O governo publicou nesta sexta-feira (28), em edição extra do Diário Oficial da União, a Medida Provisória 1.290, que autoriza a movimentação da conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pelos trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário e foram demitidos sem justa causa.

De acordo com o governo, a medida beneficiará 12,1 milhões de trabalhadores dispensados desde janeiro de 2020 até hoje, data da publicação da MP, e injetará R$ 12 bilhões na economia.

De acordo com a medida provisória, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o pagamento será feito da seguinte forma:

Saque de até R$ 3 mil do saldo disponível:
em 6 de março, para os trabalhadores com conta bancária previamente cadastrada para recebimento de recursos do FGTS;

conforme calendário a ser divulgado pela Caixa Econômica Federal para os trabalhadores sem conta bancária previamente cadastrada para recebimento de recursos do FGTS;

Valores remanescentes do saldo disponível:
em 17 de junho para os trabalhadores com conta bancária previamente cadastrada para recebimento de recursos do FGTS
conforme calendário a ser divulgado pela Caixa Econômica Federal para os trabalhadores sem conta previamente cadastrada para recebimento de recursos do FGTS.

O trabalhador demitido desde 2020 que aderiu ao saque-aniversário não terá de sair da modalidade para sacar o saldo retido no FGTS.

A partir de amanhã (1º de março), aqueles que aderirem ao saque-aniversário e forem demitidos terão seus saldos bloqueados novamente, podendo sacar apenas a multa rescisória.

Fonte: Agência Brasil

O relatório técnico conclusivo da equipe de transição da Prefeitura de Natal foi enviado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) no dia 29 de janeiro de 2025. Em ofício enviado pelo prefeito Paulinho Freire (UB), o relatório em anexo é assinado por Joanna Guerra (Republicanos), vice-prefeita e coordenadora da equipe de transição. Trecho do documento traz o montante de R$ 862,9 milhões no total de dívidas deixadas pela gestão de Álvaro Dias (Republicanos) para o prefeito Paulinho Freire. Entretanto, o ex-gestor da capital nega os números e chega a afirmar que os valores foram plantados pela Governadora Fátima Bezerra (PT). O assunto foi comentado em entrevista à 98 FM, nesta quinta-feira (27), no programa 12 em Ponto.

“Não corresponde à realidade. Essas dívidas aí estão superfaturadas. Os números não são esses. Agora, há de convir, vamos e venhamos, convenhamos também, que nenhuma prefeitura, pelo menos as de grande porte, o Governo do Estado, o Governo Federal não têm dívida? Ora, não tem.

Tem! Então, isso é normal, é natural”, levanta.

Apesar do relatório de 23 páginas ter sido construído após o trabalho da equipe de transição designada por ele mesmo e por Paulinho Freire, e assinado pela ex-secretária de Planejamento da sua gestão e correligionária, Joanna Guerra, ele lança mão da teoria que o exagero dos números vem de um esquema montado por Fátima Bezerra (PT).

“Há aí um exagero, um superfaturamento dessas dívidas, que está sendo plantado na mídia, claro, todo mundo sabe, por um sistema montado pela governadora Fátima para desconstruir a nossa gestão. Isso é uma realidade. Você vê que as notícias são plantadas, porque sai uma notícia aqui, outro repete, outro repete, plantadas, construídas, arquitetadas, pelo próprio Governo do Estado, particularmente a governadora Fátima Bezerra”, assegura.

Questionado sobre a assinatura de Joanna Guerra no documento, ele diz acreditar que a vice-prefeita errou no dado. “Não, se foi dado por ela, ela se equivocou, os números não são esses”, reitera.

No ítem II do Relatório de Transição, que trata das despesas empenhadas na gestão de Álvaro Dias, mas que não foram pagas e deixadas para o exercício financeiro posterior, o documento detalha que R$ 349,8 milhões são referentes a Restos a Pagar Processados, ou seja, referentes a serviços já executados e a despesa liquidada, faltando o pagamento.

Outros R$ 532,9 milhões estão registrados como Restos a Pagar Não Processados, aqueles em que o serviço ainda não foi totalmente realizado, e a despesa não liquidada. Deste valor, R$ 240,6 milhões são acumulados de exercícios anteriores – 2023 e anteriores – e outros R$ 292,2 milhões da execução orçamentária de 2024. Ainda incluídos, R$ 19,9 milhões dizem respeito à dívida com a NatalPrev, parcelada e em dia. Sendo assim, conclui o relatório, o total devido dos Restos a Pagar Não Processados corresponde ao montante de R$ 513 milhões.

