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ESTUDANTES DA UFRN CRITICAM STTU E RELATAM SOFRIMENTO EM ÔNIBUS LOTADOS

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Estudantes se apertam como podem para garantir espaço no circular – Foto: Reprodução

A Prefeitura de Natal negou o requerimento do aumento do número de viagens dos circulares da UFRN, proposto pela vereadora Brisa Bracchi (PT) um ano atrás. Segundo a Prefeitura, “a linha 588 realiza cerca de 275 viagens diariamente no Campus Universitário, sendo uma das regiões da cidade com maior número de viagens disponíveis. Assim, entendemos que não se mostra necessário ampliação de tal”. Uma afirmação que contrasta com a rotina dos estudantes: “Me sinto, muitas vezes, ilhada na UFRN, porque tiraram as linhas de ônibus regulares que passavam no Campus e os circulares não são suficientes para quantidade de alunos. Todos os dias precisamos nos submeter a um transporte superlotado e passamos o trajeto inteiro espremidos, sufocados, nas portas dos ônibus, isso quando conseguimos entrar. Os atrasos para aula ou para o trabalho são comuns devido a esse cenário. Diante disso, é absurdo que as autoridades junto às empresas responsáveis permaneçam negligenciando os estudantes que, além de todos os obstáculos para permanência na universidade, não possuem sequer um transporte digno”, desabafa Bárbara Mattos, 21, estudante de Letras.

Heloísa da Silva, 25, cursa Publicidade e Propaganda e assiste às aulas no turno da noite, período de maior movimento em função de ser mais favorável para os alunos que conciliam rotina de estudo e trabalho: “É uma situação muito difícil, às vezes temos que sair mais cedo das aulas para chegar na parada e evitar o caos com todo mundo subindo de uma vez, desesperados para voltar para casa e não ficar de fora do coletivo, que tem até uma certa hora para passar. Muitas vezes já precisei esperar o próximo porque muita gente foi apertada até na porta do meio. A situação dos ônibus em Natal é vergonhosa até dentro do campus universitário, onde aqui a gente produz conhecimento para toda a sociedade, mas também sofremos com o descaso nos transportes pela Prefeitura de Natal”.

Embora seja o horário de maior movimento, ao invés de aumentar a oferta dos serviços, estudantes relatam que a noite o número de viagens é reduzido. Quem relata é Mateus Roberto, 22, estudante de Educação Física: “O circular que passa somente pela reitoria para de passar às 20h30, é o último circular da reitoria. O Inverso também não passa no horário de 22h que está previsto nos horários do circular. O inverso da empresa Conceição é muito pequeno e muito velho, pessoas altas sofrem tendo que ficar abaixados para não bater a cabeça no teto. Pelo fato dele ser pequeno, lota muito rápido, fazendo as pessoas perderem a viagem por não caber mais ninguém”.

UFRN AFIRMA QUE Possui sistema interno de transporte

Em meio às dificuldades diárias com relação ao transporte, estudantes questionam as responsabilidades da própria instituição: “Eu não entendo como a UFRN opta por deixar os alunos (muitos que moram longe) andarem nos circulares lotados, inclusive nas escadas dos ônibus devido à superlotação, correndo risco de acidentes. Desde que entrei na UFRN, em 2018, isso nunca mudou. Se preocupar com a vida dos alunos faz parte da educação também. Eu mesmo já tive meu pé preso na porta devido a isso. Além disso, já está virando costume os circulares atrasarem ou quebrarem. Não aguento mais isso. Estou muito aflito não só com minha situação como dos meus colegas que às vezes ficam em paradas da UFRN tarde da noite, aumentando o risco de ser assaltado pela demora por que também faltam mais circulares.

Precisamos de socorro urgente!”

Procurada pela reportagem do Diário do RN, a UFRN afirmou que possui um sistema interno de transporte composto pelos circulares, Expresso Reitoria, Expresso C&T, Direto e Inverso, que transitam pelas diversas paradas estratégicas do campus, que contemplam o maior alcance aos centros acadêmicos, laboratórios, centro de convivência e restaurante popular, por exemplo. “A linha circular faz parte do sistema de transporte público de Natal e, por esse motivo, a UFRN não tem competência legal para operar no serviço ou definir o modelo de operação”.
Já a STTU, não respondeu ao contato feito pela reportagem.


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