Início da tarde de quarta-feira, 9 de junho, restaurante Figueira da Villa, na Vila Planalto, em Brasília. À mesa, o senador do PT Jean Paul Prates e o deputado Federal do MDB Walter Alves. Cardápio principal: Aliança do PT com MDB na eleição do próximo ano.
A ‘liga’ que une os dois partidos nasce do interesse do próprio ex-presidente Lula, que teve o MDB como parceiro importante nas quatro gestões do PT na presidência da República e quer novamente o partido em seu palanque em 2022.
Walter Alves e Jean Paul, ambos com acesso e respeito da cúpula de seus respectivos partidos, abriram o diálogo que terá consequências nas conversas futuras entre os dois partidos no RN.
Hoje, Walter Alves goza de prestígio na cúpula partidária nacional, a ponto de ser escalado para pacificar conflitos em outros estados, como ocorreu recentemente em relação à Minas Gerais. O filho de Garibaldi atuou para pacificar conflito de interesses no MDB mineiro. Cumpriu a missão.
Jean Paul Prates chegou tímido no Senado. Sem voto e sem conhecimento diante da classe política, o carioca é ‘desenrolado’ e, já se projetou ao ponto de ser representante da minoria no Senado. É muita coisa para quem não tem história ou ‘pedigree’ político.
Semana passada, Jean Paul conversou com o ex-candidato a presidente, Fernando Haddad. Em pauta, alianças nos Estados e como deve ser o comportamento do PT em relação a possíveis aliados.
Portanto, quando Jean Paul se reúne com Walter Alves para discutir possibilidade de aliança local entre os dois partidos, não há atropelos nas instâncias partidárias, pois não há definições. Há diálogo mutuo que pode resultar em benefício para as duas legendas.
O senador Jean Paul Prates quer permanecer no ‘céu.’ Quer se viabilizar dentro do PT e costurar alianças para se manter na chapa com Fátima Bezerra.
Dessa forma, onde ele poderia se encaixar nesse futuro cenário? No mesmo local. Abrindo espaço para o MDB na vice de Fátima, que seria ocupada pelo ex-senador Garibaldi Filho. O PT manteria o Governo e o Senado, na ótica dele.
Jean Paul ensaia os passos de permanência por ver que um outro postulante ao cargo de Senador, Carlos Eduardo, fica como pêndulo, ora sinalizando para aliança com o Governo, ora com a oposição.
Nesse caso, Jean Paul é favorável à aliança do PT com o MDB, que já nasceria sob as bênçãos da cúpula nacional e receptividade local. Assim, o ‘espaço’ aberto seria a vaga de vice, mantendo o próprio Jean Paul no Senado. Fátima Bezerra governador, Garibaldi Filho, vice-governador e Jean Paul senador.
Manhoso como o pai, Waltinho ouviu mais e falou menos. Mas gostou mais da conversa que do almoço.
Não há nada conclusivo quanto a 2022. As conversas estão apenas sendo iniciadas. Mas a receptividade interna no PT quanto à aproximação com o MDB, mostra aos dois partidos que a aliança é viável e dá ‘liga’ para seguir em frente.