Em síntese, os Restos a Pagar correspondem ao total de R$ 862,9 milhões em dívidas, que corresponde à soma total dos R$ 349,8 milhões processados (liquidados) mais os R$ 513 milhões não processados.

Questionado sobre o valor verdadeiro da dívida que deixou para Paulinho Freire, Álvaro Dias não soube dizer. “Não sei, posso ver, fazer o levantamento, já que você está me perguntando, me inquirindo, eu posso chegar, falar com a equipe econômica lá, com Paulo César, que está contribuindo e acompanhou passo a passo a nossa gestão… Posso falar com o pessoal lá e fazer o levantamento, mas não chega a 800 milhões, isso aí está errado”, acredita.

Integrando a oposição no Rio Grande do Norte, Álvaro Dias (Republicanos) afirma que o projeto maior do grupo é se manter unido e, por isso, pode ser candidato ao Senado ou ao Governo do RN.

A afirmação foi feita nesta quinta-feira (27), no programa 12 em Ponto, da 98 FM, dois dias depois de lançar sua pré-candidatura ao Governo do Estado em outro programa de rádio, por conta própria. Sem qualquer reação, comentário ou apoio público das demais lideranças do grupo, Rogério Marinho (PL), Styvenson Valentim (PSDB) ou Paulinho Freire (UB), Álvaro Dias recua.

“Eu não tenho nenhuma dificuldade em votar em Rogério para Governo do Estado e vir a ser candidato a senador se a maioria dos integrantes do nosso grupo entender que é melhor assim, eu não tenho nenhuma dificuldade em repensar isso”, afirma.

Segundo o ex-prefeito, colocar seu nome à disputa majoritária estadual veio após muitos apelos, “incessantes”, de amigos, conterrâneos e correligionários, mas que “não é irreversível”. “Vamos tocando o barco, visitando os municípios, vamos ver as pesquisas de opinião pública. O fato é que somos pré-candidatos, Rogério também, mas não haverá divisão”, garante.

Apesar disso, Álvaro admitiu que fez o lançamento sem qualquer diálogo com os aliados. A conversa, segundo ele, aconteceu no sentido de manter o grupo unido. Entretanto, o anúncio da pré-candidatura ao Governo fez por decisão própria.

“Sobre a decisão de anunciar a pré-candidatura não, mas eu tenho conversado muito com eles sobre a possibilidade de manter o grupo unido, de caminhar juntos, nós temos o objetivo principal do nosso grupo que é eleger um candidato que possa fazer um contraponto ao Governo do PT, que está atrasando, que está destruindo o Estado do Rio Grande do Norte”, disse.

De acordo com informações de bastidores que o Diário do RN teve acesso, o lançamento gerou uma situação desconfortável com os demais aliados. Rogério, Paulinho e Styvenson conversaram entre si após o anúncio e não entenderam a intenção de Álvaro, se descolando do entendimento do grupo sobre o projeto articulado para 2026. Nenhum dos três falou publicamente sobre a decisão do ex-prefeito, o que sinalizou a insatisfação do grupo. Deputados federais do PL, General Girão e Sargento Gonçalves, em conversa com o Diário do RN nesta quarta-feira (26), minimizaram o lançamento de Álvaro e afirmaram que a decisão final deve ser de Marinho, a quem devem seguir.

O anúncio de Álvaro aconteceu nesta terça-feira (25). As informações foram divulgadas em entrevista ao comunicador Rudimar Ramon, na Rádio Olho D’Água, em São José de Mipibu.

O lançamento veio de repente, após o próprio Álvaro ter colocado, em entrevista, que seria candidato ao Governo ou ao Senado. De repente, mudou de ideia. Até agora, pós-gestão municipal, o ex-prefeito ainda não conseguiu se descolar do Palácio Felipe Camarão e vem atuando politicamente.

Nesta quinta, justificou que não tinha planejado lançar o nome ao Governo, mas que ainda está muito cedo e reitera o bom relacionamento com os senadores aliados e com o prefeito de Natal.

“Tem muito tempo pela frente, vamos aí nessa caminhada, vamos ver a aceitação, vamos debater o Rio Grande do Norte, vamos visitar as cidades e ver aí no que vai dar. Tenho um bom relacionamento com o senador Styvenson, com o senador Rogério Marinho, vou continuar conversando com eles”, ressaltou Álvaro.

