A Câmara de Parnamirim, que foi alvo de duas operações determinadas pela Justiça a partir de investigações deflagradas pelo Ministério Público, parece temer que o conteúdo de alguns documentos apreendidos na última operação, seja do conhecimento público.
O Ministério Público havia marcado para esta quarta-feira, 30 de junho, a abertura dos malotes contendo o material apreendido na Operação Dízimo. A ação está prevista para ocorrer na sede do GAECO.
Preocupado com a situação, o presidente da Câmara, Wolney França, entrou com mandado de segurança para evitar que o Ministério Público possa revelar o conteúdo do material.
Outro ponto curioso é que o presidente da Câmara de Parnamirim pede que a Justiça faça a devolução do material apreendido, mas ressalta que, se a Justiça não fizer a devolução, que não faça nenhuma perícia no material; se tiver feito, que não seja divulgada e vai mais além: “Ainda em caráter LIMINAR, que eventuais perícias ou outros atos probatórios já realizados tenham a sua eficácia suspensa, com a vedação absoluta de divulgado do seu conteúdo, até o julgamento final do presente Mandado de Segurança”.
A Câmara demonstrou explicitamente todo seu medo diante da possibilidade de divulgação do conteúdo dos computadores e outros materiais apreendidos.
Ora, a Câmara é um órgão público, que trabalha com documentos públicos e não deveria ter nenhum receio de que esse material seja do conhecimento público. Esconder só aumenta as suspeitas de que há algo que pode não cheirar bem, algum conteúdo explosivo que pode sujar ainda mais a imagem já desgastada da Câmara de Parnamirim.
ALÍVIO
Para alívio do presidente da Câmara, Wolney França, o juiz Daniel Cabral Mariz Maia, atendeu ao pedido do Legislativo de Parnamirim e determinou a suspensão da abertura dos malotes e também proibiu a divulgação de algo que já tenha sido visto: “DETERMINO, ainda, que eventuais perícias ou outros atos probatórios já realizados tenham a sua eficácia suspensa, com a vedação absoluta de divulgado do seu conteúdo, até o julgamento final do presente Mandado de Segurança.
Pronto. A cúpula da Câmara de Parnamirim pode dormir tranquila. Tudo que poderia tirar o sono, já está sob sigilo e não será divulgado. Ainda.
Naturalmente que o Ministério Público, autor das investigações, deve ter ficado extremamente curioso para saber porque o presidente da Câmara de Parnamirim quer esconder o conteúdo desses malotes.