Na cobertura que vem fazendo sobre as primeiras providências acionadas pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que estará investigando as contas do governo estadual com os gastos efetuados durante a pandemia, o jornal AGORA RN, edição desta sexta-feira, 6, trouxe matéria com o deputado Francisco do PT, em que ele, como relator da CPI faz relato de como os trabalhos serão conduzidos e dá um depoimento, dizendo que
“Teremos duas reuniões semanais, aprovamos um conjunto de requerimentos solicitando alguns depoimentos, assim como o envio de documentos para serem analisados” e passa a falar como líder do governo quando diz que “O governo está absolutamente sereno em relação ao funcionamento dessa CPI, assim como das investigações que serão realizadas. Espero que no final seja feito um trabalho de muita responsabilidade para que os fatos sejam apurados de forma devida, e no final prevaleça a verdade”.
Até aí, tudo bem. O deputado Francisco Assis de Medeiros (PT) falou como membro-relator da CPI e como líder do governo.
Mas, sabe aquele provérbio originário de uma frase celebre de César sobre sua esposa Pompeia, que diz assim: “À mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”?
Pois bem, essa frase pode ser adaptada às afirmações do deputado petista que diz que “o governo está absolutamente sereno em relação ao funcionamento dessa CPI(…)”. Ora. Não basta dizer que o governo está sereno; é preciso mostrar que o governo está sereno quanto às investigações da CPI. E isso, o governo não demonstrou quando da instalação dessa Comissão Parlamentar de Inquérito.
Por várias vezes, o governo de Fátima Bezerra tentou “melar” a CPI. Usou de todos os recursos legais para impedir o nascimento da CPI da Covid-19. E quem está tranquilo, não tenta evitar a instalação de um instrumento que vai investigar as suas contas.
Pode ser até que não exista nada de anormalidade em suas contas em que foram aplicados os recursos financeiros voltados para a pandemia, mas o governo não demonstrou isso em momento nenhum, até a oficialização da CPI.
Se o governo não teme, se está tranquilo, ótimo. Vai fazer do limão-azedo uma saborosa limonada. Mas não foi o que demonstraram o próprio líder do PT, Francisco, e a deputada Isolda durante as preliminares. O governo agiu errado.
Como é um governo que durante esses dois anos e meio não sofreu nenhuma denúncia de irregularidade com os recursos financeiros, o correto seria o governo da professora Fátima Bezerra, que em toda a sua carreira – desde o sindicalismo até os dias de hoje – nunca conviveu com a improbidade, ter auxiliado publicamente a instalar a CPI na Assembleia Legislativa para investigar as suas contas.
A CPI tem 12 processos a investigar e ao governo cabe colaborar com a cessão de todos os documentos requisitados e cobrar lisura absoluta por toda a investigação.