O ex-gestor assegura, ainda, que destes três nomes, somente um será candidato ao Governo. “Nós vamos continuar unidos. Eu, Rogério e Styvenson vamos caminhar no mesmo sentido”, analisou.

“Se dentro do contexto, quando chegar mais próximo de decidir, houver dentro do grupo uma pessoa que reúna mais condições do que eu, de vir a ser um candidato mais competitivo do que a nossa candidatura, nós iremos conversar no momento mais adequado”, assegurou.

Veterano da política e bom analista de cenários políticos, o ex-senador Garibaldi Alves Filho (MDB) conversou com o Diário do RN sobre a decisão do filho, o vice-governador Walter Alves (MDB), sobre não disputar a reeleição em 2026, quando deverá ocupar o cargo de Governador a partir da renúncia de Fátima Bezerra para disputar o Senado.

Para Garibaldi, a escolha de Walter foi, de fato, a mais acertada: “Não resta dúvida que eu estou absolutamente convencido de que Walter adotou a melhor atitude em função do seu partido e do seu futuro político”.

Além de vice-governador, Walter Alves é também presidente do MDB no RN. O partido é o maior do Estado com 45 prefeituras, mas apenas uma cadeira na Assembleia e não conseguiu fazer nenhum deputado federal em 2022. A ideia é fortalecer a sigla nas eleições do próximo ano. “Eu continuo dentro do que disse Walter sobre a importância da eleição proporcional para o Diretório Nacional do Partido. Eu estou invertendo o ditado ‘Tal pai, tal filho’. Aqui no RN, é ‘tal filho, tal pai’”, analisou em relação à articulação do filho para se focar na eleição proporcional.

Sobre a definição do nome de Cadu Xavier (PT) como pré-candidato do grupo governista, Garibaldi Filho não quis se alongar numa análise, mas enfatizou a disposição do secretário da Fazenda do Governo Fátima Bezerra (PT) para a missão. “É cedo para um prognóstico, mas não posso deixar de elogiar a sua disposição para enfrentar a luta”, disse o ex-senador e ex-governador do RN.

“Acredito que o nome dele será considerado, não tenho como avançar mais neste exame”, complementou sobre a indicação de Cadu Xavier.

O nome definido pelo PT teve o aval do MDB e do PSDB, partidos que são parceiros políticos entre si e do PT de Fátima Bezerra. Walter Alves, enquanto estiver exercendo o mandato de Governador do RN, após a renúncia de Fátima Bezerra para se candidatar ao Senado, estará no apoio ao nome apresentado pelo PT.

Ezequiel
Garibaldi comentou ainda sobre o convite feito por Walter Alves ao presidente da Assembleia para se filiar ao MDB. O ex-senador externa que gostaria que Ezequiel e seu grupo passassem a compor os quadros do partido bacurau.

“Quanto a Ezequiel, só ele pode confirmar sobre a sua posição política. Eu gostaria muito que ele e os seus companheiros passassem a integrar o nosso MDB”, ressaltou. Os companheiros são deputados do PSDB que podem seguir Ezequiel numa eventual alteração partidária, como Dr Bernardo e Galeno Torquato.

O convite a Ezequiel engloba os planos de fortalecimento do MDB no Estado. Com a incerteza no PSDB, após a chegada do senador Styvenson Valentim à sigla e com as articulações para fusão do partido, o convite já foi feito para que Ezequiel assuma o comando bacurau no RN. Informações de bastidores ao Diário do RN dão conta que esse será mesmo o destino partidário de Ezequiel para o pleito de 2026. O atual presidente da Assembleia deverá ser candidato a deputado federal pelo MDB, com respaldo do futuro governador Walter Alves. Além dele, o filho de Garibaldi já vem trabalhando o nome do seu fiel escudeiro, Saint Clair Santos Câmara Linhares, e do ex-prefeito de Jardim de Piranhas, Antônio Macaco, para concorrer a vaga na Assembleia Legislativa em 2026.

Como governador, e sem se tornar alvo numa campanha eleitoral, Walter terá mais liberdade para fazer uma gestão tranquila e ajudar os municípios, os quais em sua maioria são geridos pelo seu partido. Depois que entregar a gestão estadual ao sucessor, ele poderá, com Ezequiel à frente do MDB, seguir por outros rumos na política ou fora dela.

