7% da obra. Entretanto, os mesmos atores explicam que a obra, que foi paralisada por um período, foi retomada no Governo Temer, em 2017, de acordo com ordem de Execução assinada em 2014.

A Barragem de Oiticica tem capacidade para armazenar aproximadamente 742,6 milhões de metros cúbicos de água, tornando-se o segundo maior reservatório do Estado. A estrutura beneficiará diretamente cerca de 330 mil pessoas em 43 municípios, garantindo abastecimento hídrico e impulsionando o desenvolvimento regional.

A cerimônia de inauguração será na data que coincide com o Dia de São José, padroeiro das chuvas e da boa colheita no Nordeste. A escolha simboliza a esperança renovada e a concretização de um sonho antigo para o povo potiguar.

A barragem é a principal obra de um projeto maior chamado Complexo Hidrossocial Oiticica, no município de Jucurutu. Além do reservatório, o complexo é formado por Nova Barra de Santana, que abrigava os moradores do Distrito Janúncio Afonso, (conhecido como Barra de Santana), localizado na área inundável da barragem; três agrovilas onde estão sendo assentados pequenos produtores, trabalhadores rurais e sem terras; rede de energia elétrica para uso residencial e produção de cultura irrigadas, e 128 quilômetros de estrada de acesso a estabelecimentos rurais da região.

De acordo com a gestão estadual, a barragem, que faz parte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF), recebeu R$ 46 milhões do Governo Federal no ano passado para que o Governo do Rio Grande do Norte desse continuidade às obras, então 95% concluídas. No total, o empreendimento recebeu R$ 161 milhões do Novo PAC.


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