Reunidos em Londres, ministros do G7 chegam a um consenso para criar uma taxa a ser cobrada das grandes multinacionais; a proposta será levada ao G20, do qual faz parte o Brasil
Depois de dois dias de negociações, em Londres, os ministros da Economia do G7, o grupo de países mais industrializados do mundo (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália e Canadá), anunciaram o apoio a um imposto mínimo mundial de 15%, a ser cobrado das grandes multinacionais em cada país.
Caso seja aprovado, o imposto mínimo mundial atingirá as gigantes da economia digital, como Google, Apple, Facebook e Amazon. De acordo com um cálculo baseado em dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento (OCDE), cerca de 30% do lucro das empresas multinacionais americanas são tributados no exterior, onde gozam de benefícios fiscais, em comparação com 5% na década de 1990. Calcula-se que a nova e inédita taxa proporcionará um total de 150 bilhões de dólares por ano.
Assim, o imposto mínimo mundial, que vem sendo defendido há dois anos pela OCDE, como forma de regular a globalização e compensar as perdas de arrecadação causadas pelos paraísos fiscais, ganha agora um forte impulso, numa iniciativa considerada histórica, como publicamos. A proposta será levada ao G20, o grupo de países do qual faz parte o Brasil, cujos ministros da Economia se reunirão em julho, em Veneza. Será preciso chegar a um acordo para saber, por exemplo, como será a repartição do dinheiro entre os diferentes países, se haverá isenções para determinados setores de atividade e se multinacionais já pesadamente taxadas em alguns países terão os seus impostos reduzidos em nível nacional.