A decisão do vice-governador Walter Alves (MDB) de não disputar o Governo do Rio Grande do Norte em 2026 desencadeou uma resposta rápida do PT estadual. Em entrevista ao Diário Político, o presidente do partido no Estado, Junior Souto, afirmou que o nome do secretário estadual da Fazenda, Cadu Xavier (PT), foi colocado como alternativa “ágil” para a sucessão da governadora Fátima Bezerra (PT), garantindo que seja preenchido um vácuo do grupo político na disputa.

“Eu não ficaria à vontade para emitir opinião sobre as razões que o levaram a tomar essa decisão. Mas considero um fato político relevante para nós, que nos fez começar a colocar no circuito da construção política o nome de Cadu. É uma resposta imediata. O grande dado para nós é que essa decisão do vice-governador foi feita sem nenhuma divisão no arco da aliança que construímos. Não há crise, não há problema interno”, explicou Souto.

Taticamente, segundo Souto, o PT ainda não deliberou sobre as demais questões que ensejam a construção da pré-candidatura, mas confirma que já é definida e certa a candidatura de Fátima Bezerra (PT) ao Senado. As demais definições para composição das chapas devem partir de espaços abertos a aliados.

“Nós consideramos que, à medida em que em reunião recente foi comunicado que a governadora é candidata ao Senado, então, nós não temos a presunção de apresentar o nome para o Governo e para Senado e fazer as discussões outras porque seria presunção demasiada. Nós temos aliados importantes e devem ser considerados e respeitados para fechar essa tática. Além do PT, com PV e PCdoB, temos aliados, o vice-governador, o deputado Ezequiel, que são personagens importantes nos processos de definição, a gente não vai se apressar quanto a isso”, ponderou Souto, destacando, ainda, que as reuniões internas para tratar da sucessão já começaram.

No último final de semana, encontros foram realizados em municípios da região Central do estado.

O presidente do PT acredita que não há preocupações sobre a falta de visibilidade de Cadu Xavier no cenário político estadual. Para ele, o contexto atual permite o surgimento rápido de novas lideranças.

“O modo como a gente comunica com a sociedade hoje é tão veloz que essa questão passa a ser um problema muito menor. A emergência de figura do campo conservador que se fez recentemente – não preciso nem mencionar – se fez a partir de um desconhecimento, inclusive maior do que o que o próprio Cadu pode ter de parte da sociedade”, afirmou.

O presidente do PT ressaltou que a escolha de Cadu Xavier se baseia na necessidade de continuidade do projeto liderado por Fátima Bezerra, que, segundo ele, realizou o “melhor governo que o Estado já fez”. Ele citou avanços em áreas como saúde e educação, além da recuperação financeira do estado.

“Multiplicamos os leitos de UTI, fizemos 80 mil cirurgias no ano passado. Isso trouxe desafios para o custeio, mas permitiu uma ampliação no atendimento à população. Na segurança e na educação, também há resultados expressivos. Temos muito a apresentar à sociedade, e Cadu, com seu domínio das questões orçamentárias e financeiras, é um nome qualificado para essa tarefa”, destacou.

Fernando Mineiro acredita que “a campanha de 2026 será nacionalizada”

O deputado federal Fernando Mineiro (PT) também comentou o cenário político com a reportagem e ressaltou que a eleição estadual estará alinhada com o embate nacional entre diferentes projetos de sociedade. Para ele, o bloco governista apresentará um nome que esteja em sintonia com o governo Lula e com a defesa da democracia.
“A campanha de 2026 será nacionalizada, e o enfrentamento se dará entre visões de Estado, sociedade e democracia. Tenho absoluta certeza de que a maioria da sociedade potiguar não quer retrocesso e muito menos embarcará em aventura capitaneada por cúmplices e/ou aliados de golpistas”, afirmou.
Sobre Cadu Xavier, Mineiro vê potencial para consolidar seu nome como candidato governista. “Ele tem experiência de gestão, conhece profundamente a situação do Estado e pode apresentar um programa que combine modernização da gestão, desenvolvimento com inclusão e distribuição de renda. Mas esse é um debate que será feito no tempo certo”, concluiu.

Em meio à antecipação da movimentação interna para as eleições de 2026, o ex-prefeito de Natal, Álvaro Dias (Republicanos), resolveu anunciar, por conta própria, a pré-candidatura ao Governo do RN, mesmo após o líder do Partido Liberal, Rogério Marinho (PT), já ter lançado seu nome à disputa. Integrante do mesmo grupo que o senador, que inclui o projeto da direita ocupar espaços de poder no Estado, a atitude de Dias destoou do que vinha sendo colocado pelos aliados e é vista, internamente, como um “atropelo” ao projeto e últimas conversas da aliança que reúne partidos como PL, Republicanos, União Brasil, Solidariedade e Podemos.

