Órgão diz que ministro pode ter cometido crime de advocacia administrativa, além de ter obstruído fiscalização ambiental e investigação sobre organização criminosa
A PGR solicitou ao Supremo Tribunal Federal para investigar Ricardo Salles. A ministra Cármen Lúcia será a relatora do caso envolvendo o ministro do Meio Ambiente.
A solicitação foi realizada a partir de notícia-crime apresentada contra Salles pelo delegado federal Alexandre Saraiva. Ele alegou que o ministro tentou atrapalhar investigação sobre a maior apreensão de madeira da história e defender o interesse de madeireiros ilegais.
No pedido, a PGR diz que o ministro pode ter cometido os crimes de advocacia administrativa, obstrução de fiscalização ambiental e obstrução de investigação sobre organização criminosa.
O órgão solicita ainda que proprietários de terras envolvidos na operação Handroanthus sejam ouvidos, assim como servidores do Ibama e policiais federais que participaram da fiscalização ambiental que levou à apreensão de madeira.
A base do pedido de investigação é justamente a apuração sob tutela de Alexandre de Moraes, do STF, que excluiu a PGR da operação.
“Indicaram-se, naqueles autos, diversos episódios de atuação desses servidores em descompasso com as recomendações técnicas, com o objetivo de promover a regularização de cargas exportadas irregularmente apreendidas.”