Depois de participar de campanha eleitoral em 2018 contra a atual governadora Fátima Bezerra, ocasião em que discorreu uma série de acusações contra a sua adversária e na mesma ocasião recebeu o troco bem passado pela filha de seu Severino, o filho de Agnelo prepara terreno para beijar a mão da governadora querendo o espaço do atual senador petista Jean-Paul.
Durante esses quase quatro anos, sempre que possível, Carlos Eduardo tecia críticas contundentes à gestora petista. Mas, agora depois que foi descartado pelo bloco oposicionista como provável candidato ao Governo do Estado, e com as conversas em curso junto aos assessores mais próximos de Fátima, ele prepara terreno para fazer as pazes com a base petista, que resiste pela reaproximação.
Da estratégia montada por Carlos, valia uma boa entrevista que repercutisse seus elogios à atual gestão estadual. Tudo preparado. Só que a reportagem foi fidelíssima ao que o ex-prefeito de Natal dizia sobre o governo Fátima Bezerra.
E na reportagem publicada na edição deste domingo, 6/02, da Tribuna do Norte, o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, pretendente a disputar o Senado Federal na chapa que terá Fátima Bezerra como candidata ao Governo do Estado, deu um escorregão feio.
Primeiro que desqualificou a gestão ao denominar como mérito maior da governadora Fátima Bezerra o fato de ter pago quatro folhas de pessoal que recebeu em atraso e, achando que já era coisa demais o elogio, deslizou mais uma vez e chamou para a responsabilidade da efetivação do pagamento a sua ex-secretária Virginia Ferreira.
Está lá na TN: “Eu quero dizer o seguinte: o Rio Grande do Norte é um Estado diferente daquele de 2018, quando disputamos a eleição. O Rio Grande do Norte rodava no negativo. Estava já há algum tempo numa grave crise fiscal, afundado em dívidas. Os servidores tinham quatro folhas salariais em atraso. A minha avaliação é que ela (Fátima) nesses quatro anos – que completa este ano – conseguiu resolver esses problemas. E contou com a ajuda de Virginia Ferreira, que foi secretária de planejamento da Prefeitura na minha gestão”.
O inconsciente de Carlos falou mais alto. Ou seja, desqualificou a gestão estadual. Não encontrou méritos na gestão de Fátima. E o único que encontrou – o pagamento atrasado de quatro folhas salariais de servidores – ele creditou à sua ex-secretária Virginia Ferreira, nem mencionada qual a pasta que ocupa na gestão estadual.
Não se sabe, agora, qual será a reação da base petista na avaliação ao dever de casa que Carlos teria que fazer para convencê-la de sua real mudança com relação à atual gestão.
Sofre de miopia aqueles que enxergam Carlos Eduardo como um aliado em potencial. Ceder a cadeira do Senado a é o preço para retirar ele da disputa? Muito caro!
1) perderemos um senador do porte e da qualidade técnica de Jean
2) Carlos Eduardo não pensará duas vezes em nos trair
3) Carlos Eduardo não soma votos para Fátima, o voto dele é o voto do antipetismo.
4) A base já fala em não fazer campanha para Carlos Eduardo mesmo com apoio de Fátima, os mais radicais já sinalizam que nem em Fátima votarão. Isso é péssimo.
5) Se surgir um candidato do Psol ou mais a esquerda, a reeleição de Fátima fica comprometida, lembrem que Roberio teve 9% dos votos na campanha em que disputou.