O anúncio de Álvaro aconteceu nesta terça-feira (25). De acordo com o ex-gestor, a decisão veio após inúmeros apelos e incentivos, os quais relaciona não somente à uma boa aprovação de seu trabalho à frente do Executivo da capital, mas também ao que chama de “desgoverno” de Fátima Bezerra (PT). As informações foram divulgadas em entrevista ao comunicador Rudimar Ramon, na Rádio Olho D’Água, em São José de Mipibu.

O lançamento veio de repente, após o próprio Álvaro ter colocado, em entrevista, que seria candidato ao Governo ou ao Senado. De repente, mudou de ideia. Até agora, pós-gestão municipal, o ex-prefeito ainda não conseguiu se descolar do Palácio Felipe Camarão e vem atuando politicamente. Agora, por conta própria.

Até o momento, Rogério não falou publicamente sobre a definição de Álvaro Dias. Em 22 de janeiro, Marinho reuniu, na praia de Buzios, lideranças políticas e aliados do grupo que integra o projeto da direita potiguar. Na ocasião, ele citou como possíveis candidatos à majoritária os nomes dele mesmo, de Styvenson e destacou o nome de Álvaro Dias como “talhado” para o cargo.

Os demais líderes do grupo, incluindo Paulinho Freire (UB), não citaram o anúncio do ex-prefeito, deixando claro o desconforto que a atitude gerou.

Os bastidores a que o Diário do RN teve acesso trazem que, agora, Álvaro coloca a pré-candidatura sem combinar com as lideranças que articulam o projeto. Não conversou nem com Marinho, nem com o prefeito de Natal, Paulinho Freire, nem com o senador Styvenson Valentim. Os três já teriam dialogado entre si após a fala do aliado. Não concordaram com o lançamento de Álvaro por conta própria e nem entenderam a intenção do ex-prefeito.

As informações são de que os personagens não chegam a descartar Dias como possibilidade de compor ou participar da majoritária, mas ponderam que além de Álvaro ser um político sem grupo, “só pensa no próprio umbigo”.

Deputados do PL minimizam lançamento de pré-candidatura

Um dos deputados federais do PL, General Girão, que conversou com a reportagem, ressaltou que “a oficialização das candidaturas se dá após as convenções partidárias” e que, até lá, diversos nomes podem ser lançados para aferir o apoio do eleitorado, mas reforça a liderança de Marinho.

“Enquanto deputado federal pelo PL, estarei sempre acompanhando o partido em todas as decisões. Não há motivo para alarde. Seguimos com nossa fidelidade ao PL e aos projetos do partido”, afirmou o parlamentar, ratificando a ideia de que o lançamento de Álvaro Dias é apenas um teste de força dentro do cenário político.

Outro deputado que compõe a bancada federal do PL, Sargento Gonçalves, comentou sobre a repercussão do anúncio de Álvaro e enfatiza que a decisão final é de Rogério Marinho. “Eu vi pela rede social essa questão do Álvaro lançando a pré-candidatura, é legítimo, é direito dele. O Senador Rogério lançou a sua pré-candidatura inicialmente no grupo, mas eu acho que é esperar mesmo, acho que está cedo ainda e naturalmente dentro das possibilidades, porque eu acredito que compor é importante, mas ao final acho que cabe ao senador Rogério a tomada de decisão”, disse.

Segundo Gonçalves, o importante agora é compor um grupo sólido que impeça a esquerda de permanecer no comando do Estado. “A intenção primeira de impedir que a extrema esquerda permaneça nesse ritmo de prejudicar o desenvolvimento do nosso Estado”, disse.

Para o deputado estadual Gustavo Carvalho (PL), os nomes possíveis de se viabilizarem à disputa de 2026 representam a chance da direita ascender ao poder no Estado. Segundo ele, o movimento de Álvaro Dias não configura um “atropelo político”.

“Estamos compondo um campo político de oposição onde alguns nomes estão colocados. Rogério Marinho, Álvaro, Alysson, são pré-candidatos que nos deixam com a certeza de que o RN em 2026 vai mudar de rumo. No momento certo discutiremos quem vai representar essa corrente na direita. Rogério já falou que está disposto e preparado, agora Álvaro também coloca seu nome e Allyson dá sinais. Juntos ganharemos a eleição e o Estado ganhará um grande governador que nos afaste desse desprezo de desenvolvimento e de caos de setores como Saúde, Educação, segurança e Infraestrutura”, afirma Carvalho.

