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A OPOSIÇÃO ESTADUAL ESTÁ NUA

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Por: BOSCO AFONSO

Quando o político está sem rumo e sem perspectiva de vitória, ou até mesmo de disputa, e é questionado, não costuma “entregar os pontos” e sempre se sai com o popular ditado: “quem morre de véspera é peru”. Pois é, é mais ou menos assim que se encontram os políticos oposicionistas ao sistema liderado pela governadora Fátima Bezerra em relação à eleição do próximo ano, quando se elegerão deputados estaduais, deputados federais, senador, governador e presidente.

Com Henrique Alves fora do tabuleiro político e os insucessos de José Agripino e Garibaldi Alves no último pleito federal, em 2018, o tradicional embate entre Alves e Maia, que já havia deixado de lado o radicalismo, deixou de existir por completo. Os figurantes vitoriosos foram outros, a partir das duas vagas do Senado, sendo uma dessas conquistada pela então deputada federal Zenaide Maia e a outra pelo Capitão Styvenson, que sem nunca ter disputado qualquer mandato eletivo emergiu de sua prática incorruptível nas blitzen para flagrar os seguidores de Baco no volante de veículos nas madrugadas em Natal. Ambos disputaram com mais 13 pretendentes, dos quais somente Garibaldi Alves Filho e Geraldo Melo (os dois, derrotados) tinham pedigree na política do RN.

Gari, o então senador de 1 milhão de votos e que tentava renovar o seu mandato senatorial pela quarta vez, teve a sua pretensão tragada pelo chamado voto da mudança. Já Geraldo Melo, o famoso “tamborete”, ex-vice-governador, ex-governador e vice-presidente do Senador Federal em um período, entre 1995 e 2003, não conseguiu alçar voo na sua pretensão e o seu monomotor ficou estacionado no hangar de Ceará Mirim.

Enquanto isso, o ex-prefeito de Natal, ex-governador por dois mandatos e então senador da República, José Agripino Maia não conseguia votação suficiente para permanecer em Brasília, mesmo tentando mudar do Senado para a Câmara dos Deputados. Assim, temporariamente, as maiores estrelas da política do RN ficaram no banco de reserva. Passada a campanha municipal de 2020, os figurantes das equipes partidárias ao nível estadual começaram a se mexer em busca de um lugar em que a torcida eleitoral pudesse reconhecer o seu talento, mas cada um sendo mais cauteloso que o outro. Os preparativos para a seleção de 2022, digo, para a eleição de 2022 começam a ser esboçado, com novos e veteranos integrantes.

Por enquanto, o silêncio ainda faz parte da estratégia utilizada pelos mais experientes, mas o alarido é o método mais utilizado por aqueles que querem ter a visibilidade necessária. A governadora Fátima Bezerra, se não conseguiu fazer, e não conseguiu, muita coisa pelo desenvolvimento do Rio Grande do Norte que anda estagnado há algum tempo, vai surfando nos recursos financeiros conseguidos por empréstimo junto ao Banco Mundial e assim consegue dar continuidade a administração do seu antecessor Robinson Faria (menos no atraso do pagamento de pessoal) com obras que o Governo Estadual não teria condições de arcar, enquanto que contabiliza pontos pelas ações da Secretaria de Saúde em combate a pandemia do Covid-19, quase tudo pago pelo governo de Bolsonaro, mas bem divulgadas pela sua assessoria.

Assim, silenciosamente, Fátima vai armando a sua equipe, juntando peças importantes. É quem mais vai somar para formar nominatas para a disputa de cadeiras na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Já acenou para contracenar com o MDB e Garibaldi, na sua simplicidade e enxergando novos horizontes, poderá compor a chapa com a filha de “seu” Severino, favorecendo ainda mais a renovação do mandato da petista.

O pêndulo da atual política potiguar aponta para Carlos Eduardo Alves, cacique do PDT no estado que jura de pés juntos que quer disputar o cargo de Fátima Bezerra, mas, na verdade quer mesmo é se compor com o PT com o intuito de desalojar Jean-Paul e disputar a vaga do Senado ao lado da queridinha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para essa composição, o empecilho que Tata enfrentará é que durante a campanha ele terá que armar palanque para o seu candidato a presidente da República Ciro Gomes, enquanto que Fafá estará de braços dados com o seu queridíssimo e favoritíssimo Lula. Enquanto isso, a oposição não sabe nem com quem vai poder contar.

O DEM, de José Agripino, que sempre foi oposição ao PT, vai trabalhando silenciosamente. O titular da equipe tem se esquivado de dar entrevistas sobre a realidade local. O foco do filho do ex-governador Tarcísio Maia está nas composições para os pleitos dos cargos federais. Na oposição pública à pretensão da irmã de Tetê em renovar o mandato de governadora, os mais fortes politicamente são Rogério Marinho, que por pouco não retornou à Câmara dos Deputados e Fabio Faria, que por pouco não ficou de fora entre os representantes legislativos federais do torrão potiguar.

E em se tratando de disputar o governo do estado, nenhum dos dois tem acenado com essa possibilidade e ambos só flertam com a cadeira do Senado, hoje ocupada pelo petista Jean-Paul Prates. Mas só tem uma vaga. Contabilizada como oposição, a ex-governadora Rosalba Ciarlini, que mesmo derrotada no pleito municipal pelo principiante Alysson Bezerra e sem conseguir agregar o grupo Rosado na Capital do Oeste, ainda tem cacife para possibilitar a eleição de Deputado Federal e Deputado Estadual.

Tem também o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ezequiel Ferreira que, dono do PSDB estadual, se transveste de cobra de duas cabeças, recebe as benesses do governo, desfila com Fafá juramentando fidelidade, mas os seus aliados, a exemplo de Tomba Farias e Zé Dias, sempre que podem “tiram o couro” da governadora fomentando veneno, inclusive, na tentativa de macular a imagem de Fátima com a constituição da CPI do Covid-19.

Mesmo assim, a oposição ainda não tem um nome com cacife e vontade política para disputar o pleito com a já confirmadíssima candidata à reeleição Fátima Bezerra que vai plainando em ventos que favorecem o seu projeto político, pois até o prefeito Álvaro Dias (PSDB), o político de mandato mais bem avaliado pelo eleitorado natalense e com a fama se espalhando pelo interior do RN, sempre ajudado com muitos recursos financeiros conseguidos pelo ministro Rogério Marinho, demonstra que herdou de seu pai Adjuto Dias o jeito manhoso de fazer política e, apesar de confrontos públicos que pareciam afastar o prefeito da Capital da governadora do Estado, já disse publicamente que não vê empecilho em se compor com a governadora Fátima Bezerra. O que falta mais para deixar a oposição nua?


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1 comentário em “A OPOSIÇÃO ESTADUAL ESTÁ NUA”

  1. De tudo que foi comentado acima e espremendo só existe uma certeza, o que já venho escrevendo há seis meses e publicado nos diversos Blog. A governadora @fatimabezerra está surfando em céu de brigadeiro. Não tem concorrente, se elege no 1º turno, e vai dar as cartas para o senado e definir quem serão seus aliados. No legislativo estadual e federal. Assino embaixo. jcabralsobrinho

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