O deputado estadual Coronel Azevedo (PL) segue raciocínio semelhante sobre o projeto comum da direita ocupar o poder no Rio Grande do Norte. “Este lançamento em separado, creio que é natural e esperado, assim como o PL fez, naturalmente Álvaro deve fazer com o grupo de lideranças e o partido, ou os partidos que estão no seu entorno, e todo esse sentimento é de convergência para retirar o PT do Governo do Estado, retirar o RN das garras do PT”, define Azevedo.

O presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, segue em diálogo com outras legendas partidárias para garantir a reestruturação e sobrevivência do partido. Inicialmente considerada, a fusão com MDB e PSD foi rejeitada pelos tucanos, já que os partidos propuseram a incorporação do PSDB por ser um partido menor. Atualmente, a sigla está em negociações avançadas para uma possível fusão ou federação partidária com o Podemos e o Solidariedade. Além deles, o Diário do RN apurou que o PSDB vem conversando ainda com o PRD e o PV para integrá-los à federação, de acordo com informação de bastidores. O PV, que forma Federação com o PT e o PCdoB, já vem considerando nacionalmente o fim da associação, que vai completar quatro anos, prazo mínimo para desfazer uma federação partidária.

As articulações já repercutem no Rio Grande do Norte. O presidente estadual do Solidariedade, Kelps Lima, e o presidente do PSDB, Ezequiel Ferreira, estiveram em reunião informal e discutiram a viabilidade da união entre as legendas e os impactos locais dessa movimentação. “Com Ezequiel zero problema. A gente já teve a primeira conversa informal. Uma conversa excelente. A princípio, ambiente completamente desobstruído num raciocínio pensando na proporcional”, disse Kelps Lima ao Diário do RN.

Kelps também integra a Executiva Nacional do Solidariedade e confirma a possibilidade de federação, e não de fusão. “Essa conversa é plausível e possível de acontecer. O PSDB está tentando atrair outros partidos para essa federação, o que fortalece ainda mais a proposta”, destacou. Para ele, a lógica das federações é garantir a sobrevivência dos partidos diante da cláusula de barreira, e não deve interferir diretamente nas alianças estaduais à majoritária, inclusive nos posicionamentos distintos entre os dois partidos.

“A federação não obriga os partidos locais a seguirem juntos nas eleições estaduais. O Solidariedade continua na oposição ao Governo, mesmo com a federação. As alianças majoritárias serão discutidas no momento adequado”, explicou Kelps. Ele acrescentou que, caso a federação se concretize nacionalmente, a tendência é que o entendimento no RN flua de forma natural.

Luiz Eduardo pode mudar de partido
Já o deputado estadual Luiz Eduardo, também do Solidariedade, e que figura como um dos maiores opositores do governo Fátima Bezerra na Assembleia Legislativa, acredita que a fusão pode ser positiva e destaca o papel estratégico das lideranças locais. “Essa é uma decisão nacional, e a gente não tem como intervir, mas acho que seria muito bom porque teríamos os dois maiores estrategistas da política do RN juntos: Kelps e Ezequiel”, afirmou.

Ainda assim, Luiz Eduardo reforçou que sua posição pessoal é de distanciamento do Governo do PT e indicou que pode mudar de partido na janela partidária. “Não apoio o Governo e, na janela, saio para outro partido. Vou aguardar para tomar uma decisão com calma e conversar com Kelps e Cristiane [Dantas, deputada estadual]. A minha posição é só não ficar próximo de Fátima de jeito nenhum”, ressalta Luiz Eduardo.

Sobre a presença do senador Styvenson Valentim no PSDB, Luiz Eduardo minimizou eventuais conflitos internos. “Acho que dá para conviver, tudo é conversado. Não vejo Styvenson com tanta força no PSDB porque Ezequiel tem uma relação muito próxima com Marconi Perillo, que comanda o partido nacionalmente. Styvenson se aproximou do PSDB mais para compor bancada no Senado do que por influência dentro da legenda”, analisou.

O pré-candidato ao Governo do RN pelo PT, Cadu Xavier, afirmou, na entrevista com o Diário do RN, que deverá realizar visitas pelo Estado para trabalhar pré-candidatura. O secretário estadual da Fazenda afirma que precisa mostrar as realizações do Governo à população: “Poucas pessoas no Rio Grande do Norte conhecem tão bem a situação do Estado quanto eu”.

Citando equilíbrio sustentável das despesas do Estado “sem falar em aumento de impostos”, Cadu Xavier entende que “a grande missão” para superar a rejeição do Governo Fátima é mostrar que o RN oferece aos potiguares uma vida melhor do que há alguns anos no RN. “Essa vai ser a grande missão. Acho que a gente vai ter que fazer a população comparar a vida no Rio Grande do Norte hoje com a vida no Rio Grande do Norte há 8, 9, 10 anos, antes do governo Fátima”, disse.

Veja segunda parte da entrevista:

Diário do RN – Quando e como Cadu vai botar o bloco na rua como candidato a governador?
Cadu Xavier – Tenho andado muito desde o início de fevereiro. Com o início dos festejos de carnaval, tenho frequentado blocos tradicionais, blocos mais à esquerda, e a receptividade tem sido muito boa. Talvez esse seja o motivo que mais me traga felicidade neste momento: a receptividade e o entusiasmo dos militantes do Partido dos Trabalhadores.

Tenho sido muito bem recebido, meu nome tem sido muito bem recebido. Procuro conversar com todos, mostrando qual é o meu papel nesse processo. Assim como nos segmentos mais tradicionais e conservadores, eu também tenho transitado bem, fruto da minha postura ao longo desses seis anos de governo, que eu sempre mantive minha atuação.

Minha ideia é continuar assim: defendendo meus ideais, mas sem desrespeitar ou demonizar quem pensa diferente. Vivemos numa democracia, é por ela que lutamos, e é isso que estou fazendo e tem sido muito bem recebido. Podemos dizer que já botei o bloco na rua durante o período de pré-carnaval.

Diário do RN – O senhor não tem popularidade. Isso dito até pelos aliados. Como vai conseguir melhorar sua popularidade, se fazer conhecido?
Cadu Xavier – Essa questão de não ser conhecido, até por não ter militado na política, não ter disputado nenhum cargo eleitoral durante a minha trajetória, de fato cria uma necessidade de que as pessoas tenham conhecimento do meu trabalho para que possam julgar ou não a minha viabilidade ou não na participação do processo eleitoral. Eu estou disposto a rodar as diversas regiões do Estado, conversar com as pessoas, assim como eu estou conversando aqui em Natal, a gente vai fazer conversas pelo interior também, tem muita coisa a ser mostrada, não só do trabalho da SEFAZ, mas do governo do Estado. Repito isso, a gente enfrenta nesse momento uma baixa avaliação nas pesquisas realizadas, mas se a gente começar a comparar o atual governo com governos anteriores, eu não consigo enxergar os motivos para essa popularidade tão baixa.

Acho que é esse o processo que tem que ser feito. Nós temos um estado mais seguro, um ambiente de negócio muito melhor do que havia antigamente, nós começamos a ter resultados positivos na educação, nós começamos a ter resultados positivos também na saúde, hoje saiu o recorde de realização de cirurgias eletivas. Então, o meu trabalho vai ser conversar com as pessoas, rodar o estado para que as pessoas, se assim for definido pelo Partido dos Trabalhadores e pela base aliada, as pessoas tenham a confiança de que eu tenho condições de fazer um bom trabalho.

Diário do RN – O senhor é o chefe da receita e da despesa, sabe que o Estado hoje está em situação difícil, há um déficit financeiro quase que permanente. Como governar um Estado dessa forma, com a experiência que o senhor tem das áreas tributária e financeira?
Cadu Xavier – Essa é a questão que talvez eu tenha mais tranquilidade, que poucas pessoas no Rio Grande do Norte conhecem tão bem a situação do Estado quanto eu. E digo com muita franqueza e muita segurança de que a gente tem um caminho a percorrer para retomar esse equilíbrio das finanças públicas. A gente precisa fazer que as receitas cresçam sem falar em aumentos de impostos, tomando medidas estruturantes de novas receitas, que a gente tem discutido dentro do governo, e ter um crescimento sustentável das despesas para que as despesas cresçam num ritmo menor do que o crescimento das receitas e naturalmente as contas vão se equilibrar. Então, fazer isso sem nenhum tipo de caça às bruxas, fazer isso sem iludir as pessoas que vai ser de um dia para o outro. Mas é possível sim colocar o Estado numa trajetória de equilíbrio, com o governo pautado pela responsabilidade para que o Estado tenha entregas, cada vez mais entregas, para fazer para a população.

Diário do RN – O governo enfrenta um desgaste perante a opinião pública. Como se apresentar como candidato de um governo que está desgastado, já que o senhor disse que quer deixar um legado e defender o legado de Fátima?
Cadu Xavier – Essa vai ser a grande missão. Acho que a gente vai ter que fazer a população comparar a vida no Rio Grande do Norte hoje com a vida no Rio Grande do Norte há 8, 9, 10 anos, antes do governo Fátima. A gente tem um Estado muito mais seguro, os números da segurança pública estão aí. Vamos fazer a população olhar para como ela vive hoje e comparar com as notícias que se tinha naquela época. Hoje, a gente não tem pessoas presas sendo decapitadas dentro de presídios, não temos ônibus pegando fogo nas ruas de Natal e das demais cidades do Estado, não temos arrastões nas casas de praia, que fizeram esses imóveis se desvalorizarem e pior: fizeram potiguares perderem o hábito de veranear. O governo Fátima fez a população de classe média do nosso Estado recuperar esse hábito, que é muito antigo do potiguar. As pessoas voltaram a passar o mês de janeiro nas praias, voltaram a passar o carnaval nas praias, porque se sentem seguras para fazer isso. Não fazem mais com medo de ter um arrastão na sua casa, de serem assaltadas, de ter uma arma de fogo apontada para sua cabeça. A gente não tem mais essas notícias hoje no Rio Grande do Norte.

Do ponto de vista da educação, já temos melhorias nos nossos resultados do ENEM, por exemplo, que não são qualquer coisa. O Rio Grande do Norte tem as melhores notas de redação entre os alunos da rede pública, como teve agora em 2024.

Além da educação e da segurança, temos a questão da infraestrutura rodoviária. O governo tem um amplo programa de recuperação das estradas, que estavam destruídas há anos, sem manutenção há muito tempo. Esse programa vai continuar ao longo de 2025 e 2026.

Além da infraestrutura, da educação e da segurança, temos um ambiente de negócios no Rio Grande do Norte muito melhor do que antes. Hoje, não escutamos mais os veículos de comunicação informarem que empresas estão saindo do estado para irem se instalar no Ceará, em Pernambuco, na Paraíba. Sabe por que isso não acontece? Porque temos a melhor política de incentivos fiscais do Nordeste. Hoje acontece o contrário: as empresas estão saindo de outros estados e vindo para o Rio Grande do Norte.

Ainda dentro da questão do ambiente de negócios, há a necessidade de modernização da legislação ambiental do Estado, mas temos números muito melhores no que diz respeito aos licenciamentos realizados no Rio Grande do Norte neste ciclo em relação aos ciclos passados.

Na saúde pública, temos avanços também. Ontem mesmo foi divulgado o recorde de aumento de 17% no número de cirurgias eletivas realizadas aqui no estado em comparação com o ano passado. É um recorde. A saúde pública começa a dar também sinais de melhoria. E agora, no dia 19 de março, começa uma revolução do ponto de vista de licenciamentos hídricos.

No que diz respeito à infraestrutura hídrica do estado, vamos ter a inauguração da barragem de Oiticica. O presidente Lula vai estar aqui no dia 19. Teremos a chegada efetiva das águas do Rio São Francisco, a barragem Passagem das Traíras, o Ramal Apodi. Será uma verdadeira revolução na infraestrutura hídrica do Rio Grande do Norte. Isso vai melhorar muito a vida das pessoas e dar segurança hídrica para quem vive no interior do estado.

Não tenho dúvidas de que temos muito a mostrar. Muita coisa ainda vai acontecer. Estamos para começar nossa política de parcerias público-privadas. Na questão do ambiente de negócios, ainda vamos ter muita coisa para mostrar. Já temos e ainda vamos ter muito o que apresentar.

No âmbito da educação, é importante falar dos IERNs, os institutos estaduais de educação de tempo integral. Já estão prontos e são mais uma ferramenta de ensino, que se soma às mais de 500 escolas do nosso estado, para oferecer educação de qualidade ao nosso povo.

Estou muito confiante, e talvez por isso a governadora tenha me escolhido para esse papel. Tenho conhecimento dos projetos que estão em andamento e tenho segurança de que vamos terminar o governo com a vida de quem vive no Rio Grande do Norte muito melhor do que a gente tinha até 2018.